【FIXO】 Técnica vocal – O que você precisa e deve saber – e nada além disso

Autor Mensagem
Christhian
Moderador
Prêmio FCC 2007
# mar/08


Já falamos diversas vezes no fórum a respeito de aulas para as pessoas que aparecem aqui sedentas por uma fórmula mágica para ampliar a extensão, para cantar agudo ou até para cantar usando drive. É fato que as aulas são imprescindíveis e absolutamente NADA substitui a orientação. Mas ao longo de alguns anos convivendo com músicos e tb dando aulas, percebo que um certo conhecimento básico sobre a voz (e seus fundamentos) pode fazer com que qualquer pessoa perceba o quão complexo é o ato de cantar, estimulando ainda mais a procura por um bom professor.

O texto a seguir, portanto, tem o objetivo de esclarecer tecnicamente alguns fundamentos do canto, como um 'must know' para todos os que tem pretensão de cantar, seja por hobby, seja profissionalmente, visando mostrar que cantar não é apenas pegar um microfone e sair berrando desordenadamente. Cantar envolve conhecimentos de fisiologia, anatomia, conceitos de saúde, entre muitas outras coisas. Todo o material aqui contido é fruto de pesquisa e acumulo de conhecimento ORIENTADO, ou seja, eu jamais teria acesso a essas informações de maneira PRÁTICA se não tivesse feito aulas.

Não vou tirar dúvidas de ninguém, já que o texto já tem a função de esclarecimento, muito menos passar exercícios para resolver esse ou aquele problema que você tenha identificado aqui. A idéia é exatamente que você procure um bom profissional, para entender melhor esses conceitos e como desenvolvê-los.

Vou separar por posts, para que fique fácil de linkar com eventuais perguntas repetitivas que aparecem no fórum.

Christhian
Moderador
Prêmio FCC 2007
# mar/08
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1 – Conceito geral sobre fonação

Falar (fonar) não é um ato natural. Ao longo dos anos, o homem desenvolveu algumas adaptações para garantir a sua sobrevivência e falar foi uma delas. As pregas vocais, inicialmente, tem a função de repelir os corpos estranhos que vão na direção dos pulmões. A fala, usando as mesmas para a produção de sons controlados, é o resultado de uma adaptação evolutiva.

Partindo desse princípio, é bem fácil entender por que é tão danoso cantar sem os devidos cuidados. Estamos falando de um conjunto delicado de ligamentos, adaptados a fonação, mas que não têm essa função natural. Quaisquer esforços aplicados desordenadamente podem ser desastrosos, até por que o menor dos pólipos pode causar distorções (rouquidão) ou mesmo bloquear o fechamento correto das pregas. Constatação: mais de 70% dos professores de ensino regular (indiferente de serem ou não cantores) possuem ou já tiveram um histórico de rouquidão por pólipos ou nódulos.

Cantar é um ato anti-fisiológico em alguns momentos (será fácil de entender posteriormente) e por isso deve ser minuciosamente estudado, para que não hajam danos a sua saúde geral, bem como a vocal.

'Falar é um ato humano de esforço controlado. Cantar é um ato controlado de esforço sobre-humano'.

Christhian
Moderador
Prêmio FCC 2007
# mar/08 · Editado por: Christhian
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2 – Respiração

Muitos problemas no canto estão relacionados à respiração. Veja que ainda não estamos falando de apoio, mas da simples forma como você respira. Faça um pequeno teste: Inpire profundamente e olhe-se no espelho. Qual a parte do seu corpo que expande nesse momento? A maioria esmagadora verá o peito expandindo, como uma resposta lógica do cérebro para o comando "respirar", já que, além do cérebro 'acreditar' que a capacidade aérea ser maior nessa região (mas de fato não é!!!), o homem adulto acumula muitos temores que influenciam na sua respiração, além de questões sociais e até mesmo estéticas que determinam essa condição.

Cantar, porém, exige controle do ar empregado sobre a voz e respirar dessa maneira (elevando o peito) não permite que você tenha esse controle de maneira refinada.

