Pandemia, tenho banda ou trabalho com eventos, e agora?

    Autor Mensagem
    Luiz_RibeiroSP
    Veterano
    # ago/20 · Editado por: Luiz_RibeiroSP


    Pensei sobre isto desde o começo, vi um colega fechar sua empresa de eventos, que lutou por 2 anos para construir e agora foi obrigado a encerrar as atividades. Outros colegas gravaram um álbum, pensaram até em prensar LP e gravar alguns K7 que estão na moda.
    Mas ai veio o que ninguém imaginava, qualquer coisa que envolva aglomerações esta inviável, e eu acredito que só teremos a impressão de normalidade após 5 anos, pois ha um pânico grande que vai demorar para minguar.
    E o que fazer agora? e quem tem banda, como divulgar seu trabalho e ter alguma renda ou retorno para manter no meio profissional?
    As lives já estão gastas ao que parece

    https://g1.globo.com/pop-arte/lives/noticia/2020/05/28/lives-perdem-fo rca-artistas-voltam-com-audiencia-menor-e-indicam-que-pico-da-onda-pas sou.ghtml

    Bom, não que o cenário musical estivesse nos melhores momentos, nos últimos 20 anos pra mim não houve nada de realmente significativo, tanto quanto teve nos anos 90 e as desadas anteriores, mas acho que agora a pá de cal veio pra encerrar de vez

    makumbator
    Moderador
    # ago/20 · Editado por: makumbator
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    Luiz_RibeiroSP

    Está sinistro!

    Eu trabalho com música de eventos todo fim de semana. Tudo o que eu tinha marcado para esse ano (desde fim de março) foi adiado para 2021 ou cancelado (tem apenas uns ainda pendentes no fim de dezembro, mas devem rodar também em breve). Aulas de música presenciais também morreram.

    O lance é ter reservas (que eu estou usando agora), manter-se o mais frugal possível, e ter outras fontes de renda. Felizmente eu ainda faço trabalhos de copista pra muita gente, e apesar disso também ter diminuído, não parou.

    Mas em breve vou ter começar a vender uns equipamentos. E com você, como estão as coisas nessa área?

    Mas esse lance de lives é normal saturar. E acho que não apenas a alta frequência, como também a questão de ter virado tudo super produzido pode ter afastado algumas pessoas. Lives de grandes artistas se tornaram praticamente um show que as pessoas já viam nos DVDs que esse povo lança.

    Aquela coisa de live mais intimista, mais improvisada e minimalista é mais atrativa para uma parcela do público.

    Mauricio Luiz Bertola
    Veterano
    # ago/20
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    Luiz_RibeiroSP
    Não há nada à fazer a não ser tentar aguentar o tranco.
    Normalização, só com vacina eficaz, de efeito duradouro e com poucos efeitos colaterais - e isso, só à partir do ano que vem (e olhe lá!).
    Todos nós, querendo ou não, somos reféns da História, da Realidade...
    Abç

    Lelo Mig
    Membro
    # ago/20
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    Luiz_RibeiroSP

    Fiquei desempregado há alguns anos. Na minha idade, emprego formal pode esquecer... Trabalho na informalidade desde então.

    O que mais faço é na área de instalação e manutenção, principalmente elétrica. Minha principal atividade é justamente para uma empresa de eventos... totalmente parada. A empresa não acho que quebre, creio que conseguem ficar "fechados" por uns dois anos, é bastante grande e bastante enxuta. Porém, não serei chamado prá nenhum trabalho tão cedo, com certeza.

    Assim como o makumbator, tenho aguentado com reservas. Quase não tenho gastos, não saio de casa, uma porque sou caseiro e, também, para economizar o máximo de dinheiro possível.

    Uma vez a cada 10 ou 15 dias, tem pingado uma manutençãozinha qualquer aqui ou acolá, algo inevitável da rotina de alguma empresa. Aproveito para convencer os caras a fazer o trabalho de madrugada ou final de semana (por conta da pandemia)... assim faço tranquilo, sem interrupções, rende mais e livro o supermercado, por exemplo.

