Guitarrista chacota. Será que eles merecem?

Autor Mensagem
SuicideGuy
Membro
# set/14


Olá pessoal.

Outro dia estava eu prestando atenção em algo que todo mundo está cansado de saber mas que nem todo mundo pensou de forma mais profunda no assunto. Sabe aquelas eternas rixas sobre qual guitarrista é melhor? Pois é, todo mundo sabe que música é arte e que a arte de ninguém é igual, são todas diferentes, nem melhores nem piores. Pelo menos é assim que eu considero que deveria ser. Você concorda? Pois eu vou citar alguns dos exemplos mais clichês conforme for desenvolvendo o texto e eu quero que você me diga com 100% de sinceridade se você realmente pensa assim, sem querer falar bonito, apenas atire a primeira pedra se você não se identificar com os exemplos abaixo.

Estou eu, um cara que adora música e que não diferentemente de ninguém aqui tenta se aprimorar e e compartilhar performances e idéias com alguns amigos. Gosto de todo tipo de ritmo e estudo grande parte deles, não só dentro do rock. Mas dentro do rock e seus derivados, noto que o que eu vou relatar acontece de forma ainda mais acentuada do que em qualquer outro gênero musical.

Você prefere que tipo de guitarrista? Prefere os grandes mestres de timbre e técnicas inconfundíveis e inigualáveis ou simplesmente gosta daquele cara que nunca foi reconhecido por nada disso mas que de alguma forma "toca sua alma"? Eu particularmente gosto dos dois e deixo claro que estudo todo tipo de ritmo e técnica que é me possível para que não pensem que meu argumento vem de alguém acomodado e ignorante no assunto (embora eu tenha minhas deficiências como qualquer outro guitarrista e elas não sejam poucas). A música pra mim tem dois extremos, o primeiro deles é quando você ouve aquele cara que faz uma música em que você ouve e na mesma hora você diz "nossa, esse cara realmente sabe do que está fazendo, não é pra qualquer um". E tem aquele outro extremo onde um cara que nem toca melhor do que você pega uma guitarra, faz 3 acordes em repetição constante e muda toda uma geração. A música desse cara geralmente você ouve pela primeira vez mas tem a sensação de que já ouviu aquilo a muito tempo atrás quando na verdade é realmente a primeira vez que você ouve aquilo. Claro que isso é uma particularidade e nem todo mundo que eu vou citar provoca o mesmo efeito nas mesmas pessoas, mas digamos que todo mundo aqui consegue imaginar pelo menos um cara de cada um desses exemplos que eu citei (é importante que você pense nos seus dois exemplos antes de prosseguir).

Agora vou comentar um exemplo que aconteceu comigo (calma, você já vai saber do que se trata o tópico). Estava eu certa vez com uns amigos bebendo uma gelada na casa de um deles e tocando violão, quando eu peguei o violão e resolvi tocar uma música do acústico do Nirvana, eis que um dos caras começa a reclamar que isso é muito fácil e outros até concordam com ele. O cara começa a me criticar pelo fato de eu ter tocado uma música simples de cerca de meia dúzia de acores (se não me falha a memória acho que nesse dia eu estava tocando "About a Girl"). O cara reclama comigo pelo fato dele ter tocado coisas mais difíceis e quando chega minha vez eu toco algo fácil. Tentei argumentar com ele sobre meu gosto musical e que a dificuldade da música em questão não vinha ao caso, que o importante é que a música seja agradável aos seus ouvidos e blá blá blá. Nada deu certo, eu pego então e começo a tocar uma do Malmsteen e o cara cala a boca e me pede desculpas, pois tinha pensado que eu "não sabia tocar". O que é saber tocar afinal? Citei esse exemplo por ser um dos mais conhecidos dentre todos afinal Nirvana gera esse tipo de polêmica mesmo, mas houveram muitos outros exemplos nacionais e internacionais onde esse tipo de coisa aconteceu comigo. E eu digo que sim, eu gosto de ouvir o Malmsteen e tirar as músicas dele, assim como gosto de ouvir e tirar as do Kurt Cobain. Eu adoro o Michel Angelo Batio e acho ele genial, assim como gosto de ouvir os riffs do Dado Vila Lobos tocando Legião Urbana. Também adoro tocar Vivaldi na guitarra, me dá tanto prazer quanto tocar uma bem antiga e fácil dos Beattles. Enfim, entendem o que eu quero dizer? Agora eu pergunto, será que você após ler esses exemplos ainda concorda quando eu disse lá em cima que música não é melhor nem pior, mas apenas diferente uma da outra? Eu particularmente não considero o nível de dificuldade como fator primordial, se fosse só uma questão de dificuldade guitarra seria o instrumento mais rápido e chato do mundo. Eu gosto e desgosto de músicas de todos os tipos de dificuldade, mas esse sou eu. Gostaria agora de saber de você. O que você acha sobre o assunto? Se pegou pensando de um jeito no início do texto e pensando de outro jeito no final? Gostaria de lançar essa polêmica e saber o que o pessoal acha sobre o assunto. Assim podemos ver como a maioria de nós guitarristas pensam. Será que caras que tocam músicas mais simples merecem ser chacota na mão dos que sabem tocar músicas mais difíceis? Ou será que a música pode ser boa ou ruim sendo ela fácil ou difícil? Eu particularmente toco melhor do que muitos dos caras que eu ouço, mas nem por isso eu tive genialidade pra mudar uma geração com 3 acordes.

