Curiosidade! - O que é? Qual a origem do efeito Phaser.

    Autor Mensagem
    amilanezi
    Veterano
    # mar/13


    Segue mais uma da série, agora falando sobre o Phaser e sua concepção, muito interessante.

    Efeitos ::: Phaser

    O que é?

    O efeito Phaser combina o sinal original com uma cópia que é ligeiramente fora de fase com o original. Isto significa que as amplitudes dos dois sinais (original e copiado) atingem os seus pontos mais altos e mais baixos no espectro de frequência em tempos ligeiramente diferentes. As diferenças de tempo entre os dois sinais são modulados por dois LFOs (circuitos osciladores de baixa frequência) independentes que empregam atrasos muito curtos na faixa de 1 a 10 ms. Quando o sinal original é atrasado em relação ao sinal repetido ocorre um efeito conhecido por “comb filter”, no qual as frequências, cujos períodos estão diretamente relacionados ao tempo de atraso, são atenuadas e reforçadas devido ao cancelamento de fase.

    Efeitos de phaser utilizam um determinado número de filtros para gerar o efeito comb. Usando um modulador (LFO) para mover esse filtro dentro de uma determinada região do espectro causa um cancelamento de fases variável dependente das frequências usadas.
    Sonoramente, o phaser é usado para criar whooshing, sons arrebatadores que vagueiam pelo espectro de freqüência. É um efeito de guitarra comumente utilizado, mas é adequado para uma grande gama de sinais.

    Como funciona?

    O efeito eletrônico de phaser é criado pela divisão de um sinal de áudio em dois caminhos, sendo que um destes caminhos trata o sinal com um filtro passa-tudo, preservando a amplitude do sinal original, mas alterando a fase. A quantidade de mudança de fase vai depender da frequência. Quando os sinais dos dois caminhos são misturados, as freqüências que estão fora de fase se anulam mutuamente, criando entalhes/recortes característicos do Phaser. Mudando a relação da mistura entre o sinal original e o alterado, muda também a profundidade dos recortes. Os recortes mais profundos ocorrem quando a relação de mistura é de 50%.

    Os phaser eletrônicos tradicionais utilizam uma rede de filtros passa-tudo e phase-shifters que alteram as fases de algumas frequências no sinal. Esta rede deixa passar todas as frequências com um volume igual, alterando apenas a fase do sinal. O ouvido humano não é muitos sensíveis às diferenças de fases, mas quando esse sinal é misturado de volta ao sinal original, criam-se recortes/entalhes.

    O número de todos os filtros passa-tudo (geralmente chamados de estágios) varia de acordo com diferentes modelos, alguns phasers analógicos oferecem 4, 6, 8 ou 12 estágios. Já os phasers digitais chegam a oferecer 32 estágios ou mais. Essa quantidade de estágios é que determina o número de entalhes/picos, afetando o caráter do som em geral. Um phaser com x estágios, geralmente, tem x/2 ondas no espectro, portanto, um phaser com 4 estágios, terão 2 entalhes.

    Além disso, o sinal processado pode ser realimentado na entrada criando um efeito ainda mais intenso, com ressonância que enfatiza as frequências entre os entalhes. Isso envolve a alimentação da saída da cadeia de filtros passa-tudo de volta para a entrada, conforme mostrado a seguir:

    A maioria dos Phasers modernos faz parte de um processador de sinal digital, que muitas das vezes tenta emular um phaser analógico. Phasers são encontrados principalmente como plugins em softwares de edição de áudio, como uma parte de uma unidade de efeito de um rack e pedaleiras, ou como pedais de efeito de guitarra.

    ::: Parâmetros :::

    + Rate (ou speed ): determina a velocidade com o que o modulador irá varrer ciclicamente a faixa de espectro determinada.

    + Range: determina essa faixa do espectro a ser varrida pelo modulador.

    + Outros : filtros, feedback loop.

