Rejeitar as Superstratos

Autor Mensagem
Tiso
Veterano
# jun/15


Desde molequinho eu estranhava essa família de modelos de guitarra. Me amarrava em Les Pauls, Stratos e Teles (fui pegando o gosto nessa ordem) e as vezes até namorava uma ou outra SG, Firebird ou Explorer. Mas nada de curtir as Superstratos.

Me tornei adolescente e fiquei com uma Jackson emprestada por uns tempos. Foi aí que a antipatia bateu bem forte. A pegada dela era bizarra, não me sentia com uma guitarra nos braços, parecia uma máquina desajeitada, um troço sem carisma que emitia um timbre genérico e desalmado. Acabei pegando rejeição a tudo que constituía aquele tipo de guitarra: o corpo remodelado de strato, sem escudo, cheio dos humbuckers; os inlays de dente de tubarão; o braço fininho que nem régua; a distribuição estranha de peso e massa; o headstock em formato de lança, a ponte floyd rose... tudo passou a me parecer como a manifestação da mente metaleira de 14 anos padrão em um pedaço de madeira. Um instrumento sem qualquer traço de swing e malemolência.

Depois de um tempo descobri que esses instrumentos são filhos da visão japonesa sobre o que era bacana em termos de guitarra no começo dos anos 80. Tudo fez sentido. Não tem década que eu mais rejeito musicalmente no século passado do que os anos 80. Ainda broxo toda vez que eu vou brincar ou jamzar por força do acaso e o instrumento acaba sendo um desses. É a guitarra-não-guitarra pra mim. Gosto é gosto e tal, mas não entendo como tanta gente pode preferir um troço desses a um modelo clássico.

Alguém aqui sente o mesmo?

EvertonCadan
Veterano
# jun/15
· votar


Acredito que da mesma forma que nem todas as pessoas curtem blues, country, heavy metal, pagode, samba, bossa nova.... ou seja, tudo questão de gosto mesmo.

Minha namorada adora ouvir guitarra, mas odeia distorção pesada, ela gosta dos efeitos: delays, phaser, flanger, rotary.

Resumindo, é tudo questão de gosto mesmo.

abraço

SkyHawk
Membro
# jun/15 · Editado por: SkyHawk
· votar


Tiso
Como vc sempre curti mais os timbres e pegada dos modelos clássicos, sou fãn incondicional das Telecasters. Contudo acabei com uma Ibanez Rg no meu set, no começo só usava para estudar um pouco de metal mas acho que entendi a lógica dessas guitarras. Tinha a mesma opinião sua (não preciso repetir sua perfeita descrição sobre o que elas representam), contudo com o tempo passei a curtir o raio quase reto da escala, a agilidade do braço, cordas .009 (uso .010 e .011 nas clássicas) e os 24 trastes.

Quanto ao timbre um set de bons caps ajudam a desplastificar .... Rssss o som, já os ativos não tem jeito são horríveis mesmo !!!!

Jamais teria uma superstrato com única guitarra, até mesmo porque toco qualquer gênero com Telecaster, metal inclusive, e uma SG ou Explorer são mais hardcore que qualquer superstrato amarelo limão, verde cintilante ou roxa.... Kkkkkkkkk

Hammer
Veterano
# jun/15
· votar


tb acho que é questão de gosto msmo... claro que as vezes os gostos mudam as vezes não...
por ex. eu mesmo... qndo comecei a tocar guitar detestava telecaster.... acha horriveis...as guitarras mais feias que existiam ... mas com o tempo fui ouvindo mais mais e curtindo o timbre delas... hoje ja superei o aspecto feio dessas guitarras e acho elas bem legais...

subgrave
Veterano
# jun/15
· votar


Gosto muito da pegada da minha lespa, mas minha superstrat é tão mais confortável...

6Strings
Membro Novato
# jun/15
· votar


Tiso

Tive uma Ibanez RG 350 por pouco tempo no meu set e senti o mesmo que você, não me adaptei de forma alguma a esse modelo (atualmente só uso les paul e telecaster).

"Não tem década que eu mais rejeito musicalmente no século passado do que os anos 80."

Já nisso discordamos fortemente, têm muita coisa boa aí.

renatocaster
Moderador
# jun/15 · Editado por: renatocaster
· votar


Acho a crítica válida, e respeito o gosto/opinião do amigo. Inclusive, eu concordo em alguns pontos.

Porém, acho que não podemos generalizar, pois há "superstrats e superstrats". Não dá para pegar o exemplo de uma Jackson e colocar tudo no mesmo balaio de gato, como se todas as superstrats fossem exatamente iguais ou tivessem rigorosamente as mesmas características.