Comentem!

entamoeba
Membro Novato
# set/14
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SuicideGuy,
Penso que "a música pode ser boa ou ruim sendo ela fácil ou difícil". Não vou dizer que não fico embasbacado ao ver pessoas executando coisas complexas. Aliás, isso me incomoda profundamente! Apesar do meu desejo de fazê-lo, não dá para negar que há uma beleza "acrobática" na música. Ficamos frustrados com playbacks porque precisamos saber que aquilo está sendo feito ali, na hora! Uma parte de mim gostaria de afirmar que a música é só o som, que é o produto, o fim. Mas isso é falso!

Contudo, quem se apega demais a dificuldade de execução de uma música está tendo uma visão ainda mais distorcida da arte. Não negar que a "acrobacia" faça parte da música é uma coisa, agora, valorizar apenas isso é doença, é coisa de tapado.

SuicideGuy
Membro
# set/14
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entamoeba
Felizmente existe uma minoria de nós que sabe que admirar técnicas extremas ao mesmo tempo que se considera todo restante lixo é coisa de tapado :)

Tiso
Veterano
# set/14
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Eu já acho 90% do "speed virtuosismo" uma coisa chata e desalmada, me impressiona a habilidade dos tendões na datilografia, mas em algumas décadas vão inventar um robô que faça isso melhor que a maioria desses caras. Já os licks do BB King...

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# set/14
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Tiso
Concordo.
Musicalidade não é "pirotecnía"...
Abç

Marquezin
Veterano
# set/14
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Lembro-me quando estava aprendendo a tocar, estava na fase de "fritador", você não sabe nada de música, faz qualquer escala o mais rápido possível e acha que guitarrista de verdade é aquele que faz tudo da forma mais complicada possível e com um monte de notas... Acha que todo mundo que toca uma música simples não é guitarrista e esse papo de que tocar uma música de três acordes é coisa de músico recalcado e invejoso que não conseguiu progredir na técnica, por isso passa a vida toda falando que tocar música simples, sem velocidade e sem solo é arte e todo o resto é somente barulho e fritação (bom, não devo discordar, realmente existe esse tipo de músico, mas isso é outra história).

Um amigo meu, guitarrista de longa data (ele já devia tocar a uns 35 anos na época), chegou um dia ao meu lado enquanto estava tocando, ficou ouvindo um tempo... eu sabendo que ele estava prestando atenção no que eu estava fazendo, caprichei na velocidade e na técnica...rs

Quando parei, ele me disse: - "Você toca muito bem, tem uma técnica boa, não é muito apurada mas vai melhorar muito com o tempo, mas gostaria de perguntar uma coisa a você, qual é a história dessa música?"

Fiquei sem graça, perguntei como assim história??? Era apenas um improviso e ele sabia disso, o que isso tinha a ver com história?

Ele me disse que toda música tem que ter uma história, você tem que ter alguma coisa pra contar pra quem está ouvindo, se você não fizer isso, se não passar alguma coisa pra quem está ouvindo, a música deixa de ser arte e passa ser apenas barulho, sem sentimento e sem propósito...

