Boas e más razões para acreditar - Dawkins

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One More Red Nightmare
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# fev/12
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tambourine man
Merci ^^

Cavaleiro
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# fev/12
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tambourine man

Agora conta aquela do papagaio.

Die Kunst der Fuge
Veterano
# fev/12 · Editado por: Die Kunst der Fuge
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tambourine man
Não tem essa de descontar a margem de erro, vai ser sempre aproximado

Por que você tá fingindo que não tá lendo o que eu estou escrevendo?

Condiz com um valor aproximado da relação que existe na realidade?

O valor vai ser sempre aproximado mesmo, não acredito que você esteja criticando isso visto que qualquer ciência sabe disso. Todas as técnicas de medição científica são constantemente aprimoradas para diminuir esta margem de erro cada vez mais, entretanto, ninguém almeja eliminá-la, pois todos reconhecem as limitações.

Você considera que um "valor aproximado" não valha nada?

Agora me diga, se eu pretendo obter o valor o mais próximo possível do que existe na realidade, não devo aplicar um método que me forneça um resultado com a menor margem de erro possível?

Se na realidade uma coisa mede X.

Eu aplico um método e obtenho um valor com um erro de 0.0002%

Eu aplico outro método e obtenho um valor com um erro de 5%

Eu não meço nada, chuto um valor e meu erro é de 127%

E não meço nada de novo e chuto outro valor e meu erro é de 0,01%

Não há uma hierarquia entre resultados obtidos? Não há uma diferença na confiabilidade entre os métodos [ou seja, se eu usá-lo mais vezes obterei aproximadamente a mesma margem de erro nas diferentes medidas]? Um deles não é mais próximo da realidade e portanto possui mais valor para que seja aplicado em situações práticas?

Die Kunst der Fuge
Veterano
# fev/12
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Cavaleiro

Tenho de sair, quando ele responder continue por mim!

Cavaleiro
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# fev/12
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Die Kunst der Fuge

Fala com a tua parede, acho que ela não desconsidera que há uma proporção quantificável entre dois objetos.

One More Red Nightmare
Veterano
# fev/12
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Se for pra dar um pitaco, acho que o problema do Coltrane é no Método querer-se soberano em áreas do conhecimento que não o aceitariam; quer dizer, entre etiquetar objetos e etiquetar pessoas há um abismo intransponível.

just bainstormin'

Cavaleiro
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# fev/12
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One More Red Nightmare

Pois é, mas eu não consigo pensar em um método que comporte todos os contextos e variáveis e não seja puramente semântico, nem mesmo a dialética.

Além do que o método científico é uma evolução da dialética se for pensar cronologicamente. Mas ela é aplicável a determinados campos do conhecimento, os que dependem de contexto ou ainda não temos condição de explorar devido as limitações de conhecimento e tecnológicas do nosso paradigma estão fora do escopo.

brunohardrocker
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# fev/12
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Cavaleiro

Uma pergunta que eu gostaria de fazer pra entender um pouquinho mais a cabeça de um ateu/agnóstico.
Vê se consegue pegar meu feeling:

Você não acredita em Deus por não saber, ou por achar um absurdo?
Deus é improvável ou impensável?

brunohardrocker
Veterano
# fev/12
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Eu sou louco mais sou feliz
Muito mais louco é quem me diz
Eu sou dono, dono do meu nariz
Em feira de Santana ou mesmo em Paris
Não bulo com governo, com polícia,
nem censura
É tudo gente fina, meu advogado jura
Já pensou o dia em que o Papa se tocar
E sair pelado pela Itália a cantar
Ehê, Ahá! Quando acabar o maluco sou eu

One More Red Nightmare
Veterano
# fev/12 · Editado por: One More Red Nightmare
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Cavaleiro
Nessa dança das cadeiras de métodos cheguei a ficar empolgado com a promessa fenomenológica de construir uma antropologia que não fosse rasa como seria se fosse construída pelo método, apesar de ter brochado em alguns pontos cruciais que, ao meu ver, não passam de uma metafísica mais complexa ainda: chegar à essência, fomentar a produção de conhecimento afim de coalizá-lo em um corpo tão duro quanto o científico, tudo bullshit.

Sei lá, não vejo saída pra nenhum lado. =/


Quanto à dialética, sempre deixei uma lacuna no pensamento. Vou estudar o livro que o Coltrane me indicou e ver das qualé

Cavaleiro
Veterano
# fev/12
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brunohardrocker
Deus é improvável ou impensável?

