Dicas de gramática

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Pedro_Borges
Veterano
# 28/mar/23 18:21
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Insufferable Bear não existe isso de certo e errado na língua, não é assim que funciona, isso aí é fascismo. Rsrsrs. Devolva a senha do Devasso, imediatamente.

Wanton
Veterano
# 29/mar/23 08:53 · Editado por: Wanton
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A gramática é mais importante na prova de concurso do que na língua falada. Isso é consenso entre os linguistas. A gente tem a impressão evidentemente errônea de que a gramática precede a língua, mas ela mapeia a língua. A língua precisa mudar, é claro. A gente faz o diabo para torná-la mais simples e funcional. No Brasil, matamos a segunda pessoa com a artimanha do você – que alívio! Só professor de português gaúcho e maranhense que conjuga a segunda pessoa, no dia a dia. Eu aprecio a mudança, aprecio a subversão de regras estúpidas. O problema é quando a língua é dominada pela preguiça do falante/escritor. Quem usa a vírgula sem critério, por exemplo, ataca a lógica da comunicação. Acaba tornando o discurso menos compreensível, dando margem para a ambiguidade e para o nonsense. Há muita gente que escreve mal demais. Usar essa porra de código cheio de letras está virando um negócio elitista. Inicial maiúscula, vírgulas e pontos foram para o saco. O "Ah, tá" virou "ata", como a ata de uma reunião ou a terceira pessoa do verbo atar. E não é coisa só de pré-adolescente, tá cheio de tio do zap escrevendo assim. É falta de leitura básica, mesmo. Leitura de gibi da Turma da Mônica.

brunohardrocker
Veterano
# 29/mar/23 11:30
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Eu cometo um erro básico quase sempre, e não o corrijo, porque eu queria que não fosse um erro. Que é usar a vírgula antes do "e", como fiz na frase anterior. Eu queria que essa pausa fosse descriminalizada na linguagem escrita.

Pedro_Borges
Veterano
# 29/mar/23 11:46
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Bom, sobre as minhas provocações (no sentido de trazer à luz), eu não fiz as conclusões. No aspecto da elipse eu quero dizer que todas as formas aqui apresentadas estão corretas: na rua, hoje é sete, risco de morte. E que as formas de parte da expressão oculta: à rua, são sete, risco de vida, ainda que pouco usuais, apenas se expressam pelo emprego da figura de linguagem elipse. Portanto, cabe a você usar tais modos ou não, mas por favor compreenda seu interlocutor quando ele estiver fazendo uso.

Lelo Mig
Membro
# 29/mar/23 12:45 · Editado por: Lelo Mig
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brunohardrocker "Eu cometo um erro básico..." Eu uso vírgulas, reticências, ponto e vírgula de forma excessiva, como vocês já devem ter notado nos meus posts. Mas, não corrijo não. Ainda que eu seja cuidadoso com erros gramaticais, não chego a ponto de ser neurótico, nem revisar meus escritos aqui. Mas muitas vezes observo, depois, que errei coisas básicas (mau e mal, porque e porquê...) erros que cometo com alguma frequência e corrijo. Mas sou meio chato, de certa forma meio conservador, com a língua portuguesa. Essa conversa de que o importante é se fazer entender, acho um tanto relativa. Preferiria se o importante fosse estudar.

Insufferable Bear
Membro
# 29/mar/23 14:06
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Wanton eu tava vendo um arqueólogo no youtube (com muito interesse em linguística) explicando que, com risco de simplificar demais, tem duas forças que transformam a língua, uma é a facilidade do falante de fazer os sons, isso que causa vogais diferentes se tornarem as mesmas (ele é inglês, então o exemplo que ele dá é o cot-caught merger). a outra é a facilidade do receptor em decifrar o significado da mensagem a partir dos sons, se toda fala é ambígua essa força de cria diferenças. na minha cabeça de leigo também faz sentido que a fonologia determinava a gramática. Isso aconteceu com o latim, ao unificar o gênero masculino com o neutro, e é o que pode ter acontecido com a segunda pessoa em alguns dialetos brasileiros (aquelas conjugações devem caber melhor na boca do português europeu) com relação à escrita, agora é a forma essencial da comunicação entre os zoomers, ela deixou de ser uma atividade acadêmica, onde existia a ilusão de universalidade. Agora a linguagem escrita se fragmentou, assim como a fala, só que o dialeto não é determinado pelo território geográfico.

