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Curly Veterano |
# mai/10
O Imbecil Juvenil (Olavo de Carvalho)
"Já acreditei em muitas mentiras, mas há uma à qual sempre fui imune: aquela que celebra a juventude como uma época de rebeldia, de independência, de amor à liberdade. Não dei crédito a essa patacoada nem mesmo quando, jovem eu próprio, ela me lisonjeava. Bem ao contrário, desde cedo me impressionaram muito fundo, na conduta de meus companheiros de geração, o espírito de rebanho, o temor do isolamento, a subserviência à voz corrente, a ânsia de sentir-se iguais e aceitos pela maioria cínica e autoritária, a disposição de tudo ceder, de tudo prostituir em troca de uma vaguinha de neófito no grupo dos sujeitos bacanas.
O jovem, é verdade, rebela-se muitas vezes contra pais e professores, mas é porque sabe que no fundo estão do seu lado e jamais revidarão suas agressões com força total. A luta contra os pais é um teatrinho, um jogo de cartas marcadas no qual um dos contendores luta para vencer e o outro para ajudá-lo a vencer.
Muito diferente é a situação do jovem ante os da sua geração, que não têm para com ele as complacências do paternalismo. Longe de protegê-lo, essa massa barulhenta e cínica recebe o novato com desprezo e hostilidade que lhe mostram, desde logo, a necessidade de obedecer para não sucumbir. É dos companheiros de geração que ele obtém a primeira experiência de um confronto com o poder, sem a mediação daquela diferença de idade que dá direito a descontos e atenuações. É o reino dos mais fortes, dos mais descarados, que se afirma com toda a sua crueza sobre a fragilidade do recém-chegado, impondo-lhe provações e exigências antes de aceitá-lo como membro da horda. A quantos ritos, a quantos protocolos, a quantas humilhações não se submete o postulante, para escapar à perspectiva aterrorizante da rejeição, do isolamento. Para não ser devolvido, impotente e humilhado, aos braços da mãe, ele tem de ser aprovado num exame que lhe exige menos coragem do que flexibilidade, capacidade de amoldar-se aos caprichos da maioria - a supressão, em suma, da personalidade.
É verdade que ele se submete a isso com prazer, com ânsia de apaixonado que tudo fará em troca de um sorriso condescendente. A massa de companheiros de geração representa, afinal, o mundo, o mundo grande no qual o adolescente, emergindo do pequeno mundo doméstico, pede ingresso. E o ingresso custa caro. O candidato deve, desde logo, aprender todo um vocabulário de palavras, de gestos, de olhares, todo um código de senhas e símbolos: a mínima falha expõe ao ridículo, e a regra do jogo é em geral implícita, devendo ser adivinhada antes de conhecida, macaqueada antes de adivinhada. O modo de aprendizado é sempre a imitação - literal, servil e sem questionamentos. O ingresso no mundo juvenil dispara a toda velocidade o motor de todos os desvarios humanos: o desejo mimético de que fala René Girard, onde o objeto não atrai por suas qualidades intrínsecas, mas por ser simultaneamente desejado por um outro, que Girard denomina o mediador.
Não é de espantar que o rito de ingresso no grupo, custando tão alto investimento psicológico, termine por levar o jovem à completa exasperação impedindo-o, simultaneamente, de despejar seu ressentimento de volta sobre o grupo mesmo, objeto de amor que se sonega e por isto tem o dom de transfigurar cada impulso de rancor em novo investimento amoroso. Para onde, então, se voltará o rancor, senão para a direção menos perigosa? A família surge como o bode expiatório providencial de todos os fracassos do jovem no seu rito de passagem. Se ele não logra ser aceito no grupo, a última coisa que lhe há de ocorrer será atribuir a culpa de sua situação à fatuidade e ao cinismo dos que o rejeitam. Numa cruel inversão, a culpa de suas humilhações não será atribuída àqueles que se recusam a aceitá-lo como homem, mas àqueles que o aceitam como criança. A família, que tudo lhe deu, pagará pelas maldades da horda que tudo lhe exige.
