FlyingV
Veterano |
# mar/04
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O mal que lhe atormenta não é incomum, muito pelo contrário, e, provavelmente, é decorrente de alguma ligação à massa mal-feita, intermitente ou danificada, uma blindagem necessária mas não realizada ou, ainda, uma deficiente interligação de massa entre o guitarra e o amplificador. Considerando o pior caso, um pouco disso tudo juntos. No final desta mensagem seguirão algumas dicas práticas.
Mas antes, um pouco de ruído...
Três categorias de "ruído" se sobressaem, entre tantas outras, em equipamentos de audio:
1. Hum - Correntes elétricas com a frequência da rede (50/60Hz), que geram campos indutores indesejáveis em outras partes do circuito. O exemplo clássico desta categoria é o Hum induzido pelo fluxo de dispersão magnética que naturalmente existe em torno de transformadores, em especial os de potência. Esta dispersão, quando fora do circuito magnético do transformador, ou seja, no ar, é capaz de induzir a mesma frequência na qual está operando em outros pontos do circuito. Mesmo em um inocente fio bem distante. Geralmente causa um Hum forte que só pode ser reduzido ou eliminado reposicionando-se os elementos do circuito. Uma m*. A utilização de transformadores toroidais minimiza, mas não elimina por completo, a possibilidade de indução de Hum. É bom lembrar que a culpa não é do transformador (afinal ele não funcionaria sem o Hum), mas sim do lay-out do equipamento ou dos cuidados que não foram aplicados na construção do transformador.
2. Buzz - Correntes com frequências harmônicas da frequência da rede. Surgem da corrente de ondulação em circuitos de filtros que, caso não sejam conduzidas á massa adequadamente, através de fiação bem dimensionada e posicionada, provoca o pior tipo de contaminação do sinal de audio: o indigesto bzzzzzzzzzzzz. Em alguns circuitos de filtro, a corrente de ripple pode assumir grande magnitude e agir como campo indutor (tal qual o transformador), tendo como meio de propagação o espaço, ou se disseminar pelo circuito através de condutores nos quais circulam ao mesmo tempo as correntes carregadas de ripple e sinais de audio. Linhas elétricas "sujas" e carregadas com cargas indutivas são uma fonte sensacional de bzzzzz das mais bizarras espécies. Filtros de linha convencionais não são eficientes na atenuação de Buzz. Nos amplis para guitarras, o choke de filtro é uma fonte potencial de Hum/Buzz de 120Hz.
3. Hiss - Ou chiado, é inerente à natureza dos circuitos elétricos. Desde que circuitos elétricos geram calor este gera agitação térmica. Agitação térmica gera átomos ionizados que trocam elétrons entre sí o que dá como resultado diminutas correntes elétricas que flutuam ao sabor das diminutas variações de temperatura. O interior de um resistor aquecido pode ser interpretado com contendo infinitos osciladores "térmicos", cada um deles em uma frequência determinada, cuja amplitude varia em relação ao tempo aleatóriamente. É o conhecido ruído branco Gaussiano, cuja distribuição de energia foi predita há uns cento e cinquenta anos pelo matemático Karl Gauss antes mesmo de existir eletricidade. Fontes típicas e atuantes de ruído térmico são os resistores existentes na grade de controle de válvulas e na entrada de amplificadores operacionais.
Rigorosamente falando, apenas o Hiss pode ser classificado como ruído elétrico. O Hum, e seu irmão Buzz, só aparecem quando algo foi feito de modo incorreto e assim fornecendo um caminho para eles se propagarem. De outro modo, não se pode classificar como ruído um tom senoidal de 60Hz simplesmente pelo fato dele aparecer em um local no qual não é desejado. O Hiss, pelo contrário, é intrínseco aos componentes elétricos e obedece às funcões craniadas pelo esperto matemático alemão. Para eliminá-lo nem mesmo hidrogênio líquido.
Sendo tudo isso muito bacana na teoria, vamos para a prática e inspecione seriamente seu baixo verificando:
1. A conexão entre a ponte e o ponto onde todas as malhas dos cabos blindados se encontram. Pode ser a carcaça do potenciômetro de volume. Esta ligação deve ser curta, grossa, limpa e muito bem soldada;
2. A blindagem interna do escudo, geralmente uma folha fina de alumínio. Se não existir faça uma. Esta blindagem não é muito eficiente mas é importante para que oa carcaça dos potenciômetros fiquem como se estivessem em um "plano terra". Limpe bem as carcaças (use uma lixa finíssima) e aperte bem a porca. Se existir chave de seleção de captadores siga o mesmo procedimento utilizado com os potenciômetros;
3. Se o jack de saída se apresentar mais largo que a maioria dos plugs experimentados, substitua-o por algo que preste. O cabo blindado deste jack deve ter sua malha muito bem soldada na carcaça do pot de volume e deve ser curtíssimo. Aproveite e verifique também o jack do ampli.
4. Se os cabinhos que saem dos captadores não forem blindados, traga-os até os pot's ou chave de seleção curtíssimos, rentes à blindagem do escudo e se tiver paciência, passe uma espiral de folha de alumínio em volta deles fazendo bom contato com a blindagem do escudo;
5. Use cabos blindados de boa qualidade na interligação entre ao baixo e o ampli ou pedais de efeito. A KMP tem uma ampla linha com malha trançada muito superior aos vendidos como específicos para guitarras e baixos. Pode ser somente um pouco feio.
espero que tenha lhe ajudado!
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