Rato Veterano |
# jun/06
Grupo A
Alemanha
Ponto forte: são dois: joga em casa e tem dinheiro. Para quem não sabe, a grana foi usada para comprar atacantes. É sério. Podolski e Klose são poloneses, Neuville é suíço e Asamoah é um negão que faz o Roque Júnior parecer o Juninho Paulista.
Ponto fraco: A grana não foi suficiente para comprar zagueiros e meio-campistas.
E nem deu para renovar com o brasileiro Kuranyi.
Craque: Schweinsteiger. Guarde este nome (faça uma colinha).
Bagre: Ballack. Esqueça os comerciais da Adidas e tente lembrar de um baita jogo dele. Conseguiu?
Até onde pode chegar: Ao título. Em seis das 18 Copas (o que dá um terço, segundo nosso amigo japonês), o campeão foi exatamente o anfitrião. Até o Uruguai (!) já foi campeão jogando em casa.
Se fosse uma banda... seria o Kraftwerk. Pelo futebol-robô e toda aquela chatice programada.
Polônia
Ponto forte: Deu sorte. Caiu num grupo baba.
Passaria da primeira fase até com o Papa João Paulo II como goleiro.
Ponto fraco: O Papa pop morreu. Não vai dar para ser campeão nem com reza brava.
Craque: Marcin Baszczynski. Oito consoantes juntas não é pra qualquer um. Respeito com o cara.
Bagre: O beque se chama... Bek! É sério! Pena terem deixado o atacante Atakantovsky de fora. Sacanagem.
Até onde pode chegar: Oitavas-de-final, quando pega a Inglaterra, sua algoz histórica (nove vitórias do time da rainha contra uma dos polacos). Se não rolar aquela zebra, a Polônia leva piaba e volta pra casa, que é logo ali.
Se fosse uma mulher... seria aquela nerd de óculos. Ela passa na sua frente e você nem percebe. E quando você precisa falar com ela, bate aquela dificuldade para lembrar o nome.
Costa Rica
Ponto forte: A riqueza de seu litoral.
Ponto fraco: Todos. Copa é coisa pra gente grande. Classificar-se depois de bater Haiti, Belize e São Vicente & Granadinas é fácil. Mas quando o futebol é disputado longe das praias do Caribe, o bicho pega.
Craque: Por mais que seja perna-de-pau em seu país de origem, o brasileiro sempre será o rei do pedaço em qualquer outro lugar do mundo. É por isso que Alexandre Guimarães (quem?) é ídolo na Costa Rica. Jogou uma Copa (90) como atacante e foi técnico nas outras duas (a de 2002 e esta agora). Se fosse bom de bola "de verdade", ainda correria o risco de ser canonizado por lá.
Bagre: O goleiro se chama "Porras". Imagina o que ele fala para os zagueiros.
Até onde pode chegar: Se não perder as três, já estará no lucro.
Se fosse um parente... seria aquele namorado da tua prima. Sabe aquele meio estranho? Aquele que chega na festa, nunca sabe direito onde sentar, com quem falar, como agir.
Resultado: sempre vai embora antes que a festa fique boa.
Equador
Ponto forte: Uma seleção sul-americana que veste amarelo.
Ponto fraco: A falta de altitude das cidades alemãs que serão sede da Copa. Para quem não se lembra, o Equador venceu oito das nove partidas que fez em Quito (2.800m) pelas Eliminatórias. Assim, eliminou Uruguai, Chile e outros países desprovidos de estádios localizados ao nível do Monte Everest.
Craque: O montinho artilheiro.
Bagre: Kaviedes. Pinta de argentino, futebol de equatoriano.
Até onde pode chegar: Zugspitze, o pico mais alto da Alemanha, com 2.962 metros acima do nível do mar. Fica na fronteira com a Áustria, nos Alpes. Já que o Equador gosta tanto de altitude, poderia organizar uma excursão até Zugspitze. Ninguém duvida que turismo é tudo o que os equatorianos farão na Alemanha.
