silvG8 Veterano |
# out/15 · Editado por: silvG8
Alguns aqui devem estranhar a minha escolha de comprar algo como esses Volca, mas fui influenciado por uma única coisa: portabilidade. Querendo ou não, no mundo de hoje, isso é uma coisa muito importante.
Obviamente, ainda prefiro meus instrumentos em tamanho real, mas a miniaturização chegou para ficar...
O que é? O Volca Bass é uma groovebox portátil, podendo ser alimentada por pilhas, com um som de sintetizador que pode ser sequenciado internamente, e até mesmo tocado via MIDI.
Caracteristicas físicas A estrutura de base é em plástico, mas com uma boa qualidade, não parecendo que o instrumento vai desmontar na sua mão. Nada espartano como um Moog, mas parece feito para durar. Os acabamentos em metal, tanto no "teclado" quanto nos engates são bons e fica visualmente bonito. O metal na parte sensitiva parece recoberto for uma fina película plástica, a fim de evitar corrosões.
As conexões são limitadas. Saída de áudio, entrada DC 9V convencional, MIDI In, Sync In e Out. Só. A saída de áudio única pode ser usada com headphones, o que, além de esperado, é muito bom. Vale a pena comentar ainda que o VB ode ser alimentado por 6 pilhas AA, com duração de até 10 horas em funcionamento.
O pequeno "teclado" é bom, fácil de usar, mas possui pequenos gaps entre cada nota, não sendo possível deslizar o dedo como nos Monotron. Por um lado é bom, pois as notas apresentam frequência fixa, mas seria legal poder desativar isso. Embora a abrangência seja pequena em termos de notas, um switch de oitavas cumpre bem sua função, facilitando inclusive a gravação de sequencias rápidas.
O sintetizador Internamente, temos um sintetizador analógico monofônico, com alguns controles na mão. Colocarei por partes:
- Osciladores: O VB conta com 3 osciladores, com formas de onda saw e square, que podem ser escolhidas individualmente para cada oscilador. Além disso, é possível desafina-los em até 12 semi-tons acima ou abaixo, sendo que até o primeiro semi-tom, essa desafinação é feita em cents.
- Filtro: Baseado no filtro do Korg 700S, trata-se de um LPF de 12dB/oct de tonalidade agressiva, capaz de auto-oscilação. Aparentemente possui um keytrack de 100%. A interação entre o cutoff e resonance é incrível, mas parece começar a realmente fazer diferença quando acima de 50% no último.
- EG: Embora se tenha um único EG atuando sobre o filtro, ADSR, com sustain opcional, este pode ser aplicado ou não ao volume (amp). Os tempos de ADR são suficientemente curtos para sons percussivos e longos para "pads", com um controle muito bem escalonado, sendo fácil atingir o ponto desejado.
- LFO: O único LFO, possui duas formas de onda (triangle e square), e pode ser direcionado ao cutoff, frequência e volume, tanto individualmente como simultaneamente. O knob tem um escalonamento estranho, demorando muito para se atingir frequencias mais altas, que ficam restritas a cerca de 30-40% do percurso do knob.
O engraçado sobre o sintetizador, é que, embora seja vendido como focado em baixos, trata-se de um sintetizador que abrange bem todo o espectro sonoro, não havendo uma piora da qualidade nas suas oito oitavas de distribuição. O Volca Bass, na verdade, é um Volca MonoKeys, sendo muito mais versátil que seu nome sugere.
Uma única limitação, que pode ser vista (e é) negativa, é não poder controlar o volume de cada oscilador individualmente. Isso aumentaria muito a capacidade do instrumento como um todo.
Sonoridade Depois de falar um pouco sobre o sintetizador em si, falarei sobre o som, que embora subjetivo, é algo fácil de julgar.
Quem compra um Volca Bass achando que está pegando um perfeito analógico monofônico, está enganado. O VB não é o melhor instrumento que já ouvi, mas certamente excede em muito as minhas expectativas. Achei que estava comprando um brinquedo, mas a verdade é que o som do pequeno synth é melhor do que qualquer digital por aí, principalmente nos graves.
