Analogico Vs Digital - Novamente

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Krist Novoselic
Veterano
# jan/05
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tinha um... e me livrei dele

Krist Novoselic
Veterano
# jan/05
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dizem que o Gt2 é bem melhor, deve ser mesmo..

Mummy
Veterano
# nov/06
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Apenas a título de ilustração, vou transcrever um artigo que li há algum tempo, não me lembro bem onde:

abre aspas

Há uns dias um cohecido meu perguntava-me se eu tinha determinada trilha sonora, que ele queria ouvir (the virgin suicides, dos Air, para os mais curiosos). Eu disse-lhe que sim, que tinha, mas que era em LP e não em CD. Parecia que tinha falado em servo-croata. "Em disco? Mas... em vinil? Isso ainda existe?". Pois é, para espanto do tal rapaz e para espanto se calhar de alguns dos leitores deste texto, o vinil não só não morreu como recomenda-se mais do que nunca. Atualmente quase todas as bandas estrangeiras editam os seus álbuns em vinil, ao mesmo tempo que a edição em CD, obviamente. Ótimo. Bandas brasileiras, quase nada. No entanto a 'moda' parece estar pegando pois cada vez mais pessoas parecem estar aderindo (pela primeira vez ou de novo) ao vinil.

Cabe aqui uma explicação sumária das diferenças entre o som analógico (presente, por exemplo, num disco em vinil) e o som digital (presente, por exemplo, num CD.)

O som é uma onda, ou melhor um conjunto de ondas que atravessam o espaço. Essas ondas são medidas em hertz, inicialmente, mas para o caso em kilohertz (kHz). O som vai, em termos leigos, de muito grave a muito agudo. A distância que vai do som mais agudo ao mais grave é gigantesca. Seja só voz humana ou uma orquestra de 200 pessoas, uma gravação áudio contém uma quantidade enorme de informação. Esta informação reporta-se a uma amplitude sonora IMENSA, e só estou falando daquela que os humanos captam, que não é toda. Um disco em vinil, quando prensado numa boa fábrica e cujo material sonoro venha de boas fitas analógicas, contém TODA essa informação. Toda. Por isso, quando se ouve um bom vinil ouve-se TUDO o que a banda gravou. Tudo o que eles ou elas queriam que nós ouvissemos. Um mau vinil terá praticamente tudo também, simplesmente não com a clareza e o brilho original. Eis o som analógico. E o som digital? Bem, por 'digital', e neste caso específico, compreende-se informação processada informaticamente e convertida em linguagem binária (zeros e uns). Acontece que a informação ocupa ESPAÇO e a informação áudio ou vídeo ocupa mesmo MUITO espaço. Nos finais dos anos 70 os engenheiros da Phillips (holandesa) e da Sony (japonesa) tentavam desenvolver um sistema sonoro baseado num medium que fosse menor que o LP, comportasse tantos ou mais minutos de música e que cuja produção ficasse barata. Assim desenvolveram, mais ou menos a meias, o CD (compact-disc, o nome diz tudo), um suporte que permitia conter até 74 minutos de música com uma qualidade, afirmavam, perfeita, e melhor ainda, eterna. Tinhamos portanto som altamente e prá vida toda. Os primeiros anúncios para televisão aos CD's reforçavam esta mensagem até ao absurdo, colocando um cão apanhando, com os dentes, um CD atirado pelo dono. Este colocava-o a seguir no leitor e o CD estava impecável. :)

Mas o que faz o CD (ou melhor, o som digital) ser pior que o vinil? Bem, a questão é até bastante simples: o mapa não é o território. O som, como foi referido atrás, é quase infinito na sua amplitude. A informação digitalizada em 0's e 1's não pode conter toda essa informação porque se o fizesse cada CD levaria meia dúzia de minutos de música. Assim sendo, o que é feita é uma AMOSTRAGEM digital, isto é, selecionam uma amplitude determinada (no caso do CD, 44 ou 48 kHz) e é só isso que vai parar ao CD. Tudo o resto é cortado. Tudo o resto. Assim, não admira que, em casos como o álbum criticado esta semana, 'OK Computer' do Radiohead, tenhamos mais sons no vinil do que no CD. Tão simples quanto isso. Seja como for, o mais usual é não faltarem sons nas músicas, mas antes a sensação que fica no ouvinte perante os dois suportes. Os seres humanos, até prova em contrário, são analógicos, não são 'digitais', e por isso reagem melhor ao som analógico. Se ouvir o mesmo álbum, nas mesmas condições e com material de igual qualidade, muito provavelmente preferirá ouvir em vinil. Testes 'cegos' (isto é, sem que os testados soubessem qual era o CD e qual o vinil) tiveram os resultados que se esperaria - a grande maioria das pessoas prefere o vinil. O som em vinil é quase sempre descrito como mais 'quente' e mais 'profundo'. O som digital, quando comparado com o analógico, é descrito usualmente como mais 'frio' e 'linear'. Num outro teste, feito em discotecas americanas, foi descoberto que os clientes ficavam até mais tarde naquelas em que eram utilizados discos em vinil em vez de CD's. A razão para isto é que de facto os 48 kHz da amostragem que é feita não chegam, pois não atingem as frequências mais altas e mais baixas, ficando-se pelas centrais. As frequências mais baixas (graves) são muitas vezes inaudíveis mas MEXEM connosco, definem a percepção do som, e ficar sem elas é não ter o quadro todo à nossa frente.