Se fosse um esporte... seria alpinismo, bungee jump, qualquer coisa, menos futebol.
Grupo B
Inglaterra
Ponto forte: Com Gerrard, Lampard, Beckham, Rooney e Owen, tem a melhor seleção desde 1966,
ano do único título.
Ponto fraco: Ao contrário de 1966, desta vez não terá como roubar, já que a Copa é na Alemanha e a Scotland Yard nada pode fazer a respeito. Além disso, sofre do mesmo mal que a seleção da Espanha e a Daiane dos Santos: a febre amarela.
Craque: Gerrard é técnico e raçudo, Lampard não erra um passe desde o inverno de 1998, Beckham faz um lançamento de 70 metros com a facilidade que a gente escreve merda, Owen estreou fazendo gol na Premier League aos 14 anos e 3 meses e Rooney quebrou seu recorde: fez gol aos 12 anos e 4 meses. Pode escolher qualquer um desses aí como craque.
Bagre: Se o time titular é uma beleza (não só por causa do Beckham), o banco de reservas é tão ruim quanto um videoclipe do Oasis. Destacamos apenas o grandalhão Peter Crouch, aquele dos 2 metros de altura que andou metendo medo no São Paulo, no Mundial de Clubes do Japão, o que vale de verdade. Para piorar o nível do banco, quem comanda a parada toda é o sueco Sven Goran Eriksson, um completo idiota.
Até onde pode chegar: Ao título, se o Eriksson deixar.
Se fosse uma banda... seria o Arctic Monkeys. "Os melhores desde...", "A melhor geração desde...".
Já não ouvimos isso antes?
Suécia
Ponto forte: A constância. Não importa quem caia no grupo da Suécia nas eliminatórias européias:
eles vão conseguir chegar na Copa do Mundo.
Ponto fraco: Suecos não sabem ser campeões.
Craque: Os dois que não carregam sangue sueco nas veias: os atacantes Zlatan Ibrahimovic, filho de sérvios, e Henrik Larsson, filho de uma negona arretada da Bahia.
Bagre: O resto do time é sueco e se chama Andersson.
Até onde pode chegar: Pode surpreender a Inglaterra, para quem não perde há 37 anos (foram 11 jogos), e chegar às oitavas-de-final, fase sempre repleta de times chatos.
Se fosse uma banda... seria o Roxette: por serem suecos, por serem chatos, e por ninguém (exceto nós) lembrar deles.
Paraguai
Ponto forte: Os goleiros.
Livraram-se de Chilavert e Tavareli, que por tanto tempo entregaram o pobre time paraguaio.
Ponto fraco: O resto do time continua aí, na ativa.
Craque: Roque Santa Cruz. Engana faz um tempaço no Bayern de Munique. A gente espera que "em casa", ele pare de enganar e jogue alguma coisa.
Bagre: Aníbal Ruiz, o treinador uruguaio. Com tanta gente boa "down under", tinha que o único representante do Uruguai na Copa ser um técnico com cara de despachante? E treinando o Paraguai?!?!
Até onde pode chegar: Não muito longe, como sempre. Se passar da primeira fase já tá legal.
Se fosse um exército... seria o da salvação. Inofensivo, inofensivo.
Trinidad & Tobago
Ponto forte: Promoção "comentarista interativo Scream & Yell". Manda um e-mail pra gente com um ponto forte de T&T. O melhor vai ser publicado, e ainda ganha autógrafo nosso. E, se você for mulher e tiver uma amiga gostosa, pode passar um dia e uma noite com um de nós.
[Você escolhe qual. O outro fica com a amiga gostosa].
