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Mensagem |
Maestrito
Membro Novato |
# 14/out/22 12:57
Se temos um Dó 1046,5 hertz
o Dobrado Sustenido dele na afinação pitagórica é 1188,5...
há quem diga que Ré é a mesma coisa (1174,7)
isso sem contar o 0,84% de diferença do Ré REAL, calculado por um boneco sem alma.
ai eu te pergunto, meu caro leitor, vc realmente acha que sua arte tem fidelidade de som?
bem... acho q não, é tudo uma mentira deslavada...
Vc toca aquilo que vc gosta, sendo cocô ou acido sulfúrico...
obrigado
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makumbator
Moderador
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# 14/out/22 13:47 · Editado por: makumbator
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No temperamento igual, um ré# é igual em frequência ao mi bemol (por exemplo), mas em temperamentos desiguais são diferentes.
Nenhum problema com isso. Então, posso dizer que minha nota não está desafinada, e sim que meu sistema é outro! Heheh!
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guilherminhoGOD
Membro Novato |
# 14/out/22 14:58
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Maestrito
Isso é uma questão muito interessante que eu gostaria de entender mais, tem algum artigo/ link a respeito?
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makumbator
Moderador
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# 14/out/22 16:19 · Editado por: makumbator
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guilherminhoGOD
Aqui um trecho em PDF de um livro bom na área e em português. O site é do próprio autor (o livro é do doutorado do autor). Tenho a versão física, mas nunca havia encontrado alguma versão digital, mas por causa da sua pergunta resolvi procurar novamente, e aqui está um pedaço da obra completa:
https://hidetoshiarakawa.com/wp-content/uploads/2019/05/2-Afina%C3%A7% C3%A3o-e-Temperamento-Teoria-e-pr%C3%A1tica.pdf
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JJJ
Veterano
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# 14/out/22 18:30
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Tudo é uma questão de sal e pimenta. Um pouquinho, beleza. Se exagerar, complica.
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fernando tecladista
Veterano |
# 16/out/22 10:50
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temperamento
bach escreveu os dois volumes do cravo bem temperado para mostrar que uma música pode ser tocada em qualquer tom e que um instrumento pode se tocar todos os tons sem precisar refazer afinação
do pouco que li entendi que antes era uma bagunça, se vc tocasse uma música em RE maior e resolvesse tocar em Mi maior, ela não soaria igual somente um tom acima, haveria essa diferença de comas devido os padrões da época
que na época um Do# não era cravado no mesmo local de um Réb e assim para as outras notas
e mesmo hoje há divergencias, vide aquelas guitarras com “True Temperament”, ou: “Temperado Verdadeiro”
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makumbator
Moderador
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# 16/out/22 11:17
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fernando tecladista
O cravo bem temperado do Bach não foi escrito pensando em temperamento igual, e sim um temperamento desigual (ele em geral preferia o Werckmeister III). E não havia bagunça alguma, o que tinha era a coexistência de vários sistemas. Inclusive o temperamento igual, que apesar de pouco usado, já existia na época.
Muita gente confunde temperamento como sendo temperamento igual, mas os sistemas de temperamento desigual também são temperados, e permitem a transposição livre (mas elas soam levemente diferentes). Os sistemas não temperados (sistema pitagórico, justo e natural, por exemplo), por outro lado, possuem lobos e transposições mais restritas, além de problemas ao longo da escala (ao empilhar intervalos, a oitava não afina, por causa dos desvios).
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fernando tecladista
Veterano |
# 16/out/22 15:02
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O cravo bem temperado do Bach não foi escrito pensando em temperamento igual,
tem vários livros e sites que aponta os dois volumes do cravo bem temperado como sendo didáticos e com a finalidade de mostrar que pode se compor em todos os tons da mesma forma
http://issocompensa.com/musica/bach-o-cravo-bem-temperado
Johann Sebastian Bach, por ficar insatisfeito com a afinação alheia, afinava os seus próprios cravos e outros instrumentos de teclado. Na busca de um sistema de “temperamento idêntico” – um sistema de afinação em que todos os semitons da escala são uniformes e soam em conformidade – lhe surgiu o nome “Bem Temperado”. Este sistema de afinação, desenvolvido pela genialidade e perfeccionismo de Bach, se tornou, desde sua morte, o padrão de afinação da música ocidental.
