Filippo14
Veterano |
# ago/14 · Editado por: Filippo14
Fala gente, tudo bem? Bom, essa foi uma ideia que eu tive a alguns meses, mas sempre achei e ainda acho super complicada de explicar, mas farei o possível para tentar transmitir para vocês.
Sou guitarrista então os shapes que eu conseguir postar aqui serão do braço da guitarra, mas sempre colocarei os intervalos de tudo para ficar fácil o entendimento das escalas que eu estou explicando.
Vamos começar!
ESCALA DOM-DIM
--> É uma escala criada para que um mesmo acorde seja dominante (T - III - V - VII) e diminuto ao mesmo tempo (T - IIIm - Vm - VIIm)
--> É uma escala que possui um shape padrão, sempre funciona em intervalos de 1 tom, seguidos de um de 0,5 tom.
--> É uma escala que possui OITO notas.
Bom, olhando as 3 setas, dá para criarmos a Dom-Dim, ela fica assim:
T - IIm - IIIm - IVm (III) - Vm - VIbb (V) - VIIm - VII
* Usei os intervalos de um dominante e de um diminuto partindo da mesma tônica e a regra de 1 tom - 1 semitom.
* O jeito que eu escrevi foi para que no fim houvesse 2 sétimas e não duas de qualquer outro grau, achei que assim ficaria mais simples.
* O que está dentro dos parenteses é um intervalo enarmonico ao que está fora do parente, ou seja, eles são na prática o mesmo intervalo. Acredito que olhar o que está dentro do parênteses auxilia na compreensão.
Digitação da dom-dim
Esse modelo não é o que eu uso, mas ele funciona muito bem, o que eu uso seria assim:
e----------------------------------------------------4-5-7-
B-------------------------------------------4--6--8-------
G-----------------------------------4--5--7---------------
D---------------------------4--6--7-----------------------
A-----------------5--6---8--------------------------------
E--4(T)-5---7--8----------------------------------------
Aplicação:
Em geral, usa-se sempre em cima de um dominante com a mesma tõnica.
No shape que eu fiz, a tônica seria em G#, portanto a escala funcionaria em cima de um G#7.
Campo Harmônico:
Mesmo, não sendo usual a utilização do C.H. dessa escala, para essa ideia que eu quero mostrar para vocês esse C.H. é importantíssimo, sendo necessário para que a ideia funcione.
OBS: Essa escala pode ser usada em cima de qualquer um desses acordes, portanto, é outra forma de utilizar essa escala.
*** Todos os acordes meio diminutos (5 menor e sétima serão colocados aqui como Xm7b5)
1o Grau - G#7; G#˚ Enarmonicamente --> G#m7; G#m7b5
2o grau - A˚
3o grau - B7; B˚; Bm7; Bm7b5
4o grau- C˚
5o grau - D7; D˚; Dm7; Dm7b5
6o grau - Eb˚
7o grau - F7; F˚; Fm7; Fm7b5
8o grau - F#˚
* Usei 2 "F" por serem o 7o e 8o graus, não sei se tem uma forma mais correta de colocar isso[/u]
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ESCALA ALTERADA
--> Nasceu do 7o grau da Escala Menor Melódica (Super Lócrio)
--> Apesar desse 7o grau não ter a 5a justa que o faria ser dominante, ele é utilizado dessa forma.
Pegando os intervalos da MENOR MELÓDICA, ficamos assim:
T - II - IIIm - IV - V - VI - VII(M)
Pegando essa menor melódica e iniciando-a pelo 7o grau, ficamos assim:
T - IIm - IIIm -IVm(III) - Vm - VIm - VII
O shape dessa escala seria o mesmo que a meenr melódica, mudando apenas a forma de aplicação.
e----------------------------------------7-8-10---------------
B--------------------------------7-9-10----------------------
G--------------------------5-7-9----------------------------
D--------------------6-7-9----------------------------------
A--------------5-7-9----------------------------------------
E-4(T)-5-7-8-----------------------------------------------
Essa é a forma que eu uso, pois tirando o G# que é a tônica, o resto do shape é idêntico a menor melódica.
Aplicação:
Para utilizarmos a escala alterada da forma correta, basta tocá-la em cima do 1o grau dela ou o 7o grau da M. Melódica dominante, sendo nesse caso um G#7 (ELES SÃO A MESMA COISA, NÃO CONFUDAM!)