Você pode dizer o que quiser pra justificar esse monte de notas, mas se você não fizer isso de forma verdadeira, o que você está fazendo nada mais é do que um ruido incômodo.

Depois desse episódio, eu tentei fazer tudo que o que podia pra dar um significada pra qualquer coisa que eu faça.

Ele me explicou certa vez que existem diversos tipos de guitarristas, todos eles tem um vocabulário, alguns são iguais repentes, precisam de várias palavras pra contar sua história, mas por outro lado, existem aqueles que fazem apenas "plim, plim, plom..." e contam uma história enorme .

Hoje, acredito que você conta sua história, passa uma mensagem ou sentimento de acordo com quem está ouvindo. Nem todo ouvinte tem um vocabulário grande e sofisticado, a grande maioria dessas pessoas não é músico, eles apreciam a música de forma diferente de um músico. Isso quer dizer, que nem todos vão conseguir entender o que você está querendo passar.

Pra essas pessoas, a simplicidade de alguém que realmente sabe contar uma bela história com poucas palavras, é a única coisa que vai chegar ao coração e despertar a admiração.

Lembro-me de uma frase, acredito que seja do Santana...
"Qualquer pessoa pode tocar rápido. Mais importante do que ser veloz e ser melódico. Caso contrário você vai ser admirado por uma enorme quantidade de homens, mas provavelmente por nenhuma mulher."

rcorts
Veterano
# set/14 · Editado por: rcorts
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Já passei dessa fase. Já fui muito de dar importância para o nível técnico, mas felizmente (para o meu próprio bem) parei com essa palhaçada. Música em geral tem isso, e não apenas no rock.

Um cara que eu admiro muito (como guitarrista) não só pelo nível técnico, mas por que realmente as músicas me agradam, que é o Eduardo Ardanuy, disse uma vez num vídeo que assisti no youtube, que se ele fosse começar tudo do zero focaria menos em ser um guitar hero, pois isso não leva a nada, que na maioria das vezes um riff de 3 notas, ou um solo com notas lentas conquista mais gerações do que um arsenal de escalas, arpejos e técnicas.

Enfim, assim é como penso. Música é mais para ser ouvida e sentida do que apenas para ser vista e disputada. Um exemplo: a primeira vez que eu escutei Money for Nothing dos Dire Straits foi com uns 8 anos de idade, e até hoje (com 30) essa música me arrepia. Dito isto, não preciso falar mais nada.

Calime
Veterano
# set/14
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marcando pra ler dps....

Lelo Mig
Membro
# set/14 · Editado por: Lelo Mig
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SuicideGuy

Prá mim existem, basicamente, dois tipos de músicos: O artista e o não artista.

Ambos podem ser bons ou ruins. Mas o que não é artista, simplesmente é um profissional executor.

O artista, simplesmente, é! Não apenas um profissional, mas ele é, do verbo ser. Ele não exerce apenas sua função.

O músico é contratado pelo artista. O artista é "contratado" pelo público.

Michel Angelo Batio, por exemplo, que você menciona em seu tópico, pode ser admirado por outros guitarristas. Jimi Hendrix é admirado por todos, inclusive quem não toca instrumento algum.

Músico qualquer um pode ser... artista não. Técnica se aprende e desenvolve com discplina, talento e carisma, não! Simples assim! Doa a quem doer!

Na maioria da vezes o músico não aceita que um artista seja consagrado, principalmente se ele tecnicamente é inferior ao mesmo, ou de um gênero que ele julgue menor.

Esta é a origem do mimimi...

Johnny Favorite
Veterano
# set/14
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poser

Estudante eterno
Membro Novato
# set/14
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Johnny Favorite quem é poser? e porque?

Agora falando do tópico:

Eu, assim como muitos aqui, nos primeiros meses de guitarra, valorizava muito a velocidade de execução de escalas e arpejos geralmente ...

Agora, um pouco mais maduro musicalmente (acredito eu), a velocidade de execução está em ultimo nas minhas prioridades, para resumir minha lista de prioridades está exatamente na ordem que propõe o grande Mozart Mello na famosa apostila Fusion. (Tríades, acordes, sistema 5, etc ...)