Ponto fraco: O tabagismo. Russel Latapy tem 37 anos (aparenta mais) e deve ser o garoto-propaganda do Marlboro tanto em Trinidad como em Tobago. "Fumo, sim. Sempre fumei e vou continuar fumando, mesmo durante a Copa", disse ele recentemente, antes de concluir: "Se eu parar de fumar meus cigarrinhos, não vou passar a jogar melhor ou pior do que já jogo atualmente". Como o S&Y está engajado na campanha anti-tabagismo, Latapy, na nossa opinião, é um bagre. Humpf! (e cof cof)
Craque: Dwight Yorke. O irmão bastardo e negão do Thom é um atacante que fez uma baita dupla com Andy Cole no Manchester United, e que hoje, aos 47 anos, gasta as travas no "futebol australiano", com perdão pela contradição de termos.
Bagre: Thom, o irmão branquelo e doidão de Dwight. Tem uma baita banda, talvez você já tenha ouvido. Mas não joga porra nenhuma.
Até onde pode chegar: Fumando assim, como Latapy? Alguns meses.
Se fosse uma frase... seria a daquele mano que bolou os Jogos Olímpicos Modernos:
"O importante é competir".
Grupo C
Argentina
Ponto forte: A ausência de Marcelo Bielsa. Eleito pelo Scream & Yell o técnico mais burro do mundial de 2002, "El Loco" num momento de sanidade pediu a conta da albiceleste. Hoje quem manda por lá é o racional José Pekerman.
Ponto fraco: Por ser um torneio internacional, os corintianos Mascherano e Tevez podem sofrer alguns problemas extra-campo, principalmente num aeroporto em que é preciso desembarcar com algo mais que uma carteira de identidade. "¿Que és pasaporte?"
Craque: Riquelme. A 10 do Barcelona lhe pesou, é verdade, mas ele pegou o Villareal nas costas e levou o "Submarino Amarelo" muito longe na Uefa Champions League, o que não é pouco. E foi ele quem comandou a última piaba que a seleção brasileira levou (aqueles 3 a 1 no Monumental).
Bagre: Julio Cruz. Um poste convocado para uma das melhores seleções da Copa (!!) e que, com a camisa da Inter de Milão, consegue mandar Adriano Imperador para o banco em alguns jogos. CPI nele! Já!
Até onde pode chegar: Al título, carajo!
Se fosse uma banda... seria o Oasis. Tem gente que ama, tem gente que odeia. Mas todo mundo respeita porque sabe que é boa pra caralho.
Costa do Marfim
Ponto forte: Uma seleção africana sempre mostra bom futebol na Copa.
E a Costa do Marfim é apontada como favorita para esse posto.
Ponto fraco: Já faz algum tempo em que a seleção africana favorita é uma tremenda decepção.
Vide Camarões e Nigéria.
Craque: Didier Drogba. Além de ser o único jogador que a gente conhece, é uma fonte inesgotável de trocadilhos.
Bagre: Tem um atacante chamado Kone. É a piada pronta mais sem graça da história.
Até onde pode chegar: No Grupo da Morte? Vai saber! Pode tanto cair na primeira fase como passar para as oitavas como líder da chave. É a mais imprevisível de todas as seleções.
Se fosse uma balada... seria a festa de fim de ano da sua empresa. Você passa muito tempo falando dela, chega até a se preocupar às vezes. Mas ela pode ser uma grande decepção. E aí é melhor esquecer.
Holanda
Ponto forte: A tradição. Todos respeitam.
Ponto fraco: A tradição. Nunca ganhou nada.
Craque: Arien Robben, o Robinho holandês. É habilidoso, driblador, joga pela ponta esquerda e sabe fazer alguns golzinhos de vez em quando.
Bagre: Van der Sar. O gigante frangueiro, que só teve empregões na vida, vai tomar (pelo menos) um gol pelo meio das pernas. Quer apostar?
Até onde pode chegar: Ao vice. A Holanda nunca será campeã, ainda mais com o azarado do Van Basten como treinador.
Se fosse um filme concorrendo ao Oscar... seria o de um diretor brasileiro. Está sempre na moda, muita gente elogia, muita gente até torce. Mas nunca vai ganhar nada.
Sérvia & Montenegro
Ponto forte: São dois países servindo uma única seleção.
