GuitarHouse Veterano |
# mai/08 · Editado por: GuitarHouse
Estava lendo um livro do Millor, Fábulas Fabulosas....essa resolvi compartilhar:
Nunca existiu , em toda a Smirna, harém mais suntuoso, nem com mais belas mulheres que o do califa El Lamourin Sahan Ibn Ifraon Ifrain Ibrain, que Alá o cubra com o lado direito do seu manto. As odaliscas de seu harém eram escolhidas pelos melhores peritos mulherengos do país , entre as mais belas circassianas, as mais meigas samarcandas , as mais gentis e educadas das dançarinas do Girá.
E assim dia após dia, através do incansável rolar dos anos , numa leseira que se confundia com a própria sabedoria oriental, o califa, nos seus fofos coxins, na penumbra azul do seu salão de orgias , contemplava, em conjunto, as dezenas e dezenas de jovens que o céu, com seus imperscrutáveis desígnios , determinara para companheiras de sua breve vida material.
De vez em quando o califa erguia levemente um braço, e então seu hábil auxiliar, Jamil, Office-boy do harém, jovem nubio de 18 anos, saía correndo para agarrar a mulher que o califa queria...contemplar mais de perto. Normalmente dava-se uma correria doida através dos salões do palácio, até que o jovem a conseguisse agarrar a trouxesse presa, manu militare, para o aconchego do seu soberano, que se divertia infinitamente com tal caçada. E assim se passavam os dias , e se passavam os anos . Velhos e sábios , conselheiros, baixando a voz, murmuravam ao ouvido do califa que, na luxuria ,a vida do homem se encurta naturalmente : a mulher é um veneno que destrói pouco a pouco a existência do mais pujante dos filhos de Alá.
Mas o califa sorria, um sorriso fino , o sorriso de quem sorveu da fonte eterna da sabedoria. E realmente morreu bastante velho, aos 122 anos, quando todos os conselheiros de há muito já dormiam tranqüilos o sono derradeiro. Seu dedicado Office-boy , esse , coitado foi o primeiro a partir. Morreu aos 28 anos , sendo logo substituído por outro que também faleceu jovem, aos 32 anos, e por outro, que morreu as 30, e por outro, e por outro e por outro, e por outro.
MORAL DA HISTORIA: MULHER NÃO FAZ MAL. O QUE FAZ MAL É CORRER ATRÁS DELAS
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