Review SGT tc custom

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    L.K.R
    Veterano
    # fev/17 · Editado por: L.K.R


    Bom, faz muitos anos que eu não uso o fórum, mas ultimamente andei procurando uma guitarra pra tocar outros estilos, blues principalmente, e tropecei por uma dessas telecaster da SGT numa loja de porto alegre, só que quando fui ler na internet sobre a marca, pra garantir e tal, eu não encontrei muita coisa. Sim, se encontra links, alguns vídeos, alguns textos, mas tudo (e fui conferir antes de escrever esse review) dava o ar de endorse/propaganda/review duvidoso que só falava de coisas boas. Espero poder ajudar alguém que se deparar com uma dessas guitarras e estar interessado em comprá-la. Sendo uma guitarra supostamente feita à mão mas em linha (já falo disso) e com o preço que é, eu pretendo pegar pesado.

    Bom, a SGT é uma junção de luthiers como o Seizi Tagima e o Walczak. Eu não fiquei muito satisfeito com a qualidade das Seizi quando testei em loja e não escutei tanta coisa boa das antigas walczak, mas quando testei essa SGT em loja (era uma tc custom mas com escala em rosewood) eu achei ela gostosa de tocar e isso me fez considerar ela. Por querer sair do estilo metal que toco queria uma com cor clara e escala em maple, então fiquei esperando um bom negócio pela internet que compensasse. Dei uma guitarra que não usava como entrada e acabei pagando 2000 nela, mas vou levar em conta pra o review o preço completo que alguém pagaria: +-R$3600.

    Se ficar um pouco longo peço desculpas, mas por não ter tanto material sobre a marca queria fazer algo completo e que bastasse pra alguém querendo uma delas que procura algo na net. [Vou tentar colocar fotos mais à noite]

    Sobre a construção: Vou ignorar a escolha de madeiras pelo debate todo de se madeira influi tanto no tom da guitarra. Ela tem um top em flamed maple que realmente é de 6mm como anunciado. Ele é bonito, green jeans burst, não que por nome alguém vá conseguir imaginar. Ponte wilkinson de 6 saddles, eu gosto dela mais do que a clássica de 3 saddles. Captadores são de uma empresa argentina, DS pickups. É um minihumbucker na ponte e um lipstick normal no braço. Logo abaixo a chave seletora de 3 posições, ela é de boa qualidade, não dá qualquer ruído quando troco de captador. Os knobs de volume e tone são de boa qualidade também, macios e progressivamente fazem o controle, não é brusco. Entre eles tem uma chavezinha para série/paralelo do captador da ponte, ela funciona ok. Para baixo dá o som estalado mais de single e para cima doma um pouco os agudos e dá o som que se espera de humbucker.
    O braço é um C gordo. Pra alguém que vem dos braços finos pra metal dá uma certa estranheza e pede uma pegada diferente. É confortável de fazer acordes. Uma nota é que por mais que ele seja gordo, não é o braço mais gordo que já toquei em uma telecaster. E a escala é menos curva do que o costume também. Isso ajuda, pelo menos para mim, nos bends. Esse braço um pouco mais moderno + o corpo com belly cut e um vazado na parte de trás do encaixe para facilitar um pouco o acesso às últimas casas me lembra a construção das fender elite.
    Nut de plástico me decepcionou, esperava um material melhor, mas esse é um upgrade que vai ser feito assim que eu comprar cordas para trocar. Vou pôr um graphtech tusq.
    Por fim, tarraxas wilkinson. Elas não tem folga, respondem bem e no geral segura bem a afinação. Tirando um detalhe que falo no acabamento, mas isso vai ser resolvido com as cordas novas e a troca de nut.

    Sonoridade: Não tenho condição de falar muito sobre telecasters e som característico, mas gosto do som dela, é um dos motivos de não me arrepender. O minihumbucker mesmo dando certo peso não perde o estalado só que raramente uso sem ser na posição com som mais single. O lipstick do braço é limpo, não é magro de nenhuma forma e responde bem à distorção. Não escutei nenhum ruído mesmo com distorção moderada.

    Acabamento: Eu não me importo de dar chance a marcas novas. Gosto quando prefiro uma guitarra de uma marca sem nome mas que é melhor ou mais confortável que uma mais cara que se paga por nome. Mas é aqui o problema pra mim. A parte boa do acabamento é os trastes. Não tem rebarbas, não tive problema com nenhuma das casas com som morrendo. Tudo foi bem encaixado, sei lá. Mas é isso.
    Eu acho que 3600 é um preço alto sim, ainda mais numa guitarra que é uma "aposta", não algo seguro, mas eu não hesitaria em recomendar se o acabamento fosse melhor. O encontro do flamed maple tem uma lasca faltando que foi enxertado com cola e um pedacinho de madeira para disfarçar. Praticamente toda marcação na escala tem um enxerto. Não sei se isso é comum e pela minha outra guitarra ter escala escura eu não percebo ou se é falta de capricho mesmo. Fora isso, uma das marcações está 2mm torta. Não é algo que se vê quando se olha a guitarra como um geral, mas passando o olho clínico fica evidente.
    O nut de plástico veio mal polido na 4a corda e ele estala um pouco quando faço um bend nela. Isso agarra a corda e muda um pouco a afinação. Isso vai melhorar com as cordas novas e o nut novo, mas pagando 3600 numa guitarra o esperado era não ter um erro tão tosco assim. O outro detalhe eu não tenho certeza, é mais algo curioso que nunca reparei. Pensei que em guitarras de braço e escala em maple era tudo uma peça, mas nessa aqui a escala é colada e isso dá uma suave diferença de cor entre braço e escala. Nada muito aparente ou que chegue a incomodar .


