Resenhas mal-criadas

Autor Mensagem
maggie
Veterana
# abr/06


Galera, tenho lido várias resenhas mal-criadas sobre os mais diversos artistas.

Vou postar no OT porque aqui não vão levar tão a sério -- e não é pra ser sério mesmo (mas não avacalhem).

O legal é que os "colunistas" descem a lenha sem dó nem piedade! hehe
Confiram algumas e postem mais.

maggie
Veterana
# abr/06
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Franz Ferdinand | You Could Have It So Much Better... [Sony]

Um disco que é exatamente metade daquilo que dizem ser. Pode-se dizer que ele perde em comparação com o álbum anterior da banda -- mas eu prefiro dizer que ele perde mesmo sem ser comparado com porra nenhuma. Metade das faixas aqui não têm pegada, inspiração ou a malemolência necessária para fazer um bom disco de rockzinho; desses aí que dizem ser o que comanda agora -- é, dessas bostas tipo Arctic Monkeys e Babyshambles.

O que pega aqui é que You Could Have It So Much Better... tem todo o potencial para enganar o consumidor: single bom ["Do You Want To"], primeira faixa ótima ["The Fallen"], uma canção na medida para virar maior hit da banda e que é realmente fodida na lança ["Walk Away"] e umas letras engraçadinhas que, de longe assim, parecem inteligentes. Pelo lado oposto, o que pega é que ouvindo, em sequência, faixas como "This Boy", "Evil And A Heathen", "Well That Was Easy", "What You Meant", "I'm Your Villain" e "You Could Have It So Much Better" a mediocridade toma proporções assustadoras.

Nenhuma delas, eu disse ABSOLUTAMENTE NENHUMA DELAS, tem sequer um riff marcante, um bom refrão, um baixo doentio que faça teu pé se levantar ou, vá lá, um versinho que se salve. É tudo uma bosta, mas nada comparável ao nível abissal que eles alcançam em "Fade Together", uma balada constrangedora, desnecessária e que só passa quase como "legalzinha" porque a linha de baixo que vem na faixa seguinte, "Outsiders", fecha o disco até que com um certo estilo, apesar do cara estar cantando que "There's been some change/ But we're still outsiders".

Sei lá como estão as coisas hoje em dia, mas há um tempo atrás um cuzão que considerasse normal querer se justificar para uma cambada de indies cantando isso seria motivo de risadas. Nota 4.

Deji
Veterano
# abr/06
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hum

maggie
Veterana
# abr/06
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Ana & Jorge

Dificilmente alguém será capaz de bater em matéria de equívoco musical a idéia de unir em um único disco Ana Carolina e Seu Jorge. O resultado dessa idéia de jerico é uma bobagem musical. Não chega a ser uma tragédia, pois ambos artistas não têm talento para tanto.

Claro que algum gaiato há de argumentar que a ZeroZen está debochando de um ícone uma geração. Sim, como se sabe, a cantora Ana Carolina foi alçada ao posto de ídolo das multidões pela Revista Veja. Com certeza, as lojas estão atrolhadas de ávidos fãs em busca do novo CD da cantora. Até o final do ano ela já deve ter ganho o Grammy latino...

De qualquer maneira, por uma obrigação profissional, é preciso falar sobre a qualidade musical de Ana & Jorge. Pena que isso não exista. O cd é tão chato quanto extrair um dente siso. A música de trabalho É Isso Aí (The Blower´s Daughter) é uma versão para uma canção escrita por Damien Rice para a trilha sonora do filme Closer - Perto Demais.

O resultado é absurdamente constrangedor. Parece com as letras traduzidas do antigo programa Os Piores Clipes do Mundo apresentado pelo Marcos Mion na MTV. O resto do CD tenta buscar uma linha mais crítica e contestadora como Brasil Corrupção escrita pelo Tom Zé. Porém, música de protesto não é o forte de ambos os artistas.