Agora pegue um pedacinho de papel, aplique sobre ele uma borrifada muito leve do seu perfume preferido e tente identificar qualquer fragrância amadeirada nele. Inale profundamente, permitindo que o fluxo de ar leve o aroma até suas terminações olfativas mais sensíveis. Nesse momento, perceba que como o comando ao seu cérebro não foi "Respire!" o ar não vai para a região torácica. Isso acontece pois existe a necessidade de controlar o fluxo de ar a fim de carregar as partículas para sua região olfativa. Seu comando determina que é maior a necessidade de controle do fluxo do que a de "estoque" de ar e seu cérebro obedece imediatamente.

Comece a perceber o quanto cantar exige, acima de tudo, uma reeducação global do seu corpo e que orientação é fundamental para que tudo seja corretamente executado.

Christhian
Moderador
Prêmio FCC 2007
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3 – Apoio

Já para evitar desgastes: Não vou passar nenhum exercício ou explicar como se apóia por aqui. A idéia é só explicar o fundamento.

Como falei antes, cantar às vezes vai na contra-mão da fisiologia natural, em alguns momentos. O controle que empregamos, muitas vezes, vai contra o que o nosso corpo quer e está acostumado a fazer espontaneamente. O apoio é uma das questões mais complexas e interessantes do Canto. Na minha opinião, 100% dos músicos práticos não sabem ou tem uma noção totalmente deturpada do que é Apoio. Recebi gente nas aulas que já cantava há anos na noite – e que chegou aqui só com o "preciso refinar a técnica que já tenho"- e quando perguntado sobre "O que você entende por Apoio?" alguns respondiam que era quando o ar devia ir para o diafragma, outras que o ar iria para o abdômen... já cheguei a ouvir que era quando o ar ocupava o espaço do intestino...

Ponto 1 - Lugar de ar é nos pulmões!!

Enfim, como comentei na parte sobre Respiração, nós cantores precisamos de controle do ar que empregamos na voz. Mesmo que inspiremos da maneira correta, apoiando os pulmões sobre o diafragma, qual é a tendência natural de resposta do músculo diafragmático? Evidentemente é de expelir o ar, já que a troca gasosa (que é a função a qual o seu corpo está programado a fazer) já foi realizada. O ar também é pouco denso e a tendência natural é a saída espontânea pelas vias respiratórias, além da elasticidade do tecido pulmonar, que faz com que haja uma expulsão do ar. Uma das principais funções do apoio é, portanto, o aprisionamento desse ar para que ele seja utilizado de forma controlada no canto, criando uma uniformidade na corrente de ar expelida, minimizando o esforço e tornando toda a emissão vocal uniforme. Esse aprisionamento DEVE OBRIGATORIAMENTE estar ligado a respiração, caso contrário a musculatura de retenção e controle irá dificultar ainda mais o Canto. Difícil de entender? Seu professor explicará com muita facilidade, na prática.

Mas é importante entender que o simples fato de prender o ar não significa exatamente "apoiar". Isso deve representar cerca de 15% do mecanismo de apoio e a questão é muito mais complexa, devendo ser treinada a exaustão com um orientador que saiba exatamente como lhe explicar o processo inteiro.

Christhian
Moderador
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# mar/08
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4 – Emissão Vocal

Outro problema bastante comum em 99% dos cantores práticos. A maioria apresenta constrições na região do pescoço e da laringe, apresentando uma emissão vocal inadequada, forçada em regiões médio agudas e com tensão medial acima do normal, provavelmente por não saber usar o apoio e compensar a desafinação com esforço vocal. Alguns ainda apresentam uma presença de ar na voz, maquiando o timbre e fazendo com que o fechamento das pregas vocais seja imperfeito, podendo culminar numa fenda, que é uma patologia da voz de difícil tratamento. A emissão vocal de qualidade depende basicamente do bom trabalho sobre os fatores anteriores, uma vez que se a coluna de ar empregada estiver inconsistente, a voz tb apresentará uma inconsistência, forçando o cantor a compensar DE MANEIRA ERRADA com tensões desnecessárias.

