122 anos de Abolição da escravatura. Será mesmo?

Autor Mensagem
Anderson Eslie
Veterano
# mai/10



No 13 de maio, estudiosos apontam ascensão do negro, com ressalvas
Eles admitem conquista de lugar de setores como o comando da PM-RJ.
Mas ainda observam resistências, como a do ensino da história da África.

Aluizio Freire Do G1 RJ
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Dia 13 de maio - cabo-verdianosCabo-verdianos dizem que foi fácil entrosamento
com cariocas (Foto: Aluizio Freire/G1)

A ascensão do negro em alguns setores da sociedade já é uma constatação reconhecida por alguns estudiosos e militantes de movimentos sociais. Mas acrescentam que nem tudo é motivo de festa nesta quinta-feira (13), quando se comemora os 122 anos da abolição da escravatura. Uma das resistências seria a de adotar a lei que inclui a história da África no ensino fundamental e médio nas escolas públicas e privadas.

"A sociedade percebeu que não há mais condições de negar o espaço para o negro. Já houve uma pequena evolução. Mas ainda falta muita coisa, como as oportunidades no mercado de trabalho, além das mazelas de toda sorte que recaem sobre os negros", analisa o jornalista Carlos Nobre, autor do livro "O negro na PM: crime, cor e carreira no Rio de Janeiro", publicado pela editora Multifoco.

"Havia um nicho ali dentro que poucos percebiam. Era uma classe média formada por negros que foi se processando silenciosamente. Aos poucos, eles descobriram que, estudando, poderiam trilhar o caminho da ascensão social e até chegar à cúpula da corporação. É uma coisa que é muito mais difícil de se ver em outras áreas", afirma Nobre.

Para Ivanir dos Santos, secretário executivo do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), a resistência, por exemplo, em adotar a lei 10.639/03, que torna obrigatório a inclusão da história da África e da cultura negra no currículo escolar, é uma forma de dificultar a evolução dos afrodescendentes.

História da África nas escolas
"Essa lei tem pretensão muito maior do que o de resgatar a dívida histórica que o Brasil tem com os negros descendentes de africanos que vieram para cá sob o domínio do tráfico. Ela propõe uma nova perspectiva de compreensão da identidade nacional e desloca os padrões impostos, por séculos, pelos nossos colonizadores", avalia.
Professora de literatura ÁfricaFernanda é sócia de livraria que reúne obras sobre
a história da África (Foto: Aluizio Freire/G1)

A professora universitária Fernanda Felisberto, especializada em literatura africana, concorda. "É preciso reconhecer que a lei não é para a população negra, mas para o Brasil". Com uma aparência que lembra a cantora americana Tracy Chapman, a educadora é sócia da livraria Kitabu, que reúne obras de autores que estudam a questão do negro.

"Às vezes, chegam aqui e perguntam se isso não é preconceito, racismo ao contrário. Não é nada disso, apenas sentimos a necessidade de organizar uma bibliografia que estava dispersa, sem a devida importância", afirma.

O geógrafo João Baptista Ferreira de Mello, do Instituto de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), acredita que já existe uma consciência maior de participação e interesse sobre as raízes afro-brasileiras.

"A presença do negro africano na cultura do carioca está por toda parte. Na geografia da cidade, na música, no samba, na religiosidade - como o candomblé e a umbanda -, que não podem ser confundidos com macumba. São símbolos que estão na alma desse povo", afirma.

Essa troca pode ser observada na desenvoltura de um grupo de estudantes de Cabo Verde ao circular pelas ruas do Rio e nas amizades que fizeram desde que chegaram na cidade em 2004, a partir de um intercâmbio com uma universidade carioca.

