Jazz pode explicar de onde vem a criatividade

    Autor Mensagem
    Fernando de almeida
    Veterano
    # mar/08


    Artigo:

    Inspirados pelas lendárias improvisações de músicos de jazz como Miles Davis e John Coltrane, cientistas estão estudando os cérebros de jazzistas modernos para descobrir de onde vem a criatividade - pense na origem dos sonhos. As experiências não representam apenas uma curiosidade que interessa primordialmente aos fãs do jazz, mas um experimento ousado quanto ao aspecto neurocientífico da música, um campo que está florescendo à medida que os pesquisadores percebem que a música serve como forma de iluminar a maneira pela qual o cérebro trabalha.

    A maneira pela qual tocamos e ouvimos música oferece uma janela para a maior parte das funções cognitivas cotidianas, da atenção à emoção e à memória, o que por sua vez poderia ajudar no desenvolvimento de tratamentos para distúrbios cerebrais.

    No entanto, a criatividade vem sendo há muito vista como um fenômeno fugaz demais para que se possa medi-la. O Dr. Charles Limb, um saxofonista que se tornou especialista em audição, acredita que a improvisação de jazz ofereça uma ferramenta perfeita para fazê-lo, ao permitir comparações quanto ao que acontece no cérebro de músicos treinados nos momentos em que tocam de memória e o que acontece nos momentos em que improvisam.

    "Uma coisa é compor uma musiquinha curta. Outra é compor uma obra-prima, uma obra longa, uma hora inteira de música apresentando idéia após idéia original", explica Limb, professor de otorrinolaringologia na Universidade Johns Hopkins, cujo objetivo mais amplo é ajudar os surdos não só a ouvir como a ouvir música.

    Como observar um cérebro sob o efeito do jazz? Por meio de um aparelho de ressonância magnética que mede as alterações no uso de oxigênio pelas diferentes regiões do cérebro à medida que elas executam diferentes tarefas.

    Não se pode tocar saxofone ou trompete no interior de um gigantesco imã como uma máquina de tomografia. Por isso, Limb e o Dr. Allen Braun, do Instituto Nacional de Saúde, encarregaram uma empresa de produzir um teclado especial de gesso que se encaixasse no espaço apertado da máquina e não apresentasse componentes metálicos prejudiciais.

    Depois, eles mediram as reações de seis pianistas profissionais de jazz, que tiveram sua atividade cerebral medida pela máquina enquanto tocavam de memória e enquanto improvisavam. Os músicos executaram, com a mão direita, tanto uma escala simples em Dó quanto uma canção em ritmo de blues composta por Limb e batizada, apropriadamente, como Magnetism. Por meio de fones de ouvido, os músicos ouviam um acompanhamento pré-gravado por um quarteto de jazz, como forma de simular uma apresentação real.

    Desenvolver criatividade emprega os mesmos circuitos cerebrais cujas atividades Braun havia mensurado durante os sonhos. Primeiro, os mecanismos de inibição são desativados. Os cientistas observaram a região do cérebro que centraliza os mecanismos de autocontrole, o córtex pré-frontal dorsolateral, e as atividades dele foram suprimidas.

    Depois, as atividades de auto-expressão começaram a se desenvolver. Uma área menor, conhecida como córtex pré-frontal medial, foi ativada, o que representa uma das descobertas cruciais de pesquisas anteriores de Braun sobre como as formas de linguagem vinculam essa região à narração de histórias autobiográficas. A improvisação de jazz, nesse sentido, produz um estilo de expressão tão individual que os observadores muitas vezes o descrevem como uma história musical pessoal.

    O mais intrigante é que os músicos também demonstravam maior sensibilidade sensória. As regiões envolvidas com o tato, a audição e a visão também se ativaram durante a improvisação, ainda que nenhum dos músicos tivesse apalpado ou visto algo de diferente, e que os únicos sons novos fossem os que eles estavam criando.

    Isso não significa necessariamente que a área em questão seja o centro da criatividade. Os cérebros de músicos altamente treinados podem funcionar diferente do cérebro de um pianista amador ou de um escritor, uma hipótese que Limb e Braun planejam testar em seguida.

    "Somos todos criativos, a cada dia. Será que nossos cérebros estão fazendo as mesmas coisas"?, pergunta Braun, que estuda a relação entre a música e a linguagem no Instituto Nacional da Surdez e Outros Distúrbios de Comunicação, parte do Instituto Nacional de Saúde.

    A maior importância do estudo não está no que ele constatou, mas sim no fato de que tenha sido possível realizá-lo, o que abre novos caminhos para a pesquisa cerebral. "A improvisação sempre tem algo de mágico a ela associado", diz o Dr. Robert Zatorre, do Instituto Neurológico de Montreal, um pioneiro na pesquisa da neurociência da música e organista clássico. "Eles abriram um caminho que outros temiam percorrer".

    Os neurocientistas atribuem plasticidade ao cérebro, o que significa que ele tem uma flexibilidade notável no que tange a se reorganizar. Determinar como esses circuitos podem ser modificados ajudaria os pesquisadores a desenvolver tratamentos para distúrbios cerebrais - e os mesmos circuitos que processam música mostram forte relacionamento com outras regiões importantes do cérebro.

