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Filippo14 Veterano |
# jun/14 · Editado por: Filippo14
Como muita gente sempre pede ajuda na criação de solos, pensei em criar um tópico para que todos pudessem ajudar, seja com vídeos, textos, ideias e etc sobre a criação e aperfeiçoamento de melodias. Deixar esse tópico aqui em música em geral serve justamente para podermos ter visões de vários instrumentos e estilos diferentes, visando uma expansão musical interessante. As pessoas poderiam postar improvisos também para que todos pudessem ajudar.
Bom, vou começar com um vídeo que eu vi recentemente e achei super interessante, ele comenta um pouco sobre dinâmica, "falar através do instrumento" e outras ideias que já foram postadas em inúmeros tópicos aqui no fórum e acabam ficando perdidas por estarem em tópicos super especificos que tem como tema apenas um improviso de alguém.
Abração
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Filippo14 Veterano |
# jun/14
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O Miles é um cara que brinca muito com o volume das notas, da uma presença muito boa em suas músicas.
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rcorts Veterano |
# jun/14
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Quando eu crio algum tema geralmente nasce primeiramente na cabeça mesmo. Aí tento reproduzir na guitarra. Algumas vezes dá certo, outras não, sei lá, tem momentos que o ouvido parece funcionar melhor.
Mas já passei também por situações em que por exemplo a música era de autoria de algum companheiro de banda e eu precisava encaixar um solo ou arranjos sobre a base pronta. Nesses momentos tento primeiramente pensar tipo, "ah, aqui cairia bem um arpejo com quarta", ou "poderia encaixar um unísso no aqui e ir avançando nas notas do acorde" etc...
Geralmente costumo pensar por acordes, mesmo que a música esteja toda numa mesma tonalidade. De vez em quando alguma coisa dá certo, he he!
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Filippo14 Veterano |
# jun/14
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Pensar em Motivos Melódicos e Rítmicos também é bem bacana.
O Motivo melódico é justamente a ideia de criar uma melodia, uma ordem de notas que você pode acabar alterando o rítmo ou a oitava durante a música para dar aquela ideia de dinâmica, deixar levemente diferente e quebrar um pouco aquela ideia de "robozinho".
O Motivo Rítmico é pegar uma ordem ritmica e criar diferentes melodias através das mudanças de notas mesmo.
rcorts
Pensar nas tétrades dos acordes que estão rolando fica muito bom e é uma forma de se "limitar" de um jeito bom, da super certo.
Eu ando pensando muito no seguinte: Saber usar as notas que não estão no acorde pode trazer mudanças tonais interessantes.
Para eu criar uma melodia, eu posso utilizar apenas as notas do acorde, tentando ligá-lo à uma escala ou eu posso tentar pensar apenas nas notas que eu NÃO devo tocar, expandindo um pouco minhas notas.
Exemplo:
A harmonia é Gm7 - D7 - Am79 - E13
Gm7-> G, Bb, D , F
D7-> D, F#, A , C
Am79 -> A, C, E, G ,B
E13 -> E, G#, B , C#
Usando o bom senso,, em cima de um Gm7 eu nunca tocaria uma nota "Sí", pelo fato dela ser uma terça maior. Nunca tocaria tambem um "Lá bemol" na mesma oitava que a tônica do acorde, por não gostar do som (para mim parece desafinado). Contudo, eu poderia pensar em colocar na melodia em cima desse acorde uma nota "Mi" que é a sexta, um "Dó sustenido" uma oitava acima (11#), um "Lá bemol" oitavas acima também, e mesclar tudo isso com as notas do acorde.
Isso faz com que eu fique menos preso ao acore ou escala e pense mais na melodia. Obviamente que essas notas que eu dei de exemplo teriam que ser bem mais testadas e pensadas do que as notas do acorde, que soam em geral muito bem.
Eu poderia pensar dessa forma para todos esses acordes e no fim acabar criando passagens ou notas em comum que em uma análise mais simples eu nunca enxergaria.