Por fim, e apesar de ser uma razão talvez menor, há que referir o trabalho gráfico. Um LP é ENORME, e a capa do disco é GRANDE. As fotos dos ídolos são MAIORES e as letras não ficam em corpo 8! Em relação à aquisição de toca-discos e dos discos em si, o cenário está cada vez melhor. Algumas grandes lojas já começam a ter (e encomendam se o cliente pedir) as edições em vinil dos álbuns que vão saindo. Existem ainda lojas da especialidade, mas só nas grandes cidades. Quem tiver acesso à internet e um cartão de crédito, só precisa de ter dinheiro na conta. A maior parte das grandes lojas on-line tem uma seção bem recheada de vinil e existem, claro sites epecializados. Em relação ao 'hardware', isso é o mais fácil.

fecha aspas

Bog
Veterano
# nov/06
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Mummy

Tem algumas coisas que o cara exagerou um pouco, mas no geral, não falou nenhum absurdo mesmo. Em especial, isso aqui:

As frequências mais baixas (graves) são muitas vezes inaudíveis mas MEXEM connosco,

É verdade mesmo. Uma amostragem de 40.000 Hz na verdade, seria suficiente para toda a faixa audível do ser humano normal, mas frequências inaudíveis também ressoam, e por isso a gente pode sentir. Eu aprendi isso aqui no Japão de um jeito muito curioso: algumas vezes, eu estava dormindo em casa, e acordei com uma sensação estranha, um certo enjôo. Em torno de 20 a 30 segundos depois, vinha o terremoto. Não tem nada de mágico ou premonitório: tenho para mim que o meu corpo "ouviu" as frequências subsônicas do terremoto, especialmente porque isso só aconteceu quando eu estava em lugares bem silenciosos. E conheço outras pessoas que também sentem isso.

E tem mais uma coisa... A amostragem digital não é perfeita, porque às vezes pega as coisas de um jeito errado, e tem algumas perdas extras na hora de converter (pelo funcionamento do conversor). Eu trabalhei com conversores AD quando fiz um medidor de qualidade de energia elétrica, e dependendo da frequência da onda original, a conversão fica meio bizarra. A conversão para frequências altas não fica muito boa - e esta é a principal razão para a "folga" nas coversões de 48.000Hz.

Casper
Veterano
# nov/06
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É difícil explicar, para quem não viveu a experiência
de usar só equipamentos analógicos, a diferença
entre os dois sistemas.

Tem coisas estranhas. Por exemplo, eu tenho um rell
Revox (gravador de rolo) de 1/2", que, se vc olhar
as especificações técnicas, não é lá grandes coisas.

Mas, para quando uso ele para gravar, o som
é mais cheio, encorpado e quente que o som
de um CD.

Tem ruído de fundo? Tem.
O motor e barulhento? É.
Tem que ficar limpando as cabeças? Tem.
Dá trabalho para virar a fita,que é delicada e cara? Dá.
Tem horas que é um saco? Tem.

Mas tudo isso some, quando ele está funcionando.
Aquela compressão, quase mágica, da fita analógica,
o resultado quente...

Sei lá, estou ficando velho. Velho é um saco.

tiago0101
Veterano
# nov/06
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Tiro um som frio e linear da minha gt8, sinto até os 0´s e 1´s passarem como um vento na frente da 2x12, bom que não preciso de ar condicionado.

