erico.ascencao
Veterano |
# jul/14
Muito se pergunta aqui no fórum sobre qualidade da captação de violão. Gostaria então de contribuir com um review comparativo entre três sistemas de captação para que vocês tenham uma boa noção das vantagens e desvantagens. Os três sistemas de captação, compostos por captador(es) e pré-amp, são de violões com os quais venho tocando há pelo menos uns 3 meses num conjunto de caixa ativa (Staner SR-315A) e mesa de som (Behringer Xenyx 1002FX) que monto aqui em casa.
L.R. Baggs LR-T DX
Este sistema vem de série no Crafter SM Rose e acredito que em toda a série Art Grpahic Inlay. É um sistema tradicional de captador piezoelétrico e pré-amp, tendo estes os controles de volume e equalização que são comuns na grande maioria dos pré-amps de diversos violões. Ele também conta com um afinador em display LCD que é muito preciso.
A sonoridade é um pouco acima da média dos sistema piezoelétricos, ou seja, tem uma leve atenuação nos médios, evitando um pouco aquele "som de pato" que é muito comum neste tipo de captador. Com a ajuda da equalização do pré-amp dá pra conseguir timbres convincentes, do mesmo nível que se ouve em apresentações de violão ao vivo. O violão com esta captação é o que eu tenho levado para os ensaios com banda e lá os timbres que consigo são bem satisfatórios.
Epiphone eSonic 2
Este sistema vem de série no violão Epiphone EJ-200CE, o jumbo clássico da Epiphone. O sistema conta com um captador piezoelétrico no rastilho e um captador magnético no final da escala (na "posição braço" como dizem os guitarristas). O pré-amp conta com controles simples de volume e tonalidade, afinador e um controle de blend, que dosa a proporção de sinal entre os captadores piezoelétrico e magnético.
Notei que a captação piezoelétrica dele soa mais encorpada que a do Crafter, e digo sem medo de errar na comparação de violões com corpos bem diferentes, pois acusticamente o Crafter chega a soar tão encorpado quanto o Epiphone. Já a captação magnética soa bem mais natural e tende a dar uma pontinha a mais de agudos. Eu sempre prefiro usar o blend praticamente em 100% magnético. A única desvantagem é que o sistema é alimentado com duas baterias de 1,5 V (aquelas tipo "bolacha"), que não são muito fáceis de se encontrar por aí e que dão um nível de sinal de saída baixo.
Fishman Presys Blend
Existem vários modelos de captação Fishman no mercado, tanto os OEM que vêm instalados de série nos mais variados violões quanto os OEM vendidos separadamente e os tops de linha que custam os olhos da cara (Matrix, SOB, etc.) Há um tempo atrás muitos, inclusive eu, encaravam a marca Fishman como sinônimo de qualidade absoluta em captação de instrumentos acústicos, porém deve-se ter cuidado pois ultimamente muitos violões de entrada estão vindo com captações piezoelétricas simples e acabam sendo supervalorizados.
Ainda nessa onda de "Fishman é foda" fui lá e peguei um destes OEM, o Fishman Presys Blend, para substituir o B-Band da minha Giannini Craviola. Há uns anos atrás, alguns violões na faixa entre R$1000 e R$1500 vinham com este sistema de fábrica. Este sistema possui dois captadores, um piezoelétrico no rastilho e um microfone interno, além dos controles de volume, grave, agudo, afinador e de blend.
A grande sacada do sistema é o microfone interno. Eu não acreditava que o bichinho fosse ser tão convincente. O timbre do microfone é extremamente natural, equilibrado, com todas as frequências no lugar. Só gosto de deixar uns 20% do piezoelétrico pra dar um pouco mais de ataque, mas em situações onde só tem violão na mix o microfone em 100% fica muito legal. O grande inconveniente é a microfonia que tende a aparecer mais fácil devido ao microfone. Como eu não tenho anti-feedback para a Craviola, não cheguei a testar este tipo de captação com a borracha na frente pra saber se o som fica "morto" ou não.
Em suma, meu veredicto é: Fishman Presys Blend >> Epiphone eSonic 2 > L.R. Baggs LR-T DX.
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