Em se tratando de repertório, o músico que executa musicas menos complexas NUNCA deve ser desmerecido. Mas para mim, musicas que são simples na harmonia e melodia não contribuem muito para quem está buscando mais evolução e conhecimento como guitarrista.

Mas arte é arte, a simplicidade não diminui a beleza, e a complexidade se não for bem usada não a aumenta!

Johnny Favorite
Veterano
# set/14
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Estudante eterno
Na verdade o dono do tópico postou só pra dizer que consegue tocar as musicas do Michel Angelo Batio e ele sabe disso. =P

Slegin
Veterano
# set/14
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Amigo, é isso aí, mas não se esqueça do motivo de ter começado a tocar guitarra: porque você gosta. Toque o que goste, de um tapa na cara da sociedade e seja feliz. :)

Estudante eterno
Membro Novato
# set/14
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Johnny Favorite entendi!

kkkkkkkk

Vocês pegam no pé mesmo!

SuicideGuy
Membro
# set/14
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Johnny Favorite
Se eu sou poser você deve ser analfabeto funcional, pois no tópico eu não digo em nenhum momento que sei tocar as músicas do Michel Angelo Batio (não sei tocar nenhuma dele). Mas esse não é o foco. Eu sei sim tocar algumas músicas complexas e outras simples. O que eu coloquei em cheque não foi meu nível técnico, até pelo fato de eu assumir no tópico que tenho muitas deficiências técnicas (exemplo, eu toco há 14 anos e até hoje tenho grande dificuldade em fazer tremolo com a palheta). O que eu coloquei em cheque é o fato de algumas pessoas não reconhecerem certas simplicidades e só respeitar você se você conseguir impressionar elas de alguma forma com algo um pouco mais complexo. Quando eu cito coisas complexas como Malmsteen por exemplo é pra elucidar que na minha visão a música pode ser simples ou complexa pra ser boa. Ser poser pra mim é achar que só pq sei tocar Malmsteen, nunca mais vou tocar Nirvana. Toco sim, adoro a banda, fez parte da minha história e não tô nem ai para o que os outros acham. Consegui tocar coisas mais complexas pelo fato de ter conseguido evoluir um pouco, afinal todo música evolui tecnicamente (ou você ficou parado?) e não pra ficar desdenhando coisas mais simples só pelo fato de serem simples. Acho que falta senso de interpretação ao colega saindo da discussão em questão.

cafe_com_leite
Veterano
# set/14
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Penso assim:
Técnica- Ferramenta pra fazer música.


Ou seja, quanto mais técnica eu tiver maior será o meu leque de opções. Percebam que quando digo técnica, não estou me referindo a velocidade. Eu não sou nenhum virtuose, tenho muitias as minhas limitações técnica e isso acaba me impedindo de criar muitas coisas, por isso tento me aperfeiçoar cada vez mais. Quisera eu ter a técnica de dedilhado do Tosin Abasi, ou a noção rítmica dele. Porra, que universo isso me abriria.
E esse negócio de quanto mais simples for a música, bla bla bla, alcançar o mundo com sua música, bla bla bla, ser popular e o escambal... .papo nada a ver. Cada um tem que expressar os seus sentimentos através da música da forma que lhe convém, se isso terá um público ou não, já é outra preocupação. Se tudo o que um artista fizesse fosse pensando em agradar alguém, caramba, que coisa chata e previsível seria a música.

A discussão por aqui é sempre através de uma guitarra (é claro, estou num fórum de guitarra, ho ho), por isso a conversa fica sempre muito limitada, previsível e com mesmo nomes clichês de sempre.

SuicideGuy
Membro
# set/14
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cafe_com_leite
Você tocou no ponto em questão. Cada um expressa a música da forma como lhe convêm e da forma que lhe agrada, se vai ter um público não se sabe. Mas é justamente esse o problema. Um cara que não é virtuoso e nem nada do tipo, mas que tem bastante criatividade (como os exemplos clichês e previsíveis que foram usados) aparecem, conquistam público e parece que isso ofende guitarristas virtuosos ou os que são fãs de guitarristas virtuosos. Será que esses caras que simplesmente se expressaram da forma que conseguiam merecem ser chacota na mão dos outros? Eu particularmente creio que não.

