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Paulo Sambora Veterano |
# set/07
Estou postando aqui para dividir as minhas experiências com a galera ae do fórum, e dar algumas dicas também. Muita gente critica muitos vocalistas dizendo que eles não cantam ao vivo a mesma coisa que no estúdio, como eu estou na estrada faz 9 anos, eu posso dizer que isso é impossível, não pelo fato dos vocalistas não terem vontade de fazer assim, mas sim porque é necessário, já imaginou o vocalista do Metallica fazendo 3 shows um atrás do outro e querendo cantar com aquela voz rasgada do CD? Impossível, no 3o dia ele estaria sem cordas vocais. A mãnha é saber como controlar a sua potencia vocal, e não deixar a empolgação tomar conta, pois quando o show ta muito bom, da vontade de pegar o microfone mandar um agudo daqueles do André Matos, mas se for pra fazer isso, tem que ter total domínio da potencia vocal, é preciso aprender a se escutar, e saber dos seus limites, o negocio é mandar bem no ao vivo, afinado, e com uma boa pegada, mas cuidando para não se empolgar demais, senão você acaba saturando a sua voz, e ai o resto do show foi pro espaço. Um bom exemplo é o nosso amigo Axl Rose, que hoje não tem mais voz nem pra cantar no banheiro. Um cara que manda muito bem no controle vocal é o vocal do Mr Big, assisti um DVD deles essa semana e o cara manda muito bem. E é claro que tem os casos como o do Edu Falaschi, mas ai não tem jeito, ele é muito bom no estúdio, mas ao vivo não tem domínio nenhum da voz. No estúdio o negocio mesmo é detonar na pegada, cantar alto, pra voz sair com brilho, e clara, tomando muito cuidado com a dicção, e com a métrica das palavras, pois a maior preocupação deve ser que as palavras saiam claras, e que cada uma seja compreendida na integra. Então resumindo galera domínio é tudo. Espero ter acrescentado algo pra vocês. abraço
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Wrvieira Veterano |
# set/07
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Bem-vindo, cara! Mas...
eu posso dizer que isso é impossível
Desculpe, eu parei de ler aqui... É impossível pra quem não tem técnica, canta de forma errada em estúdio e depois não agüenta o tranco ao vivo. Ou então arca com as conseqüências depois de um certo tempo.
Mas existem sim exemplos de vocalistas que cantam tão bem ao vivo como no estúdio. Portanto, não generalize, por favor...
Voz é um negócio sério, pois não existe "luthier" que conserte se fizer algo errado.
Abraço!
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cybx Veterano |
# set/07
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Paulo Sambora
Não concordo tb.
Os caras que podem destruir a voz por cantarem a mesma coisa ao vivo o que eles fazem no estúdio são os que abusam do drive e da voz gutural.
Fora isso, se o cara tem técnica (que significa dominar a voz sem exercer nenhum tipo de esforço maléfico) ele pode muito bem mandar o show inteiro com seu melhor desempenho possível.
É claro que no ao vivo, outros fatores entram como o fator psicológico do cantor, que influencia e muito na sua apresentação. Mas se ele estiver num "dia bom" e quiser mandar ver, com ctza poderá fazer.
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Zapata Veterano |
# set/07
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A depender de como o vocalista trabalhou a voz no CD, eu concordo plenamente. O exemplo do Hetfield foi um tanto extremo, mas serviu pra ilustrar. Mesmo quando se aplica as técnicas devidamente no CD, ao vivo são outros quinhentos. Se até o tio Bruce puxa o freio em algumas músicas e momentos dos shows...
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eduardoclark Veterano |
# set/07
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Eu creio que existem muito fatores realmente que prejudicam o desempenho de um cantor ao vivo. O principal deles, além dos cuidados do dia-a-dia com a voz, que muitos negligenciam (principalmente no rock em geral), são as diferenças climáticas dos lugares em turnês. Estive em Brasília (sou do RS) faz uma semana e minha garganta ainda está levemente seca, e com um pouco de congestionamento nasal e pigarro. E não foi gripe, e sim a grande diferença de umidade relativa do ar. Porém, isso é uma questão a parte. Dentro do domínio do cantor, isolando fatores externos (Muitas viagens de avião, noites mal dormidas), um cantor deve ser capaz de cantar seu máximo potencial sempre.
