o massacre de Srebrenica

    Autor Mensagem
    sallqantay
    Veterano
    # jul/15 · Editado por: sallqantay


    Os 20 anos do massacre de Srebrenica, um negro episódio na história Holandesa

    [...]
    No dia 11 de julho de 1995, o exército Sérvo-bósnio tomou o enclave, liderado pelo general Ratko Mladic. A área era uma das nove zonas seguras estabelecidas pela ONU durante a Guerra da Bósnia-Herzegovina (1992-1995).
    Nos dias que se seguiram ocorreu o horror. E os capacetes azuis holandeses não conseguiram evitá-lo.
    [...]
    “Precisávamos de mais homens, armas e munição. A ordem foi errada, era uma missão suicida”, lembra Kok, que figura em um dos muitos documentários feitos para comemorar a data.
    [...]
    E no caso de todo um país (Holanda), Srebrenica é uma triste recordação de como uma missão de paz pode fracassar, e de suas terríveis consequências.
    [...]
    “Os EUA têm Saigon, os franceses têm a batalha de Dien Bien Phu, os belgas o seu Congo, e Holanda sempre terá Srebrenica”, disse à BBC o escritor holandês Frank Westerman, correspondente do jornal De Volkskrant na época da guerra dos Balcãs, autor de vários livros sobre Srebrenica.

    As viúvas e mães de Srebrenica ainda esperam que se faça justiça.

    “As sepulturas de mais de 6000 pessoas olham de forma quase acusatória para as instalações holandesas. Como se perguntassem “não podiam ter salvado alguns de nós?”.
    [...]
    Frank Westerman foi testemunha direta dessa realidade, e conta que, antes de Srebrenica ser qualificada como 'área segura' pela ONU, era um gueto.

    Os muçulmanos eram perseguidos e, durante os invernos, morriam de fome, até chegar ao ponto de ser necessário a coalizão internacional lançar roupas e remédios do ar para ajudá-los. Organizações humanitárias denunciaram que estava ocorrendo um processo de limpeza étnica. A situação crítica melhorou com a chegada do grupo holandês.

    Ainda assim, a relação dos capacetes azuis com os muçulmanos do enclave não era das melhores.
    [...]
    “Digamos que, entre os soldados, havia uma certa aversão em relação à gente que tinham que proteger. Por que? Não os defendo, procuro descrever os fatos! Eram mais de 30000 pessoas desesperadas, mal-nutridas, doentes”.
    [...]
    Os capacetes azuis holandeses estavam sob o comando das forças de proteção da ONU (Unprofor, na sigla em inglês), e somente podiam usar a força para autodefesa.

    "Curiosamente", recorda Westerman, "o general de posto mais alto das forças terrestres holandesas foi receber os soldados quando eles saíram do enclave em 21 de julho de 1995. Ele me disse, cito literalmente, que desde os postos mais baixos até o topo, existia uma ideia generalizada de que ‘os sérvios eram os bons’".

    Culpa, responsabilidade ou indefinição?

    Depois da queda do enclave, já nas mãos do exército Sérvo-bósnio, ocorreram dois dias de execuções e destroçamentos. A sede do Dutchbat ficou abarrotada por milhares de muçulmanos desesperados por ajuda. Os soldados entraram em pânico, não foram capazes de cumprir sua missão.
    [...]
    A investigação oficial de 2002, feita pelo instituto holandês de estudos da guerra (NIOD), concluiu que o holocausto, genocídio e a queda do enclave não puderam ser evitados pelo batalhão holandês. Os bombardeiros solicitados não chegaram a tempo e algumas unidades impuseram uma feroz resistência.

    O relatório, sem dúvida, foi crítico quanto à atuação do tenente-coronel Thom Karremans, por não relatar aos superiores a tragédia humanitária que o batalhão presenciou, e concluiu que o comando do exército holandês havia feito uma política de silêncio para diminuir os danos.

    O gabinete holandês o demitiu quando tomou ciência do relatório. O então primeiro ministro, o socialdemocrata Wim Kok, declarou: "De forma alguma assumimos a culpa pelo o que ocorreu em Srebrenica, mas sim a nossa responsabilidade”.
    [...]
    Documentos recentes mostram que os países aliados dos EUA (França e Reino Unido) sabiam de antemão que os sérvo-bósnio iam tomar os enclaves muçulmanos localizados dentro de seu território (Gorazde, Zopa e Srebrenica).

    O general Ratko Mladic foi capturado e levado até Haya, Holanda, en maio de 2011. Ali responde por genocídio e outros crimes frente ao Tribunal Penal para a antiga Yugoslávia.

    Isso diminui o peso da responsabilidade holandesa? “Não, não é isso”, opina Frank Westerman.

    O batalhão holandês não têm culpa pela queda de Srebrenica, essa foi uma questão de Realpolitik, considera o escritor. Os aliados tiveram que sacrificar Srebrenica para chegar a um acordo de paz posterior.

    “A censura e reprovação aos holandeses creio que começou depois da queda do enclave, e no momento em que 25000 refugiados buscaram proteção nos arredores da base”, coloca Westerman.

    A maioria dos homens entre 16 e 65 anos decidiram fugir pelos bosques da zona, mas na metade do caminho foram capturados e mortos pelos Sérvios.

    As mulheres, filhos e idosos saíram pelo vale. Além disso, 239 homens e jovens procuraram refúgio na base, e foram expulsos pelos holandeses. Foram separados das mulheres e filhos, e deportados. As mulheres e filhos chegaram ao seu destino. Os homens desapareceram.
    [...]
    Segundo Westerman, o outro ponto reprovável dos homens do tenente-coronel Karremans foi não ter alertado para o que estava ocorrendo. Eles permaneceram em silêncio durante dez dias (entre 11 e 21 de julho), quando se retiravam do enclave. Não comunicaram a comunidade internacional de que estava ocorrendo um crime de guerra debaixo de seus narizes. Deveriam ter mandado uma mensagem de socorro.

    Tudo isso significa uma espécie de trauma nacional que até hoje afeta a sociedade holandesa. Não é algo a ser discutido diariamente. Mas o calor do debate desses dias, a quantidade de artigos investigativos e mostras de arte sobre o tema mostram que está longe de ser uma questão superada, e muito menos esquecida.

    bica: http://www.bbc.com/mundo/noticias/2015/07/150709_aniversario_masacre_s rebrenica_holanda_bd

    tradução e edição: sall

    brunohardrocker
    Veterano
    # jul/15
    · votar


    Srebrenica

    Jones, favor postar a pagina de pronuncia.

    Att,

    nevasca
    Membro Novato
    # jul/15
    · votar


    Não sei que idioma aprender depois do inglês, alemão, tcheco ou russo?
    Acho alemão a mais importante, sendo que os outros dois chamam bastante minha atenção :)

    ACIDO LISERGICO
    Veterano
    # jul/15
    · votar


    um negro
    Que racista.

    One More Red Nightmare
    Veterano
    # jul/15 · Editado por: One More Red Nightmare
    · votar


    http://pt.forvo.com/word/srebrenica/#bs

      Enviar sua resposta para este assunto
              Tablatura   
      Responder tópico na versão original
       

      Tópicos relacionados a o massacre de Srebrenica