Uma emissão vocal de qualidade apresenta uma vibração natural das pregas vocais, um aproveitamento de ar eficaz para a produção do som, bem como um timbre definido e consistente. Cantores que forçam uma mudança de timbre para emular outros cantores (imitar) tendem a ter problemas graves de emissão vocal, sendo de difícil trabalho para desvincular a "imitação" do canto, posteriormente.

Christhian
Moderador
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# mar/08
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5 – Ressonância

Já li nesse fórum uma vez que voz de peito ressoava no tórax. Depois fiquei tentando imaginar alguma maneira da voz ser emitida pra dentro (já que o tórax está abaixo da garganta), ressoar e depois sair pra boca. Se alguém descobrir como faz isso, por favor, escreva um livro a respeito e vai ficar rico, não no meio musical, mas na medicina, pois será algo totalmente novo e espetacular!

Voz de peito e voz de cabeça tem esses nomes por motivos, primariamente, didáticos, para ajudar na compreensão das regiões ressonantes. Isso não significa que voz de peito ressoe no peito!!! É apenas um termo didático para designar a voz emitida com ressonância mais baixa, normalmente mais grave. "Normalmente" está grifado, pois é normal no canto popular, encontrar cantores que levam a voz de peito até regiões agudas, bem como algumas que, por critérios interpretativos, usam de uma voz grave com uma cobertura característica da voz de cabeça. Não vamos entrar no mérito técnico, mas a principal característica da voz de cabeça é a Cobertura. A grosso modo, a cobertura posiciona a ressonância de forma a amplificar o som produzido, além de agregar harmônicos importantes na formação do som emitido. Novamente, não adianta tentar descobrir isso sozinho. Sob a orientação de um professor, algumas pessoas demoram muito tempo até compreenderem bem o processo de cobertura – e algumas simplesmente não compreendem, mas acabam fazendo, por serem corretamente orientadas.

Christhian
Moderador
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# mar/08 · Editado por: Christhian
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6 – Impostação

Também já li umas aberrações sobre impostação por aqui. Vamos simplificar e separar as coisas.

O termo Impostação é advindo do canto lírico e tem no seu significado imposição. A utilização tem como objetivo a aglutinação de alguns formates da voz do cantor para que haja um ganho de amplitude, na faixa dos 3000hz, que é ponto mais sensível do ouvido humano, tornando a voz, portanto, mais penetrante, sem a necessidade de aplicar tanta intensidade (intensidade = volume não tem que ser uma preocupação do cantor). É um fundamento do canto, que torna a voz consistente e minimiza os esforços, uma vez que há uma menor necessidade de força, bem como ajusta o trato vocal para potencializar os ressonantes. Uma das características da impostação é o rebaixamento de laringe e elevação do véo palatino, além de outras condições mais complexas.

No canto popular a impostação é menos acentuada, mas não menos importante. Porém, ao longo dos anos, o termo sofreu uma deturpação e "impostação" no popular, passou a representar uma "mudança de voz", associando o termo à palavra "impostor". Esse tipo de "impostação" (palavra que nem deveria ser usada) é errado, pois gera tensões, normalmente de língua e laringe, que são altamente prejudiciais à fonação.

Christhian
Moderador
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# mar/08 · Editado por: Christhian
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7 – Vibrato

Outro termo que temos que diferenciar.

O vibrato no canto lírico é o termômetro que uma voz está bem colocada e sadia. Segundo a escola italiana (a mais completa em termos de estudo, ao meu ver), o vibrato não é exatamente uma "técnica" e sim o resultado de uma técnica vocal equilibrada. Ele é gerado pelo efeito de Bernouille, que é similar ao que acontece quando um carro passa em alta velocidade e as folhas ao chão se movimentam no vácuo gerado pelo deslocamento de ar. No canto lírico, o vibrato é presente quase que o tempo todo, diferentemente do canto popular, onde é usado como ornamento apenas.