Ana & Jorge é a prova decisiva de que a MPB está morta e enterrada. Não há um vestígio de criatividade no álbum. Ao contrário, existe uma tentativa irritante de repetir os passos de medalhões como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil. A impressão que se tem é que Ana Carolina acabou por acreditar na revista Veja. Só podia dar no que deu...

maggie
Veterana
# abr/06
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Massacration - Gates of Metal Fried Chicken of Death

Claro que você já percebeu que o Massacration é o Mamonas Assassinas do heavy metal. O grupo foi criado no programa humorístico da MTV Brasil, Hermes e Renato. O quadro fez sucesso e obteve proporções inesperadas. Tanto que a banda de mentira acabou realizando um disco de verdade: Gates of Metal Fried Chicken of Death produzido, inclusive, pelo VJ João Gordo.

Desde o início fica claro que Detonator (Bruno Sutter, Vocal), Blondie Hammet (Fausto Fanti, Guitarra Solo), Headmaster (Adriano Pereira, Guitarra Base),Metal Avenger (Marco Antônio Silva, Baixo), Jimmy, The Hammer (Felipe Torres, Bateria) estão tirando um sarro do Heavy Metal. O disco contém momentos de esculhambação pura.

Na faixa The God Master o falecido comediante Costinha conta piadas sobre um solo de guitarra. Metal Glu Glu dá um jeito de ressuscitar o Sérgio Mallandro. Evil Papagali e Lets Ride To Metal Land (The Passage Is R$1,00) são infames até dizer chega.

O Massacration é uma picaretagem que se assume como tal. Por isso, é difícil criticar alguém que abertamente quer tirar dinheiro de metaleiros desavisados. Porém, o grupo com sua imensa cara-de-pau levanta uma questão interessante e atual.

De acordo com os próprios integrantes do Massacration, as maiores influências da banda são Manowar e Angra. Bem, o problema é que um disco fuleiro eles conseguiram resultados bem melhores do que os grupos que resolveram copiar (ou clonar, como está na moda).

O disco do Massacration é ruim, mas serve para provar que existe algo de muito errado na cena metal. Quando o xerox é melhor do que o original talvez seja a hora de os metaleiros começarem a pensar em evoluir. Ou seja, se a frase preferida Massacration fosse seguida à risca: "morte a todos aqueles que tocam falso metal", não sobrava muita gente nesse estilo de música...

maggie
Veterana
# abr/06
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Foo Fighters - In Your Honor

Dave Grohl parecia ser o integrante mais esperto do Nirvana. O baterista mostrou que tinha um talento para ganhar dinheiro, ao contrário de seus fracassados colegas de banda. Tanto que criou o Foo Figthers, grupo que ficou milionário com seus rocks grudentos e medíocres.

Porém, Grohl resolveu fazer o que não sabe. Ou seja, rock de verdade. O CD anterior One by One foi uma tentativa de emular o Queen of Stone Age. Não deu certo. O ex-baterista do Nirvana ainda gravou um CD de heavy metal usando nome de Probot. Obviamente a coisa não funcionou de novo.

Dave Grohl ainda aproveitou para tocar bateria em grupos como Nine Inch Nails, Garbage e Killing Joke. O resultado das más companhias só poderia ser uma forte confusão mental. O surto psicótico de Grohl acabou criando In Your Honor.

O novo cd do Foo Figthers é duplo. Um disco é pesado (ou tão pesado como a banda de Dave Grohl pode soar) e o outro é, acredite quem quiser, acústico. Inclusive a cantora Norah Jones participa em uma das faixas. O saldo final de In Your Honor é bizarro.

No primeiro disco, a decadência do som do Foo Figthers é evidente. Dave Grohl tem raros momentos de inspiração como End Over End ou Best of You. Porém, no CD acústico a coisa desanda de maneira brutal. Parece que o ex-baterista do Nirvana estava pensando em tocar bossa nova.

O acústico é um verdadeiro convite ao sono e ao tédio mais profundo. Duas músicas se salvam da mediocridade geral: Virgina Moon e Cold Day In The Sun. Fora isso, é um tremendo desperdício de tempo e dinheiro.