Ponto fraco: Não dá mais para contar com os jogadores de outros quatro países (Eslovênia, Bósnia, Croácia e um outro que a gente esqueceu, mas que começa com M e tem uma bandeira muito louca, em vermelho e amarelo). Bons tempos os da Iugoslávia...
Craque: O zagueiro Dusan Basta. Com um nome desse, melhor não contrariar. Vai que o cara é meio nervosinho e pega a gente de porrada...
Bagre: Petkovic, o técnico que deixou o xará aqui no Brasil e levou um monte de "perebic" pra Copa.
Até onde pode chegar: À extinção, falência, morte, sei lá. Num jogo de War, já teria perdido quatro territórios. Com boa parte de seus homens entre 20 e 35 anos enviados à Alemanha, o que restou do país está desguarnecido. Que rolem os dados!
Se fosse uma novela... seria Éramos Seis (nações). Agora são duas. Avante, Iugoslávia!
Grupo D
Portugal
Ponto forte: Felipão, o treinador que nasceu com o curió virado para a lua.
Ponto fraco: As piadas de português. Não dá para ser motivo de piada e campeão do mundo ao mesmo tempo. Ou alguém conhece uma anedota de uruguaio?
Craque: Ronaldo. Eles também têm um.
Bagre: Pauleta. Seria reprovado na peneira do XV de Jaú. Mas por alguma razão que simplesmente desconhecemos, é o camisa 9 do Paris Saint-Germain, o que não é nada, não é nada, não é nada mesmo, mas é suficiente para ser chamado pelo Luiz Felipão, o Scolari.
Até onde pode chegar: À decisão. Quem não tem medo do Felipão?
Se fosse um livro... seria O Chefão, de Mario Puzo. Com Don Scolari no papel principal.
E o Murtosa como consigliere.
México
Ponto forte: O entrosamento. Sério: enquanto o Brasil fez um amistoso em 2006, o México fez oito! Sem contar que estão concentrados pra esta Copa desde que foram eliminados em 2002.
Ponto fraco: De que adianta tudo isso se são todos mexicanos?
Craque: Hugo Sanchez. Ele parou faz tempo, claro. Mas você conhece algum craque mexicano surgido depois dele? Não vale "bom jogador", tem que ser craque!
Bagre: O meia Gerardo Torrado. Já passou do ponto.
Até onde pode chegar: Não sabemos qual seleção será a campeã, qual será a decepção, qual será a surpresa. Mas de uma coisa nós temos CERTEZA: o México vai cair nas quartas-de-final. É fato. É barbada. É tradição. Desde que o futebol foi inventado, no ano 539 a.C., os mexicanos caem nas quartas-de-final. Foi assim em 2002, 98, 94, 86... Se não nos falha a memória, a maior seleção feita de craques aztecas, a da Copa de 418 d.C., em Cartago, foi eliminada justamente nas quartas-de-final. De tanto ficar sempre entre os oito, o México acabou aclamado pela Fifa como um dos cabeças-de-chave para a Copa da Alemanha. Uma bizarrice, claro, que só vai cair... nas quartas-de-final!
Se fosse um piloto de moto... seria o Alexandre Barros (lembra?): vai fazer um bom campeonato, vai até brigar com os grandes, mas vai terminar mesmo lá por sétimo, oitavo lugar. E vai ficar feliz.
Irã
Ponto forte: Têm jogadores prontos a morrer pelo time.
Ponto fraco: Falta grana. Há alguns anos, o mega-investidor Kia Joorabchian tentou, mas não conseguiu fazer uma parceria com a seleção de seu país. Kia acabou investindo num outro time-bomba, o do Parque São Jorge. Uma pena. Os dólares bem limpinhos de Kia poderiam ajudar o Irã na Copa, principalmente no que tange a arbitragem.
Craque: Mustafá. Tem uma bomba no pé e uma grande explosão.
Bagre: Mohamed. Até é bom jogador, mas é muito estouradinho.
Até onde pode chegar: Ao detector de metais. Jack Bauer estará de olho.
