Gênero, um limitador necessário?

Autor Mensagem
Bog
Veterano
# set/08 · Editado por: Bog
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Dogs2
cada estilo tem suas "regrinhas", umas criadas pelo senso-comum e outras percebidas pelos camaradas acadêmicos (existem progressões de samba, células rítmicas de samba que caracterizam o estilo), o que não significa que PRECISA ser seguido, mas digamos que quanto mais aprofundado seu conhecimento é, mais domínio vc tem e por isso melhor consegue fazer qualquer coisa com lucidez, inclusive fugir do padrão

Sim, mas isso faz sentido quando o cara QUER se enquadrar naquele estilo. Se ele QUER fazer um samba, mesmo que seja um samba subvertido, ele precisa mesmo entender das "regras" do samba. Mas e se o cara não quer fazer "um samba" e sim "uma música"? Entende a diferença? Quando eu faço uma musiquinha, não penso "ah, essa vai ser um samba, mas com essa coisinha diferente aqui". Eu simplesmente penso em como quero que a música soe.

É lógico que no final, muitas das "regrinhas" vão aparecer. Vale lembrar que em música, a teoria SUCEDE a prática - um dó maior é daquele jeito por causa do seu som, e não por causa da teoria. A teoria só serve para explicar, é consequência, não causa! Por isso, mesmo que eu faça uma música sem partir das regrinhas de um estilo específico, no final ela pode até soar tonal, rotulável e 4/4.

Mas o tema da discussão não é fazer uma ou outra música neste ou naquele estilo, quebrando ou respeitando regras, e sim se um artista/banda precisa escolher um gênero e se limitar às leizinhas típicas do mesmo. A coisa aqui não é dizer "olha, eu faço heavy metal melódico atonal com sanfona" (?!), e sim não precisar dizer "minha banda toca heavy metal melódico". Quando falo em som "inclassificável", não estou falando apenas de uma música que quebra paradigmas ou coisa do tipo, mas de uma banda que não parte do pressuposto de que todas as suas músicas precisam se enquadrar neste ou naquele gênero.

Dogs2
Veterano
# set/08 · Editado por: Dogs2
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Bog
A teoria só serve para explicar

Isso se teoria da música fosse como teoria da evolução, etc.
90% da teoria da música não é TEORIA ao meu ver... tem muitos musicólogos que discordam do nome "teoria" pra a da música, inclusive eu só acho mesmo que o termo "teoria" se encaixa em série harmônica e outras coisinhas mais. Mas tirando esse detalhezinho, o que vc falou tem muito sentido sim, o som vem antes da representação dele assim como a palavra "árvore" veio depois do objeto "árvore" e assim vai.

Mas o tema da discussão não é fazer uma ou outra música neste ou naquele estilo, quebrando ou respeitando regras, e sim se um artista/banda precisa escolher um gênero e se limitar às leizinhas típicas do mesmo. A coisa aqui não é dizer "olha, eu faço heavy metal melódico atonal com sanfona" (?!), e sim não precisar dizer "minha banda toca heavy metal melódico". Quando falo em som "inclassificável", não estou falando apenas de uma música que quebra paradigmas ou coisa do tipo, mas de uma banda que não parte do pressuposto de que todas as suas músicas precisam se enquadrar neste ou naquele gênero.

PRECISAR se limitar, isso vem do bom senso de cada artista. Eu acredito que tem gente que trabalha melhor sabendo os limites e os padrões que se deve seguir, e tem outros que se sentem mais confortáveis em produzir na total liberdade. Cada um é cada um, mas agora, se a música tem potencial expressivo mesmo, creio que não precisa dizer "eu faço heavy metal" pra que todos notem, e esse negócio de ficar levantando a bandeira de seu gênero musical acho uma puta forçada de barra. Mas é isso aí, tem doido pra tudo...

E vale lembrar que pra algumas pessoas (como vc, creio eu) não ter regras de gênero musical no som é natural, e seguir um estilo seria forçar a barra. Pra outras é justamente o contrário.

Bog
Veterano
# set/08
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Dogs2
o som vem antes da representação dele assim como a palavra "árvore" veio depois do objeto "árvore"

Sim, é bem por aí o que eu quis dizer.