Portanto, não há sentido em comprar um álbum duplo onde somente um disco pode ser capaz de agradar o mais ferrenho fã da banda. A não ser, claro, que você esteja pensando em agradar o seu pai. Por que, se for este o caso, compre o CD e dê o disco acústico para o seu velho escutar. Ele vai acabar achando que o rock do novo milênio é "batuta" e "supimpa".

Pete Magrelo
Veterano
# abr/06
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essa resenha do franz foi feita por algum metaleiro safado brincalhão, quanta bosta

maggie
Veterana
# abr/06
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System Of A Down | Mesmerize [Sony / BMG]

Cadê o meu metal? -- OU Os sobrinhos da Aracy Balabanian

Num modo etimológico, o rótulo "new metal" tinha tudo a ver. Bandas de heavy metal desassociadas daquele modelo vigente e estereotipado do estilo, seja de qual tipo fosse. Mas o que ninguém conta quando cria um rótulo, é que ele também se torna um estereotipo -- e bem rápido. Em se tratando de "new metal", as coisas saíram de controle mais rápido. Após o serviço bem feito de Korn e Deftones -- porque eles faziam heavy metal, afinal --, este novo estilo tornou-se um amálgama com todo tipo de aberração pré-púbere americana. Os Linkin Park pareciam [e ainda parecem] uma boy-band que preferiu ter raiva do mundo. Limp Bizkit é exatamente o que definiu aquela música do Anal Cunt: "Limp Bizkit Think They're Black, But They're Just Gay". E os Slipknot, apesar da frescuragem das máscaras, apesar dum primeiro álbum estereotipado e ruim, hoje em dia se sobressaem -- elogiados, inclusive, pelo Kerry King, o que obviamente os dá total credibilidade nas ruas.

(...)


Com uma manha aguçada, três anos depois a banda evoluiu o que tinha de bom no debut, varreu todo o descartável pra debaixo do tapete, e ainda aprimorou o conteúdo headbanger. Lançado em 2001, Toxicity segue sendo o segundo melhor disco de metal desta década [obviamente que o melhor é God Hate Us All dos nada-datados-apesar-de-tudo do Slayer]. Aliado a avalanche de riffs furiosos -- e todo resto embutido no thrash/hardcore --, um punhado de excelentes refrães, e, sobretudo, mais preocupação melódica do que técnica ["heavy metal melódico" é lixo puro justamente por priorizar a técnica, e não as melodias]. Só que depois de Toxicity, e o status de ser uma das cinco bandas mais importantes de hoje, alguma postura decisiva -- musical, ou não -- os caras teriam de tomar [Steal This Album, disco de lados B lançado no meio tempo, não conta nesta decisão]. Produzir um disco igual e encher o cu de dinheiro -- até que não seria ruim --, ou ambicionar a "evolução" musical. Em Mesmerize, não tenha a menor dúvida, eles apostaram as fichas em suas capacidades. O que eles não imaginavam, é que isso transformou o terceiro álbum num Jogo Dos 7 Erros.

Talvez existam acertos em Mesmerize. Mas o Jogo Dos 7 Acertos ainda não foi inventado.

Nota: 2,5.

maggie
Veterana
# abr/06
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A verdade está lá fora: aqui e aqui.

angus junior 2
Veterano
# abr/06
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essa resenha do franz foi feita por algum metaleiro safado brincalhão, quanta bosta

Deji
Veterano
# abr/06
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mas ta ruim mesmo o novo disco do franz

maggie
Veterana
# abr/06
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Pete Magrelo
essa resenha do franz foi feita por algum metaleiro safado brincalhão, quanta bosta
veja que no primeiro post eu deixei bem claro que os caras sentam a lenha MESMO.
=)

Rafael Walkabout
Veterano
# abr/06
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Hahahha independentemente se concordo ou não, achei legal hahaha principalmente a do Franz Fernidand.