    Estudos demonstram que pacientes que estejam reaprendendo a falar depois de um derrame podem melhorar mais rápido caso cantem, em lugar de recitar, por exemplo. A equipe de Zatorre vem encontrando paralelos entre a incapacidade de distinguir tons e a dislexia, uma deficiência de aprendizado e leitura.

    A criatividade ganhou importância nessas pesquisas porque está enraizada na espontaneidade da vida cotidiana. Um exemplo é a conversa: Limb quer registrar imagens de cérebros de músicos envolvidos em improvisos seqüenciais ¿ alguém sola por quatro compassos, o colega responde por tempo igual - como paralelo para a conversa verbal.

    E não, o pesquisador não acredita que a música possa perder sua magia caso sua lógica cerebral seja determinada. "É como saber por que um avião voa. O efeito continua a ser mágico", diz.

    Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2679272-EI8147,00.ht ml

    _Manuella_
    Veterano
    # mar/08
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    interessante.

    fabricio abreu
    Veterano
    # mar/08
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    Fernando de almeida
    sempre mostrando pra galera textos muito bons parabéns

    Johnny Favorite
    Veterano
    # mar/08
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    bastante interessante

    eusebio
    Veterano
    # mar/08
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    Jazz é foda, ainda mais quando tocado com guitarras:



    Fernando de almeida
    Veterano
    # mar/08
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    eusebio
    Jazz é foda, ainda mais quando tocado com guitarras:
    Que loko ...

    joe_harris
    Veterano
    # mar/08
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    Cara, interessante... eu doro jazz. E tambem queria aprender a tocar jazz mas não sei por onde começar!!!
    =/

    Fernando de almeida
    Veterano
    # mar/08
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    joe_harris
    Cara, interessante... eu doro jazz. E tambem queria aprender a tocar jazz mas não sei por onde começar!!!
    =/


    Pode parecer meio óbvio, mas pq vc não procura um professor?????????????

    joe_harris
    Veterano
    # mar/08
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    Fernando de almeida
    tipo moro no interior e talz!!! aki na minha cidade não tem quase ninguem q toca baixo, ainda mais se for jazz!!! E eu sou um dos unicos na cidade q toca.

    eusebio
    Veterano
    # mar/08
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    Fernando de almeida

    É cara, free jazz comendo solto.

    Essa banda é lendária, mas pouco conhecida.

    eusebio
    Veterano
    # mar/08 · Editado por: eusebio
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    Mais free jazz com guitarras:



    Pseudonimum
    Veterano
    # mar/08
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    Jazz é a música mais espontânea e intuitiva que existe... Ao menos nesse estilo bebop que ele citou.

    HAL9000
    Veterano
    # mar/08
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    eusebio

    qual é o nome da banda do primeiro video?

    eusebio
    Veterano
    # mar/08 · Editado por: eusebio
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    HAL9000

    Television

    james_the_bronson
    Veterano
    # mar/08
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    Deveriam fazer essa pesquisa sim... quando o Guns n' Roses compôs "Welcome to the Jungle", o Metallica "Ride the Lightning", o Megadeth "Hangar 18" e o Black Sabbath "Paranoid"...

    eusebio
    Veterano
    # mar/08
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    james_the_bronson

    Paranoid é só um rock mais rápido, a estrutura é a mesma do blues, até o solo é com pentatônicas de blues.

    O Ride the Lightning (eu tenho o CD) é muito baseado em rock progressivo, então tem influências de Jazz Fusion.

    Welcome to the Jungle já num posso falar muito.

    james_the_bronson
    Veterano
    # mar/08
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    eusebio
    Paranoid é só um rock mais rápido, a estrutura é a mesma do blues, até o solo é com pentatônicas de blues.

    O Ride the Lightning (eu tenho o CD) é muito baseado em rock progressivo, então tem influências de Jazz Fusion.

    Solos com pentatônicas eu posso encontrar em milhares de músicas. Não é isso que define se uma música é simplesmente Rock...

    E não tem nada de Progressivo em "Ride the Lightning"...

    eusebio
    Veterano
    # mar/08
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    james_the_bronson

    Cara, eu achei que você estava falando de Jazz, afinal, é o objetivo do tópico.

    E é claro que o Ride the Lightning tem influências de progressivo. Analise melhor...

    Fernando de almeida
    Veterano
    # abr/08
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    james_the_bronson
    Black Sabbath "Paranoid"...

    Isso seria um blues pesado, analisando musicalmente ... Tudo de blues s'o que r'apido e pesado ... um heavy-blues heheheheheh ...

    Dendim
    Veterano
    # abr/08
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    Aê galera amantes do JAZZZZ! Yeah! Dá uma sacada nestas duas figuras, haha! Maravilhosos!!







    Fernando de almeida
    Veterano
    # abr/08
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    Dendim
    Aê galera amantes do JAZZZZ! Yeah! Dá uma sacada nestas duas figuras, haha! Maravilhosos!!
    OUUUUUUUUOOOOOOOOOOOOUOUOUOU
    Louis Armstrong e Dizzy Gillespie ... Pra ficar top só faltou o Cat Anderson e o Miles Davis ...

    eusebio
    Veterano
    # abr/08
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    Miles Davis, John Coltrane, Cecil Taylor, Ornette Coleman, Wes Montgomery, não tem gente que consiga o nível de musicalidade desses caras.

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