E vale lembrar que pra algumas pessoas (como vc, creio eu) não ter regras de gênero musical no som é natural, e seguir um estilo seria forçar a barra. Pra outras é justamente o contrário.

Eu sei disso. Como eu disse, se o cara QUER fazer "heavy metal melódico" ou "samba de raíz", ele precisa seguir as "regras" do estilo. O tema da discussão é se isso é NECESSÁRIO - olhe o título. O que eu quero dizer é que não, não é NECESSÁRIO, embora eu mesmo já tenha ouvido que eu devia me focar em um único "estilo" de música.

Kyrinus
Veterano
# set/08 · Editado por: Kyrinus
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eu só gostaria de contribuir um pouco com a minha experiência.

eu tenho uma banda que toca rock.
o principal compositor da banda é o vocalista e ele tem a seguinte facilidade para compor:
o que ele ouve o influencia a compor algo parecido.
logo...
temos músicas que se encaixariam em uns 5 estilos diferentes
(nenhum deles me agrada, diga-se de passagem)

os fatores ruins que percebi nisso:

- é difícil tocar músicas próprias em uma casa de shows, temos que estar sempre colocando alguns covers do estilo tal para segurar a galera na pista.
- o produtor que agente sabe que tá de olho em nós, procura uma banda de rock "X", e nós somos "X", mas tb "WY e Z". Não somos exatamente o que o cara procura, poderemos perder uma boa oportunidade.
- em meio a tanta coisa, eu me sinto sem lugar certo na banda. me sinto "desencaixado".
- a banda não tem identidade definida, é quase como um cão vira-lata: tem de tudo um pouco, anda em tudo que é lugar, jamais será um cão com pedigree, mas nem por isso deixará de ser amado.

os fatores bons:

- não existe rotina.
- a versatilidade é uma ótima aliada da criatividade, pois tu acaba mesclando efeitos e gêneros até sem querer.
- o leque de covers é gigantesco.
- de cada 10 músicas tocadas em rodas de amigos, tu sabe tocar 9 uahuhahuahuauha, isso chama mta mina! uhauhahuahuauha, pô, isso é bom!
- tu toca em vááários lugares e isso gera CONTATOS, isso é mto bom tb.



espero ter dado uma contribuição útil de alguma forma.

abraços.

Rmiguez
Veterano
# set/08
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Kyrinus

Mas vocal compõe tudo?

São só as influências dele?

E na hora de trabalhar os outros instrumentos..?

Abraço

Bixo from Hell
Veterano
# set/08
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Quem deve dar o "rótulo", é sempre o público ouvinte...e nunca a banda.

Deixa a galera achar que é Southern Rock, ou New Metal...vai da cabeça de cada um que ouve.

Se vc pensar "vamos formar uma banda de Progressivo", vai ficar limitado sim...porque mais

tarde você vai querer fazer algo diferente, e os fãs vão chiar (muitas vezes aconteceu isso,

é o caso do Samael, antes banda de Black Metal que hoje é Industrial).

É simples assim.

