ServeTheServants Melhor arranjo Prêmio FCC violão 2008 |
# out/05
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Ehehe, eu tenho um texto para todo tipo de sentimento ruim :D
Usei de toda a minha força, para manter os problemas
À uma distância segura, de onde eu pudesse segurar
E eu me transformei nos meus sonhos, um lugar seguro
Onde eu sei que ninguem poderia me magoar, sequer entrar
E tudo aqui é morto e enterrado, isto é um fato
Algumas coisas que são ditas, não podem ser concertadas
Mas você não disse nada de errado, você sequer se importava
Não tente ler minha mente, ou saber sobre meus sentimentos
Isso não vai levar você à lugar algum
Dentre tantos outros, você sabe, eu sou apenas mais um
Eu te vi com o amores eternos, mais de uma vez
Houveram tantos outros de mim, porque devo me importar com vocÊ?
Quando você achar que ele está te chateando
É quando ele vai começar a te adorar
E enquanto você estiver comigo, eu vou tambem estar
Guardando o lugar do próximo até você me descartar
Uma história mórbida seguindo os seus passos
Que se transforma na maior mentira que você já carregou
Como uma canção que você adora, algumas palavras bonitas
Que as vezes ecoam na sua memória
E um falso amanhã brilhante limpa as manchas desse presente
Coletando erros atrás de erros
Apenas para refaze-los
Eu gosto da maneira que você é para mim agora
Como um livro aberto
Eu não sei como falar, eu não sei como te ajudar
Eu apenas... vou ficar por perto
Guardando o lugar do próximo até você me descartar
Jesus Dum Dum - www.thiago.flogbrasil.terra.com.br
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Mah Pezzoa Veterano |
# out/05
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Rapidinha ou Sexo Feito às Pressas ou o que for Melhor em Cada Situação
Carlos Canhameiro
Quarto escuro. Ela geme baixo. Ele não.
– Eu vou gozar... Caralho. Vou gozar. Isso, mexe que eu vou gozar... Ah, vou gozar...
– Anda logo... Fica só na promessa. Não percebe que já estou ficando seca.
– Gozei. Que alívio, não?
– É só um punhado de esperma, João Carlos, não o acontecimento do ano.
O escuro é ferido: o isqueiro acende o cigarro. Ele não foge a regra, fuma depois do sexo, única prova de que ainda está aceso. Infelizmente, o cigarro não deixa sua boca totalmente ocupada.
– Você gozou?
– Antes você não precisava perguntar...
– Antes você demonstrava melhor.
– Demonstrava não, fingia.
O restante do escuro é desfeito com a luz do abajur. Ele, mão no interruptor e cara de otário.
– Como é que é?
– João Carlos, não me venha com essa cara de novidade. Eu fingia... Toda mulher finge no começo. Hoje gozei três vezes, quietinha, sem escândalo... Tem umas que fingem a vida inteira.
– Que alívio! Sou um felizardo então?
– De certa forma, é sim!
– Vou começar a fingir orgasmos a partir de hoje.
– Homem não sabe fazer isso...
– Não?
Arrebatado por Baco, ele finge um orgasmo tão perfeito e igual ao primeiro da noite. Caras, bocas, gemidos. Tudo presente, menos o esperma.
– Estou surpresa...
– Viu?
– Ok. Estamos quites! Vamos dormir? Já cumprimos com nossa obrigação de casados...
– Obrigação?!
– Onde foi parar o senso de humor?
– Por que vocês fingem?
– Porque vocês não sabem fazer a gente gozar... E para não ficar com a dita cuja toda assada, é melhor fingir e deixar o caminho livre para vocês gozarem.
– Fico feliz de ter nascido homem.
– Eu que o diga!
– Vamos mais uma?
– Tô seca...
Ele, com o cigarro apagado no cinzeiro, mostra a língua, um tanto quanto... Amarela.
– Nasci com lubrificante embutido!
– Não ficou nada seu aqui dentro?
– É meu, não tem problema...
– Então vem, mas faça o favor de não confundir o meu clitóris com um sorvete de limão...
– Azedo...
O escuro volta a cobrir o quarto. Há certas cenas que nunca deveriam ser reveladas. Ela geme, um pouco mais alto.
– Mais para cima... Aí... Não pára... Não ouse parar...
O escuro permanece e o ambiente é ferido novamente, não por luz e sim pelos sons dos vizinhos.
– Me come, seu filho da puta.
– Fica de quatro, piranha. Isso, vou te foder inteira!
Agora sim, abajur aceso. Os dois sentados na cama. Atentos à peça radiofônica encenada pelo casal no quarto ao lado.
– Me bate. Isso... Mais... Me fode, filho da puta.
– Cala boca, vou gozar na sua boceta. Vou encher ela de porra...
– Goza, vem junto que eu também vou gozar. Mete. Vou gozar...
– Tô gozando, vagabunda.
Pode-se afirmar, sem pestanejar, que os vizinhos haviam gozado juntos. Os do outro lado, estupefatos, tentam disfarçar o estado um para outro. Ele nunca consegue ficar em silêncio.
– Vizinhos novos...
– De onde vieram?
– Da sexolândia!
– Ela fingiu.
– Como você sabe?
– Mulher não goza de quatro... Ainda mais junto com ele.
– Não? Por quê?
– Por que o clitóris não fica no cú...
– Ela pode ter orgasmos vaginais.
– Então, quem tá comendo ela é um ET. Orgasmo vaginal é coisa de psicanalista tarado...
– Nem vou perguntar...
– Nem ouse. Só no clitóris... E esse já foi uma dificuldade.
– Será que ele batia de verdade?
– Talvez ela prefira apanhar para disfarçar a frigidez...
– Ela parecia ser sincera.
– Ele parecia comê-la feito homem...
– Boa noite.
O abajur volta a descansar. Os vizinhos não.
– Esse dedo está indo longe demais.
– Agora eu quero o seu cuzinho.
Luz. Desta vez, ela é quem parece inconformada.
– Essa eu pagaria pra ver.
Pagando ou não, o casal vizinho continua o segundo tempo.
– Coloca devagar... Isso.
– Que apertadinho. Vou gozar num segundo.
– Goza... Enche meu cú de porra! Bate mais... Mais...
– Sua bunda é a coisa mais deliciosa do mundo... Vou goz...
– Eu te amo.
– Minha deusa, eu também.
No inferno ao lado!
– Deusa?
– Só assim para levar ferro na bunda ainda dizer que ama.
– De onde eles vieram?
– Da Fantástica Fábrica de Chocolates.
– Comeu o cú dela... Ainda bateu... Então, existe mulher que gosta?
– Melhor apagar a luz. Não é uma vizinha depravada que vai despertar meu lado aventureiro. Pode tirar seu Indiana Jones da minha bunda que esse buraco ele não vasculha.
– Ah, quanto erotismo.
– Apague a luz...
– Fiquei excitado.
– Bate uma *******. Perdi o tesão...
– Boa noite.
Escuro. Os vizinhos libertinos num silêncio perturbador. O videocassete desligado. O jovem e solitário morador já havia se masturbado duas vezes, o suficiente para uma boa noite de sono. Na outra cama, de casal, cada qual deitado do seu lado rotineiro. Ela com o pensamento no vizinho. Ele, dormindo.
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