Existe preconceito das escolas contra "músicos de ouvido"?

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Rick Santos
Veterano
# ago/11
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fernando tecladista


sei que o Cesar Camargo Mariano, o Ivan Lins, yanni são caras que tem uma grande visão músical e não sabem partitura,

Caraca! Tem certeza disso????????

fernando tecladista
Veterano
# ago/11
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jrguedes

com isso nao estou dizendo q ler musica nao eh importante

ótimo, agora temos um ponto de equilibrio, porque de inicio chegou chutando o balde de quem lê partitura

só de exemplo:
tempos atras eu acompanhava um coral, e um dos fatos que precisava era ler partitura, eu era o único músico que tinha algum instrumento o resto era os cantores, muita coisa que o coral ensaiava eu tinha um ensaio na semana da apresentação, algumas vezes eu conhecia a programação no dia da apresentação
então não dava pra essa de ficar "que tom que é?" na hora, eu tinha que tocar certo sem dar uma virgula errada pra não derrubar o coral
quando minha agenda já tinha data, tinha outro tecladista no lugar que pegava minha pasta saia lendo e estava resolvido
muitas músicas eram bem "coisas de coral" arranjos próprios, versões, tem coisa que não dá pra entrar no youtube digitar a música ouvir e tocar de ouvido porque vai ser diferente do que eles fazem

então neste exemplo, não tinha como alguém que não lêr partitura fluente tocar em um trampo desse

eu também toco em uma banda onde 1/3 do repertório é blues, não faz diferença saber ou não desde que eu toque certo
(mas em casa eu tenho muito material em partitura que me ajuda)


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em outra exemplo eu sou um cara que adoro ouvir o trabalho do rick wakeman como outros nessa linha
como boa parte dos tecladistas da época dele, muitos tem formação erudita e na adolescência descabaram para o rock
não dá pra tocar o que aquele cara toca, você não faz um solo desse: sem anos de "aula de datilografia"

http://www.youtube.com/watch?v=jDsvZGM1vD8

você não chega nesse ponto de tecnica e ter um execução "limpa"sem ter estudado hanon, czerny, escalas, pozoli, bona. beringer, invenções de bach, cravo bem temperado... e uma professora chata do lado (no bom sentido) esses livros tem 200, 300 anos não é por acaso

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so estou defendendo q isso nao eh pre-requisito para ser musico.
até pode não ser, como comentei, tem casos e casos
como agora também não é preciso faculdade de jornalismo pra ser jornalista, devido a "liberdade de expressão"
mas um curso de jornalismo é o que pode fazer a diferença na hora de concorrer a um trampo em uma empresa grande

o que abunda não atrapalha

fernando tecladista
Veterano
# ago/11
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Rick Santos
Caraca! Tem certeza disso????????

do cesar camargo e do ivan lins, eu já vi entrevistas deles na tv falando sobre isso

ivan lins é até um fato interessante, porque ele tirava as músicas de ouvido quando criança, porem o piano da casa dele estava meio tom abaixo, então ele começou tocando "nas teclas pretas" tudo que ele ouvia de LP e radio, então muito tom/acorde orginal FDP das músicas dele se deve a isso, sobre cantar ele fez um ou dois meses de aula e parou onde serviu pra ele aprender a tessitura dele e depois disso ele baixou dois tons em tudo que já cantava


do yanni, já li, só não recordo a fonte, mas era também alguma entrevista
agora no google achei esse link

Jean SCH
Veterano
# ago/11
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ta de brincadeira!!! E o Jimi Hendrix e eric clapton não são musicos???
Eles não improvisavam em tecnica de contraponto!!!

tmurback
Veterano
# ago/11 · Editado por: tmurback
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Eu reitero minha posição.

Músico é o artista que comunica sua arte (música) de forma a despertar emoção em seu interlocutor (ouvinte).

Em outras palavras, músico é o cara que faz música. E ele será músico bom se a música for boa, e músico ruim se a música for ruim, conceitos que também são altamente subjetivos.