    Estou meio apático com relação a situação... já vinha desmotivado antes, sem expectativas com o País; não tenho motivo algum para estar otimista, minha vida pessoal esta um caos muito antes da pandemia. Prá ser sincero me liguei no foda-se, seja o que tiver de ser, não me importo mais com nada além do 1 minuto presente.

    fernando tecladista
    Veterano
    # ago/20
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    -de primeiro, sentar e esperar passar, caso passe...
    -resto cortar todos os gastos extras, de tv por assinatura, plano premium plus de alguma coisa
    -tentar essa ajuda ai dos 600
    -vender algo que esteja sobrando em casa (tem gente comprando)
    -se apoiar naqueles parentes que ainda não afundaram e explicar a situação quando a coisa chegar no vermelho

    as lives depende de algumas coisas:
    -se você tem público cativo
    -de fazer uma live que compense a pessoa ficar assistindo, saber fazer um som agradável, e uma luz boa...
    essas lives de casa, com som ambiente que parece que está cantando no banheiro, ou plugada e seca como o saara, não vira, uma luz de frente ajuda

    lembro de um amigo que fez algumas a primeira rendeu 300 contos, pagou as contas, a ultima rendeu uns 10 reais só... então seu publico nem sempre estará prestativo

    você está fazendo uma live, quem asiste e doa algo, está 'comprando algo'

    dicq
    Membro Novato
    # ago/20
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    Uma sugestão para quem dá aulas de música, é utilizar a garagem da casa, ou jardim/area aberta de prédio para lecionar

    Luiz_RibeiroSP
    Veterano
    # ago/20
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    makumbator
    Trabalho na área de engenharia, não foi afetada tanto quanto entretenimento mas não ta fácil. Gastei um pouco das minhas reservas mas quem esta desempregado e sem serviço ja quebrou desde maio, aqui a gente trabalha pra pagar as contas, nunca da pra construir patrimônio.


    Mauricio Luiz Bertola
    Mesmo com vacina e remédio 100% eficaz, o panico ainda vai ficar, muita gente com medo de aglomeração, andar sem mascara e contato físico virou crime. Um dia espirrei na rua e um monte me olhou feio, e isto é o que mais me preocupa, não sei se na gripe espanhola foi igual.

    Lelo Mig
    To quase na mesma, tive bastante sorte até agora, mas pode acabar e tenho medo de cair e não conseguir levantar, se vem uma crise econômica forte não aguento uma semana com reserva estando desempregado.


    fernando tecladista
    Muita gente já não consegue ficar sentado esperando com a geladeira vazia, cara vê o filho sem leite vai fazer o que puder. Por hora ainda da pra trabalhar por aplicativo, fazer alguns bicos então a coisa vai andando, mas se a situação estiver controlada ano que vem, acho que tudo relacionado a apresentações ao vivo vão demorar alguns anos para voltar como estava antes.

    dicq
    Tenho certeza que tem muita gente fazendo isso, com musica, artes marciais, etc.

    Mauricio Luiz Bertola
    Veterano
    # ago/20
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    Luiz_RibeiroSP
    Sim, mas concordo em parte.
    Assim que a vacina for inoculada no maior numero de pessoas possíveis ao redor do mundo as pessoas vão relaxar - aliás, já estão fazendo isso...
    A Gripe "Espanhola" (na verdade ela começos nos EUA), foi a mais de 100 anos, a virologia engatinhava, remédios e vacinas eram poucas e não existiam antibióticos.
    Abç

    acabaramosnicks
    Membro Novato
    # ago/20
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    Puta merda, eu sou privilegiado pra cacete.
    Meu pai, apesar de não me bancar, poderia fazê-lo sem a menor sombra de dúvidas com esforço zero. A pandemia o afetou pouco também. A minha esposa foi dispensada mas eu fui promovido, então as contas por aqui seguem controladas. Como eu sei que se precisar posso pedir uma mão pro papai, vejo o povo se fudendo cada vez mais e sem nem pensar to aumentando cada vez mais as minhas doações. Eu sempre deixei de pedir as coisas pro véio por vergonha (ego) mas agora quero mais é que se foda, vou doar meu dinheiro todo e se eu quebrar, ele vai ter que me ajudar!

