guilhermerizzo Veterano |
# jun/05
Bom galera, a temporada não podia estar mais quente. Sábado retrasado fui ao show do Scofield e neste último ao do Mike Stern. Ambos no Mistura Fina aqui no Rio, por 50 pratas cada um.
A casa é excelente ( está ameaçada de fechar as portas, o que se concretizado será um pecado maior que tacar fogo na bíblia ), é um jazz club típico. Dá para ficar bem perto do palco e não perder um detalhe, fora a brama extra geladíssima para acompanhar...
Mas, vamos aos shows:
Scofield - Acompanhado de Steve Swalow no baixo e Bill Stewart na batera, scofield tocou um set baseado no excelente último disco ( En Route ) com a inclusão de algumas músicas de Charlie Parker e do novo disco em homenagem a Ray Charles.
A apresentação foi marcada pela característica maior dele, muita improvisação em frases que mesclam linhas de bebop com elementos de funk, blues e rock, com aquele timbre levemente distorcido inconfundível. O set durou uma hora e quarenta mais ou menos e ele voltou para um bis de mais uns 20 minutos. O Batera roubou a cena em alguns momentos, fazendo seus malabarismos e mostrando muita competência. Um show realmente memorável, e para eu, guitarrista amador e fã de carteirinha, uma dose extra de inspiração e motivação para seguir estudando Jazz.
Mike Stern- O show, na verdade, era dele e do absurdo baixista Richard Bona, que estavam acompanhados de um baterista e um saxofonista. Quarteto altamente entrosado.
Mike stern abriu o show com um tema do novo disco ( These Times ). Ele se mostrou um cara muito alegre no palco, se divertindo bastante durante a execução, aparentemente sem esforço, de frases de bobop que, com o timbre bem molhado, lembravam o som de instrumentos de sopro. Só a primeira música, depois de vários passeios ao redor do tema, durou mais de 20 minutos, com o público ovacionando ao final. No meio do show ele arriscou uma performance solo, fazendo como o mestre Joe Pass, com linhas simultâneas de baixo e harmonia.
O baixista Richard Bona realmente surpreendeu a todos na platéia. Excelente músico, acompanhou várias vezes a melodia feita pela guitarra de Mike e pelo sax com a voz, se mostrando um excelente vocalista também. Depois de uma hora e meia, eles voltaram para mais meia hora de bis.
No final, fui na cara de pau no camarim e me deparei com um Mike Stern simpaticíssimo, que me atendeu pacientemente e disse adorar tocar no Mistura, prometendo voltar ao Brasil em breve.
Resumindo: Dois finais de semana inesquecíveis para mim, que sou guitarrista e grande fã destes dois caras que têm muito em comum(inclusive um disco), mas principalmente terem tocado com Miles Davis no currículo.
Fui...
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