Hilcky
Membro Novato
# jun/15
· votar


atualmente só uso les paul e telecaster

Adaptando para mim: Só curto Les Paul (tenho) e Telecaster (possível próxima compra), e cogito uma Flying V como "objeto de decoração" acho bonitas, mas não vejo nada demais no timbre.
Superstratos e stratos acho extremamente sem graça, falta uma certa "robustes", tanto no timbre como no design, lógico que isso vem da minha preferência por LP, mas isso não incomoda no caso das teles.

**quem já assistiu dr.House sabe qual o modelo das duas guitarras e violão que ele tem na parede da sala?**

FELIZ NATAL
Veterano
# jun/15
· votar


Tiso

Uma guitarra muito benquista por muitos, mas que por outro lado carrega por muitos tambem a antipatia e desprezo. Nas devidas proporções vejo as superstrato como o jazz-fusion, amado por uns e odiado por outros.

Particularmente detesto pelos mesmos motivos seus, se que bem que quem faz a guitarra é o guitarrista, vide Vernon Reid que tira um timbraço delas.

rafael_cpu
Veterano
# jun/15
· votar


Pois é... questão de gosto mesmo.
E concordo com o Renato. Não dá para generalizar, sobretudo quanto ao timbre.

Já eu sou fã de superstrato. Tenho duas e teria mais uma (Soloist USA, talvez).
Mas gosto de stratocaster, Les Paul, PRS Custom 24... Até uma ESP Explorer.

T+

krixzy
Veterano
# jun/15
· votar


Acho que foi a soma do preconceito com a falta de costume, uma superstrato tem uma tocabilidade totalmente diferente de uma strato comum ou uma LP, se não ta acostumado com uma superstrato, com certeza vai estranhar bastante. Quanto ao timbre nem comento, o que não falta é cara tirando sonzão ai de SS (não estou falando de amp), é muito questão de gosto, eu mesmo acho telecaster horrível.

Calime
Veterano
# jun/15
· votar


Eu não tenho mto preconceito com guitarra. Salvo exceções (combinações de cor da pintura/madeira da escala/formato headstock e principalmente a qualidade em si), curto "todas".

Drinho
Veterano
# jun/15 · Editado por: Drinho
· votar


É a guitarra-não-guitarra pra mim. Gosto é gosto e tal, mas não entendo como tanta gente pode preferir um troço desses a um modelo clássico.

Alguém aqui sente o mesmo?



eu não tenho muita moral pra falar disso porque eu sou mais cara de pau que um japones.....

o japones pega a fender, coloca um monte de ponta, floyd rose, 24 casas, traste, esburaca até onde dá e cria a guitarra dele.....


eu pego uma fender coloco humbucker, trastes grandes e ainda tenho a cara de pau de sair falando mal de ibanez


as guitarras de maior identidade sonora são as guitarras antigas .....

o som da lespaul, da tele, da strato, da es e por ai vai....


não existe o som da ibanez, isso é patifaria, agora uma coisa é fato, existem milhões de perfis de musicos hoje em dia e a guitarra é definitvamente a parte do set do qual voce interage diretamente o tempo todo.... colocando isso na minha cabeça eu percebi que por mais que as guitarras tradicionais tivessem som maravilhoso, muito mais até do que o meu projeto de guitarra eu jamais conseguiria ser tao bom com elas quanto sou com o meu conceito de guitarra....

entao acho que justifica.....

Lelo Mig
Membro
# jun/15
· votar


Tiso

Depois de alguns anos tocando nas mais variadas guitarras, hoje tenho a seguinte opinião:

Guitarra é tocabilidade, conforto e "simpatia" pessoal (claro, falo em relação a um bom instrumento).

Quando você encontra a guitarra que "veste" como uma luva, este é seu instrumento.

Com a guitarra certa, alguns equipes e muita dedicação, você tira o som e timbre de qualquer marca ou modelo que desejar. Se não 100%, muito próximo.

cafe_com_leite
Veterano
# jun/15
· votar


Diferentes guitarras para diferentes guitarristas. Simples.

GabriaTz
Membro Novato
# jun/15 · Editado por: GabriaTz
· votar


eu acho que ela tem tudo que um guitarrista de metal precisa floyd travas 24 trastes o que seria perfeito par min e pra maioria do genero agora se vc toca outro estilo ja acho que nao.

eu classifico modelos de guitarras assim :

-Les paul : Metal/Rock/Blues : Bases pesadas.
-Stratocaster : Metal/Rock/Blues : Som mais cristalino melhor pegada para solos
-Super strato : Rock/Metal solos tecnicos e rapidos e alavancadas agressivas (estilo VH)
TeleCaster e Semi Acustica : Blues e Rock classico

ja os outros modelos fico devendo pois existem muitos e isso e completamente baseado no meu gosto e opniao existe guitarra pra tudo que e tipo de guitarrista e gosto é so vc achar a sua.

tambem acho que nao podemos generalizar o timbre de uma guitarra pelo formato , acho que o timbre depende muito mais da madeira,escala,ponte,captaçao etc.

boblau
Veterano
# jun/15 · Editado por: boblau
· votar


O conceito de Superstrato é o que?