Improvável, embora não seja neutro com relação a convicção como teoricamente deveria ser um agnóstico, eu simplesmente não acredito.

Por isto fiquei com dúvida nesta divisão ateu/agnóstico em uma discussão e o Bog auxiliou com referência aos planos hiperbólicos e suas divisões.

Então posso dizer que sou ateu por não acreditar arbitrariamente pois não vejo uma razão para acreditar. E por outro lado não há provas conclusivas da sua inexistência então admite-se a probabilidade de existência.

brunohardrocker
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# fev/12 · Editado por: brunohardrocker
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Cavaleiro

Entendido.
Outra questão que eu gostaria de expor, que da minha parte, claro depois de muito pensar, penso que posso dividir os teístas entre aqueles que acreditam e vêem o universo como um mistério "indesvendável" e aqueles que acreditam, porém enxergam o universo como algo a ser investigado, descoberto. De um lado uma forma mágica de se ter uma crença, de outro uma forma racional. Eu me considero no segundo grupo.

No fim, as crenças que todos possuímos tem a mesma base: observação de uma amostra e projeção de uma verdade para o todo. Ex: observar a complexidade e crer que ela foi projetada x nossas observação do espaço até onde conhecemos e crer que é infinito ou existem outros, sem prova empírica.

E tentando parar pra pensar "de fora pra dentro", me colocando no lugar de outros, vejo que a luta em prol da descrença, vem mais de um motivo político/cultural sobre as consequencias das religiões na sociedade do que propriamente um desejo egocêntrico de que os outros sejam iguais a si.

Mas no fim, não faço julgamento de valor. Uma Igreja Católica da vida "desenhou" muita coisa na sociedade que muitos nem imaginam. Até as notas que usam nos instrumentos musicais. Então não tenho "mensurado" os efeitos negativos e os positivos. Pra mim, somente tá valendo a briga e que vença o mais forte.

Afinal, o Papa luta pra não ver pessoas fodendo nas ruas do carnaval, do mesmo jeito que o Dawkins luta pra não ver as pessoas indo nas igrejas nos finais de semana. Estamos todos numa piscina só, onde todos mijam. Quem engolir mais urina será o mais desgraçado.

One More Red Nightmare
Veterano
# fev/12 · Editado por: One More Red Nightmare
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Pra mim deus é impensável. Não baseio minha descrença em qualquer evidência (ou falta dela) científica; também não desacredito por julgar Deus uma resposta insuficiência, embora os argumentos para Deus, no meu entendimento, careçam de veracidade. Simplesmente acredito num universo autossuficiente, acredito que mesmo a mais improvável das reações químicas é mais provável do que Deus. Não preciso de Deus nas equações que faço a respeito do universo. Não consigo imaginar a vida como um simples teste, nas palavras do dr. House.

Desculpem a desconexidade.

tambourine man
Veterano
# fev/12
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Die Kunst der Fuge

Sim, essa hierarquia é possível na medida em que você abstrai outras qualidades sensíveis em detrimento de uma só [a medida]. Eu posso argumentar que essas qualidades não podem ser separadas pois se trata de um objeto único, ou afirmar que os objetos são todos singulares e icomensuráveis.

O que ocorre é que o método científico acaba por dividir os objetos em tantas qualidades distintas que ele acaba todo despedaçado, sem que seja possível a sua síntese [devido à especialização do conhecimento que não é nada mais do que o reflexo da divisão de trabalho capitalista].

One More Red Nightmare
Se for pra dar um pitaco, acho que o problema do Coltrane é no Método querer-se soberano em áreas do conhecimento que não o aceitariam; quer dizer, entre etiquetar objetos e etiquetar pessoas há um abismo intransponível.

por aí, mas para de colocar deus no meio, isso vai complicar ainda mais as pessoas.

Die Kunst der Fuge
Veterano
# fev/12 · Editado por: Die Kunst der Fuge
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tambourine man
essa hierarquia é possível na medida em que você abstrai outras qualidades sensíveis em detrimento de uma só [a medida].

O que são "qualidades sensíveis"?

Qual o problema em medir apenas uma (ou mais) características do objeto nas situações em que é exatamente este aspecto que é preciso saber para entendê-lo?

Eu posso argumentar que essas qualidades não podem ser separadas pois se trata de um objeto único, ou afirmar que os objetos são todos singulares e icomensuráveis.