Esporte e música
"Fui o primeiro a chegar e logo fiz amigos jogando basquete com o grupo da universidade. O esporte é uma excelente forma de se comunicar e criar amigos. Depois, começamos a sair para as festas e, aos poucos, fomos mostrando nossos costumes, provocando o interesse deles. Tem sido uma convivência muito boa", conta Janecas Marcos Morais Fortes, 25 anos, que está no último período de faculdade de economia.
Dia 13 de maio - Produtor Maurício PachecoO produtor Maurício Pacheco ouve ritmos africanos
em uma praça de Angola (Foto: Divulgação)

Ao lado dos irmãos Telma Sofia Barros, 24, e Waldir Barros Monteiro, 28, Amaral Morais, 23, diz que também não encontrou dificuldades para se relacionar com os cariocas. Cursando produção fonográfica, apaixonado pelos ritmos africanos e pela música brasileira, o cabo-verdiano exibe sua habilidade nos acordes do violão e do piano.

"Quero trabalhar com produção musical. É o que gosto de fazer. E aqui no Brasil existem muitos talentos", enfatiza, pouco antes de chegar ao apartamento o amigo MC Oz, vocalista do "Transporte coletivo", que o convida para produzir a banda. "Pronto, acabo de fechar meu primeiro contrato", comemora.

Com uma trajetória mais consolidada, o produtor Maurício Pacheco, também reconhece que a troca de experiência musical entre Brasil e África rende bons frutos. Uma demonstração desse resultado é o CD "Com fusões", lançado na Europa pela Out/Here, da Alemanha, e no Brasil pela Maianga Discos. O disco reúne o melhor do pop angolano dos anos 60 e 70 remixado por produtores brasileiros.

Maurício, que viaja frequentemente para Angola desde 2000, selecionou preciosidades dos arquivos da Rádio Nacional Angolana. O trabalho do produtor musical, fundador da banda Stereo Maracanã, recebeu excelentes críticas e chegou ao Top 20 de World Music europeu. O CD ainda conta com a participação do MC Jovem Cerebral, que mistura música africana com hip hop e funk.


Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/05/no-13-de-maio-estud iosos-apontam-ascensao-do-negro-com-ressalvas.html

Anderson Eslie
Veterano
# mai/10
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FODA-SE VC SE DISSER "NEM LI", NÃO PRECISAMOS DE VC....

izzystradlin
Veterano
# mai/10
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Anderson Eslie
FODA-SE VC SE DISSER "NEM LI"

eu li e o texto diz que sim o negro tem espaço e concordo..

but

hoje em dia branco e negro é escravizado de carteira assinada..

ou seja, trabalhador brasileiro ganha pouco, rala de domingo a domingo e nem reclama independente da cor...

Anderson Eslie
Veterano
# mai/10 · Editado por: Anderson Eslie
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Agora, sim, meu parecer. Ainda com todo o pequeno avanço em certas política de inclusão não só de negros, mas tbm de indígenas e seus descendentes, acho muito difícil num período curto de tempo ter uma equivalência por conta do racismo ainda existente na sociedade brasileira, fruto não só da epoca colonial, mas tbm de todo um discurso que se fez a partir do começo do século passado do racismo científico e a posteriori o discurso demagogo e falacioso da "democracia racil" brasileira....

ESSE ESPAÇO É PARA LIVRE TROCA DE INFORMAÇÕES. MESMO QUE VOCÊ SEJA CONTRA, QUE PELO MENOS SEJA INTELIGENTE O SUFICIENTE PARA NÃO PERPETUAR PRECONCEITOS QUE EXISTEM. SE FOR PRA FICAR DE GRACINHA NEM ENTRE NO TÓPICO. ESSE É UM TEMA QUE MERECE ATENÇÃO E INTELIGÊNCIA AO SE FALAR. SE FOR PRA DEFECAR PELOS DEDOS VÁ DISCUTIR SOBRE A CONVOCAÇÃO DA SELEÇÃO PELO DUNGA OU VÁ PRO CONSELHO GERAL.

Anderson Eslie
Veterano
# mai/10
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izzystradlin
Esse é um dos pontos que tbm precisa-se discutir pq é passível de a gente fazer uma análise em cima desses fatores que o 13 de maio representa (ou não).

russobass
Veterano
# mai/10
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Eu aprendi um pouco da História da Africa na escola.

