Para quem conhece o trabalho do Arrigo Barnabé

    Autor Mensagem
    Mykeleaomachado
    Membro Novato
    # jan/18 · Editado por: Mykeleaomachado


    Estava lendo um texto sobre o álbum “Clara Crocodilo” e me deparo com isso:

    “Para falar de Arrigo Barnabé é necessário ter em consciência que sua música não era o que hoje nós chamados de inovadora. A inovação de Arrigo é muito diferente do que seriam as inovações e genialidades dos músicos do Rock ou do Pop, pois Arrigo não fez algo novo dentro da música ocidental, simplesmente, mas ele trouxe o núcleo da música atonal para a música popular. Ele não inovou, ele revolucionou.”

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    A minha pergunta é o seguinte: O trabalho dele é tão inovador e revolucionário assim? Vocês conhecem algum outro artista ou banda de rock, pop, jazz, etc... que trabalham com dodecafonismo, atonalismo livre e serialismo como principal forma de compor?



    Jabijirous
    Veterano
    # jan/18
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    Mykeleaomachado

    Amigo, esse link aí tem vírus!!!

    A minha pergunta é o seguinte: O trabalho dele é tão inovador e revolucionário assim?

    Pesquise sobre vanguarda paulistana, uma parte da tua resposta estará lá!


    Vocês conhecem algum outro artista ou banda de rock, pop, jazz, etc... que trabalham com dodecafonismo, atonalismo livre e serialismo como principal forma de compor?

    Olha o Armando Lobo aí



    Mykeleaomachado
    Membro Novato
    # jan/18 · Editado por: Mykeleaomachado
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    Amigo, esse link aí tem vírus!!!

    Não tem vírus não. Esse site que tirei parte dessa matéria é bem confiável, mas não é necessário acessar o link, pois eu só queria postar a fonte. Meu ponto é justamente essa parte do texto que postei.

    Pesquise sobre vanguarda paulistana, uma parte da tua resposta estará lá!

    Irei ver mais sobre o assunto, mas a minha questão é se alguém no Brasil ou exterior já trabalhava com o dodecafonismo e o serialismo na música popular antes do Arrigo. O atonalismo livre chegou a ser usado por bandas dentre elas pelo Gentle Giant e o Frank Zappa, mas esse não era o principal foco das composições deles, pois eles usavam essa técnica esporadicamente em algumas canções.

    Olha o Armando Lobo aí

    Muito loco e interassante. Gostei!

    Lelo Mig
    Membro
    # jan/18
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    Utilizaram o dodecafonismo em suas composições

    Tom Jobim, Arnold Schoenberg, Pierre Boulez, Aaron Copland, Arrigo Barnabé, Alberto Ginastera, Guerra Peixe, Karlheinz Stockhausen, Steve Vai, Igor Stravinsky, Frank Zappa, Univers Zero, Soft Machine, Henry Cow, Cassiber...etc, etc, etc.

    Mykeleaomachado
    Membro Novato
    # jan/18 · Editado por: Mykeleaomachado
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    Tom Jobim, Arnold Schoenberg, Pierre Boulez, Aaron Copland, Arrigo Barnabé, Alberto Ginastera, Guerra Peixe, Karlheinz Stockhausen, Steve Vai, Igor Stravinsky, Frank Zappa, Univers Zero, Soft Machine, Henry Cow, Cassiber...etc, etc, etc.

    Schoenberg (criador do serialismo e do dodecafonismo), Aaron Copland, Ginastera, Guerra Peixe, Stravinsky são compositores de música erudita. Agora, esses compositores de música popular (onde é o ponto que eu quero chegar) que você citou, pode me indicar músicas deles que usam o dodecafonismo/serialismo? O Zappa, pelo que eu sei, usava só o atonalismo livre.

    JJJ
    Veterano
    # jan/18 · Editado por: JJJ
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    Mykeleaomachado
    Vocês conhecem algum outro artista ou banda de rock, pop, jazz, etc... que trabalham com dodecafonismo, atonalismo livre e serialismo como principal forma de compor?

    Clara Crocodilo é uma obra de arte, mas é pra poucos, muito poucos! Estritamente dentro do Rock, quanto a essas coisas, eu vou no máximo até King Crimson ou Gentle Giant, que não são isso aí, nem nunca foi a "principal forma de compor" deles, mas flertaram com isso em alguns poucos momentos (no limite do tolerável para as massas).

    Lelo Mig
    Membro
    # jan/18 · Editado por: Lelo Mig
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    Mykeleaomachado

    Cara, nunca parei para analisar/aprofundar se o artista X usou atonalismo livre, serial ou escambal, nem possuo tal competência. Até porque ouço pela subjetividade do gosto e não pela estrutura teórica. Sou ouvinte e não estudante de música.

    O que posso indicar, são bandas/albuns que ouço, utilizam tais elementos, mas não sei em que nivel ou de que forma.