Agora, quanto mais ferramentas o músico tiver, como a leitura e a percepção, mais gabaritado ele será, mais apto estará a participar dos mais variados contextos musiciais.

O que não dá é pra falar que o cara não é músico porque não lê ou porque não toca de ouvido, ele simplesmente é um músico limitado em algum desses aspectos. Deve-se avaliar qual o impacto de não saber ler ou de não saber tocar de ouvido no contexto musical em que o cara atua. Se o cara só toca piano numa orquestra, ele não precisa saber tocar de ouvido (ou seja, o impacto de não saber tocar de ouvido é zero). Se ele só toca sertanejo, nem precisa ser músico... huahuahuahua... brincadeira!

Agora, que é bem mais gostoso tocar de ouvido, isso é!!! hehehe...

tmurback
Veterano
# ago/11
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Agora, minha opinião é que todo músico tem que saber ler, porque isso facilita a vida pra caramba. Com a partitura, não tem aquele negócio "Ah... esqueci", "Como que era aquela parte?"... Putz, isso economiza um tempo do caramba, além do que permite fazer arranjos mais sofisticados e bonitos, porque, se a galera não lê, dá até aquela preguiça de ficar ensinando nota por nota, tempo por tempo, tem hora que fica inviável. Aí cê acaba desistindo e caindo no bom e velho xakumpum.

Às vezes, não precisar ser aquela leitura animal, duas claves de primeira vista, uma boa noção de leitura já ajuda a se virar, a evitar os erros e a economizar tempo.

tmurback
Veterano
# ago/11 · Editado por: tmurback
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Ah... e dizer que músico de blues e jazz não precisa saber ler é uma das maiores falácias que existe... É desculpa de preguiçoso... Tem que saber ler sim...

O César Camargo diz que não sabe ler porque ele não quer humilhar a gente ainda mais. Produz, arranja, harmoniza, improvisa, é pianista, é tecladista, tudo em termos assim de um dos melhores do mundo e da história da humanidade... Daí a gente diz: Pô e ainda sabe ler partitura? Aí não, esse cara tá de sacanagem... Pelo nível de exigência do cara, talvez ele não saiba ler se comparado a um pianista erudito, mas, bota um Real Book na frente do cara pra ver o que acontece...

Ah, e ainda que não soubesse ler uma semibreve, o cara já é o CÉSAR CAMARGO MARIANO. Ele não precisa mais saber. E, quando ele começou, já era um fenômeno, um prodígio, pois já tocava jazz no tempo da vitrola, que não existia professor pra ensinar o que é Cm, que o piano não era no tom da vitrola. Agora, quem tá começando ou tem alguma pretensão, tem que saber ler SIM!

Tiago Correia
Veterano
# ago/11
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Sei que ficou chateado com a situação. Mas não deixe de superar suas limitações. Já que tem 22 anos de experiência prática adicione + 22 anos de experiência prática e teoria.

Complete-se como músico.

Mr. Phil
Veterano
# ago/11
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o que abunda não atrapalha
depende... se "a bunda" não for demasiadamente grande... rsrsrs... ;S

Piadinhas a parte, existem ambientes onde eu jamais "entraria" se não soubesse ler partituras.

Existem tb ambientes onde eu jamais entraria se não soubesse tocar de ouvido.

Abç, ;P

Shadad
Veterano
# ago/11
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tmurback

"Ah... e dizer que músico de blues e jazz não precisa saber ler é uma das maiores falácias que existe... É desculpa de preguiçoso... Tem que saber ler sim..."

Claro! Agora só falta você dizer que quando o Ray Charles começou a tocar já existiam partituras em Braille!




E o Steeve Wonder? Você alguma vez já o viu com uma das mãos na partitura em Braille e a outra no piano?






E pra frechar, Ray Charles e Stevie Wonder juntos:



E o Djavan? Ele só aprendeu a ler música na década de 90. O que podemos dizer das suas músicas e das suas harmonias antes disso?

...

