Ouvir e tocar jazz serve para alguma coisa?

    Autor Mensagem
    mateusstarling
    Veterano
    # out/16


    Neste vídeo fala um pouco sobre este dilema de se ouvir e praticar JAZZ. É realmente preciso?
    Vale a pena?
    Deixem seus comentários, o debate vale a pena para quem pensa em seguir com a música.


    Ismah
    Veterano
    # out/16
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    Só cuida o comprimento do vídeo. Recomendo também que use um LPF no áudio, tem um chiadinho que me incomodou o tempo todo. rs

    mateusstarling
    Veterano
    # out/16
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    Ismah Valeu.

    Luis A.
    Membro Novato
    # out/16
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    mateusstarling

    Ótima reflexão!!!

    Eu aprendi musica em casa, e depois fui tocar com caras formados que me ajudaram muito.... Mas fui educado nesse método de "vc deve ouvir isso!".....
    E até hoje peço referencias aos músicos q admiro.

    Grande parte das indicações q eu recebia de amigos, ou ate lia em revistas de musica, eu tinha em casa....Da música Classica à Concreta, de Django à Return to Forever, ou de Dilermando Reis à Marco Antonio Araújo.... ,enfim muita variedade e com nomes respeitados....

    Mas vc tocou num ponto importante. Em ter sensibilidade quanto aos objetivos e fases do musico, de forma q a referencia seja realmente válida...

    Ainda acrescentaria outro detalhe, a idade do musico. Pq sinto q me fez muito bem ouvir coisas variadas na infância, aprendi a ver beleza em coisas muito diferentes... Mas ao msm tempo sei q nao adianta eu chegar pra um amigo de 30 q quer tocar Led e dizer pra ele João Bosco é bom demais!!!! kkkkkkk

    Como eu sempre enxerguei sugestões como tentativas de ajuda, eu acabo tendo esse habito. Sempre recomendo nomes consagrados, pq eu acredito q ninguem se torna consagrado sem motivo, e sempre tento levar em conta o gosto e nível técnico da pessoa....É quase impossivel eu ver um garoto q está iniciando no rock, e nao dizer pra ele ouvir um Jimi, caso ainda nao conheça...

    Porém, com alguns amigos marmanjos, ja gosto de instigar a "ruptura" q vc citou..... talvez pq eu ja to de saco cheio de juntar com os caras e ter q tocar The Doors, ou fazer o solo de Time pela milésima vez kkkkkk. Não tenho nada contra estes sons, até curto muito, mas tou em outra onda....

    Como aprendiz q sou, eu fico é feliz quando alguém me indica algo, msm q eu nao compreenda... Já aprendi q isso pode ser útil depois, e a intenção é sempre boa...

    Abraço!

    Lelo Mig
    Membro
    # out/16
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    mateusstarling

    É uma explanação importante e pouco abordada pela classe.

    Sou autodidata, mas tive a sorte de conviver e acompanhar músicos de várias vertentes, do regional ao jazz, passando por MPB, Rock, Fusion...

    Sou meio radical neste aspecto, porque não só na música, mas em todos os seguimentos da cultura, me incomoda um pouco a existência de "especialistas".

    Um músico com deficiência técnica me incomoda bem menos do que um com deficiência de repertório e linguagem.

    mateusstarling
    Veterano
    # out/16
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    Luis A. Muito bacana seu texto.

    Lelo Mig Concordo contigo.

    vintagentleman
    Veterano
    # out/16 · Editado por: vintagentleman
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    "Ouvir e tocar jazz serve para alguma coisa?"