Abração
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rcorts Veterano |
# jun/14
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Sim, motivos melódicos e rítmicos fazem parte do processo de compor uma melodia.
Quando eu digo que costumo pensar em acordes envolve não somente explorar as tétrades mas justamente fazer essa ligação entre as notas do acorde e outras notas de escala, ou até mesmo notas de passagem. Mas o que faço hoje é usar as notas do acorde como referência de "partida" ou "chegada" para criar as melodias.
É bem diferente do que eu fazia antigamente que era basicamente tocar as notas da escala em cima de uma base, mas muitas vezes totalmente desconexos do acorde em si e sem demonstrar uma intenção harmônica dentro da melodia.
Em termos de articulação, hoje gosto muito de usar slides e bends de 1/4 para finalizar frases. Acho que ajuda a deixar as melodias menos retas e previsíveis, sei lá.
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rcorts Veterano |
# jun/14
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Eu ando pensando muito no seguinte: Saber usar as notas que não estão no acorde pode trazer mudanças tonais interessantes.
Ainda é uma dificuldade minha pensar dessa forma. O Matheus Starling, aqui do fórum fala muito sobre isso aqui.
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Filippo14 Veterano |
# jun/14
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rcorts
Sim, tem vários vídeos do mateusstarling no youtube, mas não quis colocar por não saber se podia e tal, resolvi esperar que um dia ele ajudasse nesse tópico ahahahah
Cara, tem um guitarrista que eu acho muito bom chamado Larry Carlton que brinca muito com essas aproximações para as notas boas, fica super "chique" e menos reto. Ando tentando fazer muito isso.
Nesse vídeo dá para reparar muito bem nessas aproximações, acho muito boas mesmo.
Trazer uma música de um estilo totalmente diferente, de outro instrumento (ela é cantada) e dar a sua cara para ela sem tirar a essencia é um bom estudo e gera coisas realmente legais. Essa versão é linda demais, as cordas que fazem toda a harmonia tem uma dinâmica, elas dão a cara da música.
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Antoine Roquentin Membro |
# jun/14
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tocar qualquer coisa procurando dissonâncias e notas próximas do campo harmônico e depois tocar em loop > pensar.
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Filippo14 Veterano |
# jun/14
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Quando a gente fala de melodia, temos que sempre ter na cabeça que ela em geral está fortemente aliada à uma harmonia. Querendo ou não, estando todos os acordes em uma mesma tonalidade, pensando em um pequeno momento, as notas da melodia primeiramente tem que estar de acordo com as notas que estão presentes nos acordes.
Uma tonalidade pode ter o acorde de Em7 e ter um "fá" como uma de suas notas. Sendo assim, mesmo estando tudo no mesmo tom, temos que tomar cuidado com um possível intervalo de Segunda menor. Da mesma forma isso vale para diversos outros casos e podem abranger qualquer tipo de intervalo, sendo esse apenas um exemplo.
Pensando também, que a nota que gera uma 11ª# para um lídio é a mesma que forma uma 6ª para um dórico e que elas dependendo da sua aplicação sobre um acorde específico geram sonoridades completamente diferentes, chego a conclusão de que a melodia tem que estar fortemente aliada à harmonia que está presente no momento. Sendo assim, uma das primeiras dicas que podemos dar é a de ter uma boa noção harmonica, que pode ser apenas uma noção sonora mesmo, que não envolva teoria ( BB King é um exemplo).
Outra grande dica é desenvolver os motivos que eu já expliquei nesse tópico, eles serão os temas da sua música e podem ser muito usados inclusive para tirar sua música da mesmice sem que ela perca a sua idêntidade, portanto outra dica é a de pensar em temas para suas músicas ou mesmo improvisos.
Eu tenho a ideia de que grande parte do que nós fazemos é através da fusão ou imitação de diversas coisas que nós já vimos na vida. Sendo assim, na música não é diferente. Para que nossos motivos sejam únicos e que nos diferencie de outros músicos, sair do nosso meio musical e correr atrás de coisas novas é fundamental. Ouvir músicas diferentes, de artistas diferentes gera influências diferentes que irão fazer com que você toque e veja seu instrumento diferente. A terceira dica é a de ouvir e pesquisar coisas novas, buscar outros estilos, abrir a cabeça e aderir novas visões do seu instrumento.