Quito
Veterano
# abr/06
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hahahaha
eu curto franz ferdinand

Julia Hardy
Veterano
# abr/06
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Megadeth - Rude Awakening

"Quem conhece o Megadeth sabe que a banda faz o mais convencional heavy metal farofa, típico dos anos 80, sem criatividade, com riffs de guitarra repetitivos, vocal tipo "mamãe, sou mau" (lembra até um pouco o Charlie Brown Jr.) e solos que impressionam apenas adolescentes acéfalos. E para quem não conhece os caras, um recado: vá ouvir os clássicos do Iron Maiden ou do Black Sabbath, evite essa porcaria.

Mas... falar o quê de um disco ao vivo de uma banda dessas?... Nada foge do padrão Megadeth de (baixa) qualidade. Logo no início de "Bread And The Fugitive Mind", um recadinho todo singelo do Mustaine: "Let me introduce myself / I'm a social disease". Ai meu Deus, que mêda! Vamos internar o sujeito, então. "Wake Up Dead" é chata, com solos intermináveis de bateria e guitarra que torram a paciência, é muito preciosismo pro meu gosto. Já bocejaram ouvindo música alta e barulhenta? Pois é, o Megadeth provoca justamente esse efeito.

E tem tanta podreira que é uma tarefa franciscana ouvir este disco por completo. Quer dizer: os DOIS discos!!! Álbum duplo, sofrimento duplo. "Angry Again" ressalta bem o espírito do ouvinte que se dispõe a encarar essa empreitada. "She Wolf" tem oito minutos de vozinha de mau, riffs chatos, solos bobocas... E é impressionante como tudo é praticamente igual no disco. Quem ouviu uma música, ouviu todas. Pra economizar a paciência, vale ouvir o gran finale com "Holy Wars" - nove minutos que não acabam nunca, final apoteótico pra emocionar os fãs e tudo o mais, com uma marchinha e uns trompetes... Ah, só uma coisinha: o álbum é dedicado às vítimas do 11 de setembro. Não preciso dizer mais nada, preciso?"

Quito
Veterano
# abr/06
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Quem conhece o Megadeth sabe que a banda faz o mais convencional heavy metal farofa
aheuaheuaheua

Julia Hardy
Veterano
# abr/06
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Quito

vai dar briga.huauhua

Mera
Veterano
# abr/06
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vocal tipo "mamãe, sou mau" (lembra até um pouco o Charlie Brown Jr.)

Eu não li isso.

Rafael Walkabout
Veterano
# abr/06
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e solos que impressionam apenas adolescentes acéfalos.
HUAhuuahuhuahuahuhuua

Quito
Veterano
# abr/06
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nunca ouvi megadeth, portanto nao tenho opinião formada.

squee
Veterano
# abr/06
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vocal tipo "mamãe, sou mau" (lembra até um pouco o Charlie Brown Jr.)

um recadinho todo singelo do Mustaine: "Let me introduce myself / I'm a social disease". Ai meu Deus, que mêda!
ahiouahiua engraçadão

marc.cr
Veterano
# abr/06
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Quito
Ouva, pois é bom.

Julia Hardy
Veterano
# abr/06
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Caetano Veloso
Noites do Norte

Aí está, eis o novo disco de Caetano Veloso nas paradas!! A emoção de ouvi-lo é a mesma de poder comparecer à volta "triunfal" de Axl Rose no Rock in Rio - Por um mundo melhor. Caê vem com um disco recheado de referências ao povo negro e à luta pela abolição da escravidão, ou seja: mais um disco cabeça que nos fará refletir sobre nossa sociedade desigual e injusta (as lágrimas correm pelos meus olhos neste exato momento).

A primeira música do disco já dá a entender que o ícone da nossa MPB inteligente não quer mesmo é ser entendido: o que Caê quer (até hoje?) é chocar as pessoas, de tanta inteligência que emana de sua aura. "Zera a Reza" tem uma letra hermética e engajada: "Vela leva a seta tesa / rema na maré / rima mira a terça certa / e Zera a reza". É, ao mesmo tempo, o sagrado e o profano juntos, num emaranhado que só ele poderia conseguir fazer com tanta perfeição. A faixa título é nada mais nada menos que um texto do abolicionista Joaquim Nabuco musicado por Caê - melhor impossível, não? O ritmo da música é daqueles perfeitos para noites em que o sono não vem de jeito nenhum: coloque "Noites do Norte" e zzzzzz, bons sonhos.