No canto popular, o resultado pode até ser parecido, mas a causa e efeito são perceptivelmente diferentes. O termo vibrato já é comumente usado, mas creio que trêmulo seria uma definição mais correta. Nesse caso, alguns paliativos, como alteração da coluna de ar por mudança da pressão diafragmática ou alteração tonal proposital surtem um efeito parecido (porém não igual). Mas é importante, excepcionalmente nesse caso, ter uma orientação adequada, pois esses substitutivos requerem uma preparação vocal adequada, como o posicionamento de laringe baixa para que não hajam esforços excessivos.

Christhian
Moderador
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# mar/08 · Editado por: Christhian
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8 – Falsete

Já lemos (todos) e até ouvimos de alguns professores que o falsete é a voz produzida nas "falsas pregas vocais", com abertura das "pregas verdadeiras em paralelo" e que "mulheres não têm falsete". Façamos uma mea culpa já que a culpa, na verdade, é generalizada, como veremos a seguir. Vamos separar as coisas e elucidar tecnicamente o que é falsete.

Falseto é um termo que vem do canto lírico, usado para indicar a "falsa voz" com intuito de emular a voz feminina. Por isso, alguns professores dizem que mulheres não têm falsete, já que na prática, o termo não se aplicaria à elas. Mas anatomicamente, somos todos iguais, portanto, mulheres têm sim capacidade de executar "falsetes".

Sobre a origem do som: Nada de falsas pregas vocais. Mas a culpa dessa informação não pode ser atribuída especificamente a ninguém. Na escola alemã de canto lírico, no século 19, houve uma descrição de falsete nas "falsas pregas vocais", porém sem nenhum embasamento científico (creio que hoje em dia as informações já estejam mais atualizadas nesse sentido). A escola moderna italiana veio, mais tarde, descrever o falsete com exatidão, dizendo que o som é produzido pelas pregas vocais verdadeiras, com fenda em paralelo, usando um fenômeno de pitch nos harmônicos da voz (não necessariamente no fundamental), como se fosse um assovio ou um harmônico de instrumentos de cordas. Nas mulheres, o resultado da utilização dos falsetes não é um som lá tão agradável (tudo bem, há controvérsias, já que gosto é gosto), mas as mulheres possuem um outro registro em que a utilização seria equivalente: O Whistle ou flageolet. Mas vale o esclarecimento: Utilização equivalente no sentido de atingir mais agudos, mas a execução é totalmente diferente, portanto não é a mesma coisa. Não tenho certeza, honestamente, pois não sou nenhum conhecedor (por desinteresse mesmo) sobre o assunto, mas me parece que a execução disso se dá com uma conformação triangular das pregas vocais. Se eu tiver mais detalhes, atualizo aqui.

Christhian
Moderador
Prêmio FCC 2007
# mar/08 · Editado por: Christhian
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9 – Classificação Vocal

Em primeiro lugar, vamos estabelecer uma lógica.

Todos nós temos uma certa curiosidade em conhecer nossa classificação vocal. Mas na minha modesta opinião, é impossível classificar uma pessoa que não tenha recebido um treinamento formal e que não saiba como usar as passagens de registro corretamente, por exemplo. Não digo impossível no sentido literal, mas no sentido prático, uma vez que não há lógica em classificar uma voz que não se desenvolveu ainda. Creio que TODOS deveríamos nos preocupar muito mais em aprender o básico do canto e ainda mais além – nos preocupar em cantar bem, deixando a classificação vocal para o professor, a posteriore.

Outra questão importante é que no canto popular a classificação vocal não é tão relevante como no canto lírico. Ninguém vai, por exemplo, deixar de cantar uma música do Whitesnake pq é tenor. Já no canto lírico, um barítono não vai fazer uma ária de um tenor.

Portanto, caso você não tenha um treinamento vocal adequado e mesmo assim insiste em querer saber, simplesmente descubra suas notas cantáveis com maior facilidade com a ajuda de um instrumento e localize-se nessa tabela, que é genérica, ou seja, os indivíduos de mesma classificação podem apresentar diferenças entre si.

