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One More Red Nightmare Veterano |
# mar/12
Eis um pensamento que tive:
Há um imperativo natural nas pessoas que as faz rejeitar atitudes que possam ferir, da maneira que seja, outras pessoas, de modo que isso pode ser considerado como um imperativo para a delicadeza. Com efeito, todos nós temos nossas manias e pormenores capazes de nos irritar profundamente, ao passo que diariamente nos tropamos com pessoas que fomentam esses pormenores, que causam irritações vulgares, e tenho certeza que isso acomete todo mundo: Pessoas caladas demais, pessoas que falam demais, pessoas inconvenientes etc. Todavia, a despeito de todas essas irritações que passamos, raramente tomamos atitudes diretas e imediatas para acabar com o problema; dificilmente repreendemos aquele que nos incomoda, e logo nos colocamos a racionalizar a respeito. Essas racionalizações são em sua maioria motivos falsos que tentamos a nós mesmos fazer acreditar, explicar o ocorrido de modo a nos impedir de perceber que somos covardes, ou qualquer outro adjetivo negativo a nossa imagem.
Mas o fato a atentar é o impulso primeiro que nos impede de cometer vilezas e nos tornarmos, de fato, rudes. Por que não conseguimos acabar com o problema, quando em nossa própria consciência já verificamos a existência de um problema, pensamos em coisas a dizer, o que responderíamos, como justificaríamos perfeitamente nossa queixa e tudo mais? Não intento aqui discutir a natureza deste ímpeto, apenas limito-me a dizer que é natural pois manifesta-se como uma ideia anterior às racionalizações; não precisamos achar motivos para sermos delicados, nesses cenários, simplesmente somos, e nos martirizamos depois por não termos agido de outra maneira.
Claro que esse pensamento, em princípio, não explica o fato de existirem pessoas verdadeiramente rudes; pessoas que sem rodeios são capazes de maltratar os outros. De fato, acho que isso lhes parece perfeitamente natural e sincero.
Acredito que esse aparente empecilho se resolva quando assumimos que não há uma ideia de delicadeza que abranja todas as pessoas; ser rude ou não é uma caraterização que só faz sentido quando entendido dentro do contexto de determinada pessoa. Ou seja, o que eu entendo por indelicadeza não necessariamente é entendido por outra. Imagino que essas mesmas pessoas que aparentemente são capazes de acabar com suas irritações imediatamente têm seus pontos fracos, e também têm o ímpeto para a delicadeza; o ímpeto, nesse caso, apenas é moldado, dentro da subjetividade de cada um.
Não sei exatamente o que propor com esse tópico, e se você o achou chatão, fod.. sinto muitíssimo.
Refutem com cordialidade.
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François Quesnay Veterano |
# mar/12
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não é um ímpeto da delicadeza.
se chama evitar problemas, visto que tomar atitude quanto aos pormenores pode aumentar o problema.
E aí, como diria Eric Idle: No sir, am no pacifist sir, I am a coward.
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megazord Veterano |
# mar/12
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Não existe um ímpeto de delicadeza,e sim uma idealização de como tratar os outros. Fora isso,é simplesmente cooperação biológica.
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Lìív Veterano |
# mar/12
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Quando uma mania alheia me irrita eu paro para pensar se o problema é com a pessoa ou comigo. Sempre concluo que é da pessoa, mas prefiro não falar nada.
Exemplo bobinho: Pessoas que mastigam/engolem barulhentamente me irritam mas, normalmente, não falo nada.
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Chapeletta Veterano |
# mar/12 · Editado por: Chapeletta
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Não tenho o que refutar. Esse ímpeto de delicadeza não é uma coisa partilhada por todos, tem pessoas que tem o ímpeto contrário. Uma coisa que observo é que geralmente as pessoas mais fortes são brandas com as falhas e fragilidades alheias e rigorosas consigo porque tomam o pressuposto de que os outros são mais fracos, e, inversamente, as pessoas fracas são críticas e rigorosas com os outors e indulgentes consigo mesmas pois acham que os outros são mais fortes do que elas.
Mas é só meu pitaco de filosofia de buteco, se é que entendi mesmo o que você está querendo dizer...
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Die Kunst der Fuge Veterano |
# mar/12
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Nossa, abusou do direito de encher linguiça. Dava pra escrever essa porra toda em 5 linhas e passar a mesma mensagem.
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One More Red Nightmare Veterano |
# mar/12
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Die Kunst der Fuge Mas ai não seria eu né? *.*
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Volunteer Veterano |
# mar/12 · Editado por: Volunteer
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Exemplo bobinho: Pessoas que mastigam/engolem barulhentamente me irritam mas, normalmente, não falo nada.
Isso é muita frescura, mas...
...eu também fico puto com essa merda, ao ponto de sair de perto de quem tá fazendo até num restaurante(se conseguir ouvir). Não tem parada mais escrota que ficar fazendo blosh blosh alto com um pedaço de lasanha, gente que faz isso merece ter a boca costurada e ser alimentada por um cateter até o fim da vida.
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Die Kunst der Fuge Veterano |
# mar/12
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One More Red Nightmare
Seria:
http://forum.cifraclub.com.br/forum/11/257537/
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One More Red Nightmare Veterano |
# mar/12
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Die Kunst der Fuge É mais fácil explicar tudo direitinho no primeiro post afim de evitar más interpretações e tal.
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tambourine man Veterano |
# mar/12 · Editado por: tambourine man
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concordo com o Quesnay
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Atom Heart Mother Veterano |
# mar/12
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Quesnay
Como se lê isso?
Quenô? Cuesnô?
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QUARESMA Veterano |
# mar/12
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One More Red Nightmare Talvez as pessoas que nós consideramos rudes tambem tenham este impeto só que na visão distorcida delas, elas estão sendo super delicadas, é a diferença de ouvir a sua propria voz enquanto fala comparado com uma gravação, acho que é uma questão de sensibilidade, quem não a tem provavelmente vai esculhachar todo mundo sem nem perceber, quem a possui, tem uma percepção muito maior de qualquer situação que ela participa.
Chapeletta Não sei porque mas concordei com essa filosofia de buteco...
Será que tambem as pessoas fortes são tão rigorosas consigo mesmo pra se martirizar e se igualar ao nivel fraco das outras pessoas?
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