    Acho interessante consultar os grandes mestres, que tiveram know how da coisa, para argumentarem na questão.
    Veja bem: você sabe, Mateus, que tocar jazz é difícil e muitos dedicaram suas vidas a isso. Os vivos ainda estão no processo, normalmente por amor à música, já que o estilo é elitista e segmentado num nicho de consumidores pernósticos que, apesar do número reduzido, pagam bem por uma apresentação.
    Então o jazzista não está no negócio pelo dinheiro em primeiro lugar, certo? Porque poderia tocar rock com mais facilidade vendendo muito mais.
    Para responder a pergunta só fazendo uma mesa de invocação espiritual e chamando o Wes, o Joe, o Jim, o Les, e o Django e ver o que dá.
    Sinceramente não acredito que algum deles diria que preferia ter sido o Keith Richards...

    Felipe Stathopoulos
    Membro Novato
    # out/16
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    Acho (e apenas acho) que a pergunta básica é: o que você como músico quer da música?

    Quer tocar rock/metal? Desencana de jazz, de música popular brasileira (a de verdade, complexa e tals), etc. Vai ouvir rock, e ouça TUDO, dos clássicos aos lançamentos (tem muita coisa boa saindo todo dia, porém não no mainstream). Depois que você ouvir TUDO de rock, quando você estiver tocando de tudo um pouco dentro do estilo, aí sim você deve partir pra um "algo a mais". Nesse sentido um pouquinho de melodia da música clássica (para estilos mais complexos), e bastante blues para pegar os fundamentos do rock também irá ajudar. Aliás, em termos de rock qualquer influência diferente (jazz, funk ou rap, por exemplo) modifica sensivelmente o estilo básico. Mas isso deve vir DEPOIS de saber o básico do estilo. Ah sim, arrume um emprego ou abra seu negócio, porque no Brasil você NÃO VAI conseguir viver do rock...

    Quer tocar blues? Vai ouvir/tocar BLUES. Se ficar ouvindo e tocando a vida inteira ainda não vai ser suficiente...

    Quer fazer um fusion? Aí sim você vai precisar escutar de tudo, do funk e rock ao jazz e blues. Você nunca será especialista em nada, mas pode aprender a fazer sonoridades muitíssimo interessantes.

    Idem a música eletrônica, com o adendo de que vc vai precisar estudar tecnologia e edição que nem um maluco, e manter-se eternamente antenado para conhecer as novidades da área. Tudo muda a todo momento e se vc parar de estudar, dançou (é pior que estudar Direito, rsrs).

    Quer tocar jazz? Vá estudar música. Que nem um louco desvairado e pro resto da vida, sem parar, sem férias, sem feriado, nada. Idem a música erudita. Vais ter que dar aulas pra sobreviver, então analise antes se você possui dom para professor.

    A MPB (tradicional) é como o jazz, com o adendo que você precisa ser um sujeito magro e de hábitos frugais, pois vai passar fome, e ainda por cima hábitos noturnos, porque vais fazer compania aos morcegos, dormindo de dia e ficando acordado à noite. Um emprego de meio período em alguma universidade pública, sindicato ou partido político de esquerda ajuda bastante...

    Em quase todos estes estilos se quiser ser profissional e manter-se vivo e lúcido (sem babar, conversar com as sombras ou afundar-se nas drogas) já vá preparando o passaporte e aprendendo líguas estrangeiras, principalmente o inglês.

    Agora, quer fazer som para ganhar dinheiro, no Brasil?

    Compre um dicionário de palavrões, aprenda meia dúzia de acordes e decore o ritmo mais retardado que conseguir encontrar no mundo, treine-se a cantar do modo mais abjeto que conseguir pensar, seja muito safadão e compre um container de óleo de peroba pra passar na cara todo dia, pela manhã e à noite. Ah sim, manter um bom estoque de vaselina (ou KY) também ajuda...

    Garanto que em um ou dois anos, se você não for parar na cadeia, estará na grade da Rede Globo de televisão.

    Lelo Mig
    Membro
    # out/16 · Editado por: Lelo Mig
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    Felipe Stathopoulos

    Desculpe amigo, mas você generalizou algumas bobagens proliferadas por músicos frustrados e não deve ter muitos amigos próximos que vivem, dignamente, de música.

