Trap, Funk e Sertanejo

    Autor Mensagem
    Lifeisgood
    Membro Novato
    # dez/21


    Queridos
    Na opinião de vocês o conteudo lírico desse tipo de música torna a musica ruim?

    Musica boa seria apenas aquela rica em técnica (erudita, jazz) e com letras profundas e poéticas (vários artistas de vários gêneros)

    O que vocês consideram como um funk bom e um funk ruim, por exemplo?

    Wanton
    Veterano
    # dez/21 · Editado por: Wanton
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    Lifeisgood

    Você pode simplesmente ouvir e gostar/não gostar, ou partir para uma compreensão mais afetada.

    Eu gosto de tentar analisar a relação das músicas com a cultura. O que as pessoas escutam é um termômetro do que elas pensam, de como elas vivem, do que importa para elas. Se tem funk que é deprimente, é porque tem vidas deprimentes por detrás.

    Lelo Mig
    Membro
    # dez/21 · Editado por: Lelo Mig
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    Lifeisgood

    Há muito deixei qualquer teoria sobre o que é música boa ou ruim para trás. Se dá muita relevância à música, um status artístico que ela não merece.

    Música é uma arte menor, é apenas uma manifestação popular e sua necessidade, quase doentia, por entretenimento e diversão como um paliativo para vidas ordinárias.

    Música boa é a que você gosta. Simples assim.

    Schelb
    Veterano
    # dez/21
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    Um ponto pra além desses citados aí, é que a teoria clássica que a maioria das pessoas (incluindo eu) se referem quando analisam uma música é a teoria da música erudita europeia com os acréscimos da teorização musical dos estados unidos. E aí, isso por si só, já trás um puta viés na hora de analisar qualquer coisa, já que muita coisa simplesmente não vai se adequar a este tipo de análise. E eu não estou aqui falando somente de análise harmônica e funcional, estou falando de se levar em conta ou não outros aspectos importantes da música.
    Então, quando a gente fala de uma harmonia complexa, cadências sofisticadas, intervalos requintados é só um aspecto. Agora, um aspecto incrível que não é costuma ser levado em consideração nessas análises por exemplo é o groove. O ritmo é considerado, mas o groove, ele é mais intuitivo, mais desprendido de amarras. Daí você tem estilos como o funk (americano aqui no caso), em que você tem harmonias que ficam em um ou dois acordes e são músicas sensacionais, de uma expressão rica. O mesmo acontece com o rap por exemplo, que muitas vezes nem harmonia tem, só que tem o "flow", que é a cadência que se canta a letra e a questão da rima ou seja lá qual forma for usada pra encaixar as palavras ali. Claro que no rap tem o aspecto poético e de relato que é um espetáculo a parte né.
    E aí quando vejo falar do funk brasileiro, me ocorre de um aspecto que é ainda menos evidente na música, mas muito importante, que é o quanto a música te impulsiona a dançar. Certa vez vi um cara falando sobre como na música de matriz africana, a dançabilidade da música é um fator crucial, porque lá em muitas culturas a música é indissociável da dança. Daí neste sentido, pra mim, a grande questão do funk é a "batida", é em cima disso que a música se monta e surge a dança. Agora, é importante lembrar que em estilos em muita evidência, vai surgir muita coisa ruim também e que as vezes vai ganhar um espaço meio desproporcional né. Me lembro também de ter visto um vídeo da Anita conversando com o produtor e expressando que tipo de efeitos sonoros queria na música dela, isso pra passar a mensagem certa, o impacto esperado por ela naquele trecho. Música também é sobre combinações de timbres, dinâmicas e os efeitos sonoros comuns na música eletrônica e que aparecem também no funk são também exemplos disso, como os "build ups" e "drops" e outros recursos do tipo.
    Vou pular o caso do sertanejo, que dava pra analisar outras questões aí, mas acho que já fiz entender meu ponto. Daí vou fechar só pensando o quão chato que a música erudita deve parecer pra alguém que busca a música pensando em dançar.