GreatKingRat
Veterano
# nov/06 · Editado por: GreatKingRat
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Mummy

Eu tambem defendo o Vinil, tenho alguns pois iniciei coleção há pouco tempo mais é uma paixão de infância, ver o bolachão rodar e se deliciar com os estalos do disco empoeirado (hauhahahaha), um exemplo, eu tenho o album A Night At The Opera do Queen em cd e em vinil, a definição sonora do vinil impressiona, vem com peso, profundidade e calor....o piano soa brilhante, os riffs de guitarra tmb, os sons graves do baixo e batera estão presentes.....tem amigos meus que falam merda e alguns deles eu trego e mostro os 2 e acabam achando legal o vinil tmb, digo alguns pois há sempre os que não dão o braço a torcer e batem o pé em defesa do cd, outros não dizem que foi um teste satisfatorio ou não, só comenta do chiado do vinil..... :-P

e outra, erroenamente vc usou o termo amplitude (que é a intensidade da onda) onde vc queria dizer frequencia, neste caso "Esta informação reporta-se a uma amplitude sonora IMENSA, e só estou falando daquela que os humanos captam, que não é toda gama).....

e tem o cara que era baixista de uma banda que eu tinha que vivia falando que analogico é uma merda e eu perguntava exemplos disso e ele ao inves de falar que tal formato de audio digital ou determinada unidade de efeito tinha eficiencia ele vinha falar que computador é digital, maquina fotografica digital....ele saia do assunto e mesmo assim falava merda pois uma maquina digital dificilmente terá a definição da de filmes, ela quebra a imagem em pixels, como acontece com o audio, o sistema digital de audio tmb da uma "serrilhada" na onda (me corrijam se eu tiver enganado neste ponto pois faz um tempinho consideravél que eu não leio a respeito).....po cara se for argumentar falando que digital é bom por que sem tal sistema não teriamos o computador ou blá-blá-blá vai comentar sobre computador! os cara misturam, computador é especifico agora som ainda não é eficientemente compativél com sistema digital!

Bog
Veterano
# nov/06
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GreatKingRat

Obviamente, dizer que som digital é bom porque computador é digital (teu amigo) é meio sem sentido. O formato digital é simplesmente uma MÍDIA, que armazena um MODELO de algo. O vinil também armazena um MODELO de algo. No caso, o modelo que ambos armazenam é da performance original dos músicos. Como qualquer um aqui sabe, nenhuma dessas mídias é ideal - nenhuma delas substitui os músicos ao vivo! Nenhuma dessas mídias também armazena a propagação das ondas no espaço original, todo delocamento do ar, e coisas do tipo. O que é capturado por um microfone é pontual, é como se fosse um perceptor único, sendo que o nosso corpo possui vários perceptores. Mas são modelos razoáveis, e que permitem a manipulação do sinal original - mixagem é simplesmente isso!

O armazenamento digital tem uma desvantagem sim. Mas essa história de que o som fica "quadrado" é balela, porque no final das contas, ele é novamente convertido para o analógico. Taxas de amostragem baixas não resultam em sons mais "quadrados" - nossa percepção é de um som mais ABAFADO. porque as frequências mais altas se perdem. Você pode simular isso num equalizador. Sá que a partir de uma certa frequência (40Khz para a maioria das pessoas), isso também passa a não ser mais perceptível. A desvantagem do armazenamento digital é simplesmente a perda de harmônicos de frequência alta - em uma frequência inaudível, mas que algumas pessoas podem "sentir" em certas situações. Mas esses harmônicos só podem ser sentidos em situações específicas - para começo de conversa, o equipamento precisa ser capaz de reproduzir essas frequências todas. E o ouvinte precisa estar sentindo o som em condições bem específicas.

Já as mídias analógicas sofrem de três problemas principais: o desgaste físico, que é muito maior, o espaço necessário para armazenamento, que normalmente é maior também, e a maior dependência de partes mecânicas (agulhas, bobinas, etc.), que produzem ruído. Também é muito complicado de se fazer uma cópia perfeita do original, porque cada cópia implica em mais ruído e mais perdas do que havia originalmente.

Veja bem, não estou falando aqui de MP3, que é um formato de compressão com perda de sinal, e nem do PROCESSAMENTO digital de efeitos, como faz a GT-8 do tiago0101. Muita gente confunde uma coisa com outra, mas para qualquer um que trabalhe com isso, fica bem clara a diferença entre armazenar um sinal num formato digital e TRANSFORMAR esse sinal através de modelos matemáticos.

Mummy
Veterano
# nov/06
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Caramba, gostei das aulas.