Dana Beatriz
Veterano
# fev/09
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Oi para todos, olha eu fico meio assim de dizer algo , por que não sei muito sobre música, porém, tenho pouquinho de conhecimento, e com isso eu digo a minha opinião.
Sempre achei esta questão de gêneros musicais, super importante, e que era meu ponto fraco quando eu passei a escrever música, pois eu amo Música, sem ficar escolhendo ah este é o meu estilo o qual vou seguir, o qual é o melhor, é como um rapaz disse anteriormente, o fundamental é que você defina seu estilo como Música, enfim. Super importante por que, pelo simples fato de que quando eu comecei a escrever músicas eu ficava tentando encontrar qual ritmo, qual estilo, ah bossa nova, ou pop rock, ah isso ou aquilo .... Ficava perdida em qual estilo deveria caminhar, então sempre dei muita importância e sempre achei q fosse e q é meu ponto fraco, os gêneros musicais, mas hoje, eu já tenho outra opinião. Sim ainda é um ponto fraco, pois sempre vou ter minha atenção voltada para os gêneros musicais; agora o mais importante a se falar, acho q você tem q ter uma base, é como se tivesse uma base parta viver, base de princípios, e pensamentos. Ter uma base , quero dizer, ter uma base em relação ao estilo musical, um que sempre te guiou, um estilo que sempre lhe tocou, um estilo que sempre é o 1 que me vem a cabeça quando faço uma letra de musica.... e por ai vai, e os outros estilo, obvio q não serão jogados para o ar, mas vão ser os outros estilos, os extras, os complementos pois não se deve viver com apenas um conhecimento, sempre e sempre estamos conhecendo e aprendendo. E então, o que eu quero dizer, é que não se deve ter um determinado preconceito musical, em pensar q só importa um estilo, o seu, sim ta. Maaas os outros também são, e se você, isso eu disse, e se você gosta de outros estilos, não só de um, por que não entrar dentro de outros conhecimentos musicais, por que não?!!! Entende?!!! Ter uma base, mais não significa q vai deixar de lado outros estilos, e com ajuda de outros estilos, você pode até melhorar alguns pontos no estilo q você mais gosta, no estilo q é sua base, enfim todos os estilos tem uma determinada ligação, Todos estão interligados.
Eu costumo ver TVBrasil, canal 2, e aos sábados tem um programa, o qual esqueci o nome, que reúne vários cantores de estilos diferentes, MPB, bossa, samba.... e lembro de q o apresentador tinha falado assim no final do programa: ( não lembro muito bem mais é mais ou menos isso) O Brasil com esta mistura toda, que mistura, aqui bossa nova MPB..... isso é música, está mistura ...... esta variedade .... enfim ( não lembro muito bem)
Quando vi este tópico , logo pensei neste programa que eu tinha visto, e pensei : ah não posso deixar de comentar algo, ainda q não saiba quase nada de música.
Portanto, Rmiguez, e todos , acho quanto aos gêneros musicais, isto q falei anteriormente. Sim é bacana você misturar e tal... Mais sempre tem um que toca La no fundo você, sempre tem um estilo que você se identifica mais, um ou dois, e é isso q não devemos ter medo, de misturar o que nós amamos e o que nós apreciamos enfim, não sei se consigo me fazer entender para quem ler estas palavras. Mais o fundamental é que uma coisa não irá mudar, independente de vários estilos q possa existir, todos serão Música, e para quem ama música, Música sempre vai ser Música.
Me desculpe escrever tanto assim, é que quando eu me interesso por um assunto, eu vou longe, e para explicar dou a volta ao mundo para que todos entendam, pois isso é um costume de quem faz pedagogia. Espero ter ajudado em alguma coisa, me desculpem qualquer coisa.

Abraço a todos!



Penta_Blues
Moderador
# fev/09
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Boa tarde!!!

Dana Beatriz
Ter uma base, mais não significa q vai deixar de lado outros estilos, e com ajuda de outros estilos, você pode até melhorar alguns pontos no estilo q você mais gosta, no estilo q é sua base, enfim todos os estilos tem uma determinada ligação,...
Por isso eu concordo com a frase: "A mente é como um pára-quedas. Só funciona se estiver aberta..."
Vou citar uma história para ilustrar a minha opinião de que classificar é irrelevante:
"Rui Barbosa, ao entrar nos EUA, teve que responder ao questionário da Imigração onde uma das perguntas era sobre sua raça. As opções eram as mais comuns, branco, preto, etc. Sua resposta: humana..."
Valeu!!!

Dana Beatriz
Veterano
# fev/09
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Penta Blues,
Exatamente, concordo novamente com você, e Plenamente!!
E está parte : [...]As opções eram as mais comuns, branco, preto, etc. Sua resposta: humana...
É exatamente isto que eu tento fazer em tudo q eu estudo e pesquiso enfim, ainda q eu não saiba quase nada de música, mas tenho esta linha de pensamento como base sobre esta arte, música,e isso de um modo geral, eu considero fundamental. Ir pela essência das coisas, acho q é o melhor caminho.
Mais é bom confirmar isto.

Abraços.


Diino
Veterano
# fev/09
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hj em dia nao existe mais EMOCORE, essas bandas que dizem ser emos "nx zero, fresno, strike, for fun, aditive, granada, etc etc etc..."

são emocore MELÓDICO.

emocore mesmo é bem porrada, e surgiu na década de 90, dos 00's pra cá só melodicismo.

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