    Procure ouvir estes trabalhos e volte para dizer o que achou/encontrou:

    Univers Zero: Ceux du Dehors (1981)
    Univers Zero: Heresie (1979)
    Univers Zero: Clivage (2010)
    Soft Machine: Third (1970)
    Henry Cow: Leg End (1973)
    Henry Cow: Unrest (1974)
    Stormy Six: Machina Maccheronica (1980)
    Area: Arbeit Macht Frei (1973)
    Mahavishnu Orchestra: Birds Of Fire (1973)
    Maltid: Santa Mammas Manna (1973)
    Art Bears: Winter Songs (1979)
    Faust: Faust (1971)
    Neu!: Neu! (1972)

    Acho que, por ora, da pra você se divertir bastante com isso (até porque a maioria são albuns de audição muito dificil), gostando e querendo mais, só solicitar e listo uma pancada deles.

    Abraço!

    Ken Himura
    Veterano
    # jan/18 · Editado por: Ken Himura
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    Lelo Mig
    Utilizaram o dodecafonismo em suas composições
    Pode me colocar na lista também, hahahaha! Entre várias outras, tenho um pequeno baião dodecafônico para quarteto de cordas.

    Mykeleaomachado
    atonalismo livre
    Não existe isso. Já pensou-se fazer música atonal no passado, mas com o desenvolver das coisas, percebeu-se que não, sempre forma um padrão, seja nas alturas, na harmonia, no ritmo, no contorno, na organização dos intervalos de alturas ou ritmos... tudo isso (e muito mais) virou música "pós-tonal" (inclusive, o próprio serialismo/dodecafonismo é um sub-ramo dessa árvore maior).

    Ainda hoje se busca uma música puramente atonal mas, na minha opinião, é uma busca infrutífera.

    Mykeleaomachado
    Membro Novato
    # jan/18 · Editado por: Mykeleaomachado
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    Não existe isso. Já pensou-se fazer música atonal no passado, mas com o desenvolver das coisas, percebeu-se que não, sempre forma um padrão, seja nas alturas, na harmonia, no ritmo, no contorno, na organização dos intervalos de alturas ou ritmos... tudo isso (e muito mais) virou música "pós-tonal" (inclusive, o próprio serialismo/dodecafonismo é um sub-ramo dessa árvore maior).

    Interessante. Não sabia disso. Então, toda música dita atonal, na verdade, é uma tentativa frustrada de criar uma música atonal, é isso?

    Univers Zero: Ceux du Dehors (1981)
    Univers Zero: Heresie (1979)
    Univers Zero: Clivage (2010)
    Soft Machine: Third (1970)
    Henry Cow: Leg End (1973)
    Henry Cow: Unrest (1974)
    Stormy Six: Machina Maccheronica (1980)
    Area: Arbeit Macht Frei (1973)
    Mahavishnu Orchestra: Birds Of Fire (1973)
    Maltid: Santa Mammas Manna (1973)
    Art Bears: Winter Songs (1979)
    Faust: Faust (1971)
    Neu!: Neu! (1972)

    Univers Zero: Ceux du Dehors (1981)
    Univers Zero: Heresie (1979)
    Univers Zero: Clivage (2010)
    Soft Machine: Third (1970)
    Henry Cow: Leg End (1973)
    Henry Cow: Unrest (1974)
    Stormy Six: Machina Maccheronica (1980)
    Area: Arbeit Macht Frei (1973)
    Mahavishnu Orchestra: Birds Of Fire (1973)
    Maltid: Santa Mammas Manna (1973)
    Art Bears: Winter Songs (1979)
    Faust: Faust (1971)
    Neu!: Neu! (1972)


    Obrigado. Preciso me aprofundar mais na música do Univers Zero.

    metal_ofender
    Membro Novato
    # jan/18
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    Fico pensando, se quando mostro um album progressivo pra alguém que está acostumado com apenas o "Pop", ele tem a mesma sensação que eu, quando escuto esse tipo de música postada nesse tópico.

    Acho que a unica diferença é que, eu, consigo admirar isso como arte, mesmo não gostando.

    moisesbodani
    Membro Novato
    # jan/18
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    Particularmente, eu acho esse tipo de som muito estranho, não consigo gostar. Entretanto, assim como o metal_ofender, consigo entender tal música como arte.

    Mesma coisa daquele Rogério Skylab, apesar de sonoramente ter uma estrutura totalmente diferente do tema central do tópico. Vi uma entrevista (salvo engano, no Jô Soares), achei o cara excêntrico/engraçado... Fui ouvir a música e achei uma bosta. Entretanto, até hoje lembro de "matador de passarinho". Vai entender... rs rs...

    Gosto é muito subjetivo, evidentemente, mas não consigo apreciar um som assim. Ouvi a Clara Crocodilo que o JJJ citou e... Bom, não faz meu tipo.

    Lelo Mig
    Membro
    # jan/18 · Editado por: Lelo Mig
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    metal_ofender
    moisesbodani

    Eu ouço, não muito, mas razoavelmente, Rock In Opossition, Avant Gard Rock, Krautrock, Fusion e estas paradas da galera experimental.

    Não que seja minha música de cabeceira, longe disso. É, no geral, bastante difícil, bastante indigesto e não é feita para ouvir e assoviar depois.

    Mas tem muita coisa interessante. E abre a cabeça para possibilidades bastante inovadoras, e é possivel aplicações menos radicais.