Eis a que se resume a famosa rebeldia do adolescente: amor ao mais forte que o despreza, desprezo pelo mais fraco que o ama. Todas as mutações se dão na penumbra, na zona indistinta entre o ser e o não-ser: o jovem, em trânsito entre o que já não é e o que não é ainda, é, por fatalidade, inconsciente de si, de sua situação, das autorias e das culpas de quanto se passa dentro e em torno dele. Seus julgamentos são quase sempre a inversão completa da realidade. Eis o motivo pelo qual a juventude, desde que a covardia dos adultos lhe deu autoridade para mandar e desmandar, esteve sempre na vanguarda de todos os erros e perversidade do século: nazismo, fascismo, comunismo, seitas pseudo-religiosas, consumo de drogas. São sempre os jovens que estão um passo à frente na direção do pior.
Um mundo que confia seu futuro ao discernimento dos jovens é um mundo velho e cansado, que já não tem futuro algum."
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Curly Veterano |
# mai/10
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Já sei: "Nem li"
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Sumerrew Veterano |
# mai/10
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Curly
garoto esperto!
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Andy TheCatSp Veterano |
# mai/10
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Curly ótima previsão ;D
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Gianyny Veterano |
# mai/10
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Curly Já sei: "Nem li"
haha, eu também não /o/
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The Root Of All Evil Veterano
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# mai/10 · Editado por: The Root Of All Evil
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Eu não lembro de ter sido o jovem (atualmente eu sei que não sou) que ele descreve ai, mas a visão dele é uma visão parecida com a que eu tenho das outras pessoas.
Eis o motivo pelo qual a juventude, desde que a covardia dos adultos lhe deu autoridade para mandar e desmandar, esteve sempre na vanguarda de todos os erros e perversidade do século: nazismo, fascismo, comunismo, seitas pseudo-religiosas, consumo de drogas. São sempre os jovens que estão um passo à frente na direção do pior.
Essa foi excelente!
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Will N Guns Veterano |
# mai/10
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tu nao podia fazer nem um resumo champz? :/
OBS:nem li tbm rs
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Mila Turunen Veterano |
# mai/10
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nem li. não é porque o texto é grande, mas por quem escreveu. não quero me estressar. :}
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The Root Of All Evil Veterano
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# mai/10
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O texto foi bem chato de ler mesmo, li um parágrafo por música que estou ouvindo.
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Bizet Veterano |
# mai/10
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The Root Of All Evil Música do Dream Theater ou música dos Ramones?
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The Root Of All Evil Veterano
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# mai/10
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Bizet
Flametal... meio termo.
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Bizet Veterano |
# mai/10
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The Root Of All Evil Nem vou ler, thanks.
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The Root Of All Evil Veterano
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# mai/10
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Bizet
Mas eu não passei a música toda lendo não, tipo eu lia um parágrafo e esperava a música acabar, dai lia o seguinte... Porque o texto é chato.
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james_the_bronson Veterano |
# mai/10
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The Root Of All Evil
Escuta passiva, rá!!!
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The Root Of All Evil Veterano
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# mai/10
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james_the_bronson
Já ouvi tanto as músicas que nem faz diferença, já tá no automático.
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brunohardrocker Veterano |
# mai/10
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Não suporto jovens e adultos.
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Minow Veterano |
# mai/10
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O Olavo de Carvalho é um imbecil.
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qew Veterano |
# mai/10
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Tentei ler, até concordei com as poucas coisas que eu entendi. Puta leitura chata, o jeito desse cara escrever é confuso.
