_JCM_ Veterano |
# set/07
Morreu na madrugada desta quinta-feira, o tenor italiano Luciano Pavarotti, aos 71 anos, em Modena, na Itália. A morte foi decorrência de um câncer no pâncreas. O músico havia sofrido uma cirurgia para retirada de um tumor no órgão em julho do ano passado.
O tenor havia sido internado com uma infecção pulmonar no dia 8 de agosto, no Hospital Policlínico de Modena. Ele saiu do centro médico no dia 25 do mesmo mês e vinha recebendo cuidados de uma equipe de especialistas na sua casa.
Nascido na cidade de Modena, em 12 de outubro de 1935, Pavarotti teve sua primeira experiência musical no coro de sua cidade natal, no qual cantava com seu pai. Mais tarde, junto ao coral Gioachino Rossini, foi até o País de Gales para participar de um concurso internacional de canto. Venceram, e o evento aumentou a ambição do jovem Pavarotti de se tornar tenor.
Estudou canto e conseguiu o diploma de maestro elementar. Mais tarde foi instruído por Arrigo Pola e por Ettore Campogalliani. Em 1961 venceu o prestigioso Concurso Internacional, que lhe deu a oportunidade de debutar, no mesmo ano, na ópera La Bohème, no papel do protagonista Rodolfo.
Colegas Pavarotti contracenou com os mais ilustres cantores clássicos de sua época, como Montserrat Caballé, Piero Cappuccilli, José Carreras, Plácido Domingo, Kiri Te Kanawa, Joan Sutherland, entre outros. Também foi regido por Tullio Serafin, Claudio Abbado, Leonard Bernstein, Seiji Ozawa, Zubin Mehta, Eugene Ormandy, entre muitos outros.
No decorrer de sua carreira, participou de montagens da Metropolitan Opera (Nova York), Bastille e Garnier (Paris), Deutsche Oper (Berlin), La Fenice (Veneza), Glyndebourne e Royal Opera House Covent Garden (Londres), Staatsoper (Viena) e La Scala (Milão).
Com os colegas e amigos pessoais José Carreras e Plácido Domingo, Pavarotti viajou o mundo divulgando o espetáculo Três Tenores, passando, inclusive, pelo Brasil.
Público Pavarotti se apresentou nos maiores palcos da América, Europa, Ásia, Austrália, Oriente Médio e África do Sul. Incluam-se aí o Madison Square Garden, de Nova York, e o estádio de Wembley, em Londres.
Em Londres, aliás, ocorreu uma de suas maiores apresentações, no Hyde Park, que, apesar da chuva torrencial que caía, levou 150 mil pessoas ao local, inclusive o príncipe e a princesa de Gales e o primeiro ministro britânico.
Em junho de 1993, cantou para quase meio milhão de pessoas presentes a seu show no Central Park, em Nova York. Um concerto seu sob a torre Eiffel, em Paris, foi aplaudido por quase 300 mil pessoas, que puderam acompanhar o concerto via satélite.
Obras Pavarotti será sempre recordado pelos papéis principais que interpretou nos grandes clássicos da ópera mundial. Fez Aida, La Traviata, Madame Butterfly, Tosca, Pagliacci, Il Trovatore, Turandot, Baile de Máscaras, O Elixir do Amor, entre outros.
Suas gravações dessas óperas estão entre as mais vendidas, inclusive Otelo, Andrea Chenier, Mary Stuart, Mefistófeles, Macbeth, Guilherme Tell e uma infinidade de obras, que fazem a carreira do tenor se confundir com a história da música clássica.
Seu álbum Pavarotti Essencial foi o primeiro disco clássico a alcançar o topo da parada pop britânica, ficando em primeiro lugar por cinco semanas.
Pavarotti & Friends O tenor italiano sempre teve uma grande paixão por cavalos. Sendo um especialista no setor, Pavarotti organizou um circuito internacional de salto de obstáculos, chamado Pavarotti International.
O campeonato, no entanto, originou um concerto beneficente, chamado Pavarotti & Friends, que completou sua décima edição em 27 de maio de 2003. Editado em CD, os concertos lançaram sucessos como Miss Sarajevo, que o tenor cantou com a banda irlandesa U2.
Não foi apenas Bono que dividiu o palco, sempre montado na cidade de Modena, com Pavarotti. Cantaram com ele grandes nomes do rock, pop e jazz, como Mariah Carey, Tracy Chapman, Eric Clapton, Joe Cocker, The Corrs, Lucio Dalla, Celine Dion, Elton John, The Eurythmics, Grace Jones, Ricky Martin, Spice Girls, Liza Minnelli, George Michael, Elton John, Lionel Ritchie, Sting, Barry White, Stevie Wonder, Sheryl Crow e até com BB King.
A renda desse projeto arrecadou diversos milhões de dólares que foram usados para financiar projetos sócio-educativos na Bósnia, Camboja, Kosovo, Guatemala, Libéria, Tibet, sem falar no tocante a refugiados afegãos no Paquistão e angolanos em Zâmbia. Só em 2003, arrecadou US$ 2 milhões usados em ajuda humanitária aos iraquianos, vítimas da guerra.
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