Se fosse um jogador de futebol... seria o Iranildo, hoje no Brasiliense. "Um dia ainda vai estourar!"
Angola
Ponto forte: Fala português e seus jogadores são conhecidos por apelidos, e não pelo sobrenome. Há um jogador chamado "Loco", um "Love" e (o melhor de todos) um "Zé Kalanga".
Ponto fraco: Com exceção do atacante Mantorras, do Benfica, não há um único jogador que dispute a Primeira Divisão de um campeonato ao menos relevante. Nenhum! Ou seja: vai tomar piaba.
Craque: Johnson, da Portuguesa. Não, ele não é craque e nem vai pra Copa. Só o citamos para lembrar do caso do repórter da Globo que, durante uma transmissão ao vivo, disse que "o Johnson vive há muito tempo no Brasil e, por isso, já está muito bem adaptado ao idioma português". Quem viu, viu.
Bagre: Johnson. O cara é angolano, joga no futebol brasileiro e nem assim vai pra Copa! Ah, vai ser ruim assim lá na... Portuguesa!
Até onde pode chegar: ao terceiro lugar na chave. A experiência com minas terrestres pode ajudar na interessantíssima batalha contra o Irã.
Se fosse um cantor... seria um participante do programa Ídolos: é fraco, feio, usa uma roupa brega, mas conta com a nossa simpatia e torcida, apesar de sabermos que eles vão ser massacrados.
Grupo E
Itália
Ponto forte: Contam com a torcida feminina!
Ponto fraco: Desde quando isso importa no futebol?
Craque: Totti é uma figuraça. Joga muito e tal. Mas a gente gosta dele porque o cara sabe tirar sarro de si mesmo. De tanto ser chamado de burro, Totti lançou um livro de piadas que têm como personagem principal... ele mesmo! Sabe essas piadas que a gente conta de português? Pois é. No livro, o português é o Totti. Ele ganhou uma fortuna com isso. E depois ainda o chamam de burro...
Bagre: Essa é fácil: a Squadra Azzurra conta com um jogador chamado Grosso. Veja bem: Grosso. (Menção honrosa: Materazzi. Pra ele, do pescoço pra baixo é tudo canelloni. Tem até um vídeo no YouTube só com as enxadadas que o becão distribui por aí)
Até onde pode chegar: Com a tradição da camisa, a Itália pode chegar longe sempre - ainda mais agora, que a camisa é agarradinha e os adversários não têm como segurar o Grosso & Cia.
Se fosse uma banda... seria o Franz Ferdinand. Parecem meio gays, com aquelas roupinhas e penteados. Tudo muito "dúbio", tudo muito estranho. Mas temos que admitir que são legais e gostamos deles.
República Tcheca
Ponto forte: Com um jogador chamado Plasil em campo, o torcedor tcheco não vai sofrer enjôo.
Ponto fraco: O Valium não foi convocado.
Craque: Nedved parece uma Barbie do Mundo Bizarro do Superman. Mas joga um bolão.
Bagre: Jan Koller.
Forma com o inglês Crouch, o argentino Cruz e o australiano Viduka a seleção mundial dos postes.
Até onde pode chegar: A Tcheca pode tudo. É só querer.
Se tivéssemos vergonha... não faríamos o seguinte trocadilho:
Será que a retaguarda tcheca está preparada para o ataque do Peru?
(Nota: o Peru não está na Copa. O trocadilho foi gratuito)
Estados Unidos
Ponto forte: Viver na Concacaf. Assim, até nós aqui no S&Y formamos uma seleção, disputamos as eliminatórias e chegamos na Copa. Bah!
Ponto fraco: Eles não entendem e não gostam de soccer. E o soccer também não gosta deles.
Craque: O meia Pablo Mastroeni. É argentino, foi viver nos Estados Unidos, ganha a vida jogando bola e agora vai pra Copa. Ô, cara rabudo!
Bagre: Steven Cherundolo. Mais um da série nomes-que-geram-trocadilhos.