* tabela encontrada num post do Cantante (mantendo inclusive as broncas dele! ahuahuaha)

Dó 3 - dó central do piano (não me venham com americanismos).

Atentem para as tessituras (não extensão) mais comuns:

Soprano - dó 3 a dó 5
Mezzo-Soprano - lá 2 a lá 4
Contralto - fá 2 a fá 4

Tenor - dó 2 a dó 4
Barítono - lá 1 a lá 3
Baixo - fá 1 a fá 3

Christhian
Moderador
Prêmio FCC 2007
# mar/08 · Editado por: Christhian
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Vou relacionar alguns tópicos que acho importante e que de alguma maneira se relacionam com o tema.

Tópico com dicas para quem vai fazer aulas de canto - Cantante

Amok
Veterano
# mar/08
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\o/

Finalmente um tópico organizado, esclarecedor e desmistificador. A respeito da ressonância, vc me tirou um peso enorme, porque eu nunca entendia esse negócio de "ressoar no peito" (eu tive professores que falavam até em estômago !) e me achava o maior incompetente por não conseguir fazer meu tórax vibrar. Ufa !

Se não for pedir demais, vc poderia escrever (ou linkar) algo sobre foco ?

[ ]´s

Christhian
Moderador
Prêmio FCC 2007
# mar/08 · Editado por: Christhian
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Amok
Valeu Amok!

Cara, sobre foco, eu vou ficar devendo à você, me desculpe! O nome em si é auto-explicativo, seria meio que chover no molhado tentar dissertar sobre o que é foco. Mas, pelo menos para mim, para redigir mais claramente eu teria necessariamente que abordar temas como ajustes laríngeos e de vogais e precisaria entrar em uma descrição técnica mais refinada... É exatamente o que eu não quero fazer aqui no fórum, pra não incentivar ninguém a fazer nada sem um professor! Não me ocorre nenhuma maneira mais sintética de discorrer sem complicar (falha minha, só consigo explicar na prática), mas se o Cantante tiver alguma, vou me sentir muito feliz com a colaboração! (e certamente desfrutarei da aula! :])

Novamente, desculpe velhinho!

Abraços!

Christhian
Moderador
Prêmio FCC 2007
# mar/08 · Editado por: Christhian
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Amok
Sobre ressonância

Eu tb cheguei cheio de dúvidas ao meu professor, há alguns anos... E me lembro na época de não entender bem o lance de diferenças de registro. E como ele sempre dizia, tudo no canto é muito ligado. Me lembro de tb não sentir essas "vibrações" no peito, mas no momento em que minha voz ficava mais bem posicionada, era perfeitamente possível perceber uma vibração por indução (nada de ressonância) e quando passava para a voz de cabeça, a vibração diminuia sensivelmente. Ele me explicara, então, que essa vibração tinha essa finalidade didática, de ajudar apenas na melhor identificação dos registros.

Se algum dia nos falarmos pessoalmente, acho que conseguiremos botar um ponto final nisso, na sua cabeça, definitivamente! :)

Abraços!

184486
Veterano
# mar/08
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É tô vendo q n sei nada mesmo... (novidade) ...


Gostei do texto. Um dia, eu prometo pra mim mesma, q faço aula de canto... só n da pra ser esse ano, infelizmente.


Alguns ainda apresentam uma presença de ar na voz, maquiando o timbre e fazendo com que o fechamento das pregas vocais seja imperfeito, podendo culminar numa fenda ... é o meu caso. Na verdade tenho q ver se o problema esta nas cordas vocais ou de como estou projetando a voz. Não consigo cantar sem o excesso de ar na voz. Estou vendo q com o tempo esse excesso de ar só tem aumentado ( e minha voz n ta mais a mesma). Então para tirar essa dúvida vou no otorrino fazer uma laringoscopia. Se n for nada na anatomia das pregas vocais eu vou ter q procurar um prof de canto mesmo.

