O Comodismo Musical

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Clave
Veterano
# mai/07
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Gostei muito do que vocês falaram sobre os Mamonas. Sempre achei isso, embora não tivesse sido capaz de expressar da forma que vocês - músicos fizeram. Valeu !

brunohardrocker
Veterano
# mai/07
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Isso viemos a reparar a "pouco" tempo...
quem, na infância, reparou que os "urros" de elefantes em Mundo Animal eram harmônicos artificiais?
quem reparou a quebra de tempo em Bois Don't Cry?
quem reparou que o Hinoto destruia na gruitarra, ou nos slaps do Reoly?


Isso é verdade!

Eu escutava mais por diversão mesmo, nem passava pela minha cabeça que o solo de Debil Metal era incrivel, aliás, nem sabia o que era metal!

fernando tecladista
Veterano
# mai/07 · Editado por: fernando tecladista
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Eu escutava mais por diversão mesmo, nem passava pela minha cabeça que o solo de Debil Metal era incrivel, aliás, nem sabia o que era metal!

é nesse tipo de coisa que está o charme da música
digamos que quanto começa a vencer o prazo de validade dá música você acaba descobrindo outras coisas que não ouvia antes e ela se sustenta por mais um tempo

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só de exemplo ouvi essa música do creedence e lembrei do tópico
Have You Ever Seen The Rain

se observar a harmonia ela é pobre C, G, F e alguma coisa de passagem
mas tem todo um jogo de coisinhas que você vai descobrindo ex:

é cantado 3 vezes no total o refrão e essa semana que eu reparei que o baterista toca completamente diferente os pratos em cada uma dela, a primeira fica no chimbal, a segunda no de condução e a terceira os pratos de ataque, eu sabia que era diferente mas nunca tinha me tocado o quanto era diferente
como outra coisa que eu tinha esquecido é que o piano acompanha o baixo nas decidas
são coisas bobas, que se esquece, mas quando você nota novamente, a música revigora

brunohardrocker
Veterano
# mai/07
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fernando tecladista

é, existe muita coisa simples que é fantástica, como no caso essa musica!
é nisso que eu to querendo chegar com o tópico, musica complexa não é sinônimo de musica boa!

gabert
Veterano
# mai/07
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Já que não se comentou ainda sobre os produtores, aí vai: Houve um tempo em que os músicos dotados de criatividade, talento e estudo, compunham músicas em suas garagens. Nessa época, quando as gravadoras os descobriam, os mesmos gravavam suas músicas. Aqueles que se destavam, faziam sucesso e enriqueciam nosso cenário musical. Hoje, graças à meia duzia de "grandes" produtores, ninguém grava uma música sem passar por esses senhores. Resultado: tudo tem a mesma cara e soa no mesmo diapasão... Eles é que decidem o que vai dar certo ou não, o que funciona ou o que está fadado ao fracasso. Os músicos se curvam às suas idéias, e aqueles que não concordam, estão fora do jogo. Saudades dos tempos em que existiam, nas gravadoras, maestros e arranjadores. Hoje bastam os PRODUTORES!!! Pois é... quem pariu Mateus, que o embale!!!

Bog
Veterano
# mai/07
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gabert

Não sei de onde exatamente você tirou esse tempo no qual os músicos não estavam na mão de produtores. Até onde eu sei, mesmo nos anos 50, 60 já tinha muita gente que gravava as coisas por mandos e desmandos de produtores. Pior, desde aquela época, existiam bandas que só gravavam coisas compostas por um dos compositores da gravadora e arranjadas por um dos arranjadores da gravadora. Isso quando na gravação não eram tocadas pelos músicos da gravadora, também.

Ao meu ver, desde sempre existiram bandas comendo na mão da gravadora. E sempre existiram os que conseguiram se impor, ou crescer à margem do esquemão. Ambos os tipos de banda existiam antes, e existem hoje.

Claro, isso sem esquecer que produtores são necessários na grande maioria dos casos. Basta dar uma olhada no nível do trabalho do pessoal que brinca de produção ali no fórum de gravação para constatar como um bom produtor pode fazer toda a diferença.

Se bem que isso tudo nào tem nada a ver com o "comodismo musical" do tópico.