Até onde pode chegar: lugar nenhum. Toma pau de Itália e dos tchecos. Vai brigar por Gana pelo terceiro lugar na chave, o que vale muitíssimo, como você sabe.
Se fosse um atleta... seria Michael Jordan... tentando jogar beisebol.
Gana
Ponto forte: Com um nome desse, não dá para negar que é uma seleção de muita raça.
Ponto fraco: O torneio é pra gente grande e Gana sempre se saiu bem só nos Mundiais Sub-17 e Sub-20. Tão bem que acabou despertando suspeitas no mundo inteiro: estariam os ganeses jogando com "gatos", aqueles jogadores que falsificam a idade para atuarem entre os mais jovens e, assim, levando vantagem?
Craque: Essien. Custou US$ 2 bilhões ao Chelsea. Ninguém nunca viu ele jogar nada.
Mas se custou tanto assim, alguma bola ele deve jogar.
Bagre: Freddy Adu. Ele joga pelo Estados Unidos, mas nasceu em Gana e nem foi convocado pelos ianques. Por isso está aqui.
Até onde pode chegar: Num grupo desses? Nem os gatos salvam.
Se fosse uma apresentadora de TV... seria a Glória Maria: você não fica se perguntando: "Pô, essa mulher não cobriu a morte do Tancredo? Quantos anos ela tem? Parece que não fica velha nunca!".
Grupo F
Brasil
Ponto forte: Tás brincando?
Ponto fraco: Tanto craque junto pode dar merda. Vide 82.
Craque: Emerson. Esse sim joga muito! Enquanto os Rs ficam fazendo malabarismos, é o nosso estimado cabeça-de-área, nascido na fronteira do Rio Grande com o Uruguai, quem carrega o piano. Não é à toa que seu passe custa US$ 3,5 bilhões e ele só joga em timaço da Europa.
Bagre: Ricardinho, o cara do esporte errado: se quer passar a bola pro lado ou pra trás, vai jogar rugby, onde isso é regra! Se tem medo do rugby (e deve ter, porque ele sempre foge de divididas), sugerimos que ele use as mãos para atuar como goleiro num "rachão". Lembra do Emerson em 2002?
Até onde pode chegar: Dãh.
Se fosse uma banda... seriam os Beatles: o quarteto mágico vai funcionar perfeitamente. Até que uma briga de egos, uma namorada japonesa ou qualquer besteira assim acabe com o sonho.
Croácia
Ponto forte: A globalização. Como croata não sabe jogar bola, foram convocados sete (!!!) estrangeiros naturalizados: três alemães, três australianos e um bósnio.
Ponto fraco: Esqueceram de chamar um brasileiro.
Craque: O goleiro Tomislav Butina, que não se esquece de suas origens sertanejas.
E que acha frescura esses tênis com amortecedores.
Bagre: Niko Kranjcar. É filho do técnico. Abaixo o nepotismo!
Até onde pode chegar: Se caísse na mesma chave que a Sérvia, poderíamos dizer que estaria no seu Grupo da Morte - literalmente. Como não caiu, pode avançar até as oitavas.
Se sua camisa quadriculada... pudesse ter outra utilidade, seria uma toalha de mesa de cantina vagabunda. Mas uma toalha de mesa de R$ 200, fabricada pela Nike.
Japão
Ponto forte: Zico é o técnico.
Ponto fraco: Zico não entra em campo.
Craque: Mitsuo Ogasawara, do Kashima Antlers. Aprendeu a bater faltas com o técnico brasileiro. Mas também é só. É tipo um Branco da seleção de 94.
Bagre: Hidetoshi Nakata. Em 2002, ele pelo menos jogava bem nos comerciais da Nike. Hoje, nem isso.
Até onde pode chegar: oitavas. Perde pro Brasil, ganha da Austrália e briga com a Croácia pela segunda vaga. Depois cai ante Itália ou República Tcheca. Pra eles, tá bom demais.