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Peedro Veterano |
# mai/10 · Editado por: Peedro
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ainda mais a letra em itálico, fica mais difícil ainda.
edit: mas eu li. (y)
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luiztx Veterano |
# mai/10
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sei lá, esse texto cria um padrão... e a desgraça da humanidade são os padrões, as pessoas deixam de evoluir como pessoas quando assumem o pensamento de um outro e o engolem do jeito que é passado... são pessoas que sobrevivem no mundo, são como animais....
penso que as pessoas deveriam viver, conhecer padrões pra saber lidar com eles, traçar o seu caminho, e não seguir o de outro, conhecer religiões, mas não pra seguir uma, pra desenvolver seu próprio jeito de pensar a fé... vivemos em um mundo onde uma moral é hipocritamente ensinada enquanto vivemos vendo o oposto occorendo, não há ensinamento real, o que há é uma completa ilusão, ou melhor, desilusão por parte de quem aprende quando novo, valores anti-humanos, sendo criados como selvagens que visam a própria sobrevivencia em um pensamento individualista, e sem razão e nem preocupação nenhuma...
é só se sentar em um lugar movimentado e observar, vai ser dificil vc ver "autenticidade" no olhar de alguém, ver alguém observando o mundo com olhos curiosos como os de uma criança que tem um mundo de coisas a aprender ainda, alguem com pensamentos vivos... falta isso no mundo...
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brunohardrocker Veterano |
# mai/10
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luiztx penso que as pessoas deveriam viver, conhecer padrões pra saber lidar com eles, traçar o seu caminho, e não seguir o de outro, conhecer religiões, mas não pra seguir uma, pra desenvolver seu próprio jeito de pensar a fé...
Interessante. Você diz que a desgraça da humanidade são os padrões, mas ao mesmo tempo propõe que eles devem existir para que saibamos lidar com eles. Ou seja, a "desgraça" tem que continuar existindo, para que somente uma minoria (a que não segue padrões) 'seja feliz'. Até porque, padrões existem mesmo nas maiorias, difícil existir um padrão imposto por uma minoria.
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Konrad Veterano |
# mai/10
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O Olavo é o responsável pelo resgate da obra de um dos maiores críticos literários que nós tivemos: Otto Maria Carpeaux. (que era austríaco)
Aliás, esse deve ser o único mérito da vida inteira dele.
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guschard Veterano |
# mai/10
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Curly apesar de ter floreado pra caralho, gostei do texto...
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luiztx Veterano |
# mai/10
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brunohardrocker não digo que eles devem existir, digo que enquanto existirem devemos saber lidar com eles... e o fato deles continuarem existindo, não é uma vontade, é um fato e pronto... tipo padrões como cultura local é algo bom de existir... o problema são as pessoas se guiarem por eles... as pessoas enxergam os padrões como um caminho a ser seguido e não como uma referencia pra traçar seu proprio caminho entende?? mas responda sinceramente (se quiser é claro) você acredita que os padrões sociais deixarão de existir um dia???
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Dogs2 Veterano |
# mai/10
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Sem julgar o escritor do texto mas sim as idéias apresentadas, concordo que existe esse lado ruim, mas todo essa artificialidade de princípios de um adolescente dá ao futuro adulto convicção, confiança pra expor seus pontos de vista (mesmo que eles sejam, no momento, correpetição de ideologias pouco reflexivas, etc)... não pelo ponto negativo em si mas sim pela convivência em grupo, que dá até mesmo experiência pra lidar com as pessoas em outros campos que não seja só o das idéias
Enfim, tudo tem um lado bom, exceto o LP do Nando Reis
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Machine Gun Man Veterano |
# mai/10
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Dogs2 todo essa artificialidade de princípios de um adolescente dá ao futuro adulto convicção, confiança pra expor seus pontos de vista
Como?
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Blackus Veterano |
# mai/10 · Editado por: Blackus
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nem li. não é porque o texto é grande, mas por quem escreveu. não quero me estressar. :}
Pensei isso também, mas li, achei coerente, apesar de levar a conclusões meio... perigosas, se pensadas até as últimas.
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Blackus Veterano |
# mai/10 · Editado por: Blackus
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aliás, nada.
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Benjamin_the_Linus Veterano |
# mai/10
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valeu Curly naum tava conseguindo pegar no sono
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james_the_bronson Veterano |
# mai/10
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The Root Of All Evil
Porra nenhuma!!!
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