Moreno Veloso é uma figura marcante neste novo álbum do baianinho. O filho de peixe realmente é peixinho e ainda multi-instrumentista: toca conga, pandeiro, guitarra, cello, bumbo, surdo e faca (como assim?), e ajuda sobremaneira no resultado final, é figura primordial na concepção da obra. "Rock'n Raul" é um típico rock caetânico em homenagem a Raul Seixas (que deve estar dando pulos no túmulo), o refrão choca: "Rock'n me, rock'n you, rock'n roll, rock'n Raul". Outras partes da música não ficam para trás, como a frase de pára-choque de caminhão "Uma vontade fela-da-puta de ser americano" (uau!!).

Até música em italiano rola no disco: "Michelangelo Antonioni" é o sumo da breguice cabeça a la Renato Russo. A voz de Caê pode ser fatal (letal, mortal) nesta faixa, cuidado se você for muito sensível. Em "Cobra Coral", a participação de Zélia Duncan (aquela amiga de infância de Dinho Ouro Preto) e Lulu Santos (o tio do Gabriel, o Pensador) é perfeita, eles fazem um coro que nem dá para perceber, mas o que vale é participar do disco do gênio. Já "Sou seu Sabiá" foi feita para Marisa Monte sob medida, e é muito parecida com as outras músicas do disco. Na verdade, todas as faixas são iguais, chega de frescura!!! Para encerrar, uma bossinha-nova (ou será bossa-novinha de encardir?), uma canção sobre um drama íntimo amoroso do moço: "Tempestades Solares" fecha com chave de ouro um disco chato, repetitivo e o pior: cabeça, muito cabeça.

Abacaxi Atômico

Julia Hardy
Veterano
# abr/06
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Pearl Jam - Binaural

A arte de fazer música para vender encartes
Pearl Jam plageia Legião Urbana ao fazer Mais do Mesmo em novo Encarte-CD

Era uma vez um frentista de posto. Meio pirado, enchia os tanques cantando. Aí uns malucos da mesma cidade tinham uma banda com um nome mais insano ainda, Temple of the Dog. Depois que o vocalista partiu para o andar de cima, a banda acabou e o pessoal dispersou para outras bandas. O tio do posto conseguiu vaga em uma delas e deu no que deu...

Da turma de Seattle, o Pearl Jam sempre foi o mais queridinho da mídia depois da morte do Kurt Cobain. Apesar de toda birra, processos contra a Ticketmaster, viagens de não fazer clips (deram a volta por cima copiando The Wall em Do the Evolution) e dar poucas entrevistas, a mística do grupo seduz os jovens. Talvez por tolice.

O Pi Jama está como o rock de Seattle, morto. Desde Nirvana - Foo Fighters não conta, o David Grohl não passa de um espertalhão -, passando pela dupla Soundgarden e Mudhoney - que prestavam, e muito - e fechando com o Queensrÿche - outrora orgulho e hoje vergonha do metal. Talvez os mortos na Dinamarca queriam avisar para a banda que o fim está próximo e que eles são zumbis.

Parece que todo potencial da banda foi gasto na brilhante estréia, com Ten. Ao ouvir Binaural, o novo disco, a primeira palavra que você lembra é saudade. Sim, a magia foi para o espaço. Nem o aprendizado com as sobras do Doors em alguns shows e a excelente dupla CD/EP Mirrorball/Merkinball com Neil Young fez efeito.

A banda soa insossa, arrastada, morta. Matt Cameron tenta dar pique ao som, acostumado com a qualidade do Soundgarden. Mas no meio do caminho tinha uma pedra, tinha um Eddie Vedder no meio do caminho. O menino maluquinho do rock canta com aquela voz de bêbado irritante, sem entender nada.

