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Thallyz Veterano |
# nov/15
Bom dia Galera!
Criei esse tópico pra conversarmos sobre a música e sua influência na religião (seja ela qual for) ou o contrário (a religião influenciando a música).
Minha experiência: como sou músico de igreja protestante e toco em banda freelancer percebo algumas influências regionais dependendo da região do Brasil. Sei que a música Gospel tem influência direta nos corais Batistas de Igrejas Norte-americanas. Também a música Gospel tem origens no R&B, Soul e Rock, além de elementos de Jazz. Tenho amigos Católicos que toco com eles às vezes, e percebo muita música de "adoração" nas missas. Claro que depois do Padre marcelo Rossi a Música católica ficou mais abrangente, alcançando até mesmo ouvintes protestantes. Em Igrejas no Norte e Nordeste do Brasil há muita música "caribenha" por assim dizer. Músicas mais rítmicas - forró, calipso, etc... . No centro-oeste (onde estou) há mais ecleticidade. Ouve-se de tudo dentro das igrejas, mas há rejeição forte por ritmos como o RAP e o FUNK. Isso ocorre em igrejas Pentecostais, embora as Neopentecostais sejam mais abertas nesse quesito. Quanto às Igrejas dito ortodoxas, ainda há aquela música mais lenta e voltada pra adoração.
E quanto a vocês? O que podem compartilhar em suas experiências musicais?
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fernando tecladista Veterano |
# nov/15 · Editado por: fernando tecladista
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Ouve-se de tudo dentro das igrejas, mas há rejeição forte por ritmos como o RAP e o FUNK há muita música "caribenha" Músicas mais rítmicas - forró, calipso, etc...
opinião minha, somente o que penso: com essa "diversificação" virou show muita gente vai mais no culto/missa devido a essa animação e na hora de ouvir a palavra nem presta atenção você entra em uma igreja e vê um palco, caixas enormes, instrumentos, luzes.... a sim tem um púlpito ali do lado música deveria ser complemento
eu era do tempo de ir na missa e se ouvisse uma música calma me sentia mais próximo de Deus, ouvir algo sacro, ouvir Bach, ouvir algo no estilo "amazing grace" ouvir uma música calma me ajudava a refletir sobre a vida, pensar sobre minha existência, se eu me sinto no rumo certo, a tomar decisões.... sim uma música mais "pra cima" também era bom, tudo bem balanceado...
hoje virou um show, música alta, todo mundo aos berros cantando, nem dá pra conversar comigo mesmo porque eu não me escuto
fora isso o conteúdo das letras ultimamente é lastimável letras vazias que não falam nada, um conjunto de palavras chave jogadas ao vento fala se de um amor, mas a mesma letra pode ser usada pra falar de amor de namorados e não do amor divino são poucos os que resolvem musicar um salmo ou fazer uma letra contando a história de um personagem bíblico
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Lelo Mig Membro
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# nov/15 · Editado por: Lelo Mig
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Thallyz
Como não tenho religião (apesar de ter amigos em várias e já ter tocado em igrejas/templos), quero que considerem minha opinião como uma visão "de fora" do meio, uma visão apenas critica e racional, sem envolvimento pessoal.
A música e a religião (todas) sempre tiveram uma forte ligação. A música, desde a antiguidade, muito antes do cristianismo e afins, sempre foi utilizada nas celebrações, inclusive povos primitivos fazem isso.
A explicação é simples: A música nos coloca num estado emocional (quem quiser pode chamar de estado de espírito) diferente. "Liga" diversos sensores cerebrais e nos coloca num estado diferente (obviamente quando estamos envolvidos com ela).
As religiões (todas) sempre acharam que este "estado especial" conecta o homem ao divino (ou as divindades), com maior facilidade.
Depois, na idade média em diante, com a tirania e ditadura que a religião impôs, onde "tudo era pecado", criou-se o louvor. Ou seja, tudo deve ser feito para cultuar um Deus que necessita ser amado incondicionalmente e elogiado o tempo todo, sob pena de severas retaliações. Somente amar a Deus e aprova-lo era aceitável. Lembre-se que louvar, significa, enaltecer, elogiar, engrandecer e etc.
O louvor foi ficando "menos" rígido, a religião se modernizou e abriu algumas portas para um pouco de "diversão pessoal e prazer", ou seja, é permitido louvar, mas também curtir o ato, e não só obrigação.
Mas isso abriu espaço para um mecanismo de "arrebanhar fiéis". Expertos perceberam que se fizessem a música que o jovem gostava, aumentavam as chances de traze-lo para a igreja.
Desta feita até Black Metal, Death Metal, Trash, RAP, Punk, ou seja, gêneros oriundos da "transgressão", da "rebeldia", do "anarquismo", música oriunda dos que cantam sua revolta, que são excluídos, até essa música foi "adotada" para arrebanhar fieis.