Led Zé
Veterano
# set/14
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Nesse assunto aí, que vira e mexe aparece aqui no FCC, existem dois tipos de babacas. Os que só ficam na fritação/firula e que acham que quem não manja sweep , tapping , etc, não manja nada e o limitado que não consegue fazer nada, tem técnica ruim e que fica desmerecendo que sabe tocar rápido . Não sei quem é mais idiota.

cafe_com_leite
Veterano
# set/14 · Editado por: cafe_com_leite
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SuicideGuy
Cara, no momento eu to aqui ouvindo Exit Music do Radiohead e cada dia que passa me desprendo cada vez mais desse negócio de guitarrice. Acha que eu to preocupado com a opnião do Joãozinho bom de solo? Quero mais é que eles se explodam.

Led Zé
Tem também os babacas que mais parecem aqueles radares de rodovia, que multam o motorista por excesso de velocidade. No caso daqui, se o músico tem uma técnica mais apurada ele é um fritador de merda sem relevância alguma.


O FCC é um fórum de extremos. Se pegar uma época mais antiga, um boa parte da galera só valorizava virtuose, Steve Vai, Satriane, Petrucci e os slow hand eram crucificados. Vide a aberração do Urubu Rei.
Hoje é ao contrário, slow hand são idolatrados e qualquer nego que mande um arpeginho mais ligeiro é taxado como ruim.

Led Zé
Veterano
# set/14
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cafe_com_leite
Tem também os babacas que que mais parecem aqueles radares de rodovia, que multa o motorista por excesso velocidade.
hahahahahahhahaha...Pior que é verdade!

SuicideGuy
Membro
# set/14
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É galera, os extremos não são legais. Músicas boa é a que te agrada e pronto, seja ela no estilo que for.

Ordinaire
Membro Novato
# set/14 · Editado por: Ordinaire
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Eu acho que o problema não está na música seja lá qual for o gênero, afinal que problema a música teria? Sim, ela tem um problema: as pessoas! Principalmente no meio Rock/Metal e suas vertentes como você mesmo disse.

E o que torna uma música melhor que a outra? Já que música é basicamente um conjunto de sons e rítimo, o que leva a crer que um conjunto de sons e rítimo e melhor que o outro? Novamente, as pessoas, ou melhor o gosto pessoal delas. E o Ser Humano em si tem uma carscterística muito interessante, que é o espelhamento, isso é uma adaptação sofrida a milhares de anos atrás para que pudéssemos sobreviver, nos espelhamos e veneramos os mais fortes, regeitamos os mais fracos, e se a maiora estiver de acordo, estamos com a maioria! Assim as chances de sobrevivência e reprodução da espécie são altas... é claro que, Pré-Históricamento falando!! E o mais interessante é que o nosso DNA guarda todos esses instintos que nos permitiram estar vivos hoje.

Como isso acontece no mundo músical? Exatamente do mesmo jeito! As pessoas veneram aqueles com maior técnica, e logo o ouvinte taxam inconciêntemente músicos que fazem algo "simples" como o mais fraco e logo aquela sonoridade é regeitada.

O que leva alguém a despertar este extinto milenar? Mais uma vez, as pessoas! Ou melhor, o convívio sóciocultural. Aprendemos também a guardar costumes "dominantes" e passar para a nova geração, o problema é que a nova geração aprende mais rápido e a influência dos progenitores/genitores/maioria/fortes que impõem seus costumes como "melhores" ou "verdadeiros", acaba gerando o conformismo prematuro , que hoje chamamos de tradição. E por que as pessoas aceitam a tradição? Porque elas estão com a maioria, os mais fortes.

Nem sempre as pessoas chegam nessa linha de raciocínio por meio do convívio sóciocultural, algumas conseguem essa façanha sozinhas =D.

entamoeba
Membro Novato
# set/14
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Ordinaire
Já que música é basicamente um conjunto de sons e rítimo, o que leva a crer que um conjunto de sons e rítimo e melhor que o outro?

Opaaaaaaa!!! O que faz alguém achar uma casa melhor que a outra, já que, basicamente, casa é um conjunto de cimento e tijolo?! O que faz alguém achar uma mulher melhor do que a outra, já que, basicamente, trata-se de um conjunto de ossos e carne?!