    Acho que finalizando, eu não me arrependo de pegar a guitarra, especialmente considerando que troquei uma guitarra que estava sem uso (e que o vendedor pagou nela o mesmo que eu paguei quando comprei, então foi "soma que deu zero"). É impossível não bater na tecla do preço. Por R$3600 tem muitas opções de guitarras e eu não fui à fundo, mas não encontrei tantas telecasters com toques mais modernos e top em flamed maple (como adoro flamed maple isso era algo quase obrigatório para mim). Levando em conta que a guitarra é feita à mão (tem uma marca americana, Acacia, que faz guitarras à mão em série, se pode escolher entre alguns modelos de corpo e captadores, e ferragens e cor, mas não tem tantas customizações extras a se fazer como em uma guitarra puramente feita à mão individualmente por um luthier. Ao que me pareceu a SGT funciona assim também), R$3600 seria um preço que eu consideraria ok, já que mão-de-obra e a construção de guitarras no brasil são caros, mas só se isso significava que a guitarra receberia a atenção e acabamento pelo que se paga.

    Se alguém leu até aqui eu agradeço a atenção e estou à disposição se alguém quiser perguntar algo. De noite vou tentar postar fotos. Abraço


    EDIT
    Fotos: http://imgur.com/a/fYvEO

    DoisUm
    Membro Novato
    # fev/17
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    Hum, bom review. Que tal complementar com umas fotos pra galera babar nesse flamed maple?

    L.K.R
    Veterano
    # fev/17
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    DoisUm

    Afinal consegui tirar umas fotos, só ignora a qualidade que foi ruim mesmo, não consegui fazer muito jus ao top...

    http://imgur.com/a/fYvEO

    HotLicks
    Membro Novato
    # fev/17
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    L.K.R
    "Captadores são de uma empresa argentina"
    Sério? Eles não sabem nem jogar bola, vão fazer pickups? Devem ser bons pra tocar tango!!!! LOL

    Falando sério. Realmente 3.6K, pra nossa realidade, é mucha plata mas pelo visto foi um bom investimento. Se vc está satisfeito, isso que importa. Agora é botar a menina pra chorar e fazer valer cada centavo. ;)

    "O nut de plástico veio mal polido na 4a corda e ele estala um pouco quando faço um bend nela. Isso agarra a corda e muda um pouco a afinação. Isso vai melhorar com as cordas novas e o nut novo, mas pagando 3600 numa guitarra o esperado era não ter um erro tão tosco assim."
    Concordo, mas, infelizmente, esses detalhes de acabamento acontecem com todas as guitarras fabricadas em série, até nas mais caras, onde são mais raros esses problemas, mas, mesmo assim acontecem vez ou outra.

    Bom review, não conhecia a marca e fiquei curioso!

    PS. Queremos bais ibagens!!!!

    HL

    L.K.R
    Veterano
    # fev/17
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    HotLicks
    Então, aí que fica estranho um pouco pra mim... Entendo a opção de não colocar seymour duncan ou algo assim porque realmente ia encarecer muito, ainda mais com o dólar assim, mas no brasil mesmo tem os malagoli que até onde escuto dizem ser bons. Provavelmente é questão de negócios mesmo...

    O que irrita do nut é só que se eu fosse botar o nome na minha marca eu não iria cagar numa coisa tão noob quanto isso. Só que mudar pra um graphtech é uma coisa que é tão barata se comparar com o que eu acho que ganhei de estabilidade de afinação na outra guitarra que já tá em casa o novo também...

    Outra coisa é que a diferença da linha custom pra classic é só o top em maple, se a pessoa não fizer questao do top consegue economizar bem nisso

    rsf
    Veterano
    # fev/17 · Editado por: rsf
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    L.K.R

    A foto da guitarra no sofá bege é sua? muito artística...Luz/sombra/cores...especial...bela composição, muito bem pensada..parabéns..Foi sem querer? dane-se, minta..hehehhehe

    Hotlicks

    "Captadores são de uma empresa argentina"
    Sério? Eles não sabem nem jogar bola, vão fazer pickups?


    kkkkkkkkk

    L.K.R
    Veterano
    # fev/17
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    rsf
    Olha, pra ser sincero é a única foto que eu tive uma ligeira noção do que tava fazendo hahahah sempre me falaram que era pra preferir luz solar, então coloquei onde a luz meio que focasse total o corpo e o braço nem se notasse, mas que bom que gostou

    DoisUm
    Membro Novato
    # fev/17
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    L.K.R
    Desculpa o abuso mas... Rola uns sons dessa belezinha??
    :9

    HotLicks
    Membro Novato
    # fev/17
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    L.K.R
    "O que irrita do nut é só que se eu fosse botar o nome na minha marca eu não iria cagar numa coisa tão noob quanto isso."
    Rapaz, eu sinto a mesma coisa em relação ao meu amp (Marshall DSL 40C), eles economizaram onde não podiam; no speaker. No caso do falante, a economia é bem maior, mas, como você disse, a marca continua lá. Já terceirizaram a fabricação pra Ásia, componentes chineses, etc. Não entendo essa estratégia de algumas empresas.