Pedro_Borges
Veterano
# 29/mar/23 17:01 · Editado por: Pedro_Borges
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Lelo Mig Para conhecer regras gramaticais ao pé da letra, penso que só tendo feito uma licenciatura em letras. A gente ver isso com mais profundidade no ensino fundamental, numa época em que o estudante não tem tanto foco nos estudos ou pelo menos não se interessa tanto, pois não ver necessidade daquilo para o futuro, na maioria das vezes. Depois no ensino médio se foca muito em redação de forma geral e coisa dessa natureza. No Ensino superior, dependendo do curso, nem redação você tem mais. O remédio para se escrever bem é ler muito, como disse o Devasso. A coisa que eu mais fiz na vida foi ler. 80% literatura técnico/científica e 20% para as demais. Se juntar tudo o que leio (livros, boletins semanais tributários/contábeis, jornais) estimo que dá em média 15 livros por ano. Sobre pontuação, conheço a maioria das regras, mas não todas. O resto vai pelo bom senso e pelo que vejo nas literaturas. Erros tais como aquele que o Devasso chamou a atenção são comuns acontecer porque são sutis. Ao "ao invés de / em vez de". Acentuação, depois da maldita mudança ortográfica eu estou perdido. Aliás, saporr4 de acordo tinha de acabar e nossa língua passar a se chamar "brasileiro" e não mais português. Tô louco pra vê português pelas costas.

Lelo Mig
Membro
# 29/mar/23 17:16 · Editado por: Lelo Mig
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Pedro_Borges "Para conhecer regras gramaticais ao pé da letra, penso que só tendo feito uma licenciatura em letras." É importante aprender as regras gramaticais, no ensino fundamental e médio, para depois esquecer tudo assim como acontece. Porque é a nossa língua. Acho que Língua Portuguesa e Matemática são realmente importantes e fundamentais e, se iremos usar algumas coisas depois, não importa. Têm que aprender o melhor possível. Porém, quem aprendeu direito, convive com familiares e amigos que falam corretamente, têm hábito de leitura, bons filmes e boas canções, via de regra, têm um bom português. Não lembro uma porra de uma regra e, modéstia à parte, já perdi a conta de quantas provas gabaritei em língua portuguesa. No entanto, reconheço que faço parte de uma elite. Meu pai era extremamente culto, minha mãe não tinha estudo mas não cometia erros de português, falava e escrevia bem pelo hábito da leitura e convívio com meu pai. Fui para a escola com 6,5 anos, estudei o fundamental em boas escolas públicas. Quando terminei o fundamental meu pai perguntou o que eu pretendia: Disse a ele que pretendia fazer o SENAI de Artes Gráficas, período integral, se ele tinha como bancar o rango e o buzão. Ele disse que se eu passasse no vestibulinho para o SENAI ele segurava a bronca, se não, ia arranjar um emprego e estudar à noite. Fiz ensino médio em período integral, no SENAI, numa época em que se reprovasse estava fora. Sei que mesmo o SENAI sendo de graça, muitas famílias não tinham como bancar 4 conduções todos os dias, mais alimentação de filho cabeludo.

Wanton
Veterano
# 31/mar/23 09:47
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Insufferable Bear a outra é a facilidade do receptor em decifrar o significado da mensagem a partir dos sons Para tornar a coisa mais complexa, temos uma linguagem falada que afeta a escrita e uma linguagem escrita que afeta (menos, provavelmente) a fala. E essa conversão pode ser problemática. Um problema que vejo nesse sentido é a confusão que se faz entre o artigo "a" e a preposição "a", o que inclui o uso do "a" craseado. Isso pode ser bonitinho quando escrito, mas é uma merda na fala, porque as funções que estão sendo usadas não são compreendidas pelo falante. A fala não dá suporte à aprendizagem da escrita. Se a língua fosse um produto que pudesse ser remodelado tecnicamente, com base nos problemas encontrados, certamente daríamos um sumiço nesse "a" com função ambígua, que não instrui a escrita. Aliás, a língua escrita poderia ser muito mais fonética do que é, sem deixar qualquer dúvida sobre a transcrição das palavras. Em português, isso é bastante ruim. Em inglês, é um inferno. ela deixou de ser uma atividade acadêmica, onde existia a ilusão de universalidade. É. Eu não sei bem o que pensar sobre isso. Gostava da ilusão de universalidade. Detesto ver a forma como as pessoas (não só os zoomers) escrevem nas redes sociais. Vou dar um exemplo real. Minha filha de 18 anos respondeu uma pergunta da seguinte maneira, no WhatsApp: "n é só pra eu lembrar" Quando o que ela quis dizer era: "Não, é só para eu lembrar" Ela acha que está comunicando, mas a forma utilizada nos força a adivinhar o que ela quis dizer. Se eu a instruo a escrever direito, ela abandona rapidamente, porque, para ela, a forma de escrita escolhida serve para a comunicação com gente da mesma faixa etária. Se ela começar a escrever como eu escrevo, será mal vista entre as amigas.