Além disso, você viajou bonito tentando remontar um evolucionismo social misturado com psicanálise e sei lá mais o quê!

cafe_com_leite
Veterano
# set/14
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Ordinaire
Como isso acontece no mundo músical? Exatamente do mesmo jeito! As pessoas veneram aqueles com maior técnica, e logo o ouvinte taxam inconciêntemente músicos que fazem algo "simples" como o mais fraco e logo aquela sonoridade é regeitada.

É...Chega de fórum de guitarra por hoje.

Ordinaire
Membro Novato
# set/14 · Editado por: Ordinaire
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entamoeba
Opaaaaaaa!!! O que faz alguém achar uma casa melhor que a outra, já que, basicamente, casa é um conjunto de cimento e tijolo?! O que faz alguém achar uma mulher melhor do que a outra, já que, basicamente, trata-se de um conjunto de ossos e carne?!

Boa observação!
Acho que não deixei claro como eu vejo o conceito de melhor.
Bom, no meu ponto de vista "melhor" é uma palavra que define apenas a preferência, não é algo absoluto e logo, nada é melhor.

Pegando o exemplo da casa, existe casa maior, estrutura mais confíável, mais confortável, eu diria que estes atributos são mais vantajosos, afinal de contas se melhor é vantajoso, uma música menos trabalhada é melhor porque cansa menos de tocar. Não vejo como um som pode ser mais vantajoso que outro, e sim mais complexo. E mais complexo o torna melhor? Talvez para o ouvido de quem aprecia tal tipo de som, assim como o mais simples...

Lembrando que esse é apenas o meu conceito, não estou apelando para acharem que estou certo, e só expondo minhas idéias =D

Tiso
Veterano
# set/14
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Claro que isso é uma coisa totalmente subjetiva, mas a maior parte da fritação que eu vejo é chata pra mim. Me parece esvaziada de emoção, até mesmo no que se trata às emoções do guitarrista no momento do shred. Mas algumas fritações são lindas e poderosas. O que o Prince (sic) fez num show tributo ao George Harrison (em While My Guitar Gently Weeps) é absurdo em tudo: técnica, velocidade, erudição, emoção, monstruosidade...)

Charlizard
Membro Novato
# set/14
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Opiniões serão opiniões, mas a minha se resume a: técnica sem feeling logo se torna chato e repetitivo. Eu não aguento ouvir as coisas do Malmsteen, por exemplo. Passo longe e não olho pra trás.

Enquanto que coisas extremamente simples podem te levar pra outra dimensão. Vide as famosas quatro notas do Gilmour em Shine on you crazy diamond que, ironicamente, foram um "acidente".

SuicideGuy
Membro
# set/14
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Ordinaire
Bacana demais sua visão. Nunca tinha pensado por esse lado. O FCC também é cultura em outros temas afinal. Eu entendi exatamente o que você quis dizer. Alguns membros aqui levam o negócio muito ao pé da letra e não entendem o exemplo de uma forma mais subjetiva.

INNARELLI
Membro Novato
# set/14
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Ordinaire
acredito que o mais forte não é a maioria, mas sim a minoria, na música, isto é, os vanguardas. são estes que quebram regras pré estabelecidas como normas sociais e vão além do "malandro oficial", aqueles que mudam o mundo sem praticar crimes ou pegar em armas. bob marley é um exemplo a ser seguido, ao contrário de ernesto che guevara, aquele libertou a jamaica assim como gandhi libertou a índia, assim como mandela usou da política para acabar com o aparthaide. mas no brasil é muito diferente, bastou um avião cair do eduardo campos pra surgir marina silva que usa de um maquineísmo teatral e se apresenta como uma segunda via pra salvar o país como uma messias.

Ordinaire
Membro Novato
# set/14
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SuicideGuy
Valeu cara, só achei que a proposta do tópico era de trocar ideias!

INNARELLI
Concordo com tudo que você disse!
Acabei me empolgando enquanto escrevia e esqueci de mencionar que a maioria apenas tem a imagem de mais fortes, e na verdade são o conformismo. Mas isso é só uma hipótese de como pode ter surgido esse tipo de pensamento retrógrado =D

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