Se fosse um filme... seria Escola do Rock. Com Zico feito um Jack Black, distribuindo vídeos ao final dos treinos e tentando ensinar alguma coisa pros olhos puxados.
Austrália
Ponto forte: É difícil fazer gol neles, já que jogam da maneira inglesa.
Ponto fraco: É difícil tomar gol deles, já que jogam da maneira inglesa.
Craque: Há vários, mas nenhum joga futebol.
São todos jogadores de Rugby, esse sim, o verdadeiro esporte dos Aussies.
Bagre: Quem não deu sorte no Rugby virou jogador de futebol. Vejam o centroavante Viduka, por exemplo: tem 1,90m, pesa 98kg e tem a mobilidade de um boneco G.I.Joe.
Até onde pode chegar: Falando sério? O técnico deles, o holandês Guus Hiddink, manja das coisas. Não é milagreiro, mas levou até a Coréia às semifinais, em 2002. Vai que o cara dá sorte de novo...
Se fosse um time de futebol... seria o Once Caldas (COL), campeão da Libertadores em 2004: vai tentar levar todas no zero a zero, pra tentar ganhar nos pênaltis. Bah!
Grupo G
França
Ponto forte: O mesmo que o da Croácia. Pela terceira Copa consecutiva, montou mais uma seleção globalizada. Tem jogadores de origem árabe (Zidane), africana (Vieira, Boumsong, Makelele), do Caribe (Thuram, Malouda), da América do Sul (Trezeguet, acredite, cresceu na Argentina). Assim fica fácil.
Ponto fraco: Há alguns franceses no meio: o goleiro Barthez é o melhor (pior?) exemplo. O resto, fora o Silvestre, é negão bom de bola.
Craque: Zidane. O careca joga muito. E vai parar depois da Copa, então aproveita.
Bagre: Silvestre. Roque Júnior, perto dele, é um zagueiro completo.
Até onde pode chegar: Vai saber. Quando a gente acha que não vai virar nada, os caras metem 3 a 0. Quando a gente acha que eles são favoritos, caem na primeira fase sem fazer um golzinho sequer.
Se fosse uma ilha.. seria a de Lost. Tem de tudo e ninguém se entende.
Suíça
Ponto forte: Os trocadilhos. Se perder, podemos dizer que os suíços tomaram um chocolate. Se jogar direitinho, podemos dizer que o time trabalhou com a precisão de um relógio.
Ponto fraco: Os trocadilhos. Nós vamos usá-los, mas eles são ruins de doer.
Craque: Frei. O atacante de nome religioso talvez faça milagre.
Bagre: Senderos. O jovem zagueiro do Arsenal é uma promessa do futebol. Assim que for apresentado à bola, deve evoluir ainda mais.
Até onde pode chegar: Nesse grupo teta? Classifica e depois cai nas oitavas,
frente a Espanha ou Ucrânia.
Se tivesse perdido a última partida das eliminatórias para a Irlanda, teríamos um baita time legal na Copa, e não esse bando de... de.... de... suíços!
Togo
Ponto forte: a velocidade e os deslocamentos. Os togoleses (!) são especialistas em jogar sem bola.
Ponto fraco: É com a bola que se joga.
Craque: Adebayour. É reserva de Henry no Arsenal. Não é nada, não é nada, já é alguma coisa, vai.
Bagre: Todos os outros que não são reservas do Henry.
Até onde pode chegar: Togo to go home early.
Se fosse um parente... seria aquele namorado da tua prima. Sabe, aquele meio estranho? Aquele que chega na festa, nunca sabe direito onde sentar, com quem falar, como agir. Resultado: sempre vai embora antes que a festa fique boa. Impressão de que já leu isso lá em cima? Já leu sim, sobre a Costa Rica. A diferença é que Togo foi convidado pela primeira vez.
Coréia do Sul
Ponto forte: Todos se parecem, o que complica a marcação. Como já explicamos em 2002, eles podem substituir todos no intervalo, por exemplo.