Bob do recife
Veterano
# mai/10
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MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE


=O

Anderson Eslie
Veterano
# mai/10 · Editado por: Anderson Eslie
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[EDIT]...

Codinome Jones
Veterano
# mai/10
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Bob do recife
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE
MESMO QUE SEJE


=O



VOcê não foi inteligente no seu comentario como o criador do topico queria..

Anderson Eslie
Veterano
# mai/10 · Editado por: Anderson Eslie
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russobass
A lei 10.639 foi um grande avanço, mas ainda pouco utilizado pq os professores não conhecem ao certo a história da áfrica a não ser pelas baboseiras que se imaginam de lá. Infelizmente a gente mal conhece a nossa história e isso é uma pena.
Abraço.

Codinome Jones
Veterano
# mai/10
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Bob do recife
Tá correto cara... "mesmo que VC seje..."
Não tem nada de errado nisso. O sujeito da frase está oculto.

¬¬'


ASHUUHSASHUASAHUHSUHUASUAShusuash
ta brincando né?

Anderson Eslie
Veterano
# mai/10 · Editado por: Anderson Eslie
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[EDIT]

Codinome Jones
Veterano
# mai/10
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Anderson Eslie

A palavra "SEJE'' que ta errada..

É seja..

No minimo ironico seu pedido de comentarios inteligentes..

brunohardrocker
Veterano
# mai/10
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Por mais que uma grande mudança aconteça, sempre sobram fragmentos.

Anderson Eslie
Veterano
# mai/10
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Codinome Jones
ESTÁ MELHOR PARA O SENHORITO?
x]

Anderson Eslie
Veterano
# mai/10 · Editado por: Anderson Eslie
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brunohardrocker
Verdade. Engraçado, isso me fez lembrar de um mito que diz que certa feita se fez uma pesquisa perguntando aos brasileiros se eles eram racistas: 83% da população NÃO era racista, mas conhecia pelo menos uma pessoa ou pessoas. Analisando os dados coletados chegou-se a conclusão de que 83% não era racista, mas conheciam pessoas que eram assumidamente preconceituosas que totalizavam 95% da população. Irônico, mas verídico.

MaicolBrevia
Veterano
# mai/10
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122 anos de Abolição da escravatura.

Mas mesmo assim, em alguns lugares sempre haverá o preconceito, de nada adianta esses 122 anos, se a discriminação rola solta por ai.

Party Boy
Veterano
# mai/10
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Na minha opinião a discriminação e o preconceito hj em dia não estão mais ligadas a questões raciais, mas sim a questões sócio-economicas.
O negro rico (apesar de ser uma minoria, eu reconheço) tem tantos privilégios quanto o branco rico, e o branco pobre está sujeito a todas as injustiças que o negro pobre também está...

Por isso eu sou contra cotas para negros, mas sim a favor de cotas para estudantes de escola pública, e desde q as cotas sejam encaradas como medida paliativa, e nao como a solução do problema, como estão fazendo agora...

ASKER
Veterano
# mai/10
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Cara,perguntei pro meu escravo e ele falou que já acabou.

Moa Assunção
Veterano
# mai/10
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Party Boy

Concordo. =)

Anderson Eslie
Veterano
# mai/10
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MaicolBrevia
Tenho que concordar contigo. As formas de preconceito vão se renovando e tornando-se mais complexas com o decorrer do avanço da sociedade.

seek n destroy
Veterano
# mai/10
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Um tópico sério e os caras ficam querendo pagar de professores de português... tsc tsc

Anderson Eslie
Veterano
# mai/10 · Editado por: Anderson Eslie
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Party Boy
O negro rico (apesar de ser uma minoria, eu reconheço) tem tantos privilégios quanto o branco rico, e o branco pobre está sujeito a todas as injustiças que o negro pobre também está...