De qualquer maneira ninguém nesse tópico disse que que músico de blues e jazz ou de qualquer outro estilo não precisa saber ler.

Falei duas coisas aqui que podem ser confundidas com algo do tipo:

"Ok! O cara que tem essas qualidades e passa na prova é considerado músico. Agora tire a partitura da frente dele coloque um tema de jazz pra tocar e mande ele tirar a hamonia de ouvido! Cadê o músico "pika das galáxias""

"Ou você acha que um músico de jazz ou salsa aprende a ser fluente nesses estilos em apenas uma semana? Você acha que para improvisar basta decorar uma escala? "

Disse isso porque há estilos onde a leitura não é tão importante, o mais importante é o feeling e o swing.

Em algumas partituras é comum virem escritas as instruções jazz/blues swing ou jazz/blues feelig. Como djabus é possível executar esses "tais" feelings ou swings sem ter escutado os estilos??

Vejo pianistas de salsa tocando montunos complexísssimos sem partitura alguma.


fernando tecladista

"músico de jazz é algo que parece que não precisa partitura, mas o cara pra estudar entender todos aqueles acordes com tensões, suas aberturas, distribuições, cadencias harmonicas, escalas alternativas... dúvido que não aprendeu a ler, pelo menos em casa"

Esse cara não faz idéia do que seja isso:


Aqui em Natal há outros "ninjas" assim!

Se puder, procure por outros vídeos dele!


Enfim, todo esse blá blá blá, todo esse mimimi que escrevi foi para deixar clara a minha opinião (não que ela importe):

Existe preconceito das escolas contra "músicos de ouvido"?

Sim!

Aquele que não lê partitura pode ser considerado músico?

Sim!

Ler partitura é importante para o músico, seja ele de qualquer área?

Sim!

Ler partirura é essencial?

Na música popular, não!

tmurback
Veterano
# ago/11
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Shadad

Cara, Stevie Wonder, Ray Charles, Djavan, nasce um a cada década. Além disso, eles se destacam principalmente como compositores e cantores, deixando o instrumento em segundo plano, embora sejam excelentes instrumentistas, principalmente o Stevie Wonder. Deve-se considerar também que eles não têm que se adaptar ao esquema; pelo contrário, o esquema se adapta a eles, tudo gira ao redor deles. Num contexto desses, a necessidade de leitura é nula.

Da mesma forma que falei do César Camargo Mariano, eles já SÃO os caras, agora não precisam aprender mais nada.

No entanto, garanto que os músicos deles todos sabem ler. E que o músico teria que ser um verdadeiro fenômeno pra eles contratarem sem o cara saber ler. Se der empate, ficam com quem sabe ler. Esse é o mundo dos normais, dos caras que às vezes perdem um trampo, uma oportunidade, por não possuírem uma determinada competência. Não acontece com o Stevie, Ray, Djavan, mas acontece com a maioria.

Assim, uma coisa é mundo da fama, das celebridades ou mesmo daqueles que já conquistaram seu espaço. Outra coisa, são os músicos que ainda estão procurando seu espaço, o cara tem que saber ler, não adianta fugir disso. Como já falei, no jazz e no blues, muitas vezes não precisa ser aquela leitura ultra mega duas claves de primeira vista... Pô, mas uma noção, se virar, o cara tem que saber...

Uma vez fui acompanhar uma big band. Minha leitura é fraca-intermediária... Tipo, pego um tema do Real Book e sei me virar... Mas, pô, quase passei vergonha... O maestro contou 1,2,3,4 os caras já saíram fazendo todas as convenções, tudo, tudo, de prima... na 2ª 3ª vez peguei a música, fui convidado outras vezes, mas, se fosse num contexto mais exigente, os caras já teriam me descartado...

Gus79
Veterano
# ago/11
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Cara, tem lugares e lugares.

Para tocar com partitura, precisa saber ler partitura, obvio.

Mas o musico que nao le nao vai entrar nesse nicho, simples assim.

