thecreamofclapton Veterano |
# jul/07
Tirei isso da página do UOL:
Continuando com os interessantes gastos feitos pelos órgãos federais, o Carrinho de Compras selecionado hoje pelo Contas Abertas, que mais parece um carrinho de obras, traz algumas reservas orçamentárias (notas de empenhos) para lá de intrigantes. Veja o Senado Federal, por exemplo. A Casa comprometeu em orçamento incríveis R$ 485,1 mil para reformar um único apartamento em Brasília, de propriedade do órgão. Como se não bastasse, o Senado também reservou R$ 41,5 mil para o tratamento dentário do ex-senador alagoano Divaldo Suruagy. Mas que exagero, hein?! O valor é quase o equivalente a compra de dois carros populares zero quilômetro.
Ainda sobre gastos em consultórios odontológicos, o Senado emitiu uma nota no valor de R$ 12,2 mil para pagar o tratamento da região bucal da senhora Weslian Roriz, mulher do senador Joaquim Roriz. Isso porque a ex-primeira dama do Distrito Federal é dependente do parlamentar. O Contas Abertas entrou em contato com o órgão para saber se existe um sistema de convênio médico exclusivo para os parlamentares e como funciona. Mas até o fechamento da matéria, não houve resposta.
Quanto à verdadeira obra prima no imóvel do Senado, localizado em uma quadra onde muitos senadores residem na capital federal, há de se questionar. Que apartamento é esse em que uma reforma custa quase meio milhão de reais? Com toda essa quantia, oriunda do bolso do contribuinte brasileiro, não seria mais prático e econômico comprar outro? Enfim... A grande premiada responsável pelo serviço foi a Lima Engenharia LTDA.
Para mobiliar as residências oficiais do Senado não podia faltar dinheiro também para a aquisição de móveis. O órgão liberou em orçamento R$ 405 mil, por meio de pregão, para as supercompras. Além disso, foram reservados R$ 13,1 mil pela contratação de uma empresa para reformar o gabinete 19, que pertence ao senador Expedito Júnior (PR-RO). E o Senado não parou por aí. Foram emitidas várias notas de empenho, desde o ano passado, no valor total de pelo menos R$ 140 mil, para o senhor Elias Lyra Brandão gastar com “material de consumo”. É exatamente essa a descrição da documentação no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).
Outro que parece apreciar esse tipo de consumo é Pedro Augusto Gomes Roriz. Isso é o que indica os R$ 40 mil, só este ano, das notas emitidas pela Câmara Federal destinadas a ele para pagar despesas com material de consumo. Ano passado também teve, e não foi pouco. Foram R$ 64 mil para o pagamento dos mesmos serviços. Incrível... Como gostam de consumir esses cidadãos.
Já no Poder Judiciário, destaque para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que empenhou R$ 4,1 mil para a aquisição de uma única poltrona giratória para ser usada no gabinete da ministra Maria Thereza de Assis Moura. Quanto conforto... O ministro Napoleão Nunes Maia Filho também quis fazer um “ajuste” em seu gabinete. Foram reservados pelo STJ R$ 1,2 mil para a aplicação de sinteco em aproximadamente 40 metros quadrados no piso de tábua de madeira em sua sala.
Agora, a Presidência da República continua na mesma. Vive reservando dinheiro para comprar móveis. Esta semana foram comprometidos R$ 34,7 mil para a aquisição de oito mesas, sendo duas de jantar, 10 cadeiras de madeira, quatro sofás, quatro poltronas “estilo nobre”, cada uma por cerca de R$ 1,5 mil, dois pufes (daqueles mesmos gostosos de sentar) com “cintas elásticas” e uma estante rack. Clique aqui para ver todas as notas de empenho citadas na matéria.
*Todo fim de semana o Contas Abertas publica a coluna Carrinho de Compras, que traz reservas de recursos feitas por órgãos da União em orçamento para as compras mais curiosas. Vale ressaltar que não existe nenhuma ilegalidade nem irregularidade nesse tipo de compra feita pelo governo e que tais quantias gastas com certeza não resolveriam os problemas do Brasil. A intenção de publicar essas aquisições é popularizar a discussão sobre os gastos públicos junto ao cidadão comum, a fim de aumentar a transparência e o controle social, e mostrar que a Administração Pública também possui, além de contas complexas, compras curiosas.
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