    fernando tecladista
    Veterano
    # dez/21 · Editado por: fernando tecladista
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    Na opinião de vocês o conteúdo lírico desse tipo de música torna a musica ruim?

    antigamente eu ficava put* com essas músicas, ultimamente não esquento mais, depois que desliguei a tv, posso mudar de radio no carro, ou ter minha playlist no streaming e com a pandemia parei de ir a festas chatas

    gosto de músicas que representam o momento que vivo, o modo que vivo
    como estou em uma fase de pensar na vida gosto de músicas que fazem pensar sobre isso, as instrumentais onde ninguém fala nada me deixam a vontade para pensar melhor

    nessa linha que comentou as letras não me representam, eu não desço até o chão e quico, não encho o caneco por desiludam amorosa, não acho graça em traições, em pular cerca..
    então esses temas falam de um mundo que não vivo, que gosta disso pra usar como trilha sonora que use e fique com essas músicas

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    Musica boa seria apenas aquela rica em técnica (erudita, jazz) e com letras profundas e poéticas (vários artistas de vários gêneros)
    NÃO
    tem muita música cheia de técnica, cheia de escalas que somente soa como masturbação auditiva, tem muita música cheia de coisa boa mas que se tornam um porre ouvir



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    O que vocês consideram como um funk bom e um funk ruim, por exemplo?
    funk é um ritmo, vai ser bom de acordo com o conteúdo que ele trás
    da forma que acontece com papel: pode ser impresso uma foto bonita, uma mensagem, imprimir dinheiro... ou pode ser usado pra limpar a .....
    o papel sozinho é o mesmo, assim como o ritmo


    a batida do funk (pancadão) é uma batida bem tribal, mexe com os instintos mais primitivos, então é claro que a pessoa fica com vontade de "coisar" ouvindo funk, nessa linha de pensamento um funk gospel é agua e óleo juntos

    Wanton
    Veterano
    # dez/21
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    fernando tecladista
    funk é um ritmo, vai ser bom de acordo com o conteúdo que ele trás

    Concordo com tudo, menos com essa parte. Como você notou, funk gospel é uma aberração porque os signos musicais (estéticos) e semânticos não conversam. À medida que um ritmo casa com um conteúdo, eles se fundem na cultura. O ritmo passa a pressupor o conteúdo.

    Juquinhaa
    Membro Novato
    # dez/21
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    Os generos citados são ruins pois simplesmente não foram feitos pra serem bons. Se a indústria musical quisesse dar algo com conteúdo pro povo a música popular(verdadeira) não iria se reduzir a um quarto escuro e solitário.

    fernando tecladista
    Veterano
    # dez/21
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    Wanton
    fernando tecladista
    funk é um ritmo, vai ser bom de acordo com o conteúdo que ele trás

    Concordo com tudo, menos com essa parte
    blz

    falo no sentido do loop em si, a batida sem mais nada, sem letra, somente o 4/4

    mas por mesmo que a gente tente isolar o ritmo só, a cabeça associa a dancinha e letras escrotas, não da pra fugir disso

    LucasKappaun
    Moderador
    # dez/21
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    Sou metaleiro mas escuto funk também. Acho importante saber o que a música te provoca, a letra importa, mas o que a música te faz sentir vale muito.

    Exemplo: música que me empolga eu gosto muito, independente do gênero

    Arimoxinga
    Veterano
    # dez/21
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    Música boa é a que você gosta. Não tem o que debater nesse tema fadigado.

    Ken Himura
    Veterano
    # dez/21
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    Schelb
    Daí vou fechar só pensando o quão chato que a música erudita deve parecer pra alguém que busca a música pensando em dançar.
    Ou o heavy metal. Ou o new age. Ou até o pop punk.

    Maitola
    Membro Novato
    # abr/22
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    Aqui onde moro é a mesma coisa também,os 2,sem contar que sou são joaquinense,só sertanejo,difícil tu ver alguém q curte sonzeira boa e música de qualidade,tirando o funk,ainda da pra escutar Luan Santana,kkkkkk

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