    História

    O phaser é um efeito muito popular para guitarra. O termo (phasing) era usado com frequência para se referir ao efeito flanging de fita ouvido em muitas músicas psicodélicas dos anos 60, como ItchycooPark, do Small Faces, e Life In The Fast Lane, do The Eagles.

    No início dos anos 70, os pedais de phaser começaram a aparecer. Aliás, alguns consideram que o phaser é o efeito que define a mudança do som dos anos 60 para os anos 70.

    O título de primeiro pedal de phaser (phase shifter) é dado ao Maestro PS-1, lançado em 1971, e presente em gravações dos Doobie Brothers e de Ritchie Blackmore, em seu primeiro álbum, Rainbow.
    Jimi Hendrix utilizava o Univox Uni-Vibe como phaser. Apesar da chave no topo do Uni-Vibe indicar chorus/vibrato, na verdade o que existia era um phaser de 4 estágios. Apesar de ser um phaser de 4 estágios, o som do Uni-Vibe era semelhante ao de um chorus porque cada um dos estágios era definido em frequências diferentes. Por isso, muitos consideram, equivocadamente, o Uni-Vibe como um chorus, quando, na verdade, trata-se de um phaser.

    No final dos anos 70, Brain May utilizou o efeito em canções como Killer Queen. Nos anos 80, o guitarrista Eddie Van Halen ficou bastante reconhecido pelo uso do seu pedal de phaser, o MXR Phase 90, em músicas como a instrumental Eruption e na canção Atomic Punk.

    Os tecladistas também são usuários habituais dos phasers. Na década de 70, instrumentos de teclado como o Rhodes, o Eminent 310 e o Clavinet eram comumente usados como phasers, especialmente no avant-garde jazz. Bill Evans, por examplo, utilizou um phaser Maestro na Intuition. O phaser também foi utilizado para “adoçar” alguns sons, como, por exemplo, Just The Way You Are, de Billie Joel, Babe, do Styx, e no álbum Oxigène, de Jean Michel Jarre, no qual foi utilizado exaustivamente um EHX Small Stone.

    Ao contrário de alguns tipos de pedais de guitarra, o Phaser manteve uma sólida popularidade durante os anos 80 e 90, até os dias de hoje. O Daft Punk, em seu álbum Discovery, de 2001, utilizou o phaser em diversas faixas.

    Em filmes ou produções para televisão, o efeito criado por phasers é muitas vezes usado para indicar que o som é gerado sinteticamente, como uma voz de robô, por exemplo. Esta técnica funciona porque a frequência filtrada produz um som comumente associado a fontes mecânicas, que só geram frequências específicas, em vez de fontes naturais, que produzem uma vasta gama de frequências. Foi a partir desse uso que surgiu o efeito Vocoder, utilizados em vocais para simular, inclusive, sons de guitarra. O uso do Vocoder pode ser observado na introdução da música Livin´ On A Prayer, do Bon Jovi.

    + HUGHES, T. Analog Man´s Guide To Vintage Effects. East Haven,EUA:For Musicians Only Publishing, 2004.

    + HUNTER, DAVE. Guitar Effects Pedals. The Practical Handbook. San Francisco,CA,EUA:BackBeat Books, 2004.

    Espero que seja útil, ao menos para os curiosos.

    o/

    Leomju
    Veterano
    # mar/13 · Editado por: Leomju
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    amilanezi
    Muito bom novamente.
    Acho interessante a galera dar um CONTROL C / CONTROL V nesses seus textos, serão boas referências para estudos e buscas futuras!

    Valeu!

    Fernando de almeida
    Veterano
    # mar/13
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    Leomju
    CONTROL C / CONTROL V
    Bom e velho copiar e colar .... heheheheeee
    Esse já ajudou muita gente ....

    amilanezi
    Veterano
    # mar/13
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    Fernando de almeida

    Isso mesmo...é a forma mais rápida de disponibilizar a informação para a comunidade, já mastigada e filtrada.

    Na verdade, inicialmente eu estava interessado e curioso em saber de onde, como, e quando, tinha surgido esses efeitos e resolvi compartilhar...

    o/

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