luizlipef Membro Novato |
# nov/13
Curso arquitetura e amo música, toco guitarra/violão, e mal tenho tempo pra estudar, sou bem mediano :( Já me conformei em terminar o meu curso e trabalhar com isso, porque música é muito complicado, principalmente aqui na minha cidade, minha família é contra, não consigo tempo suficiente pra andar com as coisas juntas, enfim, complicado. Ontem assisti a uma palestra de uma arquiteta jovem, que se especializou em iluminação, e ela se deu muito bem por isso, já que é algo que não tem uma concorrência absurda e é bem particular. Ainda não comecei a estudar acústica, mas tô bem esperançoso com essa matéria, que seja algo que me faça começar a gostar de fato disso. Pensei em unir o melhor da música e da arquitetura, pensando no meu futuro profissional, tentado conciliar as coisas e gostar realmente do que faço. Queria sugestões de vocês, o que vocês acham que um arquiteto pode fazer no meio da música?
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Adler3x3 Veterano |
# nov/13 · Editado por: Adler3x3
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Tem tudo para dar certo.
Na arquitetura existiu um período chamado "Barroco". E a música desta época é chamada de Barroca, pois tomou a denominação emprestada da arquitetura. Muito embora o mais correto seria Clássica. Historicamente de certa forma andam juntas. Arquitetura é ciência e arte. Na Geometria a arquitetura e a música se encontram.
Não sou arquiteto mas percebo que hoje em dia existem "n" opções:
- Decorações de interiores, onde se pode incluir a parte do som e iluminação; - Projetos de edifícios que levam em conta a acústica e a iluminação (áudio e luz podem estar intimamente relacionados);
Nos dias de hoje o profissional de qualquer área tem que ser flexível para conseguir trabalho. Muito embora estejamos na era da especialização. Entretanto tem que aprender a se adaptar as situações da vida, que nos dias de hoje mudam constantemente. Como você bem comentou acredito que nas áreas citadas existe um imenso potencial.
Se você gosta de música é muito bom e pode nas horas vagas se dedicar a isto: - Estudando teoria musical; - Praticando no instrumento; - Montar um pequeno home estúdio, pois estamos em plena era digital, e o computador/instrumentos musicais estão intimamente ligados (aprender teoria musical com editores de partituras e outros softwares); - Lendo bons livros, revistas, pesquisas na internet etc...
Dedicar um pequeno período diário/semanal a música. Na verdade temos que encontrar um equilíbrio: - trabalho, estudo, lazer, descanso, família, namorada, sociedade, religião e outras. O dia só tem 24 horas, que devem ser bem aproveitadas, mas nada de muita rigidez e excessos, muito embora com disciplina.
Mas deve manter o foco nos estudos para ser um "arquiteto" Neste caso pode seguir a máxima: -" Primeiro tem que trabalhar para depois poder descansar." Ou seja primeiro estudar e trabalhar em arquitetura para depois se dedicar a música como lazer. Não dá para começar o dia pelo descanso. Primeiro vem o cansaço depois o descanso. Terminar o curso no prazo regular passando em todas as matérias sem perder nenhum semestre. Depois o tempo te dará as respostas sobre o nível de dedicação em cada área. A compreensão do todo neste momento não é possível, e isto vai ocorrer progressivamente a medida que vai concluindo o curso e iniciando na atividade profissional Tem algumas matérias que são chatas e muitas vezes nem tem a haver diretamente com o curso. Mas o importante é estudar, estudar e estudar neste momento arquitetura. E todo o trabalho que traga algo a mais para a sociedade é nobre. Mas toda a profissão tem o que dizemos "Ossos do ofício". Toda a profissão tem certas partes que são chatas, ou até extremamente chatas. (incluindo a profissão de músico). E se iludem aqueles que pensam só porque se identificam com certa profissão que tudo vai correr as mil maravilhas. Felicidade plena não existe, temos somente alguns momentos em que atingimos este climax. E na vida tudo tem altos e baixos, nunca esta sempre no ápice e alterna bons momentos com maus momentos. Tudo depende do estado mental em que temos que saber lidar com todas as situações. Assim como numa produção de uma música temos que equalizar na linha do tempo, assim temos que equalizar os nossos pontos de equilíbrio mental. Ou seja uma boa equalização faz soar bem a música, e assim nos nossos momentos diários temos que aplicar na medida certa, e assim os altos e baixos ficam mais administráveis. A nossa inteligência dirige os trabalhos, a força (de vontade, de superação nos momentos difíceis) e a perseverança fazem acontecer, e o amor adorna ficando tudo bem feito. Só ser inteligente não adianta, tem que colocar em prática, tem que fazer. Teoria e prática com equilíbrio, duas partes que vão gerar a terceira parte que é o trabalho bem feito. Entre a inteligência (que quer qualidade de vida) e o prazer existe o trabalho que é a força que sustenta. O trabalho é que vai garantir o prazer. E na arquitetura a beleza é fundamental, assim como na música. E a música tem o seu climax, não existe composição que o tempo todo esteja no auge.
Muitas pessoas vivem este dilema. Na verdade não existe conflito entre uma profissão qualquer e a profissão de músico. Mas dificilmente uma pessoa vai conseguir exercer as duas profissões ao mesmo tempo. Isto de dizer que determinada profissão deve ser a única para um indivíduo é contra a natureza humana. Nos primórdios da humanidade o homem tinha que fazer de tudo: caçar, plantar, colher, trabalhar em arrumar um local para dormir, se proteger, ter família e muito mais. O homem é um ser que se adapta facilmente. Assim se não dá para exercer determinada profissão que é da nossa preferência, temos que buscar alternativas e fazer/dedicar como se fosse a nossa preferida.
É tudo "+x por cento de dedicação, perseverança e suor (com muito sacrifício), e -x de inspiração e prazer". Manter o foco e dedicação mesmo nos momentos chatos, que ocorrem na maioria do tempo, lembrando que o trabalho enobrece e molda o homem, e temos que avançar e polir nos mesmos. E só porque é chato de fazer certas coisas isto não deve nos obstruir e levar a inatividade, pois faz parte do cotidiano em qualquer profissão. Depois no futuro para ganhar experiência você vai ter que obter um emprego na área especializada, e se for mais ousado já começar trabalhando como profissional independente por conta própria. E o dinheiro em si não é um mal, é como o sangue que irriga as várias partes do corpo, e assim para se ter outras coisas na vida é necessário dinheiro. O dinheiro irriga as nossas necessidades. E o dinheiro (bem ganho) é consequência, é o resultado do acúmulo do nosso trabalho bem feito. Dinheiro = trabalho acumulado. E vivemos num mundo material e para suprir nossas necessidades temos que trabalhar não importa a área. Muito embora devemos ter um ideal e uma espiritualidade (ou uma moral se preferir, independente da religião) fazendo o que é certo. Pode por exemplo começar como arquiteto de interiores trabalhando por conta própria para pessoas físicas e empresas, podendo também abrir uma empresa, e neste caso sobra mais tempo, pois o autônomo/ patrão é quem decide a sua jornada, e também ganha mais. Obviamente como instrumentista você vai perder a melhor fase de sua vida para ganhar agilidade e virtuose, e se fosse para acontecer já deveria ter acontecido. Mas música é muito mais do que isto. Desculpe pela extensão do texto, pode parecer que fui prolixo, mas tentei dar um conteúdo útil ao post, e o que escrevi pode ser aproveitado por outros membros do fórum.
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