'Política pirata' de 21 anos defende liberdade de downloads

    Autor Mensagem
    Lucas Borlini
    Veterano
    # jun/09


    Qua, 24 Jun - 14h30

    Por Rodrigo Martins

    São Paulo, (AE) - Ela tem apenas 21 anos e está com um pé no Parlamento Europeu, o que a fará contrastar com os políticos mais velhos que costumam se eleger para a casa. Além de ser a mais nova da turma, irá mais ainda na contramão: ao contrário da atual política de se defender os direitos autorais, até com leis restritivas, pregará que é necessário liberar o download e que a bilionária indústria de entretenimento deve se virar para achar uma forma de continuar a lucrar.

    Amelia Andersdotter fez parte de um fato inédito na Suécia (e no mundo). Pela primeira vez, há duas semanas, após quase se eleger para o congresso do país, o Partido Pirata - do qual é integrante - ganhará espaço no Parlamento Europeu, um congresso para legislar sobre assuntos comuns da Europa. Com 7,1% dos votos suecos, o partido, que defende o download livre, já tem garantida uma vaga. Mas pode levar outra se uma lei que amplia o número de parlamentares for ratificada. Até agora, 26 dos 27 países do bloco já a aprovaram. Só falta a Irlanda, que deve votar o tema em outubro. É aí que entra Amelia.

    http://l.yimg.com/a/i/br/entret/0609/amelia_600x300.jpg

    Ela, a segunda mais votada entre os candidatos do Partido Pirata, só depende disso para entrar no Parlamento. "Estou confiante de que, em seis meses, estarei no Parlamento", disse. Amelia sabe que sua voz será dissonante. "Sei que será difícil. Mas é preciso uma nova geração. Hoje, o Parlamento é um local onde, basicamente, os políticos vão quando se aposentam. É necessário uma voz radical contra toda essa política de restrições de hoje, como cortar a rede de quem baixa."

    Para entender como uma garota de 21 anos chegou a tal posição, voltemos a 2006. Amelia, uma universitária de economia, simpatizou-se com a causa política e entrou para o Partido Pirata, que, naquele ano, quase elegia um representante no congresso sueco. Em 2007, começa a trabalhar com questões internacionais. Daí começa a se destacar. Em 2008, com 20 anos, torna-se a coordenadora internacional do partido, responsável por contatos com sementes de partidos piratas ao redor do mundo. Para essa tarefa, ela até aprendeu a falar espanhol.

    Com o destaque, foi indicada para a eleição ao Parlamento Europeu. Era a segunda candidata mais nova na Europa toda. Acredite, a outra, que também concorria pelo Partido Pirata, tinha 18 anos. A campanha de Amelia baseou-se, como esperado, na web. Ela criou site e blog (www.ameliatillbryssel.se) e publicou vídeos no YouTube. Também escreveu artigos para jornais e participou de debates na TV.

    A plataforma de Amelia ganhou apelo. Num momento em que o número de defensores do download livre aumenta na mesma proporção em que surgem leis restritivas, os eleitores, principalmente os mais novos, abraçaram as ideias dela e do partido. "Não somos contra todo o tipo de direito autoral, mas queremos um direito mais equilibrado", afirma.

    Segundo Amelia, ela e o Partido Pirata propõem "mudanças radicais". "Todos os usos não-comerciais de músicas e filmes seriam liberados. Se você baixar algo para si próprio e não for revender, tudo bem", diz. "Também defendemos que toda a obra possua direito de proteção por apenas cinco anos. Depois, cairia em domínio público." Hoje, dependendo do país, para uma obra estar em domínio público, é preciso até passar 50 anos da morte do autor. Mas já há países tentando estender o prazo.

    E a indústria como iria lucrar? Com a pergunta, Amelia muda o tom de voz e se mostra irritada. "A pergunta é injusta, sou só uma estudante de 21 anos. As majors, que ganham bilhões, é que deveriam pensar nisso", diz. "Mas se querem sugestões, podem lucrar com shows, merchandising, licenciamento de músicas..."

    É esse o barulho que Amelia quer fazer no Parlamento. Aliás, ela já promete entrar em outras áreas também. "Vou defender também a popularização das telecomunicações. Há várias questões. Quero abrir uma janela no Parlamento para que mais pessoas como eu possam entrar lá."


    Nota: isso me lembra q os camaradas do Pirate Bay foram presos e condenados a "X" anos de prisão.

    DarkMakerX
    Veterano
    # jun/09
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    Pensou um partido desse no Brasil?

    brunohardrocker
    Veterano
    # jun/09
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    Eu pegaria.

    Villts
    Veterano
    # jun/09 · Editado por: Villts
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    Eu discordo que mesmo com a pirataria a venda de CDs caiam tanto.

    Eu compro CDs sempre que posso. Originais, mesmo tendo no pc.

    O legal pra mim é mais colecionar que ouvir, mas sei lá, não devem ser nem fodendo todos que pensam assim. Haha

    brunohardrocker
    Veterano
    # jun/09
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    Eu acho que deveríamos entrar todos num consenso.
    Acho tão errado a dinheirama absurda das gravadoras (que desmerece o trabalho de muitos músicos de verdade por valorizar muito mais o comercial do que a arte em si) e tão errado conseguirmos gratuitamente algo que teve um custo pra ser produzido, algo que também desmerece o trabalho do músico.

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