Julia Hardy Veterano |
# abr/06
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"O GLOBO: Como você se sente, estando em casa enquanto sua banda faz shows por aí?
IGOR CAVALERA: Estou ótimo, minha cabeça está legal. Foi minha a opção de ficar em casa. Quando meus outros filhos nasceram, não parei para ficar com eles e me arrependo muito. Então, quando soube que o Antonio nasceria na mesma época em que estaríamos terminando as gravações do disco, e que a gravadora iria exigir essa turnê com o In Flames - que é uma banda que eu não curto muito - falei com os caras, e eles entenderam. Estou muito feliz, curtindo cada momento.
O GLOBO: Você já conhecia o Roy? Ajudou na decisão de escolhê-lo?
IGOR CAVALERA: Sim, conheço-o há anos, da época em que ele tocava em bandas como o Nausea e o Shelter. Vimos um show da primeira turnê dele com com o Soulfly, e ele já tocava músicas do Sepultura, então era o cara certo. Mas deixei os caras à vontade para escolher; já que eu não participaria da turnê, não quis dar palpite. Claro que não deixa de ser irônico ele ter sido da banda do Max, mas tem a ver, por isso mesmo. É claro que podia ter sido outro baterista, como o Lobão, que é um ótimo músico, ou o Fernando Schaefer (ex-Pavilhão 9 e Rodox). Desde que não fosse o do Kid Abelha...
O GLOBO: Você acha que ele toca tão bem quanto você?
IGOR CAVALERA: Olha... não. Ele reproduz direitinho tudo o que eu gravei, as batidas, as viradas, mas não tem a mesma pegada, que é uma das coisas mais importantes para um baterista. É mais ou menos como o Paul Bostaph, que substituiu o Dave Lombardo no Slayer. Reproduzia tudo, mas não criava.
O GLOBO: Depois que o Sepultura retornar da Europa, vocês voltam a tocar juntos?
IGOR CAVALERA: Claro, eu sou da banda, como sempre. Mas não deve rolar mais nada nesse primeiro semestre. O Andreas está cuidando de um projeto solo dele, e eu, além da discotecagem, tenho um outro trabalho, chamado O Plano, que deve me ocupar."
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