    Numa visão mais macro, um dia essa porra vai estourar e as elites vão ter que dar um jeito na miséria, não tem cabimento que o mundo continue desse jeito.

    Mauricio Luiz Bertola
    Veterano
    # ago/20
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    acabaramosnicks
    Numa visão mais macro, um dia essa porra vai estourar e as elites vão ter que dar um jeito na miséria, não tem cabimento que o mundo continue desse jeito.
    Ingenuidade de sua parte...

    Ismah
    Veterano
    # ago/20
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    Aqui a vida vai indo, no famoso empurrar com a barriga - que é o que dá pra fazer: seguir, ou tentar.
    Precisei gerir gastos, contas, reservas... Até achar trabalho em outro ramo - tele-entregas - e encarar que a vida mudou.
    Veio ajuda externa no começo, até me organizar. Com toda minha sorte, ainda me acidentei (sem culpa). E estou me organizando para buscar uma segunda ajuda, porque com o mês parado fechou o tempo...

    Dos que tem iniciativa, está começando a cair (se já não caiu) a ficha, de que não dá para se agarrar na esperança. Não dá para depender de Estado, ou doações - ainda que elas estão vindo, a fonte do dinheiro é finita, hora ou outra acaba... E aí?
    Eu sou novo, mas e nego com 45~50 anos na cara, que NUNCA fez outra coisa? Foi comum acordo que o leite é para quem tem crianças. Estamos expandindo, mas não tem nem pra nós. Um dos cabeças, que é meio pai de todos - até por ser o mais velho de todos - está ainda traumatizado, pelo que viu... Tô até com medo do cara dar uma surtada, e aparecer numa corda...

    Os shows e eventos vão demorar a voltar, e quando voltam, só irão canibalizar os que sobreviveram até lá. Um dos meus ex-empregadores está vivendo na base da sonorização, com duas armas carregadas sobre a mesa: junto com o problema financeiro, vem o medo de assalto.

    E não só pra ele. Pode parecer tosco para uma capital, mas para o interior, estão muitos com medo. Assaltaram um tele-xis ("hamburguer"), assaltaram o posto onde normalmente abasteço. Já flagrei um cara na intenção (não era comigo, aparentemente), com arma a tira colo, e deu tempo de avisar a polícia. Tentaram me assaltar de moto no domingo, na vibe que rola em grandes centros.

    Do ramo de eventos, a música ainda tem sua saída pela direita. Quem é ligado a música ou a sua gravação, até tem se virado. E os demais? Performers diversos, serviços de bar, buffet e limpeza, dançarinos, pirotécnicos, pessoal dos efeitos especiais, audiovisual...? E outros ramos da arte, do esporte, etc?

    acabaramosnicks

    A pergunta não deveria jamais ser "por que existem pobres?", mas "por que existem ricos?"... Sua esperança é interessante, mas não pense assim. Enquanto são números, todo mundo lida bem com fome, frio, dor, etc... Quando tem uma face, a maioria se sente mal - mas não todos.
    E isso não é tão incomum... O treinamento militar em si, inclui essa "desumanização". Se o soldado ver um ser humano do outro lado...

    Capitalismo, via de regra, subsiste de vender coisas que as pessoas não precisam, pelo preço mais caro que puder. Se pegar na ponta do lápis, vai ver que muita coisa é mais supérflua do que gostaríamos. Um pequeno conforto, que podemos bancar aqui, outro ali...

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