makumbator
Moderador
# 31/mar/23 12:54 · Editado por: makumbator
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Wanton Se ela começar a escrever como eu escrevo, será mal vista entre as amigas. Ensine-a a usar diferente padrões dependendo do interlocutor. Quando for escrever pra você, deve usar um padrão mais culto, e para as amigas, uma padrão mais interneteiro.

brunohardrocker
Veterano
# 31/mar/23 15:42
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Eu já acho que ela tem todo o direito de corrigir as amigas.

brunohardrocker
Veterano
# 31/mar/23 15:45
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Grupo de compra e venda no facebook é o terror da comunicação. Se tem o preço, perguntam qual é o valor. Se tu faz uma afirmação, respondem com se fosse uma pergunta. Se você pergunta, respondem como se fosse uma afirmação. Sei lá, não dá pra ser grammar nazi, mas também tem que ter um mínimo.

Pedro_Borges
Veterano
# 31/mar/23 16:24
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Wanton Se ela começar a escrever como eu escrevo, será mal vista entre as amigas. Cara, pega firme com a guria, fala pra ela que o costume de casa vai às ruas e o uso do cachimbo faz a boca entortar. Daqui a pouco entra para uma empresa ou mesmo uma repartição e começa escrever e-mails oficiais com vc, n, q, e por aí vai. Eu sempre que recebo comunicações corporativas com essas pérolas eu devolvo e digo que não entendi. Aqui em Goiás tem um tal de maldito nós foi e nós vai. Dependendo do convívio da pessoa ela diz que se falar certo é sinal de soberba. Sempre trabalhei com jovens aprendizes. Quando vejo um jovem se comunicando assim no meu trabalho, ou qualquer colega eu compro um livro de gramática e marco as páginas de concordância verbal e nominal, entrego e depois tomo a lição. Já fiz isso uma porrada de vezes. Tem duas coisas que detesto em Goiás. Uma é esse apreço pela fala errada de uma parte até instruída do povo e a outra é a tal da música sertaneja.

Wanton
Veterano
# 31/mar/23 17:13
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makumbator, brunohardrocker, Pedro_Borges Ela está lendo clássicos da literatura que eu nunca tive coragem de ler. Não me preocupo muito com o desenvolvimento da linguagem, porque os trabalhos universitários dela tem um português bastante aceitável. Trouxe o exemplo para tratar do fenômeno apontado pelo Insufferable Bear, que afeta toda uma comunidade de falantes, que passou a se comunicar por mensagens de texto. Recebo e-mails institucionais com um português bastante informal, com erros grotescos. As gerações mais antigas, que não tinham o hábito da escrita informal, também têm se saído muito mal nas conversas por texto. Antes, a separação era clara. O português escrito raramente descambava para a coloquialidade. Hoje, a escrita está desenvolvendo coloquialidades próprias.

Pedro_Borges
Veterano
# 31/mar/23 17:27 · Editado por: Pedro_Borges
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Astrologia é com essa professora.

Drinho
Veterano
# 31/mar/23 18:27
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Devasso Que porra é devasso?

Pedro_Borges
Veterano
# 31/mar/23 18:40 · Editado por: Pedro_Borges
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Drinho Wanton em português. Devasso = Que ou aquele que é degenerado, despudorado; imoral, indecoroso, intemperante, libertino, licencioso, rigolboche. Wanton = causing harm or damage deliberately and for no acceptable reason: wanton destruction; a wanton disregard for human life; the wanton killing of innocent creatures. Ou seja, é o cão chupando o caralho de asas, com o médio da mão direita no reto, com unha de violonista. Que Deus em sua infinita bondade, tenha piedade!

Drinho
Veterano
# 31/mar/23 19:11
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Pedro_Borges Pode crê.

makumbator
Moderador
# 31/mar/23 19:15
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Pedro_Borges Ei, eu é que devia receber esse apelido alternativo, não o Wanton.

