A pior entrevista da história –recente

    Autor Mensagem
    landlord
    Veterano
    # jul/13


    A revista “Slate” nota, em sua reportagem (leia aqui), que a competição é acirrada. Mas um vídeo veiculado recentemente pela Fox News pode vir a liderar a lista de entrevistas mais constrangedoras de que conseguimos nos recordar.



    Trata-se da conversa entre a âncora Lauren Green e o acadêmico Reza Aslan, por ocasião do livro “Zealot: The Life and Times of Jesus of Nazareth”, baseado em uma extensa pesquisa histórica a respeito do início do cristianismo.

    Alguns leitores têm notado haver, neste Orientalíssimo blog, uma atenção frequente à islamofobia. Mas, ao ver este vídeo após sugestão de um talentoso colega, não pude deixar de voltar a pensar em como o mundo pós 11 de Setembro é um lugar complicado para alguém ser muçulmano.

    Eu poderia citar exemplos pessoais. Estive ao redor de toda a região, e ouvi até mesmo de amigos afirmações que são, além de odiosas, simplesmente historicamente incorretas. Frases que começam com “os muçulmanos sempre…” ou “todos os muçulmanos…” me dão arrepios –assim como tenho pavor de antissemitismo ou, para além desse assunto, outras modalidades de preconceito, incluindo a homofobia e a misoginia.

    Mas vou aproveitar a entrevista de Reza Aslan para fazer da imagem um exemplo concreto. Basta notar que a jornalista não está interessada no conteúdo intelectual do livro ou na discussão histórica. A primeira pergunta que faz ao acadêmico é –por que um muçulmano decidiria escrever sobre o fundador do cristianismo?

    A má vontade da entrevistadora fica mais evidente perto do final do vídeo, quando ela nota que é desleal Aslan não informar ser muçulmano, para que o leitor saiba que ele tem uma agenda oculta por trás da publicação. Ao que ele responde, constrangido, que a informação de que ele segue o islã está na segunda página do livro. Além disso, ele é um conhecido estudioso do islamismo, de maneira que não entende onde está a deslealdade.

    Até porque não faz sentido, por mais que eu tente entender, o argumento de que um muçulmano não está apto por definição a estudar o cristianismo, em qualquer esfera que seja. Assim, há de se esclarecer em algum momento de que maneira Lauren Green se preparou para essa entrevista e com que pré-concepções.

    Mais grave ainda é, como nota a “Slate”, a campanha anti-islâmica que está sendo promovida contra o autor, que foi chamado por Pamela Geller de “maligno membro jihadista”. Avaliações feitas ao livro dele no site Amazon.com notam que Aslan “é muçulmano, e não historiador” –mas onde é que está o paradoxo?

    A islamofobia é uma questão que parece ser cada vez mais central para a história do Oriente Médio. Mais importante ainda é toda a aura de mistério que parece nunca se dissipar do entorno do islamismo. As fantasias dos orientalistas, os preconceitos dos xenófobos, e agora o temor e o desconhecimento que vieram na sequência dos atentados de 11 de Setembro e da Guerra ao Terror.

    Fonte

    landlord
    Veterano
    # jul/13
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    Fiquei curioso para ler o livro...

    GuitarHouse
    Veterano
    # jul/13
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    http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/07/1318938-venda-de-livro- sobre-jesus-dispara-depois-da-entrevista-mais-constrangedora-ja-feita. shtml

    sallqantay
    Veterano
    # jul/13
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    islamofobia

    pronto, mais um termo mimimi para infestar a net

    /o\

    Beatlemaniac
    Veterano
    # jul/13
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    Apesar do Reza Aslan ficar toda hora batendo na tecla de suas qualificações (beirou a falácia da autoridade), a entrevista foi um desastre! Aliás, vindo da Fox, não deveríamos estar impressionados...

    Viciado em Guarana
    Veterano
    # jul/13
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    Fox News
    Lauren Green
    Pamela Geller
    Apesar de não estar ciente do acontece nos estates, esses nomes me são conhecidos... hum... já ouvi falarem mal desses elementos aê e não foi somente uma vez.

    Guerra ao Terror
    Nada de bom pode vir disso, cara, nada!

    Simonhead
    Veterano
    # ago/13
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    Nada de bom pode vir disso, cara, nada!

    Sou da mesma opinião.

    One More Red Nightmare
    Veterano
    # ago/13
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    fico feliz que o autor manteve a calma com essa vagabunda ignorante.

    saiu por cima e vai vender uma caralhada de livros.

    Bizet
    Veterano
    # ago/13
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    Apesar do Reza Aslan ficar toda hora batendo na tecla de suas qualificações (beirou a falácia da autoridade)

    Não, cara. Ele só tava falando das qualificações porque a mulher insistia que foi um "muçulmano escrevendo sobre cristianismo". Se a mulher repete isso toda hora, nada mais natural que ele ficar falando "não, é um acadêmico escrevendo sobre cristianismo".

    Gansinho
    Veterano
    # ago/13
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    Reza: "Nas minhas 100 páginas de notas finais têm todos os estudiosos que concordam comigo, bem como todos os que discordam de mim. Recomendo que leiam não só o livro, mas que também leiam essas notas, de forma que entendam de onde vêm meus argumentos."

    Jornalista: "Mas... Não são só pessoas que discordam de você, estudiosos discordam de você também"

    ¬¬
    Se fosse eu tinha mandado essa mulher pra puta que pariu.
    QUE ANTA.

    Die Kunst der Fuge
    Veterano
    # fev/14
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    Reza Aslan
    “Zealot: The Life and Times of Jesus of Nazareth”


    Cabei de ler esse livro ae, achei bem maneiro e esclarecedor.

    Die Kunst der Fuge
    Veterano
    # fev/14
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    Só não gostei que outro dia eu vi que tinha um anúncio dele na traseira de um ônibus. Porra, mó mainstream =/

    sallqantay
    Veterano
    # fev/14
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    Die Kunst der Fuge

    mais uns 20 e já pode discutir com o BF /o/

    Die Kunst der Fuge
    Veterano
    # fev/14
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    Viciado em Guarana
    Guerra ao Terror
    Nada de bom pode vir disso, cara, nada!


    Veio um filme maneirão:

    http://www.imdb.com/title/tt0887912/

    Die Kunst der Fuge
    Veterano
    # fev/14
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    sallqantay

    Apesar do livro ter deixado uma pontinha de curiosidade pra ler uma análise semelhante sobre o início do judaísmo, não tenho muito interesse nesse assunto não.

    Simonhead
    Veterano
    # fev/14
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    “os muçulmanos sempre…” ou “todos os muçulmanos…”

    Toda generalização é flórida!

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