Numa música de tom dó maior, além da penta de C e da de Am, eu poderia usar a penta de Cm?

    Autor Mensagem
    Lucas_Sunheart
    Membro Novato
    # dez/20


    No geralzão mais comum, deixando os modos um pouco de lado, tô ligado que eu posso usar pra improvisar a escala maior (não deixa de ser o modo jônio...), as menores melodica e harmônicas em certos casos e as pentas; até agora eu sei que tu pode tocar a penta da tua tonalidade (no exemplo dó), da relativa menor dessa tonalidade (no exemplo, Am), e se tu quiser, se a música não sair do campo harmônico escolhido, você pode tocar as pentas de cada acorde né? Tipo numa música de tom dó, ela for numa progressão: F G Am, eu posso tocar em cada momento do acorde específico, a sua penta respectiva né (penta de F, G, Am)?

    Mas bem, além dessas três (se a última for verídica, me confirmem por favor kkk), daria pra tocar a penta de Cm nesse tom de dó? Ou de uma maneira mais estrutural, tocar a penta de x menor de uma música em tom de x maior?

    Eu estou perguntando isso porque enquanto estava estudando, tive uma vaga lembrança do Jimmy Page numa música do Led em tom de A maior, ter tocado algumas notas da escala de A menor, e ficou realmente bom mas não sei se é uma falsa memória, daí por último eu já aproveito pra perguntar mais uma coisa ligeiramente diferente, eu poderia fazer isso de solar na escala natural (eólica) de sei lá, A menor ("sei lá, A menor" cacofonia kkk) em cima de uma música no tom de A maior (jônica)? Daria certo? Ou só posso solar numa música de certo tom, as escalas menores de sua relativa, no caso de C a de Am?

    Delson
    Veterano
    # dez/20
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    Toque. Se ficar bonito, deixe. Se ficar feio, tire.

    Buja
    Veterano
    # dez/20 · Editado por: Buja
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    O trecho final na musica Sir Psycho Sexy do RHCP,
    é uma melodia muito bonita,
    mas acho bastante estranha quando toco,
    porque não me parece fazer parte de campo harmonico
    nenhum.

    Segue na progressão os acordes:

    Em -------> Eb -------> Bb -------> D -------> G# -------> (Eb->)Cm -------> G# -------> G




    So que fico bonito. Então ta valendo

    Schelb
    Veterano
    # dez/20 · Editado por: Schelb
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    Bom, primeiro é importante lembrar que a teoria musical tenta explicar a prática da música, não dizer oq se fazer na prática. Então, você vai encontrar diversas exceções de regras, que como o Delson falou ali em cima, se ficar bom, se você gostar do resultado, então está certo.

    Mas ... a teoria ajuda a guiar a gente dentre todas as possibilidades que existem né.. então por partes: o que você disse no primeiro parágrafo esta certo, e você pode confirmar por você mesmo, já que as pentatônicas de C, Dm, Em, F, G e Am todas usam apenas notas da escala natural de Dó maior, só dando ênfase em notas chaves e intervalos bons de cada um dos acordes aí da sua música. Por isso "da certo".

    Agora, usar a pentatônica menor de Dó sobre o acorde maior de dó já é outra história, isso da certo porque remete a sonoridade do blues, onde fazer isso é bastante comum, e trás algumas tensões que a gente esta habituado a ouvir nesse estilo. Como o rock nasceu do blues, é comum ver essa ideia aplicada no rock.

    No caso, analisando, você estaria tocando algumas notas que seriam "erradas", pensando na escala maior, no caso a terça menor, a quarta justa (nota evitada) e a sétima menor. No entanto, o que acaba acontecendo é que você gera uma sonoridade de acorde dominante pro Dó (acorde com terça maior e sétima menor, como o do modo mixolídio), uma vez que você inseriu essa sétima menor e a terça menor pode ser percebida como se fosse uma nona aumentada, que é uma nota possível de ser usada em um acorde dominante. Quanto a quarta justa, ela não é evitada em acordes dominantes, então fica tudo certo.

    Agora, se você resolver tocar a escala menor inteira de dó sobre o dó maior, daí já não vai mais parecer um som blues, nem vai parecer uma escala de acorde dominante, já que vai soar escala menor mesmo, daí vai ter nota conflitante (3ª menor), notas evitadas (4ª justa e 6ª menor), tensões que não costumam soar legal, mas você pode testar pra ver. Outro detalhe, é que você pode usar a penta de Dó menor sobre o dó maior, mas se o acorde mudar provavelmente já não vai encaixar muito bem e você teria que mudar a escala pra penta do acorde. E um último detalhe, é que pra dar certo isso, esse acorde de dó maior deve ser mais simples, só a tríade, porque dependendo das extensões colocadas neste acorde já pode ficar tudo estranho, como por exemplo se fosse um C7M.

    LeandroP
    Moderador
    # dez/20 · Editado por: LeandroP
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    Pode trazer a intenção blues.

    Del-Rei
    Veterano
    # dez/20
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    LeandroP
    Pô, o FCC tem que implementar figurinhas, tipo zap, pra gente poder se expressar melhor nessas situações.

    Um aceno de longe!!!

    LeandroP
    Moderador
    # dez/20
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    Del-Rei

    Seria legal mesmo rs

    Lelo Mig
    Membro
    # dez/20
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    Lucas_Sunheart

    "Daria certo? Ou só posso solar numa música de certo tom, as escalas menores de sua relativa..."

    Esse tipo de questão (é muito comum ultimamente) e me dá um frio na espinha. O que estes novos professores têm comido ultimamente?

    Amigo, não me leve à mal, mas (no meu ponto de vista) este tipo de olhar é extremamente perigoso aos "seus ouvidos" de músico.

    Explico: Aprender teoria musical, conhecer notação, os conceitos, escalas, modos, campo harmônico e tudo mais é extremamente importante. Porém, colocar os conceitos teóricos "antes" da execução, traz prejuízos e uma limitação irreparáveis ao músico.

    Simplesmente toque... deixe soar naturalmente, permita-se gosta ou não gostar, achar feio ou achar bonito. Não se preocupe se "X" encaixa em "Y"... apenas toque intuitivamente, criativa e expressivamente.

    Se estuda, use o estudo para entender depois o que foi feito, como e porquê aquilo se encaixou na harmonia.

    Use a teoria para entender o que foi feito ou para encontrar soluções, não para criar.

    guizimm
    Veterano
    # dez/20
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    Pra que que isso serve mesmo?

    guizimm
    Veterano
    # dez/20
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    Se bem que não é todo mundo que tem ouvido absoluto né...

    LeandroP
    Moderador
    # dez/20
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    Use a teoria para entender o que foi feito ou para encontrar soluções, não para criar.


    Use também pra criar. São ferramentas de criação, e tudo é válido. Inúmeras peças foram compostas tendo a teoria como alicerce.

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