Wanton
Veterano
# 31/mar/23 21:01
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makumbator Ei, eu é que devia receber esse apelido alternativo Teu apelido alternativo é macumbador

Wanton
Veterano
# 01/abr/23 15:09 · Editado por: Wanton
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Historiador italiano questiona origem da pizza e gerar furor na Itália Esse erro de concordância verbal me dá náuseas. Também é um erro advindo da fala. Por causa o hábito de omitir a pronúncia do 'r' nos verbos no infinitivo, as pessoas acabam colocando 'r' onde não tem.

ProgVacas
Membro Novato
# 04/abr/23 07:18 · Editado por: ProgVacas
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Algumas regras gramaticais estão tão presentes que a gente usa no automático. A merda dos concursos é que essas regras são cobradas e eu, pelo menos, preciso sempre estudar Língua Portuguesa para ficar esperto nessas questões. Exemplo: COERÊNCIA TEXTUAL MECANISMOS DE COESÃO COESÃO REFERENCIAL Pronomes: (pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos) José comprou uma moto. Depois ele vendeu-a para seu sogro. Numerais Paula e Bebeto farão vestibular; ambos são aplicados, mas a primeira é mais dedicada que o segundo. Advérbios locativos: lá, aí, ali, aqui, onde. A escola onde estudei era exemplar. tínhamos a maior biblioteca particular da cidade. Elipse Eu torço para o Internacional; mas meu irmão, (torce) para o Grêmio. Sinonímia (substituição lexical) Pelé, que já foi ministro, disse que a Copa de 2014 será um sucesso. O Rei só duvida que os estádios fiquem prontos até lá. Metonímia: processo de substituição de uma palavra com a qual mantenha relação de sentido. Serra quer o lugar de Lula a qualquer custo, mas parece que não é desta vez que o Planalto dará lugar ao Bandeirantes. www.neafconcursos.com.br

ProgVacas
Membro Novato
# 04/abr/23 07:45 · Editado por: ProgVacas
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Pedro_Borges
Veterano
# 04/abr/23 08:45
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uma moto Olha que bárbaro. O veículo é do gênero feminino "motocicleta", tiraram o sufixo "cicleta" virou moto, mas continua no feminino.

Pedro_Borges
Veterano
# 04/abr/23 08:46
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Lelo Mig
Membro
# 04/abr/23 11:22
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Wanton Se têm uma coisa que a Internet contribuiu para piorar muito, e é uma das coisas que mais me incomodam, é a qualidade do texto. Antes era impossível você encontrar erro gramatical em textos editoriais e jornalísticos, pelo contrário, a qualidade era bastante alta. Hoje, se bobear, acho que têm redator até semianalfabeto. É constrangedor.

Wanton
Veterano
# 04/abr/23 11:46
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Lelo Mig Hoje, se bobear, acho que têm redator até semianalfabeto. A vantagem de hoje é que dá para arrumar. O erro que eu apresentei estava presente tanto no título na capa do G1 quanto no título da matéria. Corrigiram. Agora, o erro só ficou no hyperlink. É lamentável porque o jornalismo é um dos balizadores da língua portuguesa. Os erros do jornalismo autorizam as pessoas a escreverem errado. Que não desaprendam a usar a vírgula, pelo menos. Aliás, já notaram como a ênclise está sumindo dos textos jornalísticos?

Lelo Mig
Membro
# 04/abr/23 12:11
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Wanton A questão é que os redatores de 5 mil reais foram substituídos por blogueiros, fazedô de texto, digitadô e etc. Alguns sites como Yahoo e UOL são uma vergonha, você não precisa nem ler a matéria, a chamada já vêm com erro. Além disso que você falou: "erros do jornalismo autorizam as pessoas a escreverem errado", qual a credibilidade de uma matéria com erros básicos de língua portuguesa?

ProgVacas
Membro Novato
# 05/abr/23 08:51 · Editado por: ProgVacas
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-=DICA ÚTIL PARA JULGAR SUBSTANTIVO ABSTRATO E CONCRETO=- Substantivos abstratos costumam derivar de algum verbo. Já os concretos designam seres com existência própria. Responda rápido, seu pela-saco: lobisomem é substantivo_____________. compra é substantivo_____________.

Pedro_Borges
Veterano
# 05/abr/23 09:58
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Tem uma coisa que me irrita é a cacofonia "por cada" cuja expressão deve ser substituída por "a cada". Vejo esse erro em jornais, revistas, telejornais, rádios, etc. Tem momentos que chego a pensar que só eu assisti essa aula.

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