Mas pra musica popular, rock, samba, pagode, mpb, ler partitura nao e' essencial, a nao ser que se queira se tornar musico contratado profissional.

Mas esse nao e' o objetivo nem o desejo da maioria dos musicos.

Gus79
Veterano
# ago/11
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Olha meu caso.

Fiz aula de piano por 3 anos no inicio da adolescencia.

Lia ate razoavelmente.

Mas fiquei alguns anos sem estudar musica, so tocando piano popular de ouvido.

Depois tive banda de rock com sintetizador.

Compus algumas musicas e gravei uma ou outra.

Ainda toco com os amigos as vezes.

Mas ja nao leio partitura mais. 20 anos sem estudar partitura e' muito tempo.

E ainda assim sou um musico. Musico amador, pois nao ganho dinheiro. Faco e toco a musica que quero, como quero, quando quero, so pela paixao.

E acho que eu nao ia curtir muito a vida de instrumentista contratado - nao ia curtir nem a inseguranca financeira, nem ter que tocar o que os outros querem, do jeito que querem.

Eu gostaria de dominar tantas coisas que eu nao sei mais, ou nunca soube? Sim! Eu estou disposto a abrir mao do meu tempo de trabalho, de sono, de curtir a familia, e de tocar por diversao, para voltar a fazer exercicios longos e monotonos? Nao.

Entao, no meu caso, o custo/beneficio de me dedicar ao estudo para saber coisas que nao sei (e que obviamente adoraria saber), mas que exigiriam um tempo que nao tenho , e que nao me dariam retorno financeiro, nao compensa.

Como eu ha muitos musicos na mesma situacao.

Shadad
Veterano
# ago/11 · Editado por: Shadad
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tmurback

Como já falei, no jazz e no blues, muitas vezes não precisa ser aquela leitura ultra mega duas claves de primeira vista... Pô, mas uma noção, se virar, o cara tem que saber...

Ok, o cara tem que ter uma noção e saber se virar, mas isso significa necessariamente saber ler música?

Acho que os exemplos que citei provam que não!

Sei que citei fenômenos e que são "estrelas", mas eles são excelentes músicos e fazem da patitura um fator terciário. E a questão é essa! É possível que a leitura seja irrelevante, embora que para isso, na maioria da vezes, o músico tenha que ser muito phoda! Isso já ficou claro!

Acho que a questão aqui deveria estar girando em torno da necessidade de ler, e não da "phodasticidade" do músico.

...

Pelo que eu entendi, você acha que, de acordo com os padrões de hoje, é muito improvável que um músico "novo" que não lê partitura consiga destaque no mercado e se torne um fenômeno por causa dessa sua limitação. É isso mesmo?

...

De qualquer forma, pra mim o músico que quer ser destaque e não quer se dar o trabalho de aprender a ler partitura tem que arrumar um jeito de estar no mesmo nível dos músicos que citei.

Acho que nisso pensamos de uma maneira parecida.
:)

Die Kunst der Fuge
Veterano
# ago/11
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Neste tópico tem um monte de posts que começam com boas argumentações mas no final o cara ou fala mal de quem lê partitura ou fala mal de quem toca de ouvido e não sabe ler, aí estraga o post inteiro.

Rabbit
Veterano
# ago/11
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mas sim com respeito com quem ralou 8 ou 10 anos numa escola de música ou num conservatório e horas de estudo pra se formar e vem qualquer um tocando um instrumento e se intitulando de músico.

Acho que aqui é onde esta a chave dessa discussão.

O senso de superioridade, de entitulamento. "Passei 6 anos numa escola estudando e recebi um diploma, sendo assim todos os que não fizeram como eu são inferiores a mim."

É como o cara que compra o carro mais novo da vizinhança, ao invés dele desejar que todos tenham um carro novo que nem ele, ele deseja que ninguém compre um carro novo. Terra de cego quem tem um olho só é rei.

Infelizmente esse comportamento ainda está encravado no pensamento do brasileiro. Ao invés de lutar pra que ele mesmo cresça ele torce pra que outros fiquem para trás.

