Devil Boy Veterano |
# jan/08 · Editado por: Devil Boy
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Mas, se é para zoar de "adevogado"... aí segue outro, que se aproxima bastante da realidade...
PIRÂMIDE SOCIAL DOS GRANDES ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA(de baixo para cima):
O Estagiário Novato:
A vida dele é tão miserável...
Faz turismo no Rio de Janeiro. Só pega serviços externos o dia inteiro e se ferra na faculdade. Seu conhecimento de pontos de ônibus é notável, ele é capaz de recitar, na ordem, todas as estações das linhas do Rio, Grande Rio, Niterói e adjacências.
Normalmente sobra para ele ser preposto de matéria que ele não sabe em alguma audiência; entregar documentos (que o advogado esqueceu de levar) no último andar da Trabalhista da Santa Luzia, dez minutos antes da audiência, com a fila dobrando do lado de fora e tendo que subir todos os andares de escada; e despachar petição de juntada que o burro do advogado acha que é importante, esperando somente duas horas para ser atendido por V.Exa, que olha para ele do alto de toda sua juizite como se ele fosse o cocô do cavalo do bandido.
Seu maior prazer é contar pros amigos de faculdade que está aprendendo "muito".
O Recém Efetivado:
O Estagiário mais antigo é promovido. Normalmente é o mais elegante do escritório e se acha "O" advogado, enchendo o saco dos amigos com os "causos" lá do escritório.
Despreza os estagiários e, para mostrar seu enorme status, manda os pobrezinhos de terno e gravata pretos ou azuis, para os piores buracos possíveis debaixo do sol: fóruns do interior e regionais, inclusive de Bangú, onde dá para fritar um ovo no chão; Juizado especial de São Gonçalo e de Alcântara; Justiça Federal; Varas Trabalhistas; elevadores da Fazenda Pública Estadual; Prefeitura "piranhão", tirar certidões de pesquisas de bens 5º e 6º); até busca e apreensão: o desgraçado manda o estagiário, às 6 horas da manhã, encontrar com o Oficial de Justiça, e o incumbe da funesta obrigação de dizer que o cliente não liberou aqueles trezentos reais de propina.
Tem certeza que pode fazer muito melhor o trabalho dos advogados associados. Sua grande felicidade é dizer aos novatos, com ares de experiência, que "é assim mesmo" ou "antes era pior".
A Secretária:
Essa funcionária dedicou os últimos 30 anos (entregando a sua saudosa juventude) a "servir e dar" ao Sócio Majoritário. É figura intocável no escritório, assim como as bibliotecárias boazudas que, ao completarem 26 anos, são sumariamente demitidas.
Seu maior prazer é puxar o saco dos sócios e tornar a vida de todos os outros um inferno.
O Advogado Associado:
Dá um duro danado no escritório: hora extra não remunerada, leva trabalho para o fim de semana, tem estresse, estafa, início de calvicie e impotência sexual.
Leva o trabalho pros sócios "analisarem" e assinarem tudinho. Em troca, ganha muito bem e, como perdeu os amigos, a mulher e os filhos, sobra uma puta grana.
Não tem a menor idéia do que fazer com toda a bufunfa no seu tempo livre: a hora do almoço.
Sua maior diversão é prometer passar "umas coisas" para os recém efetivados e rir das piadas infames de todos os sócios, pois o saco dos chefes é o corrimão da glória.
O Sócio Minoritário:
Misteriosamente, sempre trata o Sócio Majoritário por "Pai", "Tio" ou "Benhê".
De sobrenome idêntico ao que dá nome ao escritório, o sócio minoritário pega todos os processos que o majoritário não tem saco nem tempo pra ver, e delega tudo aos advogados associados, que, por sua vez, passam tudo prós estagiários, que:
1) claro, nunca tiveram aquela matéria;
2) nunca tiveram aquela matéria bem dada;
3) faltaram àquela aula;
4) como pensam que sabem a matéria, acham que se trata de uma verdadeira heresia jurídica.
O sócio minoritário larga o escritório às 18:00 h pra fazer as aulas da PÓS ou MBA, com o orientador arranjado pelo "papi, titio ou benhê".
Seu maior prazer é prometer todo tipo de abobrinha para os pobres advogados associados, e esperar a morte do sócio majoritário.
O Sócio Majoritário:
Sempre de bom humor, o Sócio Majoritário ganha rios de dinheiro explorando o trabalho escravo dos outros componentes da pirâmide social do escritório. Graças à sua reputação de excelente jurista, o escritório conquistou inúmeros clientes trilhardários, que mal sabem que ele só assina as petições e fica lendo jornal e fazendo contatos na sua mega sala. Passa o tempo viajando pelo mundo em "congressos" com a família e pendura todos os diplomas que ganhou pelas paredes do escritório para impressionar a moçada.
Seu maior prazer é prometer a direção do escritório aos sócios minoritários.
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