erico.ascencao Veterano |
# set/15 · Editado por: erico.ascencao
Depois de abarrotar o quarto com tranqueiras musicais, este talvez seja o último review antes de um período sem grandes novidades. Então, aproveitem-no.
Equipamentos de referência para comparação: - SX GG1 STD - Vintage V100 - Gibson Les Paul Traditional - Epiphone G-1275
Recursos: Corpo em mogno com tampo em flamed maple, braço em cedro (formato semelhante ao padrão 60’s da Gibson), escala em rosewood, marcações em blocos de madrepérola, captadores Wilkinson Original (magneto cerâmico na ponte e alnico no braço), ponte Tune-o-Matic, tarraxas blindadas, controles tradicionais de Les Paul e mas dois mini-switches, um para cada captador, que possibilita três timbres diferentes: bobinas em série (ou seja, humbucker), uma bobina (som de single) e bobinas em paralelo.
Som: Neste quesito eu tive uma decepção. Eu esperava ter em mãos uma guitarra no nível da Vintage V100, em todos os aspectos, mas no aspecto sonoro a Giannini ficou devendo. O captador da ponte é bem agressivo e facilita a execução de harmônicos artificiais, porém tem uma sobra de agudos que incomoda com overdrives e distorções, chegando a embolá-los. O captador do braço soa bem legal limpo, porém com overdrives e distorções ele soa muito fechado, o que também gera um embolamento no timbre final. Os mini-switches possibilitam uma grande variedade de timbres, com destaque para a posição de single que, no caso do captador da ponte, soa muito parecida com um single real. A posição de bobinas em paralelo dos mini-switches não dá um timbre muito distinto do timbre da posição de single. A pestana de um certo material plástico preto deu uma amortecida no ataque do som acústico da guitarra, portanto providenciarei a troca por uma de osso em breve. A onda da guitarra é mais na praia das Les Paul e SG, talvez mais pra segunda opção devido ao tamanho e espessura do corpo reduzidos. Em suma, o som dela é “usável”. Nota: 5,5.
Ação, ajuste e acabamento: Comprei esta guitarra usada, então minha análise pode ser invalidada caso o antigo dono tenha feito alguns ajustes pós-compra (mesmo ele tendo citado que não mexeu em nada). No geral a guitarra veio muito bem regulada, sem sobras de trastes nas laterais do braço, trastes aparentemente nivelados, oitavas e tensor em ordem e cordas surpreendentemente boas (acredito serem até Elixir 0,010-0,046, as minhas preferidas). O acabamento da guitarra é o ponto forte: pintura do corpo e da traseira do braço num tom cereja/vinho, corpo na cor chocolate burst (de um marrom escuro pra um marrom claro), pouquíssimos detalhes defeituosos no friso do braço (uns dois ou três pontinhos de pintura errados), logotipo e inlay no headstock prateados... coisa fina o acabamento. Nota: 9,0.
Confiabilidade e durabilidade: Neste quesito não tem muito segredo, a guitarra tem uma estrutura muito semelhante às Les Paul e SG. Os potenciômetros, mini-switches e tarraxas são bem firmes. A construção da guitarra me pareceu correta, tendo o corpo sendo feito com uma colagem de 3 peças de madeira. A ponte tem uma construção diferente, com os postes com uma fenda no topo para a regulagem de altura da ponte e sem aquela “rodelinha” presente no design das pontes Tune-o-Matic da Gibson/Epiphone, mas me pareceu firme. Enfim, me aprece uma guitarra pau-pra-toda-obra, justamente a função para a qual ela será destinada. Nota: 8,0.
Impressão geral: Peguei esta guitarra com a finalidade de instalar um captador Roland GK-3 e, desta forma, ter uma reserva para a Fender GC-1 Stratocaster – como meu set para gigs menores é a GC-1 e a Roland GR-55, ficava meio no cagaço de não ter um backup pra ela. Este modelo específico me veio em mente por vários motivos: a ponte Tune-o-Matic facilita a instalação do GK-3 (através de um suporte que o acompanha), a dualidade strato/LP (ou, no caso, quase LP) para o set de gigs menores, o design charmoso (na minha opinião) da craviola e um certo quê histórico deste modelo. Pra fazer a instalação do GK-3, vou ter que trocar a ponte da guitarra por uma ponte no estilo das Epiphone/Gibson (já fechei a compra de uma Gotoh). Considerando ainda que eu pouco utilizarei os captadores Wilkinson dela (uso mais as simulações de guitarras da GR-55) e que a comprei usada por um valor razoavelmente baixo e num estado impecável, pra mim esta guitarra foi um ótimo negócio.
Entretanto, não acho que a guitarra valha o que se paga por uma nova (na faixa de R$2200). Como já comentei anteriormente, ela perde muito em sonoridade para as Vintage V100, que têm também o atrativo da semelhança com as Les Paul. O flamed maple, que segundo o representante comercial da Giannini num vídeo da Expomusic é um tampo em maple real, creio eu ser um veneer, dada a bela figuração do mesmo e a consequente grana que se pagaria por um tampo de verdade deste naipe. O negócio só vale a pena se for encontrada alguma unidade usada por aí na faixa dos R$1700 ou se for pelo quesito coleção mesmo. Nota: 6,5.
E pra finalizar, a ibagem.
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