Nunca entendi isto muito bem. Seria pegar o shape clássico de uma Fender Stratocaster e criar em cima colocando outros componentes? Ou seria uma cópia "melhorada"de uma Fender Stratocaster? Mas existem centenas de modelos de Fender Stratocaster, não?

Uma PRS Custom 24 é uma Superstrato?
Uma Suhr Classic é?
E uma Fender Custom Shop Masterbuilt?

Se formos nesta linha de raciocínio, vamos encontrar Superteles, Superlespas?

Eu acho que "rejeitar" é uma expressão que coloca às coisas fora do contexto do mercado. Eu nunca curti muito guitarras que saíssem do convencional, Stratos principalmente. Aí encontrei uma PRS 513, ou ela me encontrou, e foi amor à primeira vista. É uma Superstrato? Não acho. É uma PRS 513.

A diversidade de modelos, madeiras, captadores, pontes, tarrachas fazem do mercado de guitarra ser um dos mais amplos que já existiu. Tem de tudo para qualquer gosto. A Suhr fala no site dela que só o que ela disponibiliza no site, é capaz de produzir até 30 milhões de modelos diferentes de guitarra, se for usada toda a gama de opções.

Portanto, eu não rejeito Superstratos, até porque não sei direito o que significa, e nos anos 80, do qual participei musicalmente de forma ativa, a entrada de novos modelos e tecnologias foi muito bem recebida, barateou o preço dos instrumentos, melhorou demais a qualidade, veja que a Gibson e a Fender tiveram que se reinventar na década de 80 pois iriam sumir se não o fizessem, engolidas por novas marcas e tecnologias. Veja se alguém hoje valoriza Fender Americana e Gibson dos anos 80. E olhe como eles estão hoje. Isto aconteceu porque o mercado pediu uma melhor qualidade que estas marcas não entregavam.

E isso não aconteceu somente com as guitarras: nos anos 80 a Marshall, teve que se virar para se manter no mercado com a entrada de novas marcas que eram muito melhores do que ela.

Os anos 80 foram responsáveis por várias mudanças no cenários mundial da música, inclusive na guitarra. U2, Malmsteen, Bon Jovi, Van Halen, Queen, AC/DC,Guns N’ Roses, Whitesnake, The Cure, Iron Maiden, Metallica, Slayer, Megadeth, Anthrax, RPM, Ultraje a Rigor, Titãs, Legião Urbana, Roupa Nova, Blitz, Kid Abelha, Ira!, Lulu, Marisa Monte, Michael Jackson, Madonna, Police, xi esta lista vai loooongeee.... Hard Rock, Heavy Metal, Sertanejo, New Wave, MPB, Pop, Funk, Disco... todo mundo se reinventou na década de 80. Podemos até não gostar das bandas e dos músicos, mas que eles mudaram o cenário é inegável....

Na onda desta mudança, chegaram novas guitarras. O Iron seria o mesmo se o Dave Murray não tivesse modificado sua Strato? Flex-Able seria o álbum que é com uma Les Paul? Ou uma Strato com ponte Fender? O Van Halen seria o que é sem aquela Frankenstrato? Steve Morse toca no que? Superstrato? Acho que não.

As técnicas mudaram, os instrumentos mudaram, as músicas mudaram e, na minha opinião, muito em função dos anos 80.

E VIVA "WE ARE THE WORLD" !!!!!!!!

john Norum
Veterano
# jun/15 · Editado por: john Norum
· votar


Tiso

Isso é porque a jackson que você tocou era ruim, tenta tocar em uma ESP ou uma Jackson americana top de linha e me fala sua opinião.

Lelo Mig
Membro
# jun/15 · Editado por: Lelo Mig
· votar


boblau

Concordo em número, gênero e grau.

E se os anos 80 tivesse nos dado apenas um guitarrista, Steve Stevens, já teria valido a pena.



JJJ
Veterano
# jun/15
· votar


Tenho uma impressão semelhante ao colega.

Por quê usei o termo "impressão"? Porque, estranhamente, apesar de tocar há tanto tempo e já ter usado tantas guitarras, nunca me "dediquei" às do gênero em questão. Então é uma aversão a priori, quase sem motivo.