E aqui, por estes exemplos, entro com minha "desconfiança" pelo que há por trás dessa máquina de arrebatar ovelhas e fazer muito dinheiro.
Ainda que eu não tenha religião e não acredite em nada sobrenatural ou divino, não posso conceber que um cara cantando "Black Metal" com voz gutural, glorificando Jesus, tenha consciência do que está fazendo.
E para finalizar, artisticamente é pobre.
Pegue gêneros que já são pobres por natureza, copie descaradamente e ainda por cima, limite a falar somente sobre uma coisa... não há gênio que consiga fazer algo minimamente decente.
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Synth-Men Veterano |
# nov/15
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Meus amigos bom dia!
Toquei em igreja algum tempo. Tenho opinião, mas não posso deixar de citar alguns trecho de comentários acima, dos quais foram muito realistas.
O que o amigos fernandotecladista e Lelomig falaram é verdade.
Existem hinos, louvores e simplesmente música que falam de temas religiosos, bíblicos, personagens e outros afins. São coisas distintas, a modernidade as moldaram desta forma.
Na antiguidade os indivíduos entoavam seus cânticos, em momentos de alto grau de interação com Deus. Representavam sua total alegria, reflexão, apresentação de seu amor, fidelidade e dedicação à Deus de forma espontânea e livre.
Nos anos 70 e 80, alguns grupos, como o grupo Elo que é o atual grupo Logos, ainda foi um dos poucos grupos que modernizaram suas musicas, porém com o objetivo original de criar um acesso entre o ser natural e o ser espiritual. Para que se possa refletir, conhecer o eu, para fazer um contato sincero com Deus.
Tem muito outros grupos, mas falar disto aqui, vai fugir do tema e vai dar problemas de preferências depois.
O que o Lelomig falou sobre idade antiga e média é verdade, Não foi de forma generalizada, mas tem grande influência na forma de conduzir a música religiosa, o que hoje em algumas instituições virou rituais, desfocando totalmente objetivo principal. Não foi a igreja protestante que iniciou isto, mas hoje é a que mais adota este método e a todo momento cria algo novo, descaracterizando totalmente o que está escrito nos Livros Sagrados.
Agora entra a minha opinião.
Por exemplo, quando você canta parabéns pra você ao seu filho/irmão/mãe/pai/amigo querido e parabéns pra você à um membro distante da família ou desconhecido.
Nos desejamos, felicidades sinceras ao desconhecido, cantamos parabens para ele, mas não com o mesmo amor, dedicação e credibilidade que cantamos para o filho/irmão/mãe/pai/amigo.
É assim na música religiosa. Como um indivíduo que não conhece e não tem intimidade com Deus, pode fazer uma música, sobre o amor e os atos de Deus. Como ele transmitirá algo que não conhece? Como poderá fazer algo de qualidade ou dar o melhor de si para fazê-lo?
Alguém gostaria que um estranho fizesse uma música sobre o seu relacionamento com a sua esposa, seus parentes e seus filhos sem conhecê-los. Pode alguém falar da sua beleza e seus atos sem te conhecer?
Pior é que pode. Mas seria verdadeiro e sincero? Não!
É isto que está acontecendo com a música na religião.
É muito fácil fazer uma música falando da história de Davi, Salomão, Paulo e outros profetas. Está escrito e as pessoas se prendem muito nestes fatos bíblicos. Mas quero ver falar do amor e misericórdia de Deus, de Jesus Cristo, assim como os Salmos. Da inteligência, do poder, da magnitude, fidelidade, da tolerância e benedignidade de Deus.
Creio também que para adorar a Deus, não necessita música. A música na verdade expressa a minha felicidade. Tipo estou tão feliz e tão conectado a Deus que vou cantar uma música dedicada a Ele.
Quem nunca namorou com uma música no fundo? Que nunca dedicou uma música a namorada? Cantou para o filho dormir? Se sentiram bem? Creio que sim, por que existe uma comunicação, relação e uma conexão verdadeiras com estes.
Creio que para que a música religiosa seja sincera, objetiva, transmita mensagem, reflexão, advertência deve haver comunicação, relação é conectividade de quem está fazendo, fez ou irá fazer a música com Deus.
É o mesmo que reportar uma mensagem verdadeira. Quem gosta de ver um canal de televisão onde se sabe que o repórter é um mentiroso ou sem credibilidade, ou não foi ver o fato de perto? Ninguém porque a mensagem sai duvidosa.
Estas pessoas, só sabem fazer música sobre coisas, que as pessoas querem ouvir, que Deus vai te dar um prêmio, do rio de mel, que Deus vai te curar, que o céu vai abrir, que faraó se ferrou, que Deus vai ferrar o inimigo, que as lutas vão passar, que vai andar sobre as águas, que o inimigo está preso, sempre as mesmas coisas. Não tem mensagem nenhuma. É cada rima que vou te contar. A simétrica então... Nem se fala.