Ponto fraco: Pode trocar à vontade. Nenhum sabe jogar mesmo...
Craque: Ping Pong. Tipo de marcador que gruda no adversário.
Bagre: Park Ji Sung. Ainda tentamos entender o que ele faz no Manchester United, já que nunca o vimos marcar um gol, acertar um cruzamento, dar um carrinho, nada!
Até onde pode chegar: A lugar nenhum.
Desta vez a Copa é na Europa e não há como subornar os juízes, como fizeram em 2002.
Se fosse uma frase... um grito de torcida ou qualquer coisa que o valha, seria aquele de 2002, claro: Chupa, Coréia!
Grupo H
Espanha
Ponto forte: Seus principais jogadores atuam ao lado dos maiores craques do mundo.
Ponto fraco: Eles não conseguiram aprender muita coisa ainda. E sempre amarelam na hora H.
Craque: Raul é mais marqueteiro do que craque, convenhamos. Mas gostamos dele por causa da seguinte anedota: num ataque do Real Madrid, se Raul tem a bola e Robinho está sozinho, o que o menino de São Vicente grita? Hein? Hein? Hein? Ora... "Toca Raul!"
Bagre: Michel Salgado. Se esse cara joga no Real Madrid, a gente também pode chegar lá um dia. Basta ter perseverança, acreditar no sonho, essas coisas. Futebol? Não precisa.
Até onde pode chegar: Quartas-de-final. Aí aparece a síndrome do amarelão.
Se fosse uma doença... seria a Ancilostomose.
Ucrânia
Ponto forte: Tem um baita centroavante, um dos melhores do mundo.
Ponto fraco: É time de um jogador só. Nem Pelé carrega 10 ucranianos ao título.
Craque: Shevchenko. É esse o cara. Se a Ucrânia está na Copa, a culpa é dele.
Bagre: Todos que não ganham 1 bilhão/ano, não jogam num dos maiores clubes do mundo, não são ídolos absolutos em seu país e não se chamam Shevchenko.
Até onde pode chegar: Quartas-de-final. Caiu num grupo baba e, nas oitavas, pode pegar outra baba. Depois, cai.
Se fosse uma música... seria aquela dos Engenheiros: "Somos um exército, um exército de um homem só". Ou então aquele CD dos Los Hermanos, o "Bloco do Eu Sozinho".
Tunísia
Ponto forte: Experiência. A gente nem percebe, mas a Tunísia vai para sua terceira Copa seguida.
Ponto fraco: Eles ainda não sabem ganhar. Nas últimas duas copas, perderam quatro e empataram duas.
Craque: Francileudo Santos. O cara é maranhense e joga no Toulouse, da primeira divisão francesa.
Alguma bola deve jogar.
Bagre: Todos os outros. Todos!
Até onde pode chegar: lugar nenhum. O negócio deles é eliminatórias, não Copa.
Se fosse um time... seria o Corinthians: o negócio deles é chegar na Libertadores. E não ganhar.
Arábia Saudita
Ponto forte: O mesmo da Tunísia. Toda Copa eles estão lá, escondidos no último grupo.
A gente até se esquece deles.
Ponto fraco: Eles também não aprenderam a jogar.
Craque: O meia Al Gandhi, que prega um estilo de jogo chamado "resistência pacífica", um esquema em que o time não dá um pontapé sequer mesmo quando provocado e pressionado.
Bagre: O goleiro Al Deayea é o recordista mundial de jogos por uma seleção (181, até maio). Como ele joga pela Arábia Saudita, é também, seguramente, o goleiro mais vazado da história do futebol. Só da Alemanha ele tomou oito na última Copa. Pelo jeito, a Arábia é como a pelada de recreio de qualquer escola brasileira: ninguém gosta de pegar no gol.
Até onde pode chegar: À Copa de 2010, 2014, 2018... mas sempre caindo na primeira fase.
Se fosse um time... seria o Corinthians. É, piada repetida. É sempre bom zoar o Corinthians.
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