Kirk_Hammett
Veterano
# mai/07
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Eu sou comodista mesmo, e não vo fazer o mínimo esforço pra gostar de nenhuma música sem guitarras aparentes, pesadas e um solo foda de guitarra

Hugo capitalista
Veterano
# mai/07
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Concordo com o Bog com relação aos interesses diversos. Talvez um dia tenha maturidade para entender e apreciar muitas formas de arte que hoje me parecem intimidadoras. Apreciar a sofisticação na música ou em qualquer arte exige conhecimento e determinação. Creio que seja mais fácil para um leitor de livros medíocres evoluir em seus conceitos, pois ler é um hábito que exige esforço. Já música é mais tida como entretenimento superficial, trilha sonora para outras atividades, e o ouvinte precisa de atenção para aprofundar-se no que ouve. Ouvir música não é necessariamente uma atividade passiva, pode-se ter um ouvido consciente, mas, assim como a leitura, é um hábito. Hoje, ainda comparando com a literatura, a música comercial se equipara às histórias infantis que se lê durante a alfabetização: Períodos curtos e simples, vocabulário restrito, trama simplória e óbvia. O mesmo pode ser dito sobre o músico: medíocre, sem conhecimentos formais, sem qualquer refinamento ou discernimento estético.

gabert
Veterano
# mai/07
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Bog, não da forma e intensidade que se apresenta hoje. Se você acha que isso não é uma deformação, como explica o fato de alguns produtores serem mais famosos que suas próprias bandas? Pode não ser a razão principal de tudo isso, mas contribui de forma generosa para a mesmice musical que tentam nos enfiar goela abaixo.

Mega
Veterano
# mai/07
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Música simples do ponto de vista harmônico não é problema, o problema mesmo é o resultado final e a finalidade com que a música é feita. :P

Bog
Veterano
# mai/07
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gabert

Sei que a Wikipedia está longe de ser a fonte mais confiável de informações, mas vai lá:

http://en.wikipedia.org/wiki/Record_producer

Dê uma olhada na parte "Evolution of the role of the producer". E por falar em produtor mais famoso que banda, me diga, além dos Beatles, quais bandas o George Martin produziu mesmo?

Mailan Gabriel Stahnke Moraes
Veterano
# mai/07
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Essa discussão de qualidade musical vale mto a pena para quem faz e produz música, para o público em geral isso não é o mais importante. As pessoas buscam algo com o que possam se identificar.

gabert
Veterano
# mai/07 · Editado por: gabert
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Bog, Beatles??? Você não podia pegar gente menos talentosa não??? Poxa amigo, estou falando do todo e você só me vem com exceções!!! Beatles, por acaso, precisaria de produtor para fazer sucesso??? será que alguém acredita nisso???

Bog
Veterano
# mai/07
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gabert

Deixa eu repetir: *ALËM* dos Beatles, quais bandas o George Martin produziu mesmo? Eu não estou falando dos Beatles, estou falando exatamente das bandas que NÃO SÃO os Beatles. Você leu o linkzinho da Wikipedia? Continuo dizendo: essa coisa de "banda na mão de produtor" não começou recentemente. Vem de longe.

E digo mais: isso não tem qualquer relação com o "comodismo musical" questionado no título. Sobre isso, eu já dei minha (longa) opinião anteriormente.

_Raulzito_
Veterano
# mai/07
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Mas acho que o nível cultural, de maneira geral, educação mesmo, se fosse mais forte neste país, as opções seriam um pouquinho mais interessantes. Cultura alternativa, como música erudita, teatro e livros de Kant teriam mais público.

E q graça haveria se todos fossem iguais!

Eu axo q quem gosta de coisas alternativas tem alguma direrença das pessoas normais, nao estou dizendo q sao mais inteligentes(embora talvez seja isso, nem Freud afirmaria com certeza), talvez seja o meio onde a pessoa eh criada, talvez seja predestinação e karma, talvez seja genetica, ou quem sabe seja apenas o acaso.

Mas com certeza alguma coisa tirou Machado de Assis do morro para se tormar um dos maiores escritores brasileiros e suspeito q foi a mesma coisa q fez Mozart se tornar um compositor exepcional, Da Vinci um artista inigualavel, Capablanca um genio do xadrez e Newton o maior fisico da historia!

pianoid
Veterano
# mai/07
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Interessante: o que eu mais procuro em música não são letras (é poesia, não música), muito menos cantores com "vozeirão" ou penteado radical ou atitude rebelde e cara de quem tomou todas, menos ainda um bando de mulatas rebolativas ou outros dançando na frente da câmera (é dança, não música) ou ainda "som pesado" e cheio de ruídos ou mesmo virtuosismo vazio.

O que eu mais procuro em música é simplesmente boa música.

Tá difícil achar, por isso cada vez mais olho pro passado grandioso dessa arte tão abstrata e mal compreendida...

pianoid
Veterano
# mai/07
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LuizJu88
Ja vi gente defendendo o ensino musical nas escolas, seria interessante, mas não acho que isso seja viavel por uma série de motivos

De fato, o motivo número 1 sendo que a raça humana está mais idiotizada que nunca. Nossos avós tinham educação musical na escola, vc sabia? Época do Villa-Lobos e coisa e tal.