Breakerfall é o retrato disso. Há um pique de entrada, parece que o Pi Jama está jovem e vem com tudo. Aí o vampiro Vedder puxa o freio e estraga tudo. God's Dice é a única interessante do disco, parece que a banda se acha - mas logo perde o caminho, a direção na Long Road, para citar, talvez, a última boa música de Vedder. Light Years mostra que infelizmente foi só um susto e o disco poderia ser do Sepultura, porque é morto. Rival sintetiza tudo. Bêbada, sem direção, chata. Infelizmente o Pi Jama não é mais o mesmo, apesar de continuar fazendo mais do mesmo desde Vs. A música do Pearl Jam ficou igual a iogurte diet: diz para agitar na embalagem, você agita, mexe, espera um doce sabor, mas acaba com gosto de nada. Em Soon Forget, Vedder quer ser Bob Dylan. Mas ele acaba sendo chato como Dylan. A música merece ser soon forget mesmo.

Apesar da decadência no som, cada vez mais as embalagens dos discos estão melhores. Tudo começou com a fenomenal arte de Vitalogy. No Code também inovou com as polaróides, Yield era bonito - boa a sacada do recorte na capa - e Live on Two Legs não fugiu do formato digipack. Binaural conta com fotos do espaço bem trabalhadas e espalhadas pela embalagem do CD e encarte. Aí você pega o disco e pensa "legal, dentro devem ter escrito as letras também de forma bonita". Capaz. Está tudo batido à máquina de escrever. É irônico e hilário, tudo moderno no encarte e embalagem para ter escrita arcaica depois. Olha, não duvidem que a banda lance um DVD algum dia e o embale em folhas de caderno. Maluco Vedder é.

É cômico lembrar que a música que mais vendeu da banda, Soldier of Love, é um cover e não existe nos álbuns. Isso indica que alguma coisa está errada com o grupo. Quem quiser qualidade, infelizmente deve ficar com Ten, Mirrorball e Merkinball. A banda depois não fez mais nada de qualidade, exceto Do the Evolution. Binaural é um disco para fãs, ainda mais que agora será preciso pagar indenização para as famílias dos jovens.. Infelizmente, música de qualidade da geração do Pearl Jam está relegada ao passado. Duas boas dicas são a coletânea We Care a Lot, do Faith no More, e A-Sides, Soundgarden - série Millenium. Da atualidade, valem o disco solo de Chris Cornell - pena que não recebeu o devido destaque - e The Battle of Los Angeles do Rage Against The Machine. O resto é silêncio...

Julia Hardy
Veterano
# abr/06
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:)

Doctor Robert
Veterano
# abr/06
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Racionais MC's

A banda Racionais Mc's é um dos grandes sucessos mercadológicos do ano, desafiando o sistema e sem qualquer divulgação do seu cd, Sobrevivendo no Inferno, chegou a impressionante marca de mais de 500 mil cópias vendidas. Tudo isso seria muito bonito se a mesma mídia que se derreteu em críticas elogiosas ao Racionais estivesse mesmo dizendo a verdade.

De fato, analisar os racionais como um fenômeno puramente racial é a mais rematada bobagem. É como dizer que os negros, e principalmente os negros brasileiros, só escutam rap. Honestamente não é possível levar uma teoria dessas a sério. Os Racionais Mc's transcederam o rótulo de banda de periferia, embora ardilosamente se utilizem deste esquema para vender mais.

Vamos aos fatos: os Racionais Mc's acabaram se tornando um sucesso retumbante graças aos mesmo playboys que insistem em criticar. Nada mais fácil do que achar um bundinha da alta sociedade escutando um cd do Racionais dentro do seu carro importado. Ora, como chamar de alternativa uma banda que permaneceu por várias semanas liderando o Top 20 Brasil da MTV?