Aqui nos EUA se você disser que pra ser músico tem que ter carteirinha você vai ouvir uma risada tão alta que vai ter que colocar sua cabeça no vaso sanitário de tão ridicularizado que você vai ser.

Música é arte. Músico é quem faz música. A pessoa não estuda pra ser músico e sim pra ser um MELHOR músico.

fernando tecladista
Veterano
# ago/11 · Editado por: fernando tecladista
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Shadad
Claro! Agora só falta você dizer que quando o Ray Charles começou a tocar já existiam partituras em Braille!

braille foi inventado em 1827
existe partitura em braille e são usadas também desde o sec 19, se esses famosos usaram, já é outra história
http://pt.wikipedia.org/wiki/Musicografia_braile

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Rabbit
Acho que aqui é onde esta a chave dessa discussão.

O senso de superioridade, de entitulamento. "Passei 6 anos numa escola estudando e recebi um diploma, sendo assim todos os que não fizeram como eu são inferiores a mim."


na verdade pode até ser o contrario, depende de quem lê

é você passar todo esse tempo estudando e alguém chegar falando que isso não vale nada que incomoda
como que se quem estudasse fosse inferior por não ter nascido com um ouvido de vida própria com Q.I. acima de 200

eu chego no instrumento, nem sei porque essas notas saem, nem sei que estou fazendo, nunca estudei tecnica e executo rachmaninov com tanta perfeição quanto o outro pobre mortal que tem 20 anos conservatorio e faculdade de música, eu sou o cara

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só acho que tópicos assim são ótimos, para frases de cartão de aniversário
até imagino, na capa dois filhotes de dalmata ao lado de um piano e a frase "música é..."
dentro:
a liberdade de se expressar
o sentimento sem barreiras
a forma de comover as pessoas
um voo livre sem regras


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os exemplos citados são os extremos, cita-se nomes que de gente que nasceu com "não sei o que" nasceu "com a bunda pra lua" ray charles, artur moreira lima, não dá pra comentar com exemplos como Glenn Gould ou hermeto pascoal que vivem entre o extremo da genialidade ou da loucura

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a questão

o "zé da couve" que toca em casamento pra ter uma grana, toca pra bêbado em bar, se mata pra voltar pra casa com "cenzinho" que tem um q.i. normal como todo mundo e não entrou na fila dos fodões lá no céu antes de nascer
esse cara tocará igual Steeve Wonder somente de ouvido: NÃO
esse cara tocará igual o arthur moreira lima somente por partitura, também NÃO

então qual o caminho desse ser normal tem que seguir?
a pior é desdenhar caminhos que nem ele sabe como funciona

Mr Madruga
Veterano
# ago/11
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Cadê o ikeas?

Shadad
Veterano
# ago/11 · Editado por: Shadad
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fernando tecladista
tmurback

braille foi inventado em 1827
existe partitura em braille e são usadas também desde o sec 19...


Assim sendo, por favor, desculpem a minha gafe.

expedifer
Veterano
# ago/11
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F.L.E
Pra começar músico é profissão, tem que ter a carteira da Ordem dos Músicos do Brasil - OMB

Essa foi a pior que já ouvi. Nem é capaz de se informar pra saber:

http://forum.cifraclub.com.br/forum/9/266236/

korgman
Veterano
# ago/11 · Editado por: korgman
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Olá ikeas,

Entendo a sua situação meu amigo.. pode apostar que entendo mesmo rsrs

Na verdade o musico que consegue lutar e conseguir dominar estes dois universos se torna imbatível, veja o Jordan por exemplo..

O problema é que musicos que dominam apenas o ouvido, acabam decorando os scores instantaneamente e os professores odeiam isso, pois faz com que a notação seja deixada de lado instantaneamente após o ouvido ter assumido o comando da situação..

Tem que ser um professor bom e energico para conseguir dar aula para pessoas assim.. senão o prof vai para o hospíio rapidinho..