O Cravo bem Temperado – obra dedicada pelo compositor aos interpretes e aos jovens aspirantes da música – tem um caráter didático, onde Bach esgota as possibilidades do sistema tonal (sim, passando por todas as tonalidades maiores e menores existentes no sistema ocidental), acendendo efeitos estéticos e harmônicos que serviram como grande influência para o posterior romantismo, depois dissipados com a música atonal no século XX
https://jornal.usp.br/cultura/os-300-anos-de-uma-obra-que-revela-todos -os-segredos-do-teclado/
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permitem a transposição livre (mas elas soam levemente diferentes)
foi o que comentem soa diferente
E não havia bagunça alguma, o que tinha era a coexistência de vários sistemas.
pra ilustrar os links abaixo são de transito, vc já deve ter vilsto algo parecido na internet... enfim, eu classifico como bagunça, mas as pessoas lá se entendem com ele, então as pessoas nessa bagunça de transito se coexistem e levam sua vida
https://www.youtube.com/watch?v=AZgIC5mmEyM
https://www.youtube.com/watch?v=vBuxfZW8LbM
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eu me imagino na época
vou tocar em uma igreja e um órgão tem um sistema de afinação
se vou em outra tem outro
se vou em mais uma o orgão la tem os # e b diferentes como esses
mas um dia fui ensaiar e leve meu clavicordio, e precisei afinar ele porque o cravo que já estava lá estava com outro sistema de afinação
isso para os dias de hoje eu classifico como bagunça, sei que eles se entendiam e faziam música assim mesmo
eu tenho um livro de teoria do começo do seculo xx que fala que o lá se afina em 435, tenho um mais recente que fla que é 440,
meu primeiro orgão eletronico era em 435,
o segundo foi em 440
tive 2 harmonios eles eram em 444...
ainda existe uma certa "bagunça" em algumas coisas nos dias de hoje
talvez a palavra bagunça não seja muito adequada... mas não quero falar sobre etimologia, ou uso casual ou uso formal de palavrss
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Lelo Mig
Membro
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# 16/out/22 15:05
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Isso tudo não faz a menor diferença prática na vida de um músico.
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makumbator
Moderador
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# 16/out/22 15:29 · Editado por: makumbator
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fernando tecladista
tem vários livros e sites que aponta os dois volumes do cravo bem temperado como sendo didáticos e com a finalidade de mostrar que pode se compor em todos os tons da mesma forma
Em geral isso é informação contestada. Há fontes que atestam que não era essa a intenção dele. Além do mais, os sistemas desiguais também são temperados. O nome cravo bem temperamento não é igual a cravo no temperamento igual. Significa apenas cravo bem afinado no temperamento (dentro do sistema temperado que se quiser usar).
E o sistema preferido dele era o Werckmeister III, que é desigual.
Uma das fontes importantes sobre essa questão é essa:
https://www.amazon.co.uk/Tuning-Perfection-Eighteenth-century-Temperam ent-Nineteenth-century/dp/0870132903
enfim, eu classifico como bagunça, mas as pessoas lá se entendem com ele, então as pessoas nessa bagunça de transito se coexistem e levam sua vida
Então, isso eu não vejo como bagunça. Seria como afirmar hoje que o padrão de frequência do lá hoje é bagunçado, pois na música pop se usa 440, enquanto na música erudita é mais comum 442, 444, 445 e 447. Não é bagunça, são apenas diferenças.
foi o que comentem soa diferente
Essa é a beleza deles. Era apreciada essa diferença (sem contar que certos intervalos são mais puros que os do temperamento igual). O temperamento desigual é o meio do caminho entre os sistemas não temperados (que não permitem livre transposição e nem fecham a oitava) com o temperamento igual, em que TODOS os intervalos são desafinados (com exceção da oitava e uníssono).
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