Ninguém vai convencer esta revista de que a periferia ou a favela, que os Racionais afirmam ser o seu público preferencial, está repleta de anteninhas UHF. Malandragem, dá um tempo. Se periferia é periferia; malandro é malandro e mané é mané. A ZeroZen fecha com Bezerra da Silva que é muito mais autêntico que qualquer pseudo-crítica feita pelos Racionais.

Quase todas as letras de Sobrevivendo no Inferno são quilométricas e chatas. É um verdadeiro rosário de misérias do tipo: "coitadinhos de nós, a gente sofremo demais". É difícil destacar qual é a pior por que, nesse sentido o disco é muito homogêneo. Ou seja, todas são ruins.

A única coisa que Sobrevivendo no Inferno prova é que racismo – embora às avessas – também faz sucesso. Porém é como ensina o mestre Raul Seixas em Eu também quero reclamar: "mas é que se agora pra fazer sucesso/pra vender disco de protesto/todo mundo tem de reclamar/eu vou tirar meu pé da estrada/e vou entrar também nessa jogada/e vamô vê quem é que vai guentar/por que eu foi o primeiro/e já passou tanto janeiro/mas se todos gostam eu vou voltar".

E fim de papo

Philipius
Veterano
# abr/06
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Interessantes resenhas. hehehe

Anal Cunt
Até onde sei, banda muito preza. hahaha

Doctor Robert
Veterano
# abr/06
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Dream Theater - Six Degrees Of Inner Turbulence

Pense rápido. Existe algo mais chato do que o rock progressivo? Claro que sim. A resposta chama-se Dream Theater. O nono trabalho da banda consegue superar todos os recordes da chatice universal. A resenha sobre o disco era para ter saído no mês passado, mas é impossível escutar o álbum duplo Six Degrees Of Inner Turbulence sem dormir. É o tipo de música que você começa a escutar na sexta-feira e na segunda de manhã o cd ainda não chegou ao fim.
Para tornar tudo mais indigesto Six Degrees Of Inner Turbulence é um disco conceitual. Acredite se quiser! Esta verdadeira praga, o atestado de mau gosto do rock foi ressuscitado pelo Dream Theater. Sentiu um certo cheiro de naftalina? Pois é exatamente o que parece. A banda não pode soar mais anacrônica, ultrapassada e obsoleta.

A mistura de heavy metal com progressivo, a qual se dá às vezes o nome de metal melódico, da banda já tinha se revelado um equívoco nos discos anteriores. Eram chatos até o limite do insuportável, mas, em sua defesa, se podia argumentar que conseguiam manter sua megalomania e egocentrismo sobre controle. Nada disso ocorre em Six Degrees Of Inner Turbulence que somados os dois cds chegar a durar excruciantes 90 minutos.

Aliás, a faixa que dá nome ao cd ocupa todo um disco. Dura 42 minutos!! E é dividida em oito partes. Para acabar com qualquer possibilidade de salvação, uma das músicas a brega About To Crash chega a ter reprise em um manjado truque do rock progressivo. Um verdadeiro convite ao tédio absoluto. Uma espécie de buraco negro de criatividade.

Vale dizer que na discografia da banda constam verdadeiros atentados fonográficos como Metropolis Pt 2 e Images and Words. Provavelmente o que de mais chato a música já produziu em todos os tempos. Em Six Degrees Of Inner Turbulence, o mais próximo de rock que a banda consegue está na faixa The Glass Prison. Mas é muito pouco para justificar o fanatismo bizarro que paira sobre o grupo.

Claro que os fãs do Dream Theater vão usar a velha cantilena dos amantes do progressivo. Ou seja, as músicas são um pé-no-saco, mas os músicos são geniais. Fala sério. Como diria o Joey Ramone quem gosta de solo é minhoca...

Paulo Pinheiro

Dogs2
Veterano
# abr/06
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Doctor Robert
haeueaheau, essa do DT tá massa

bruno_san
Veterano
# abr/06
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maggie

hmm, acho que uma vez eu citei esse site aqui
ou não
mas eles descem o pau mesmo
independente de quem seja heuheuheuhuuhe

joenha plus (y)

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