Pode até ser que, como o john Norum colocou, se um dia pegar uma muito boa, eu me apaixone. Mas nem vontade de tentar aparece... Talvez tenha a ver com o lance "anos 80" e "metal farofa", talvez com a não convencionalidade do formato, enfim... vai saber...

boblau
Veterano
# jun/15 · Editado por: boblau
· votar


Lelo Mig

e os dois gênios juntos?



cafe_com_leite
Veterano
# jun/15
· votar


-Les paul : Metal/Rock/Blues : Bases pesadas.
-Stratocaster : Metal/Rock/Blues : Som mais cristalino melhor pegada para solos
-Super strato : Rock/Metal solos tecnicos e rapidos e alavancadas agressivas (estilo VH)
TeleCaster e Semi Acustica : Blues e Rock classico



Como deve ser triste esse mundo reduzido de rock, blues e metal.

daimon blackfire
Membro Novato
# jun/15
· votar


Mas e o jazz onde entra nessa categorização aí? E o country?

Lelo Mig
Membro
# jun/15
· votar


cafe_com_leite

Como deve ser triste esse mundo reduzido de rock, blues e metal

Hehehehe.......

-Les paul : Metal/Rock/Blues : Bases pesadas.



Super strato : Rock/Metal solos tecnicos e rapidos e alavancadas agressivas (estilo VH)



cafe_com_leite
Veterano
# jun/15 · Editado por: cafe_com_leite
· votar


Vou nem falar das 8 cordas.




Se você quer e tem talento, toca jazz (ou qualquer outro gênero que valha) até com um berimbal.

MMI
Veterano
# jun/15
· votar


Da mesma forma que o boblau, acho que o termo "superstrato" pode precisar de uma definição, especialmente quando se generaliza. Mas seguindo o que o pessoal tem ideia do que representa essa guitarra, não muito para mim não. Mas já vi coisa bem interessante entre elas. Então talvez valesse a pena definir o que se discute...

Os anos 80 foram responsáveis por várias mudanças no cenários mundial da música, inclusive na guitarra. U2, Malmsteen, Bon Jovi, Van Halen, Queen, AC/DC,Guns N’ Roses, Whitesnake, The Cure, Iron Maiden, Metallica, Slayer, Megadeth, Anthrax, RPM, Ultraje a Rigor, Titãs, Legião Urbana, Roupa Nova, Blitz, Kid Abelha, Ira!, Lulu, Marisa Monte, Michael Jackson, Madonna, Police, xi esta lista vai loooongeee.... Hard Rock, Heavy Metal, Sertanejo, New Wave, MPB, Pop, Funk, Disco... todo mundo se reinventou na década de 80. Podemos até não gostar das bandas e dos músicos, mas que eles mudaram o cenário é inegável...

Realmente... A década de 80 não foi tão ruim musicalmente não. Podem ver que muitos que viveram essa época não pensam assim.

Por exemplo, o álbum The Wall do Pink Floyd saiu em 79, mas estourou em 1980. O filme, que estourou de vez mundialmente e tornou a coisa toda numa ópera rock histórica é de 82. Portanto este álbum é muito mais da década de 80 que de 70... Deles tem também "A Momentary Lapse of Reason" de 87, por exemplo. E assim vai, muita banda boa com discos legais. Mas acho que associam anos 80 com o glam rock e aí pode ser que não agrade muita gente.

Drinho
Veterano
# jun/15
· votar


Gosto não se discute.

Mas por favor não coloquem termo van halen e o termo ruim na mesma frase pelo menos na minha frente. Porque eu ainda não amadureci neste ponto e o negócio realmente fica pessoal.

Drinho
Veterano
# jun/15
· votar


Lelo Mig
Boa

Tiso
Veterano
# jun/15
· votar


Legal, muitas visões do assunto. O conceito de Superstrato é um pouco opaco, mas me referia especificamente às guitarras tipo Ibanez e Jackson que reúnem em uma peça todos os elementos padrões da tradição de guitarras sólidas destas marcas: corpo sem escudo, sem tampo curvo também, braço fininho, inlay tubaronístico, ponte floyd rose, headstock em formato de lança, etc. Avaliei mais pela pegada do que pelo timbre. Tipo, não considero a Tagima do Edu Ardanuy uma Superstrato. Pensei em citar as PRS, mas não imaginei que elas seriam citadas aqui. Eu já as vejo como um tipo de guitarra clássica. Elas tem o formato "futurista" das Stratos, algumas tem ponte tremolo tradicional como as Stratos também, mas com outros aspectos da construção remetendo às Les Pauls (captação, tampo curvo e figurado, madeiras escolhidas, braço colado e headstock angulado). Tenho namorado bastante elas - e a vibe de tocá-las me parece ser totalmente diferente das Superstratos.

rafael_cpu
Veterano
# jun/15
· votar


Drinho
Gosto não se discute.
Mas por favor não coloquem termo van halen e o termo ruim na mesma frase pelo menos na minha frente. Porque eu ainda não amadureci neste ponto e o negócio realmente fica pessoal.


Uashuashuashaus
Uashuashuashaus
T+

Enviar sua resposta para este assunto
        Tablatura   
Responder tópico na versão original
 

Tópicos relacionados a Rejeitar as Superstratos