Eu penso que um futuro a la Matrix é o que realmente espera a humanidade: ser um vegetal dentro de um líquido viscoso. Se vc pensar bem, é melhor do que ser um vegetal babando em frente à TV como a maioria hoje... mal posso esperar pros Terminators darem um fim a essa raça molenga e imbecilizada. XD

pianoid
Veterano
# mai/07
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_Raulzito_
quem gosta de coisas alternativas tem alguma direrença das pessoas normais, ..., talvez seja o meio onde a pessoa eh criada, talvez seja predestinação e karma, talvez seja genetica, ou quem sabe seja apenas o acaso

Eu sei que meu pai gostava de samba, minha mãe de FMs melosas e eu acabei descobrindo música clássica por conta própria. Foi só descobrir um bando de LPs velhos e prestar atenção que gamei.

É como olhar pras pirâmides do Egito e se impressionar com o que o homem já foi capaz de construir e se desiludir com o quão pouco nos contentamos com a mediocridade de hoje...

Bog
Veterano
# mai/07 · Editado por: Bog
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pianoid

Só uma coisa quanto a ter educação musical na escola... Imagino que hoje em dia, o pessoal ainda tem aulas de português lendo Machado de Assis, Graciliano Ramos e outros figurões. E nem por isso o interesse pela "alta literatura" se consolida: as mesmas pessoas que leram Vidas Secas e Dom Casmurro quando novas são as que lêem Paulo Coelho e Bruna Surfistinha depois.

Alguém REALMENTE acredita que ter aula de música na escola faz alguma diferença no sentido de aumentar o interesse por "boa música"? Posso lembrar que eu tive aulas de música no colégio, e isso não mudou o fato de que aquelas mesmas pessoas estavam ouvindo as músicas da moda no ano seguinte. E eu não estava lendo Dom Casmurro, heheheh

Bog
Veterano
# mai/07
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pianoid

Outra coisa... Pirâmides do Egito? Mediocridade de hoje? Sugiro que você assista uma série do Discovery Channel chamada "Extreme Engineering" para ver o que é medíocre... heheheheh. Acho que a tua analogia não foi feliz.

pianoid
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# mai/07 · Editado por: pianoid
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Bog
Acho que a tua analogia não foi feliz.


Acho que foi bastante oportuna. Se qualquer uma dessas maravilhas arquitetônicas de hoje ainda estiver de pé daqui a 2500 anos, posso reconsiderar.

pianoid
Veterano
# mai/07
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Bog
Imagino que hoje em dia, o pessoal ainda tem aulas de português lendo Machado de Assis, Graciliano Ramos e outros figurões. E nem por isso o interesse pela "alta literatura" se consolida: as mesmas pessoas que leram Vidas Secas e Dom Casmurro quando novas são as que lêem Paulo Coelho e Bruna Surfistinha depois.

Generalizar nunca é bom. Certamente educação musical ou ler clássicos da literatura não vai tornar A TODOS amantes de boa música ou boa literatura, mas com certeza vai abrir as portas para muitos que não teriam oportunidade de outra forma. Quantos talentos não se pode perder em uma favela se tudo a que uma criança é exposta é funk, drogas e outras merdas?

Ler Machado de Assis e ouvir Mozart pode ensinar a essa criança que há mais na vida do que a mediocridade que a cerca no cotidiano. Isso pode lhe dar forças para lutar e tentar vencer na vida ao invés de se deteriorar como a maioria...

Se depois preferir Bruna Surfistinha, bem, não foi por falta de oportunidade, não acha?

Bog
Veterano
# mai/07
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pianoid

Assista à série que você vai entender... Aliás, qualquer bom engenheiro civil pode mostrar que atualmente estamos bem longe de ser medíocres no que diz respeito à engenharia. Por isso, considero a analogia infeliz. Lembre-se de mais um detalhe: as pirâmides não foram construídas numa economia capitalista. O fato de um prédio atual não durar 2500 anos pode não querer dizer que não somos capazes de fazê-lo, e sim que não temos faraós dispostos a pagar por isso (certamente EU ou VOCÊ não estamos). BTW, queria era ver os antigos egípcios construindo o aeroporto de Hong Kong, o Roppongi Hills (resiste até a terremoto), os túneis do metrô de New York ou os diques da Holanda.

Quanto à "falela"... Esses aí nem sequer lêem Machado de Assis - ou pelo menos não por causa da escola. Neste caso específico, o buraco é BEM mais embaixo que uma mudança de currículo. Do contrário a educação musical deles teria tanto Mozart quanto a educação literária deles tem Machado de Assis.

pianoid
Veterano
# mai/07
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Bog

Eu não tinha exatamente engenharia em mente quando citei as pirâmides. Talvez arquitetura. O fato é que uma obra imponente e que mostra do que o homem é capaz. Essa era minha comparação original. Sem dúvida alguns dos maiores arranha-céus no mundo hoje são igualmente imponentes e terão vida longa. Mas as pirâmides, construídas por um povo antigo e sem a tecnologia e matemática avançadas de hoje, ainda me soam mais impressionantes.

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