Explique por que não podemos separar as características.
Como você justifica as suas afirmações: "não pode porque são objetos únicos" ou "não pode porque são singulares e icomensuráveis"?

A todo momento estamos separando os objetos em várias características, isso não é coisa da ciência, é uma característica da nossa própria percepção biológica. Temos diferentes órgãos sensoriais destinados a, potencialmente, perceberem um mesmo objeto

Podemos (e fazemos) perceber o cheiro de alguma coisa sem perceber a sua textura, o seu gosto, ou a sua consistência. No que isso torna menos válida a observação do seu cheiro?

O que ocorre é que o método científico acaba por dividir os objetos em tantas qualidades distintas que ele acaba todo despedaçado, sem que seja possível a sua síntese [devido à especialização do conhecimento que não é nada mais do que o reflexo da divisão de trabalho capitalista].

Falei sobre isso acima.
E não é reflexo da divisão de trabalho capitalista, é reflexo da nossa própria maneira de perceber as coisas. No entanto, a nossa percepção não é uma ferramenta de medição muito precisa, o que a ciência faz é desenvolver maneiras de torná-la objetiva, para permitir uma comparação entre os resultados.

É como você ao medir sua altura:

Você está estabelecendo uma relação de tamanho. É apenas uma característica das várias que você possui. Você não conseguiria uma medição tão precisa sem uma ferramenta adequada.
Note também que esta característica [mesmo em separado de todas as suas outras características] representa uma informação válida para um grande número de situações e problemas, podendo servir de soluções e explicar acontecimentos.

O que a ciência faz não é muito diferente disso, é apenas mais complexo, pois nem tudo é só chegar uma régua e medir (mas um grande número dos métodos de medição são uma analogia direta a isso!), mas não vejo como essa maior complexidade invalidaria o resultado obtido.

One More Red Nightmare
Se for pra dar um pitaco, acho que o problema do Coltrane é no Método querer-se soberano em áreas do conhecimento que não o aceitariam;

Isso não ocorre.

quer dizer, entre etiquetar objetos e etiquetar pessoas há um abismo intransponível.

Isso é romantismo puro.

Estamos imersos nas mesmas leis físicas que qualquer outro objeto ou organismo, chegamos aqui da mesma maneira que qualquer outro organismo ou composto químico que já estudamos, dizer que a espécie humana não é passiva de ser submetida a estudos é uma arbitrariedade insustentável.

Quando o Coltrane se mede pra postar a altura num pótico ele está se etiquetando, o que a ciência faz não é muito diferente disso, só muda o nível de complexidade da coisa.

cheguei a ficar empolgado com a promessa fenomenológica de construir uma antropologia que não fosse rasa como seria se fosse construída pelo método

Cê deve estar de sacanagem.
Acho que deveria dedicar uns 5% do tempo que dedica à leitura de filósofos a pegar um livro de química, física, biologia e ler um pouco sobre ciência, ao invés de só ler os filósofos [bem ultrapassados, por sinal] que a criticam.

E parar de julgar ciência por artigos de divulgação científica. São úteis para ter uma informação rápida e de fácil absorção, porém, é bom conhecer como funciona a coisa por trás disso. Perceber o quão diferente isso é de um artigo científico.

Se você ler uns 5 artigos científicos perceberá como os cientistas são extremamente cautelosos em suas conclusões.

tambourine man
Veterano
# fev/12
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Die Kunst der Fuge

cara, tô com preguiça, vou responder e abandonar o tópico. E tu para de achar que a filosofia foi superada, pois as suas questões só mostram o quanto vc quer saber da parada.

Explique por que não podemos separar as características.
Como você justifica as suas afirmações: "não pode porque são objetos únicos" ou "não pode porque são singulares e icomensuráveis"?


Podemos separar, mas isso é um momento do pensamento, e não um fato da realidade. Foi o caminho escolhido pela ciência, que tem seus limites e contradições internas. Nada me impede de afirmar a singularidade dos objetos

isso não é coisa da ciência, é uma característica da nossa própria percepção biológica

percepção segundo a própria ciência

Die Kunst der Fuge
Veterano
# fev/12
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tambourine man

Se algum dia você estiver com paciência, então responta este meu post e o anterior, não tem problema se demorar.

E tu para de achar que a filosofia foi superada, pois as suas questões só mostram o quanto vc quer saber da parada.