A dinâmica e a sonoridade entram nesse ponto. Chamar a atenção do ouvinte é fundamental para que eles prestem atenção em nossa música. A dinâmica entra aí. Transitar rapidamente entre graves e agudos, saber a hora de dar as pausas e de tocar com velocidade, saber quais notas merecem um destaque maior em relação as outras, mudanças tonais entre outros fatores fazem de sua melodia uma ideia muito mais atraente que aquela simples melodia de 3 notas em Em. Isso vale inclusive para saber a forma de tocar sua melodia, palhetando, usando ligados, tapping e arpejando são apenas algumas formas de transformar radicalmente a sua melodia e esse fato deve ser pensado.
Obviamente que quando você vai criar algum solo/ improviso/ tema você não vai conseguir pensar em tudo isso. Portanto, essas dicas devem ser feitas no dia-a-dia, através do treino diário. Isso tudo tem que estar em seu interior para que tudo seja natural e venha com a emoção, que realmente é o que envolve o ouvinte e faz com que nós adoremos fazer música.
Abração
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Filippo14 Veterano |
# jul/14
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Esse é um vídeo muito bom sobre motivos, vale a pena vocês olharem, o mateusstarling manda muito
Abração
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rcorts Veterano |
# jul/14
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Filipo, vou comentando abaixo sobre algumas citações suas:
as notas da melodia primeiramente tem que estar de acordo com as notas que estão presentes nos acordes. Ou vice-versa. Eu já compus uma música inteirinha a partir do tema principal e variações e os acordes vieram depois, exceto um ou dois deles que tinham a intenção de colorir uma passagem de forma especial, por exemplo um F7M.
ter uma boa noção harmonica Muito bem colocado. Um erro recorrente é pensar que solar é apenas tocar muitas notas na velocidade da luz.
que pode ser apenas uma noção sonora mesmo, que não envolva teoria ( BB King é um exemplo). Concordo e acho que antes de tudo um bom músico precisa de um bom ouvido, não desmerecendo jamais a importância do conhecimento teórico.
pensar em temas para suas músicas ou mesmo improvisos Uma vez li um pedaço de um livro (que infelizmente não sei referenciar agora) que abordava justamente fraseado e tratava de como construir temas e como construir variações rítmicas e melódicas. Se eu encontrar de novo cito aqui.
A terceira dica é a de ouvir e pesquisar coisas novas, buscar outros estilos, abrir a cabeça e aderir novas visões do seu instrumento. Um bom exemplo disso, o Eddie Van Halen começou tocando bateria, posto que depois foi repassado ao seu irmão, Alex. Além disso, tirou do piano clássico uma boa parte de sua influência para tocar guitarra.
A dinâmica e a sonoridade entram nesse ponto. Chamar a atenção do ouvinte é fundamental para que eles prestem atenção em nossa música. A dinâmica entra aí. Transitar rapidamente entre graves e agudos, saber a hora de dar as pausas e de tocar com velocidade, saber quais notas merecem um destaque maior em relação as outras
Gosto de chamar isso de "tempero". Uma vez que a música já tenha boas melodias e harmonizações, a dinâmica responde pelo acabamento final de uma peça. Em instrumentos acústicos boa parte disso é "na unha" mesmo, como gosto de chamar.
Agora em instrumentos elétricos muitas vezes é possível fazer este tratamento através do uso adequado e criativo de efeitos.
Por vezes os efeitos são vistos apenas pejorativamente, como uma forma de mascarar ou até mesmo de superar melodias "fracas". Porém, no meu ponto de vista efeitos usados na medida certa e com uma intenção criativa só tem a somar na música moderna e contemporânea.
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LeandroP Moderador |
# jul/14
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Já fiz alguns tópicos sobre o assunto, como padrões melódicos e motivos melódicos também. Faz tempo...
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