Christhian
Moderador
Prêmio FCC 2007
# mar/08 · Editado por: Christhian
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184486
Na verdade tenho q ver se o problema esta nas cordas vocais ou de como estou projetando a voz.
Então, o importante é realmente procurar um bom professor de canto. Ele lhe falará sobre a presença de ar e fará, possivelmente, alguns exercícios para verificar a influência disso no seu canto. Em geral, alguns problemas se resolvem com um ajuste vocal mais acertado e com alguns exercícios específicos, mas há casos onde é recomendável procurar um otorrino mesmo. Eu, por precaução, sempre recomendo meus alunos a procurarem um especialista.

Tem um usuário do fórum, Wrvieira (acho que ele não vai ficar brabo comigo por falar :P) que chegou aqui com uma enorme dificuldade em tirar o ar da voz. A tensão era tamanha, que ocasionava dores na laringe, queimações e a voz ficava desgastada rapidamente. Trabalhamos sobre isso de maneira bem cuidadosa, bem devagar, além do básico do canto em paralelo, e agora a voz dele está muito mais ajustada, cantando com muita facilidade (inclusive em regiões mais agudas) e sem o ar. Ele, alias, realizou uma nasofibroscopia recentemente que constatou não haver mais nenhuma irritação nas pregas vocais ou orofaringe.

Portanto... Aulas já! ahuahaua :P
Beijos!

:)

shoyoninja
Veterano
# mar/08
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Ficou muito bom! :D

Uma sugestão só, stick nesse tópico E no tópico do cantante, que tmb está muito legal, pois eu ainda não tinha achado ele :(

SylvioLima
Veterano
Prêmio FCC 2007
# mar/08 · Editado por: SylvioLima
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Christhian
Quero aulas contigo!!!

=/

Como faço pra achar um professor realmente confiável?! Que droga... sabe. E aqui tá sendo bem difícil encontrar um. (qlq um)

stick nesse tópico E no tópico do cantante(2)

membro
Veterano
Prêmio FCC 2007
# mar/08 · Editado por: Moderador
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10 – Foco

Caramba colocar isso em texto, mas enfim. Vou dizer o que digo em aula para não complicar as coisas.
Como o canto não é uma coisa que vc vê, não tem outro modo a não ser fazer associação com outras coisas.

Imagine a questão do foco como um maçarico (já usei esse exemplo aqui algumas vezes). Se um maçarico está aberto tem alguma força, mas somente quando ele tem a passagem diminuída - fechada, com tudo direcionado num pequeno ponto, aquela concentração fica poderosa o suficiente para cortar quase tudo.
O foco numa voz é exatamente concentrar num único ponto - SEMPRE NO MESMO LUGAR - para que fique o mais penetrante possível. Basicamente é não espalhar, não deixar que passe ar em demasia e sim o justo para que esse som tenha o maior poder possível de penetração.
Alguns falam em como se fosse algo assim como um laser. O princípio é o mesmo e podemos ver isso em várias outras coisas que não ligadas ao canto. Quem fez arte marcial sabe que quando se dá um soco vc concentra toda a sua força num único ponto.

(Por isso a importância fundamental do I)

Os ajustes necessários são de colocação (impostação) de voz e de controle de ar.
Uma voz com bom apoio e má colocação perde projeção assim como boa colocação e apoio defeituoso também perde a força.

Essas coisas tem que funcionar em conjunto. O mecanismo do canto é um todo e nada é separado. Quando andamos balançamos os braços, não precisamos balançar os braços obrigatóriamente para conseguir andar, mas uma caminhada perfeita só se obtém dessa maneira, com harmonia.

É o que entendo por foco.

Edit: Gerson, editei pra arrumar o título e deixar igual aos anteriores, ok? :)

Amok
Veterano
# mar/08
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Cantante
Blz. Meio que entendi o que é foco. E entendi pefeitamente o que o Christian quis dizer quando ele não explicou sobre foco devido à necessidade da presença do professor. Acho absolutamente inviável aprender na prática estas técnicas e nuances sem um professor por perto.
Pra mim, o mais difícil é saber identificar um bom professor, quando se sabe muito pouco sobre canto.