    Mas, estes caras radicais e extremistas, são fundamentais para a arte.

    É claro que você não vai nunca conseguir ouvir Univers Zero, por exemplo, como ouve Bon Jovi... Mas, acostumando fica um pouco mais palatável.

    Mykeleaomachado
    Membro Novato
    # jan/18 · Editado por: Mykeleaomachado
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    Sou viciado no Clara Crocodilo e no Tubarões Voadores, o estranho é que da primeira vez que ouvi, já gostei logo de cara.

    Claro que tem algumas bandas que eu não consigo ouvir até hoje, não pelo fato de eu achar ruim, mas pela música ser muito densa, como é o caso da banda francesa Magma. Os caras unem jazz, com ópera, rock dentre outros estilos de música, mas talvez o que mais me afastou da banda seja a língua, que é um idioma inventado pelo baterista da banda, e os nomes das músicas são impronunciáveis e difíceis de se memorizar.

    Já faz bastante tempo que venho ouvindo muito rock progressivo, hoje eu considero minha música de cabeceira, bandas como King Crimson, ELP, Gentle Giant, Yes, o próprio Soft Machine que foi citado aqui, Mandalaband, aquela cena que trouxe o Rock In Opposition para os EUA como o 5 UU’s, Thinking Plague. Eu gosto de bateristas que tocam tudo “torto”, como é caso do Bill Bruford, do Dave Kerman, Chris Cutler, etc...

    Muita gente acha esse tipo de música pretensiosa, mas na minha visão, só é pretensiosa se os músicos não conseguem realizar aquilo que eles se proprõem a fazer e, nesse caso, são todos músicos de altíssimo nível que tocam músicas complexas de altíssimo nível e o fazem muito bem.

    Julia Hardy
    Veterano
    # jan/18
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    Não é meu prato predileto, mas, aprecio quando consumo.

    Lelo Mig
    Membro
    # jan/18 · Editado por: Lelo Mig
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    Mykeleaomachado

    "talvez o que mais me afastou da banda seja a língua, que é um idioma inventado pelo baterista da banda"

    O idioma inventado é o Kobaian. O mais interessante da parada é que tem pelo menos umas 5 bandas de Krautrock (Zeuh), que adotaram o Kobaian como lingua oficial total ou parcial em seus trabalhos...kkkk

    Obs: Eu curto o Magma, acho o Mekanïk Destruktïw Kommandöh, um album bem legal.

    Mykeleaomachado
    Membro Novato
    # jan/18 · Editado por: Mykeleaomachado
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    Obs: Eu curto o Magma, acho o Mekanïk Destruktïw Kommandöh, um album bem legal.

    Estava ouvindo os álbuns deles dos anos 70, esse e o primeiro álbum, que inclusive tem uma música cantada em inglês, foram os que eu mais curti. Olha essa música aqui, muito boa:





    O legal, como você disse, é que eles fundaram um sub gênero (Zeuhl) no rock progressivo.

    O problema é que não entendo nada e nem tem letras traduzidas na internet, nem mesmo para o inglês. Estava assistindo uma entrevista com o Vander e ele diz que a história da maioria dos álbuns gira em torno de um personagem chamado Köhntarkosz (que inclusive, é o nome de um dos álbuns deles), que tem seu mestre morto, e aí ele sai em busca de vingança.

    JJJ
    Veterano
    # jan/18
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    Esse pessoal viajava pra valer... kkkkkkk

    Lelo Mig
    Membro
    # jan/18
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    Mykeleaomachado

    "O problema é que não entendo nada...."

    Tem que relaxar e curtir sem tentar entender.... Anos 70 mano, o MMs da galera era o LSD!

    Mykeleaomachado
    Membro Novato
    # jan/18 · Editado por: Mykeleaomachado
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    Só para deixar esse tópico mais informativo e para não deixar passar em branco, em 1984, o Arrigo lançou o “Tubarões Voadores”, no qual, na música homônima do álbum, ele musicou uma pequena HQ de seu amigo Luiz Gê (que inclusive, fez a capa do Clara Crocodilo). O Arrigo sempre citou as HQs como influência nas suas músicas e letras. Na época, quando se comprava o vinil do “Tubarões Voadores”, a HQ de mesmo nome vinha junta para você poder acompanhar a história junto com a música. Alguém fez esse vídeo bem legal juntando a música e a HQ...



    moisesbodani
    Membro Novato
    # jan/18
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    O mais "diferentão" que eu ouço (e gosto DEMAIS), é Animals as Leaders, que tem músicas mais comuns e outras numa pegada diferente. Comparando com o que foi postado aqui, é música pop de rádio teen! kkkk

    Eu até consigo apreciar algumas coisas do que foi postado aqui, em se tratando de técnica/execução/dinâmica musical, mas o vocal e coisas relacionadas à melodia vocal me são bem indigestos. Mas, como eu disse acima, questão de gosto.

    Lelo Mig
    o MMs da galera era o LSD!

    Eu imagino a galera loucona, ouvindo as músicas sem entender nada e achando que era onda de droga, quando na verdade era só a música mesmo! haha

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