Boa questão para discussão. Seguinte, temos a ideia de que cota racial ou problema racial está fora ou distante da sociedade, aí se cria a dicotomia Racial X Social. Na verdade vamos propor em trabalhar as duas coisas em conjunto, na medida em que o problema racial no Brasil ou em qualquer lugar é tbm um problema social, não há como separar isso. Porém tendo a discordar de vc em dois pontos:

1 - Um Negro rico, antes de ser rico ele é NEGRO, por uma questão lógica. Portanto, é fato que a condição social irá "velar" - essa seria a palavra -. mas não irá impedir dele ser rejeitado pela sua condição racial. Vamos a um exemplo que é sempre prático. Há pelo menos uns 4 anos ocorreu um fato aqui em Salvador bem escandaloso com um colega de faculdade. Ele já o homem de seus 38 anos, negro, rico, funcioário do alto escalão da Petrobrás, enfim, um homem resolvido. Certa feita na frente do seu banco, no bairro onde morava (de classe média alta) estava ele no celular conversando com um colega de trabalho quando um empresário branco chegou de carro e estacionou perto de onde esse homem estava. Segundo o boletim de ocorrência, o empresário branco teria se constrangido com a presença daquele homem achando ele que estaria no celular conversando com um comparsa para fazer a famosa saidinha bancária... Resultado: o homem foi preso sem qualquer coisa que o fizesse estar naquela situação e ainda por cima na delegacia foi torturado de ir pro hospital e ficar internado no CTI da unidade. Bem, o homem além de ser um homem negro rico, era do movimento negro, deu uma repercussão enorme por aqui. Mas vamos ao que interessa, ele mesmo sendo rico e gozar de todas as condições que qualquer homem branco rico goza em relação ao capital econômico, não deixou de ser preso e torturado por ser um "suspeito em potencial", ou seja, o que viram nesse homem em primeiríssimo lugar foi a sua condiçõ de homem NEGRO. E por isso ele foi preso e surrado. Ou seja, pensar somente que a questão econômica por si só anula o efeito da discriminação não é de todo verdade...

2 - Quanto à questão das cotas, esse programa já é dedicado aos estudantes de escolas públicas, porém muito pouco se sabe das cotas ou pq do efeito delas, a gente pode discutir sobre....

Abraço.

goodhatin
Veterano
# mai/10
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Quero minha parte em dinheiro.

Marco Hietala
Veterano
# mai/10
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Coitadismo irrita, ponto final.

Anderson Eslie
Veterano
# mai/10 · Editado por: Anderson Eslie
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Marco Hietala
Cara, o que estamos conversando não é questão de "coitadismo". São fatos e que merecem atenção.

Outra coisa que é bem de nossa cultura: não debater sobre pontos de relevância.

Se é questão de coitadismo, pergunte pra um Judeu o que ele achou do período nazista do século passado e o que passa seus descendentes em relação ao anti-semitismo.

Debater e estudar as vezes faz bem ao cérebro.

Codinome Jones
Veterano
# mai/10
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Porque criticam os tópicos de religião e não esses (tipo esse) que são igualmente polêmicos,não levam a lugar nenhum e ao contrario dos religiosos são totalmente sem graça?

Marco Hietala
Veterano
# mai/10
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Anderson Eslie
Se é questão de coitadismo, pergunte pra um Judeu o que ele achou do período nazista do século passado e o que passa seus descendentes em relação ao anti-semitismo.

...

Konrad
Veterano
# mai/10
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Anderson Eslie
2 - Quanto à questão das cotas, esse programa já é dedicado aos estudantes de escolas públicas, porém muito pouco se sabe das cotas ou pq do efeito delas, a gente pode discutir sobre....


Cotas são inconstitucionais.

Anderson Eslie
Veterano
# mai/10
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Marco Hietala
Século passado, século XX período da Segunda Guerra Mundial, período de acirramento das lutas coloniais, enfim.... Vc sabe.

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