    HL

    pfelipe
    Membro Novato
    # fev/17
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    Parabéns pelo review! Realmente eu sinto que faltam informações sobre a marca. Vi que saiu alguma coisa na Guitar Player desse mês. Eu me interesso por marcas nacionais e de cara a SGT me pareceu interessante. Mas todos os exemplares que eu toquei até hoje apresentavam problemas no acabamento - coisas até que simples, mas que eu considero inaceitáveis pelo preço cobrado.

    JJJ
    Veterano
    # fev/17 · Editado por: JJJ
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    Pensei que em guitarras de braço e escala em maple era tudo uma peça

    Tem também, mas o mais comum é escala colada.

    O mais curioso é que eu tenho aqui uma Tagima hand-made, mais velha, na qual o nut é de metal (latão, creio eu) e o braço é peça única com a escala. Ah... eu comprei usada e baratinha, mas duvido muito que o preço original dela fosse equiparável a 3.6K de hoje... Sem contar que o headstock não tinha bico! hehehe (mas isso é impossível pra eles fazerem hoje e, tenho que admitir, até que o bico dessa aí é bem discreto...).

    Mas esqueça esses detalhes, troca o nut, regula a bichinha e cai dentro!

    Curiosidade: afinal, qual a madeira do corpo??? Não precisa entrar em polêmica, mas pode dizer... rs

    L.K.R
    Veterano
    # fev/17
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    JJJ
    Imagino que em uma peça deve ser para guitarras mais top de linha?
    Uma das opiniões que li sobre a sgt quando tava procurando era que ela era meio que equiparável às tagimas antigas (com o aumento de preço, né, mas eu queria top em maple então "mereci")

    As madeiras são um papo engraçado... Todo maldito anúncio do mercado livre ou vendedor de loja se tu tropeçar em alguma por ai vai dizer a mesma coisa: CORPO: Marupá ou Freijó e Maple 6 mm bookmatched (top).
    O site da marca diz a mesma coisa, dei uma fuçada na guitar player numa revistaria e na descrição dizia que era corpo em Marupá ou freijó.

    Pelo peso da guitarra eu chutaria que seria o equivalente do ash, freijó no caso... talvez as stratos sejam em marupá.

    L.K.R
    Veterano
    # fev/17
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    pfelipe
    Vou ser realmente chato agora, mas olha esse vídeo aqui

    ali pelos 0:23 segundos as últimas 3 marcações também tão tortas... pra cima no caso dessa. Eu acho uma pena porque realmente gostei do som e da tocabilidade, não fosse acabamento eu realmente acharia que a marca ia crescer.

    HotLicks
    É muito caro um upgrade de falante? E faz muita diferença mudar? Amps são uma coisa que nunca entendi muito

    JJJ
    Veterano
    # fev/17 · Editado por: JJJ
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    L.K.R

    É... só o fato do top em maple bipartido já encarece bem, só não tenho ideia de quanto.

    Putz... mas a madeira pode ser marupá ou freijó? Pode ser???

    Eu hein... Que raio de spec é isso? Tem coisa pra melhorar aí...

    L.K.R
    Veterano
    # fev/17
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    JJJ
    A desculpa que vi pra eles fazerem assim é que supostamente eles não querem ter revendedores, é pra ser direto entrando em contato com eles... Eu realmente entrei mas ele me pediu mais do que pelo mercado livre e ainda nao poderia dar a minha antiga de entrada. Parece que o "pode ser" é pra pessoa ter a opção de escolha. As ferragens também podem ser gotoh ou wilkinson. Não tenho problema com isso, o ruim só é distribuir pra terceiro vender e não mandar specs, daí o cara me diz que pode ser marupá ou freijó

    JJJ
    Veterano
    # fev/17
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    L.K.R

    Ah, tá... melhorou... ufa! Madeira na base do "pode ser" seria um absurdo total... rs

    Então, o negócio parece ser meio "custom shop".

    HotLicks
    Membro Novato
    # mar/17
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    L.K.R
    É muito caro um upgrade de falante?
    Depende. Os speakers que eu pesquisei estão entre 800 - 900 R$. Não é nem pelo valor, mas é ph0d@ comprar um amp caro (pros nossos padrões) e depois ter que trocar o falante. Agora eu já aprendi a domar a fera nem penso tanto nisso.

    E faz muita diferença mudar?
    Sim. Existem muitas marcas e modelos com características/timbres diferentes.

    HL

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