    Muitos dos artistas de destaque na mídia, podem até se encaixar no perfilzão geral que você descreve, mas os músicos das bandas que os acompanham, que fazem os arranjos, que tocam em seus shows e álbuns... ahhh, nada a ver com este perfil.

    Do Pagode ao Sertanejo Universitário, do Gospel ao Axé, só têm músico fera, com grande capacidade técnica e principalmente leque de estilos e repertório por trás.

    Quando alguém desponta pro sucesso, a primeira coisa que faz é chamar os músicos de primeira linha disponíveis no mercado. Não têm lugar prá Zé Mané no mainstream......gostem ou não.

    Felipe Stathopoulos
    Membro Novato
    # out/16
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    Lelo Mig

    Claro que é uma generalização Lelo. Exceções à parte.

    Mas não me referia aos músicos de bandas do mainstream (que de fato normalmente são muito bons), mas aos "compositores" ou, melhor dizendo, aos "donos de banda". A pobreza musical do mainstream nacional é de chorar.

    Enfim, esta é uma discussão complexa que nem tenho vontade de ingressar...

    Abç

    Lelo Mig
    Membro
    # out/16
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    Felipe Stathopoulos

    "não me referia aos músicos de bandas do mainstream... aos "donos de banda" A pobreza musical do mainstream nacional é de chorar."

    Ok, aqui concordo contigo. Mas não é só Mainstream Nacional não, é mundial... Rihana e etc, dada as devidas proporções e tamanho da máquina por trás, não são melhores que Ivete Sangalo, por exemplo.

    mateusstarling
    Veterano
    # out/16
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    Felipe Stathopoulos Entendo seu texto e por uma ótica vc tem razão
    Hoje, o mercado do instrumentista pede uma extrema proficiencia. Se o cara se der bem com uma banda é uma outra coisa, mas contar com isso é precisar contar com muitos fatores favoráveis. Quem quer viver tocando pode arriscar com bandas, mas deve ter o plano A que é ser proficiente e poder sobreviver no mercado sem precisar de contar com o sucesso da banda.
    Da para ser proficiente, tocar jazz, tocar fusion, se envolver com o erudito e ter uma vida equilibrada, não é diferente ser diferenciado em qualquer outra profissão autonoma. Ta muito dificil de vc ver um instrumentista no Brasil bem sucedido tocando somente rock ou metal, o mercado definitivamente esta cobrando musicos com um leque mais amplo.

    Stav
    Membro Novato
    # out/16
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    Boa discussão essa que você abriu matheusstarling, uma coisa que eu posso dizer para a galera a qual, quer ingressar em uma licenciatura em música, mas tem na verdade o intuito de ser instrumentista é, não faça isso! Na licenciatura você vai ter uma boa quantidade de outros instrumentos para aprender, com o intuito de utilizar isso no trabalho como docente, além de uma série de outras matérias voltadas para o lado pedagógico, se o objetivo é ser instrumentista corra atrás de um bacharelado, existem por ai tanto os populares quanto os eruditos, tendo sempre em mente que o repertório estudado no popular vai passar pelo jazz, bossa, baião, samba, choro etc...

    sandroguiraldo
    Veterano
    # out/16
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    Apenas acrescento que as igrejas evangélicas tem um grande papel na formação / despontamento de grandes músicos. Quando encontram o jazz (ou qualquer gênero mais trabalhado) sai da frente!

    mateusstarling
    Veterano
    # out/16
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    Stav Sim, muita gente faz licenciatura apenas para ter um diploma na area da musica e fica 4 anos sem tocar o instrumento. No Brasil é dificil achar um curso de bacharelado em guitarra ou vioão popular, creio que tenha 3 ou 4 faculdades no Brasil com esta opção apenas.

    sandroguiraldo Concordo plenamente. Existe muita musica dentro da igreja e uma necessidade de levantar musicos pois a programação da igreja é intensa, então a galera da igreja acaba sendo exposta a prática de conjunto em todos os cultos, o que estimula a garotada a buscar um instrumento para tocar.

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