Sei bem disso... pois sei o quanto minha primeira professora de piano sofreu comigo amigo.. rsrsr

Vou te dar um exemplo hilariante sobre isso..

Quando tinha 6 anos entrei na sala para mais uma aula de piano, sentei ao piano.. minha professora ao lado, tinha 10 livros de piano a cumprir nesta aula, mas não sabia que minha mãe sem querer havia invertido a ordem de um dos livros dentro de minha pasta, quando a arrumou antes de eu sair de casa.

E o que aconteceu virou piada no conservatório.

Quando cheguei na sequencia que minha mae inverteu o desaventurado livro se não me engano foi o Pozzoli pelo Cesi, eu abri o Pozzoli e comecei a tocar o primeiro exercício do CESI distraidíssimo da vida rsrs.. Minha professora quase deu a luz quando eu fiz isso..

Ela segurou as minhas duas mãos, interrompendo minha execução olhou para mim e disse;

-O o que você está tocando meu filho!!!

Eu disse o exercicio no 1 do Cesi professora!!

E ela replicou.. e que livro é esse que está na tua frente..

Então olhei para o livro e lá estava P O Z Z O L I

em resumo.. A CASINHA CAIU.. LA CASILHA CAJO RSRSRS

Logo Ouvido é um problema e poucos mestres suportam ministrar para malucos como eu e você..

Eu consegui.. mas foi muito complicado..hoje tiro proveito destes dois universos em minhas atividades musicais. Apenas saliento que a notação nos habilita a uma evolução muito mais rápida e precisa. Mas sem u ouvido não existe a criação

Logo um tem que estar atrelado ao outro...

Espero ter colaborado um pouco com sua dúvida atroz brother

Valeu,

Áureo Galli - http://pianissimas.blogspot.com/2009/04/meu-bom-e-velho-piano-jasynski .html

jrguedes
Veterano
# ago/11
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korgman
kkk gostei d sua experiencia.....rs
bastante engraçada ;p

Eu consegui.. mas foi muito complicado..hoje tiro proveito destes dois universos em minhas atividades musicais. Apenas saliento que a notação nos habilita a uma evolução muito mais rápida e precisa. Mas sem u ouvido não existe a criação

acho q o caminho eh por aih....

concordo no q disse.

LucMcLeite
Veterano
# ago/11
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Músico... Instrumentista...

Pra mim, quem tem capacidade de tocar uma música que agrade aos ouvidos do público, é um instrumentista.

Eu tenho os dois lados da moeda... Fiz aula de bateria, aprendi noção geral de música e partitura, mas sou auto-didato em teclado e violão.

aproveitei meus conhecimentos com as aulas e bateria e usei isso para aprender outros instrumentos.

confesso que não sou muito bom no ouvido, mas consigo ler uma partitura, agora, o que eu gosto mesmo é de improvisar!!! Eu não sou muito de seguir escalas, regras... Sei seguí-las, mas prefiro meus próprios arranjos para as músicas!!! Eu "converto" a música para o meu jeito de tocar, prefiro assim! É lógico que quando é necessário, sigo a música do jeito que ela realmente é.

Por fim, queria dizer pro amigo Ikeas, nunca pare de aprender, se você foi autodidato no piano de ouvido, seja autoditado de partitura, de escala... Pesquise que você vai encontrar!

tmurback
Veterano
# ago/11 · Editado por: tmurback
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Shadad

A frase minha que gerou essa polêmica foi...

Ah... e dizer que músico de blues e jazz não precisa saber ler é uma das maiores falácias que existe... É desculpa de preguiçoso... Tem que saber ler sim...

Veja, eu não disse que músico de blues ou jazz que não sabe ler não é músico... Eu disse que é preguiçoso... Como o Áureo falou, a leitura facilita a vida do músico, seja pra tocar, seja para aprender. Ou seja, é melhor o sujeito deixar de ser preguiçoso e aprender a ler, o que, diga-se, nem é esse bicho de sete cabeças, é algo relativamente tranquilo.