Pra algumas coisas que eu estou perguntando aqui eu já tenho a respostas, eu pergunto pra saber as suas.

Eu sei que a filosofia não foi superada e tem sua utilidade.

Podemos separar, mas isso é um momento do pensamento, e não um fato da realidade.

Não entendi.
Se antes você admitiu que a medida era uma aproximação da realidade, o que mudou agora?
O que seria "um fato da realidade"? Uma medida sem erros?

Foi o caminho escolhido pela ciência, que tem seus limites e contradições internas.

Os limites são respeitados. As contradições, quando ocorrem, são analisadas e uma solução é buscada, isso é uma contante. Este tipo de crítica não se sustenta, pois a formação do conhecimento científico é paulatina, passível de modificações e correções.

Nada me impede de afirmar a singularidade dos objetos

Certo, eu só queria que você explicasse o que sustenta esta sua afirmação de singularidade dos objetos e como isso invalida o estudo de cada uma das características.

percepção segundo a própria ciência

Vou te dar ouvidos e considerar as "várias formas de saber" que você tanto defende.

O que elas afirmam sobre a nossa percepção? É algo diferente do mostrado pela ciência? Elas afirmam que nós percebemos o ambiente como um todo? Que não conseguimos separar as características de um objeto?

tambourine man
Veterano
# mar/12
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Die Kunst der Fuge
Qual o problema em medir apenas uma (ou mais) características do objeto nas situações em que é exatamente este aspecto que é preciso saber para entendê-lo?

A partir do momento que você despedaça o objeto, está operando nas suas partes e ficando mais longe de "entendê-lo" por completo. O mecanicismo já foi largamente superado, não é juntando os pedaços que se forma o todo (que é maior que as partes).

O olhar analítico parte do sujeito que toma a medida, que classifica. Só porque dividimos a realidade em partes não significa que ela já esteja dividida de antemão (ou seria uma imensa coincidência que a realidade correspondesse às nossas divisões disciplinares de somente 300 anos).

Como você justifica as suas afirmações: "não pode porque são objetos únicos" ou "não pode porque são singulares e icomensuráveis"?

não preciso justificar, pois não existe uma prova empírica capaz de falsear essa afirmação (tendo em vista que a medida nunca vai chegar ao objeto real)

Vou te dar ouvidos e considerar as "várias formas de saber" que você tanto defende
O que elas afirmam sobre a nossa percepção? É algo diferente do mostrado pela ciência? Elas afirmam que nós percebemos o ambiente como um todo? Que não conseguimos separar as características de um objeto?


Eu não conheço essas outras formas. Na realidade, a preposição que afirma a singularidade de tudo simplesmente impossibilita a própria linguagem e o conhecimento.

Cavaleiro
Veterano
# mar/12
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O mecanicismo já foi largamente superado, não é juntando os pedaços que se forma o todo (que é maior que as partes).

Descartes e a WBS discordam.

SuperGeo
Veterano
# mar/12
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Sempre achei que filosofia fosse uma maneira de entendermos melhor o mundo e as pessoas mas esse tópico me parece uma busca filosófica implacável para invalidar as noções que propiciaram o desenvolvimento da humanidade hehe

Gustoau
Veterano
# mar/12
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SuperGeo
Aqui foi basicamente isso mesmo. Ainda bem que só eles se levam a sério, senão a merda seria grande.

One More Red Nightmare
Veterano
# mar/12
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Falou o bixo em Letras pela UFS

Gustoau
Veterano
# mar/12
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Eu li a bíblia da primeira à última página sabendo desde o começo que ela era uma mentira e cheia de absurdos, posso fazer isso com as áreas humanas facilmente!

François Quesnay
Veterano
# mar/12
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só fagoto postando aqui.

PS: Dawkins é completamente inválido. quando alguém do meio científico se torna popular é porque ele tá parcelando/diluindo/maquiando o trabalho dele antes de publicar.

PS2: minha opinião arbitrária baseada no uso da técnica (estatísticas do google) demonstra a real ciência.

Gustoau
Veterano
# mar/12 · Editado por: Gustoau
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só fagoto postando aqui.

A escrita correta é fagote, manolo. Fica mais true.

PS: Dawkins é completamente inválido. quando alguém do meio científico se torna popular é porque ele tá parcelando/diluindo/maquiando o trabalho dele antes de publicar.

Mas ele não ficou famoso por causa do trabalho com a biologia! Digo, pelo menos não diretamente.

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