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je_lais Membro Novato |
# nov/17
Considerando que o músico erudito passa a maior parte do seu tempo de estudo lendo partituras, é de se esperar que ele não saiba tocar de ouvido bem? Ou se ele não toca "de ouvido" bem é porque está "estudando errado"?
Conheço músicos que lêem muito bem (tocam na OER, estudam na Usp etc) e também tocam de ouvido muito bem, mas porque tem a prática do ouvido na música da Igreja
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acabaramosnicks Membro Novato |
# nov/17
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je_lais Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Elas se influenciam mas não se definem arbitrariamente. O músico que opta por seguir apenas um método nada mais faz do que se limitar, o lado bom disso é que vc tem mais foco em um método e se especializa nele antes, o lado ruim é (obviamente) que vc se limita em abragência, versatilidade, ou seja como quiser chamar.
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Pé de chinelo Veterano
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# nov/17
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je_lais
No meu caso a improvisação ajudou muito a identificar as frequências mais rapidamente e consequentemente achar as notas no instrumento, mas é importante também praticar a percepção, ouvir as músicas e ir tentando tocar junto, achar as escalas, campo harmônico etc. Realmente se alguém estudar somente as peças, preso às transcrições, pode ter dificuldade nessas outras áreas.
Eu não acho que é de se esperar que qualquer músico toque mal "de ouvido", todos podem evoluir essa habilidade.
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Dental Floss Tycoon Veterano |
# jan/18
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Pra mim isso é reflexo de um "adestramento" conservatorial que ocorre nas instituições de ensino. Me surpreende um músico erudito não conhecer escalas (além das maiores e menores), quando Debussy mesmo, pra citar um mais conhecido, é cheio das escalas alteradas, tons inteiros, simétrica diminuta etc. Claro que a culpa não é dos músicos, mas sim de um modelo do século XIX que perdura até hoje.
E a própria maneira como o músico é treinado nas universidades e conservatórios muitas vezes não corresponde à forma como os próprios compositores consagrados encaravam a música. Chopin é conhecido por ter sido um grande improvisador. Bach improvisava fugas. Mozart também era um grande improvisador.
Nesse sentido, acho que a prática da improvisação pode ajudar muito o músico e compositor a ter um ouvido mais "completo", que esteja integrado à sua prática musical. Seja improvisação idiomática ou livre.
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fernando tecladista Veterano |
# jan/18
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Considerando que o músico erudito passa a maior parte do seu tempo de estudo lendo partituras um músico erudito passa a maior parte do seu tempo aprimorando sua técnica e os exercicios para isso vem escrito em partitura
é de se esperar que ele não saiba tocar de ouvido bem? uma coisa é uma coisa outra coisa é outra coisa
Ou se ele não toca "de ouvido" bem é porque está "estudando errado"? ¬¬
não misture as coisas não queira aplicar o conceito de música popular no conceito da mpusica erudita uma coisa é o cara ter a malicia de tocar de orelha e ir correndo atras dos outros amigos, conhecer regras de harmonia e tudo mais
alias,, nem isso, conheço muito tarimbado em música popular formado em faculdade com estudos de campo harmônico, estudo dos modos, estudos a mil no currículo, que tomam um couro de um músico de banda de baile, de um músico de barzinho o tal musico de mpb não tem o ouvido pra identificar um trintono na voz do cantor e fazer a preparação para o próximo acorde, toma coura até de músico de missa ------------------------------------------------- o tocar de ouvido não é algo que se treina e é cobrado por isso, você não vai para 9o ano de piano se não sabe tocar de ouvido, não vai se não tocar uma polonaise de chopin de cor é cobrado ter um ouvido absurdo para quem quer fazer regência, de identificar quem dos 50 coralistas está errando uma nota ou uma voz, ou quem dos 80 violinos está com 3a corda desafinada , agora pra onde vai a harmonia é outro assunto
e pra quem estuda erudito, é um saco ficar ouvindo achismos de quem não conhece esse mundo mais chato do que músico ouvir aquela pergunta "alem de músico você faz o que na vida?
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Mykeleaomachado Membro Novato |
# dez/18
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Me lembro de assistir uma entrevista do violonista John Williams dizendo que ele não conseguia tirar música de ouvido e improvisar justamente porque passou a vida toda tocando por partitura e ele diz que foi um erro não ter desenvolvido o ouvido.
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Siruiz Membro Novato |
# mai/19
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Embora possa ser verdade em abstrato, na prática penso que isso vai mais da pessoa, de uma relação pessoal com a música mesmo.
Tem quem leia partitura, quem memorize, quem cuide da expressão, ou do perfeccionismo do som, da melodia, harmonia... Independente da escola penso que cada indivíduo escuta música por perspectivas muito idiossincráticas. Isto pode influir, é claro, na escolha da escola que se faz, mas dentro de cada uma há margem para variação - afinal, música necessita de todos seus aspectos, mesmo que em diversa ênfase.
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