Quando eu disse que o músico tem que pelo menos saber se virar, é pelo menos, ao pegar uma partitura, saber o que tem ali, qual o compasso, o tom, as idas e vindas da música, entender a condução... Ou seja, pode ser que não saiba tocar tudo de prima, mas consegue se virar...

Vou dar um exemplo. Um dia, uma banda de pop/rock foi tocar na minha cidade... O tecladista não poderia ir... Na quinta me ligaram, pra tocar sem ensaio no sábado e me mandaram os MP3... O que eu fiz? Fiz um resumão das músicas na partitura (eram 10 músicas), e fiz o trampo, modéstia à parte, sem errar nada. Também não era nada difícil, era um trampo tranquilo, as música eram simples, mas, se eu confiasse só no ouvido, podia ter feito caca...

Agora, é lógico, depende do meio que cada um vive, se o sujeito só toca com a banda dele, os caras não lêem ou são seus amigos, é lógico que existe uma tolerância; ou, se você é o artista "dono do esquema", também existe essa tolerância; agora, quando mais profissional vai ficando o esquema, mais as exigências aumentam, no meio musical, mesmo no mundo da música popular, respeita-se MUITO quem sabe ler partitura (muitos tiozinho das antiga acham que só é músico quem sabe ler), além de improvisar, isso é fato, porque o cara sabe que pode por a partitura ali na frente do músico e ficar tranquilo (o que não foi o meu caso, pois eu quem escrevi pra mim mesmo)

Mas, é isso aí... Legal essa conversa, pois são pontos de vista sobre uma mesma questão, acho que enriquece o forum.

Abraço.

fernando tecladista
Veterano
# ago/11
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ninguém citou Beethoven que tocava até mesmo sem ouvido

:)

Shadad
Veterano
# ago/11
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fernando tecladista

Boa!

Shadad
Veterano
# ago/11
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tmurback

Se não ouvesse divergencias de opinião o fórum não teria graça alguma!


Vou dar um exemplo. Um dia, uma banda de pop/rock foi tocar na minha cidade... O tecladista não poderia ir... Na quinta me ligaram, pra tocar sem ensaio no sábado e me mandaram os MP3... O que eu fiz? Fiz um resumão das músicas na partitura

Eu leio partitura. Não sei da complexidade exata desse trampo que vc pegou mas, acho que já peguei trampos de última hora até mais complexos do que esse e, analisando por alto, seria muito improvável que eu escrevesse algo nesse seu caso. Para mim, no meio musical onde vivo e trabalho é mais fácil, rápido e conveniente escutar, aprender e fazer tudo de ouvido. Se eu deixar de fazer algo, com certeza haverá alguém que irá perceber e me cobrar.

Entendi o que vc quis dizer com a expressão "se virar", mas não concordo por que sei que existem músicos (trabalho com alguns) que não leem e que fazem o trabalho (somente escutando) mais rápida e eficientemente do que alguns músicos que leem e precisam escrever para ler posteriormente ou músicos que não tem a leitura tão boa e acabam atrazando o resto do grupo por isso. Claro, se não houver nenhuma gravação, nenhum áudio da música registrado o cara que só toca de ouvido tá fudido num trampo emergencial.

É verdade que o músico que toca de ouvido pode esquecer do que irá fazer, mas quem toca lendo também pode errar, esquecer as partituras em algum lugar ou te-las levadas por ventanias. Todos estão suscetíveis a deslizes.

Pô, entendo quando vc diz que quem não le partitura é preguiçoso. Entendo pouque já vi muita gente que aprendeu a ler fluentemente em menos de 6 meses. Mas acho que no meio musical há muitas outras coisas para o músico aprender que, dependendo do meio, podem ser mais importantes do que a leitura: percepção, convívio em grupo, técnicas de execução, timbragem, harmonia, história, apreciação...

Sei lá... acho que a coisa não deveria ser dividida somente em ouvido e leitura. Música é bem mais do que isso! Talvez por isso que eu esteja insistindo na idéia de que a leitura não seja tão importante.