Eu gostaria de ver ao menos neste tempo, um louvor de agradecimento verdadeiro a Deus. Que transmita a mensagem verdadeira.
Não a mensagem da cantora gospel super sexy e gostosa que casou com um empresário, da gravadora gospel que tem os cantores com s roupa mais legal, do cabelinho de gel do guitarrista da banda, nem do teclado novo do tecladista e nem do pastor cantor garotão super engraçado.
A música religiosa é para o ouvinte ou o cantante, expressar sua alegria, na comunicação, relaçao, conectividade com Deus e transmitir alguma mensagem positiva para novos ouvintes abrindo o portal entre o ser natural e espiritual.
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alan.bassplayer Membro Novato |
# nov/15
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Thallyz Música é música, religião é religião. A música pode ser usada como ferramenta para várias coisas, e uma delas é cultuar (adoração, celebração, etc). Também sou protestante e penso que há o momento correto para se utilizar cada estilo de música. Penso que no momento de cultuar, a música deve ser uma ferramenta de culto. Mas por exemplo, no momento de evangelizar, a diversidade pode e deve ganhar forma, de acordo com o público que se almeja atingir, assim como paulo disse: "Tornei-me judeu para os judeus. Para os que estão subjugados pela Lei, tornei-me como se estivesse igualmente sujeito à Lei, embora eu mesmo não esteja debaixo da Lei, com o objetivo de ganhar aqueles que estão dominados pela Lei. "
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Adler3x3 Veterano |
# nov/15 · Editado por: Adler3x3
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A música sempre fez parte dos atos litúrgicos.
Agora não é porque a letra tenha um certo cunho religioso que a música seja religiosa. Existem as religiões tradicionais que contém um extenso repertório e é sempre bom ouvir. Os hinos para corais e peças para órgãos. Claro tudo depende dos instrumentos que podem ser acessados no Templo. Agora tem denominações religiosas onde vale quase tudo. E a maioria das músicas não passam de plágio de música popular com a letra alterada, com peças (se é que se pode usar o termo) de muito mau gosto. Uma música que é romântica, que trata do amor entre o homem e a mulher, transformam em adoração, e na minha opinião é um erro crasso.
A música religiosa atual esta carente de bons compositores/letristas, tanto na parte musical como nas letras. É pura música profana mal feita e mal executada. Música inapropriada ao ambiente religioso. Os compositores e músicos não se dedicam como deveriam se dedicar, com mais profundidade e acima de tudo espiritualidade, simplesmente adaptam. E os ouvintes classificam muito desta música profana como sacra, confundem o seu gosto duvidoso. Claro tem exceções, e música sacra ou com outro rótulo não é música de fazer sucesso, e que só deve ser ouvida em ocasiões especiais, ou no retiro do aconchego do seu lar a sós em momentos de paz para reflexões e sinceras orações.. Não substitui a oração mas prepara o ambiente mental. Agora misturar música sacra com profana não dá muito certo na maioria dos casos, tem também exceções, mas é muito raro. Para atingir o efeito necessário tem que ser uma composição bem trabalhada e ter uma execução compatível com o objeto principal da religião que é religar a Deus. É sim uma música que ajuda a preparar o ambiente para refletir e orar, que acalma a pessoa e a faz esquecer momentaneamente do mundo profano. Empresta ao ato religioso uma serenidade própria para entender melhor as mensagens da religião. Acalma os nossos sentidos físicos e a mente, deixando-a mais sensível as boas influências tanto morais como espirituais. Não é possível ao mesmo tempo estar ligado ao material e ao espiritual. O tangível e o intangível, o manifestado e o não manifestado. Na música atual não sabem diferenciar o sagrado do profano.
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pianoid Veterano |
# nov/15 · Editado por: pianoid
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toco Bach, o maior músico de igreja protestante ou não que já viveu
Bach pertenceu a uma longa linhagem de organistas (daqueles imensos órgãos de tubos) que trouxeram a arte polifônica a várias vozes a novos patamares de virtuosismo e harmonia. Suas cantatas para orquestra, órgão e coro no alto estilo barroco não tem paralelo para o que se passa por "cantata" hoje.
ouça Bach se tiver curiosidade sobre prática luterana da época. se não tiver, ouça de qualquer maneira
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entamoeba Membro Novato |
# nov/15
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No século passado tive uma banda punk cuja metade do intuito era atacar a religião e os religiosos, de maneira geral. Bons tempos aqueles...
Perdi interesse pelo tema logo em seguida, mas as guinadas que a religião tem dado no mundo podem mudar isso. Precisamos voltar a falar nessa fé cega! É evidente o quanto isso é perigoso e emburrecedor: vide as coisas cada vez mais estúpidas que as pessoas têm feito em nome de deus!
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Ningen Veterano |
# nov/15
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entamoeba
Precisando de alguma coisa é só falar...
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