[ ]´s

Amok
Veterano
# mar/08
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Ah, e aproveitando o caráter desmistificador do tópico: eu li muita coisa contraditória sobre drives. A conclusão a que cheguei é que drive não é pra qualquer um, e mesmo quem pratica "sem problemas" está sujeito a lesões a médio/longo prazo. Vocês acham que o drive é uma técnica ou uma aberração ?

[ ]´s

membro
Veterano
Prêmio FCC 2007
# mar/08
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Drive para mim é como se vc quisesse ser boxeador e ter um nariz todo bonitinho ao mesmo tempo.

Paga-se o preço e tem seus riscos.

184486
Veterano
# mar/08
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Drive para mim é como se vc quisesse ser boxeador e ter um nariz todo bonitinho ao mesmo tempo.


NOssa... então é muito danoso

Christhian
Moderador
Prêmio FCC 2007
# mar/08 · Editado por: Christhian
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Amok
Eu já usei mais drive do que hoje em dia. A medida que fui me interessando mais no canto lírico, fui perdendo a vontade de fazer drive... Percebe a ligação? É algo contraditório à técnica do canto lírico, que sempre preza pela manutenção e saúde vocal.

Mas existem técnicas (no sentido literal da palavra) para minimizar os esforços (e os danos, pois eles EXISTEM, diferentemente do canto mais bem impostado), controlando a pressão medial e usando uma impostação balanceada. Porém só uma pessoa com um bom conhecimento sobre sua própria voz, sobre técnica, sobre seus limites pessoais e sobre como controlar tudo pode empregar com maior eficácia.

membro
Veterano
Prêmio FCC 2007
# mar/08
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Christhian

Esse tópico é perfeito véio. Vai pra fixo né?

Gansinho
Veterano
# mar/08
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Lindo tópico Christhian!
Muito bem organizado e tirou muitas dúvidas que eu tinha ^^
Obrigado cara! Abração!

Wrvieira
Veterano
# mar/08 · Editado por: Wrvieira
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Christhian
alguns professores dizem que mulheres não têm falsete, já que na prática, o termo não se aplicaria à elas. Mas anatomicamente, somos todos iguais

Só se for vc, meu velho. E a minha diferença, por sinal, é enorme...

Hehehe, só pra te zoar mesmo (se quiser apagar depois, blz!).

Excelente tópico, cara! Stick nele!

Aliás, devia haver um link, do tipo, quando o cara fosse postar alguma coisa no Fórum de Canto, aparecer um box peguntando: "Já leu esse tópico?"

Parabéns pela iniciativa!

maggie
Veterana
# mar/08
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Excelente tópico, cara! Stick nele!
(2)

Christhian
Moderador
Prêmio FCC 2007
# mar/08 · Editado por: Christhian
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Obrigado a todos pelas palavras!

Cantante
Meu velho, obrigado pela contribuição! Sempre que puder e lembrar de algo que agregue, mande ver que eu formato depois pra deixar tudo certinho!

Se me permitirem depois, vou organizar tudo na seqüencia, apagando alguns posts. Mas irei 'quotar' e relacionar todas as perguntas & respostas para manter as dúvidas acessíveis tb.

Abraços!

SylvioLima
Veterano
Prêmio FCC 2007
# mar/08 · Editado por: SylvioLima
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Realmente, esse tópico tá show.

Acho só que faltou esclarecer o que é voz de cabeça e voz de peito para aqueles novatos no fórum já que foi explicado o que é falsete.

Se um dos professores puder explicar, seria um ponto final MESMO.

Explicar o passagio também seria interessante, já que muitos confundem a tessitura total de um tenor (Do2 a Do4) com a tessitura de voz de peito, tentando atingir as notas acima de Fa3 com voz de peito, quando já deveria ter passado para outro registro, o de voz de cabeça.

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