...

Mas o que podemos falar das pessoas que não desenvolvem o ouvido por preferirem estar "ligadas" apenas as escritas musicais ou por somente necessitarem disso? Podemos chamá-las de preguiçosas também?

Acho que sim! Mas não vejo isso acontecendo!

tmurback
Veterano
# ago/11
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Shadad

Acho que, no fundo, estamos falando a mesma coisa sob enfoques diferentes.

Quanto à sua questão, muito boa, ...

Mas o que podemos falar das pessoas que não desenvolvem o ouvido por preferirem estar "ligadas" apenas as escritas musicais ou por somente necessitarem disso? Podemos chamá-las de preguiçosas também?

Eu acho assim: ouvido, envolve muito a questão do talento natural da pessoa, pode ser desenvolvido, mas depende do dom do cidadão. Tem cara que fazer fazer dois séculos de aula de percepção, mas não vai sair do lugar. Principalmente pra aqueles que sempre dependeram da partitura como único meio de tocar, nunca tentaram tirar nem um solinho de pagode, o cara se sente travado, eu não sei o que acontece. Parece que a pessoa se sente amarrada, não consegue avançar. Mas, às vezes é um bloqueio do outro extremo mesmo, ou seja, a pessoa insiste que não consegue, não tenta, não procurar desenvolver... Prefere deitar no berço esplêndido da partitura.

Richard Guitar
Veterano
# ago/11
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ela disse que eu "não era músico" pois nunca havia feito aula e não sabia ler partitura.

Ela pode ser até uma boa musicista, mas com essa afirmação ela demonstrou ser uma péssima professora.


Pra começar músico é profissão

Pra mim o músico é um artista.


mas sim com respeito com quem ralou 8 ou 10 anos numa escola de música ou num conservatório e horas de estudo pra se formar e vem qualquer um tocando um instrumento e se intitulando de músico.

Eu acho que a raiva não seria a própria pessoa dizer isso, mas sim outras pessoas gostarem mais da música do autodidata do que a do formado.


eu fazia bases de pizzicato com 6 notas, sendo que orquestra tem 2 violinos 1 viola 1 cello e 1 baixo
também fazia base de pizzicato com cama de cordas com arco no fundo, precisava de 2 sinfônicas pra tocar isso

então dependendo do que você apresentou para essa professora, pode até ser bonito, mas não existe como uma orquestra de verdade tocar, somente o computador... computador não é músico, logo por essa analogia ela deu a resposta dela


Eu acho que você limitou o universo da música nessa afirmação. ?? Um orquestra de verdade ??
Se a música for realmente sublime nessas configurações, então que duas sinfônicas toquem ela.
Se algo que sair do computador emocionar as pessoas, então o objetivo foi alcançado.


O que eu acho que leva a discussão é o fato do músico ser completo ou não (apesar da subjetividade do termo "completo"). A partitura faz parte do universo da música. Se o músico não domina esse assunto, então ele se torna incompleto, (ninguém gosta de ser considerado incompleto, não é?) porém isso não tira a sua capacidade de emocionar as outras pessoas com a sua música. E as vezes esses músicos conseguem agradar muito mais pessoas do que um músico formado.

Tanto a percepção quanto a partitura são importantes. Porém a necessidade de se dominar cada um é pessoal.

korgman
Veterano
# ago/11
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É verdadetmurback,

Ha alguns meses passei a integrar uma banda com uma cantora, musicas pop para voz feminina, e não tive duvidas, cifrei o basico e escrevi as convenções de todas as 35 musicas. Pois mesmo de ouvido fica dificiu decorar todas as partes importantes que o teclado faz em muitas delas..

Não deu outra, no ao vivo estes scores me ajudaram bastante a ficar mais seguro, agora nem preciso mais das partes, porque obviamente já decorei tudo com o transcorrer dos shows..

Mas que as partes me ajudaram nos primeiros shows para não pagar mico, a isto ajudou muito..

valeu balera

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