&

Bog,

Isso que você contou sobre os terremotos, já tinha ouvir falar que acontece com os animais, e se acontece com os animais, não acho nada estranho acontecer com a gente também, basta estarmos mais receptivos. Caramba, a sensação deve ser esquisita mesmo.

Abraço,

GreatKingRat
Veterano
# nov/06
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Bog

As instruções binárias são convertidas em sinais analogicos sim, mais eu tenho quase certeza de que vi há algum tempo em um site um cara mostrando em um ociloscopio o formato deficiente de uma onda gerada por sinal digital de baixa resolução, ela era meio quadrada, isso com a senoide mostrada ao lado pq senão dependendo da pessoa nem perceberia, mais mesmo com o som que provem de uma conversão com alta taxa de amostragem a onda ainda dificilmente (ou nunca) chega a ficar 100% igual.....

preciso tomar um chá de google no fim de semana e achar este artigo ai posto aqui...

tiago0101
Veterano
# nov/06
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Bog
Uai, mas a gente de estava falando de processamento de audio, não?

Bog
Veterano
# nov/06
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GreatKingRat

Sim, eu sei disso, mas você não ouve esse com como sendo "quadrado", ouve como sendo abafado. Perda de harmônicos nas frequências altas em geral faz o som ficar menos "presente". Eu só estava querendo dizer que o som que você ouve no final não é "digital". Se você coloca num gráfico o sinal original (contínuo) e faz uma amostragem, vai ter um gráfico cheio de pontinhos. Na saída, o que você tem não são os pontinhos, mas uma coisa mais ou menos serrilhada. É mais ou menos o mesmo efeito de você desenhar um círculo no paintbrush: note que ele também fica um pouco serrilhado. Quanto maior for a resolução, mais "redondo" é o círculo. Eu já trabalhei com DSP, e não tenho saudades, hahahaha... =)

tiago0101

Não o artigo postado pelo Mummy. Mas particularmente, não tenho nada contra processadores digitais. Tenho cá os meus também. E estou para me dar de presente de Natal uma GNX3000!

Casper
Veterano
# nov/06
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Caro GreatKingRat:

Não sei se era esse artigo, mas ele explica tudo:

http://www.happybob.com/marc/digital_sucks/index.htm

Bog
Veterano
# nov/06
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Casper

Legal o artigo!

Rachmaninoff
Veterano
# nov/06
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Bog
E estou para me dar de presente de Natal uma GNX3000!

Já tem aqui no Brasil?

amarorskz
Veterano
# nov/06
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conclusao !
dependendo da quantidade de " digitalidade "
isso pode maxucar !
aehueuheah sempre axei o v-amp 2 igual a um iceberG ! aehueahueahu

Bog
Veterano
# nov/06
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Rachmaninoff
Já tem aqui no Brasil?

Não faço idéia. Eu moro no Japão... =)

rafaelbretas
Veterano
# nov/06
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Exatamente pelos "0´s e 1´s" do som que eu acho o digital MELHOR.

Claro que há uma GRANDE perda na conversão, que varios sons inaudíveis são cortados e que INCLUSIVE os sons audíveis ficam com uma qualidade inferior.
Porém ao passar a "onda analogica" para o formato digital, você vai gravar EXATAMENTE o que foi convertido. Se após a edição e tudo mais o som virou 01001 esse 01001 vai tocar como 01001 no seu som. se o mesmo som foi gravado em um formato analogico ele vai estar sujeito à MILHOES de variaveis, incluindo POEIRA, ARANHOES, GORDURA... ou seja: TUDO! não só falando de sujeira, mas tambem em micro-imperfeições na gravação OU na reprodução. Além de exigir um equipamento muito mais caro e bem regulado para atingir uma boa fidelidade. Por isso os sons de vinil mais basicos costumavam vir com equalizadores, coisa que apenas alguns um pouco melhores de CD´s possuem, pois o que vocêouve no CD naquele microsystem velhão, barato e simples é BEM mais proximo do som original que o mesmo audio em um tocador de vinil que não seja dos melhores.

O som analogico no geral possui bem mais "variáveis", não há duvida disso, mas ainda creio que o som DIGITAL se aproxima bem mais do original que o analogico. A não ser que este esteja em condições PERFEITAS de reprodução (um vinil muito bem gravado, conservado e reproduzido em um aparelho TOP, no caso).

No geral, o que eu quero dizer é que a vantagem do CD não é a maior qualidade sonora ou gama de sons, mas maior FIDELIDADE com o som que se pretende passar ao público.

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