Um outro erro é achar que o VB é uma cópia de uma TB-303, focada naquele clássico som de acid techno. Embora seja capaz de sons parecidos, o VB nunca chega exatamente lá, mas é muitíssimo mais versátil, no sentido que, além desse almejado som, reproduz muitos outros e ultrapassa a TB-303 em muitas coisas, exceto naquele som específico.
A qualidade do instrumento é muito superior ao esperado, como havia falado. Os osciladores são fortes, principalmente nos graves, o filtro tem um som rasgado quase como de um MS-20, e as possibilidades são quase infinitas, respeitando as limitações do próprio sintetizador. É possível encarar o VB como um instrumento, e não somente um gadget hipster.
Existem alguns pequenos artefatos sonoros no VB, o que mostra que não está no nível de algo mais robusto como um Microbrute. Esses artefatos, são pequenos ruídos agudos, de baixo volume, que surgem a depender de como está configurado o filtro. Procurei saber e vi que é normal, não se tratando de uma unidade problemática.
O sequencer e particularidades Internamente, um sequencer de 16 passos complementa a groovebox, tornando-a algo passível de automação e interação com outros. Essa interação, refere-se ao Sync In e Out, que nada mais é que uma mensagem de clock feita através de uma saída que pode ser usada inclusive com sequenciadores analógicos e modulares (5V).
Embora simples, o sequencer tem algumas coisas que o tornam bom. Primeiro, existem duas formas de gravar: step rec e em tempo real. Segundo, existe um método de "mutar" steps da sequência original, permitindo assim, variações em tempo real de uma mesma sequência. Terceiro, é possível editar os slides entre cada step. Esses três fatores em conjunto, tornam o sequencer mais versátil do que se pode imaginar à primeira vista.
Outra coisa interessante, em se tratando de um sintetizador monofônico, é que o sequencer permite utilizar os osciladores de forma parafônica, compartilhando o mesmo filtro, com seu respectivo EG, mas tocando notas diferentes gravadas individualmente. Isso permite por exemplo que sejam feitos acordes de 3 notas, bem como criar linhas melódicas sobre bases. Além de todas as vozes individualmente, é possível agrupar apenas dois osciladores, tendo um terceiro livre.
Além disso, é possível limitar cada uma das sequencias a números individuais de steps. Por exemplo, pode-se usar o primeiro oscilador com uma sequência de 12 steps, dando uma impressão de trinado, outra com 16, marcando quatro tempos do compasso, é uma outra com qualquer número. Isso também possibilita variações em tempo real que dão um pouco mais de versatilidade ao sequencer como um todo.
Considerações finais Um instrumento portátil e em conta como esse vão exceder as expectativas de muitos. Embora pequeno, devo reiterar que é um instrumento de verdade, talvez até superior que algumas coisas rolando no mercado.
Embora limitado, quando combinado com outras unidades, o Volca Bass certamente é capaz de produzir resultados musicalmente relevantes.
Não é algo que rotineiramente faço, mas se tivesse que atribuir nota ao CxB, daria uma bela nota 8,5. O que falta? - Controle para volume dos osciladores individualmente; - 32 steps no sequencer; - Acabar com o pequeno ruído de fundo que surge em alguns momentos; - Ser possível deslizar o dedo sobre o "teclado" sem interrupções.
Demonstrações https://drive.google.com/open?id=0B2OqukjzMyhLcFZKVVBrR29nSXc https://drive.google.com/file/d/0B2OqukjzMyhLeFpsUDJhOFZrdEU/view?usp= sharing https://drive.google.com/file/d/0B2OqukjzMyhLTDhtcXNKU1BWa0U/view?usp= sharing https://drive.google.com/file/d/0B2OqukjzMyhLak9yNVpzOHJNMmc/view?usp= sharing https://drive.google.com/file/d/0B2OqukjzMyhLTTlzQ21fckhmSE0/view?usp= sharing https://drive.google.com/file/d/0B2OqukjzMyhLZE15M1Z5ZUozM2s/view?usp= sharing https://drive.google.com/file/d/0B2OqukjzMyhLS3JfbHBxWGE0TmM/view?usp= sharing https://drive.google.com/file/d/0B2OqukjzMyhLTVRZNHRkTmFYckU/view?usp= sharing https://drive.google.com/file/d/0B2OqukjzMyhLckNXbTJ6RDRESXc/view?usp= sharing
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