Outra forma de utilizá-la é justamente em cima de dominantes com alterações (daí vem o nome).
As alterações são as seguintes:
9b - nona menor (E7b9)
9# - nona aumentada ( E7#9 "Acorde do Hendrix")
5b (11#) - quinta menor OU quarta aumentada E7#11/ E7b5
5# - quinta aumentada E7#5
Ou seja, em cima de qualquer um desses acordes dominantes alterados nós iríamos tocar a menor melódica 1/2 tom para a frente ou a alterada em cima da tônica do acorde.
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Curiosidades:
A Escala diminuta é a mesma escala que a dom-dim, só que 0,5 tom para a frente. Seria a mesma diferença da Escala Alterada para a Menor Melódica (O segundo grau da Dom-dim só pode ser diminuto).
Reparem como os shapes da diminuta ( E no fim das contas da dom-dim) formam sempre um padrão. Os shapes 1-3-5-7 tem o mesmo formato, apenas mudando a nota(tônica) em que eles começam. Os shapes 2-4-6-8 funcionam da mesma forma.
Shape da Diminuta
A escala alterada seria isso, só que sua tônica seria nas casas 4 ou 16. O sétimo shape da figura poderia ser o shape principal da alterada. Eu uso o shape 1 com 4 notas na corda 6(mizão), mas isso pouco importa, são as mesmas notas, o que muda é a forma de aplicar a alterada.
Shape da Menor Melódica
Campo Harmônico:
O C.H. da Alterada ficaria assim:
1o grau - G#m7b5; G#7 (acorde usado para dar o som de escala alterada e não de menor melódica)
2o grau - Am7M
3o grau - Bm7; Bm6 (penta dórico, m6)
4o grau - C7M#5
5o grau - D7#11 (Lídio Dominante!!!)
6o grau - E7
7o grau - F#m7b5
Se você usar essa escala em cima dos acordes padrão do C.H. você irá soar como menor melódica e não alterado.
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FUSÃO DE CAMPOS HARMÔNICOS
Eu sempre achei a Escala Dom-Dim difícil de ser usada justamente por não conseguir domar a sua sonoridade. Contudo, eu sempre tinha em mente que essa escala possuia um potencial bacana.
Depois de um tempo, eu percebi que a Escala Alterada possuia várias notas em comum com a Escala Dom-Dim. Reparei nesse fato devido a um pedaço do shape no braço que é idêntico aos dois.
e----------------------7----8----10-------------------
B-----7----9----10------------------------------------
G------------------------------------------------------
D------------------------------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------
Sempre me peguei nesse pedaço do shape (Estou usando as mesmas tonalidades desde o inicio do tópico), pois sempre tive dificuldades de fazer a menor melódica soar como música indiana e nesse pedaçinho do shape, sendo tocado em cima de um D9 ficava muito bom, conseguia dar essa cara para a escala, então sempre fiquei "preso" a esse local.
Bom, um dia eu decidi pegar as duas escalas e colocá-las uma em cima da outra e reparei que ambas possuem 6 notas em comum.
Aplicando-as no mesmo G#7, vemos que as notas em comum delas são G#, A, B, C, D, F#
T - IIm - IIIm - IVm (III) - V - VII
Pegando essas mesmas 6 notas e fazendo com que o 5o grau(D)
Seja a tônica, percebemos que essas 6 notas tem a [u]tétrade do 5o grau (no caso D) + a 11# e a 13 desse modo.
Se voltarmos para a explicação da Escala Alterada veremos que esse 5o grau é o famoso Lídio Dominante, o modo que o Scott Henderson usa sempre, ou mesmo o acorde que sempre deu a cara de música indiana para mim.
Ele não deixa de ser uma alteração, podendo ser colocado como o 1o grau de toda essa viagem, mas nesse caso ele fica muito bom se for usado como o 5 grau, pois só sendo o 5o grau que ele da o som de Lídio Dominante. Se ele fosse o 1o grau ele daria o som de uma Escala Alterada qualquer, preso as regras apenas da Escala Alterada.
Onde eu quero chegar?