O que creio que muitos confundem, é o que significa o máximo potencial de um cantor. Para mim, meu máximo potencial é aquilo que tenho total domínio, após um bom aquecimento, e estando em boas condições, sem me prejudicar. Aquilo que consigo fazer todos os dias, após os peparos necessários. Exagerar no estúdio, berrando pra fazer umdrive, ou tensionando demais para fazer um agudo, não é dar o máximo de si.
Abusar de drives, vozes guturasi, agudos, ou seja lá o que for, não é o caso. Cada um possui certos limites do que é saudável, até para as coisas "prejudiciais", e cabe a cada um conhecer seus limites.
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Paulo Sambora Veterano |
# set/07 · Editado por: Paulo Sambora
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claro que existem muitos vocalistas que mandam muito bem tanto no estudio quanto ao vivo, mas as vezes a tecnica engana, dificilmente vc aplica 100% do que vc aprende numa aula de canto, quanto vc ta em cima do palco sao outros 500, se o cara nao souber dominar bem a garganta, a afinação e a pegada vao pro espaço, e ai fica aquela maravilha... e berrar nao é a mesma coisa que cantar alto
a tecnica eh essencial mas nao é td...
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Christhian Moderador
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# set/07
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Paulo Sambora Eu acho que vc está confundindo as coisas. A técnica não consiste apenas em usar drives, ter agudíssimos e botar pegada. Alias, ela consiste primariamente em minimizar esforços. Partindo desse principio, a frase "tecnica eh essencial mas nao é td...", além de não fazer sentido é totalmente contraditória. Outra questão equivocada é a de fazer coisas em estúdio que não se pode reproduzir ao vivo. Isso é, acima de tudo, desonestidade profissional com quem paga para ver um espetáculo ao vivo - pq convenhamos que ninguém espera nada menos do que uma boa apresentação em troca da $$$ do ingresso e do CD que comprou.
Mas concordo que em uma turnê há um desgaste maior. Porém quem se prepara, consegue manter um nível de excelência sempre.
Quase parafraseando vc, seguindo a linha das frases de efeito:
"Saber cantar é importante. Mas estudar é essencial, mesmo pra quem já tem (ou julga ter, pois existem muitos assim, incrivelmente) experiência suficiente".
Estou, alias, correndo hoje atrás de outro professor de Canto Lírico pra complementar meus estudos e fortalecer minha técnica, justamente pelos novos trabalhos que estou pegando. Acho que é o mínimo que posso fazer, pra atender as expectativas, tanto dos meus companheiros de trabalho, quanto dos fãs que irão nos meus shows.
Abraços.
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membro Veterano
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# set/07 · Editado por: membro
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Paulo Sambora
Imagino que o que vc está querendo dizer é que simplesmente no momento do show o cara tem que saber dosar para não se arrebentar e que em estúdio não se tem essa preocupação.
Verdade seja dita é que mesmo os grandes não fazem ao vivo o que fazem em estúdio na íntegra. Mudar o tom, apontar o microfone para o público cantar na hora de um agudão e outros truques básicos para poupar a voz são coisas comuns.
Porém, dizer que é impossível é dizer que o cara "só pode" fazer em estúdio. Se só pode fazer lá, na verdade não pode.
E é claro que tem os casos como o do Edu Falaschi, mas ai não tem jeito, ele é muito bom no estúdio, mas ao vivo não tem domínio nenhum da voz.
Se isto é verdade, eu diria que se não tem domínio ao vivo é porque não tem domínio em nenhuma ocasião.
Por isso se estuda técnica.
O cantor tem que conseguir fazer tudo o que apresenta num CD. Mesmo que ele tenha que repetir uma nota alta 20 vezes em estúdio para pegar a melhor, ele obrigatóriamente tem que ter essa nota na sua extensão, senão não passa de safadeza.
Um cara com boa técnica consegue cantar do jeito que quiser, com 90%, 70% ou mesmo com 100% de rendimento. Um cara com boa técnica consegue cantar até quando não está bem de saúde, dentro de certos limites, claro.
Ter domínio não é só referente à potência vocal. É algo muito, mas muito mais completo e complexo.
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cybx Veterano |
# set/07
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Cantante Christhian
Faço de minhas palavras as suas. Apesar de não ter a mesma experiência de vcs dois o meu pensamento é o mesmo.
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