Usando APENAS essas 6 notas que são as notas em comum da Escala Alterada e da Escala Dom-Dim, eu consigo criar melodias em cima dos dois C.H. ao mesmo tempo, sendo que esse novo C.H. teria:
1o Grau - G#7; G#˚ G#m7; G#m7b5
2o grau - A˚; Am7M
3o grau - B7; B˚; Bm7; Bm7b5; Bm6
4o grau- C˚
5o grau - D7; D˚; Dm7; Dm7b5; D7#11
6o grau - Eb˚ e E7
7o grau - F7; F˚; Fm7; Fm7b5
8o grau - F#˚, F#m7b5
Para facilitar, eu usaria a penta do Lídio Dominante e somaria com a 13a ficando assim:
D, F#, G#, A, B, C
Escala nova a partir do D!
T - III - IV# - V - VI - VII
e---------------------------------------------------10--14-
B-----------------------------------------10--12--13-------
G---------------------------------11--13-------------------
D--------------------------10--12--------------------------
A---------------11--12--14---------------------------------
E-------10---14--------------------------------------------
Essa nova escala deve ser transposta para o instrumento inteiro para que essa ideia possa ser usada com eficiência.
Espero que vocês gostem dessa ideia, qualquer dúvida ou crítica a isso postem no tópico para que possamos discutir e melhorar cada vez mais isso aí.
Eu nunca ouvi falar disso que eu acabei de colocar aqui da boca de outra pessoa, portanto, se isso existir, me falem que eu adoraria ver essa ideia da óptica de outra pessoa.
Abração
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Filippo14
Veterano |
# ago/14
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cafe_com_leite
Enarmonia nada mais é do que pegar uma escala e tratar determinado intervalo musical como um outro.
Exemplos:
No acorde do Hendrix que é o famoso E7#9 (Mi maior com sétima e nona aumentada), uma das explicações para mostrar a razão de uma escala pentatônica de Em soa bem em cima dele se dá no fato de que uma 9# nada mais é do que uma 3m. Ambas possuem 1 tom e meio da tônica ( a 9ª é oitavada mas se não fosse seria de 1 tom e meio também), ou seja, são a mesma nota, são um G e isso faria com que qualquer outra terça menor soasse bem, fazendo com que seja viável o uso dessa pentatônica.
Aquele G# que você mencionou pode ser muitas coisas, pois ele tem II# e III, em outras palavras ele tem IIIm e III, isso já dá a oportunidade de fazê-lo ser maior ou menor. Ele possui também uma IV# e uma V, que em outras palavras seriam uma Vm e uma V, dando a opção de transformá-lo em um M7( usando a III e a V), um m7 ( usando a IIIm (II#) e a V), um lídio dominante ( usando a III, a IV# (Vm) e a V) ou até mesmo um meio diminuto ( usando a IIIm (II#) e a Vm (IV#).
Abração
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Filippo14
Veterano |
# ago/14
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Bom, só para finalizar aqui. Se você acredita que o som do Lídio Dominante acaba ficando muito tenso e tal, uma outra ótima opção para conseguir utilizar essa idéia é a de usar a Escala do II Grau da Menor Melódica.
Puts, outra escala complicada?
NÂO!!!!
O III grau Alterada não passa de uma Pentatônica m6 com 9b.
Para quem manja de Modos Gregos, essa pentatônica seria a mistura de um frígio com um dórico, pois você tem a 6ª maior, que é a nota boa do dórico, e uma 2ª menor, que é a nota boa do frígio.
Ficaria assim (Pensando em G#alt:
e--------------------------------------------7--(8)--10--
B----------------------------------7--(9)--10-----------
G--------------------------(5)-7-9--------------------
D------------------(6)-7-9--------------------------
A-------------7-9----------------------------------
E-------7--10--------------------------------------
As notas com parênteses são as notas adjacentes, as que ficam legal, que dâo a cara dessa escala, vale a pena repousarem ou apenas abusarem dessas notas.
OBS: A 4ª dessa "penta" é a nota da Alterada que não tem entre as notas em comum com a Dom-Dim, que seria nesse exemplo um E. Contudo, usando-o apenas como passagem não teria problema, o perigo seria repousar nele, pois poderia ter o problema de chocar com alguma nota que estaria compondo o acorde do momento.
abração
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