Percepção Musical alterada por doença ou medicações

    Autor Mensagem
    El Musicista
    Veterano
    # jul/17


    Papo reto pessoal: pesquisei no Google e não encontrei nada a respeito, por isso venho pedir a ajuda dos colegas.

    Tem alguma doença ou enfermidade que altera nossa percepção musical? Por exemplo: uma pessoa toca uma nota LÁ afinada em 440Hz, mas Você escuta esse mesmo LÁ numa frequência mais baixa (435Hz, por exemplo). Estou assim desde a madrugada de sábado para domingo (hoje é segunda-feira).

    Alguém de vocês já teve algo parecido? Por que isso acontece? Leva quanto tempo pra voltar ao normal?

    Desde já, agradeço a atenção dos senhores e senhoras nessa questão.

    P. S.: estou tomando Prednisona e Loratadina por conta de uma alergia que estourou em mim na semana passada.

    Raitista
    Membro Novato
    # jul/17 · Editado por: Raitista
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    El Musicista
    Os antialérgicos causam um excesso de produção de histamina deixando o organismo mais lento e, por consequência, sonolento. Portanto suas percepções estão alteradas. É tanto que em algumas bulas tem escrito para não dirigir ou operar máquinas elétricas.

    PS.: No seu caso, o que pode estar influenciando é mais a Prednisona, que é um antialérgico bem mais forte que a Loratadina.

    Adler3x3
    Veterano
    # jul/17 · Editado por: Adler3x3
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    El musicista

    O uso de remédios fortes podem causar inúmeras alterações de percepção.

    Tem que ver que estes remédios tem que ser usados com cautela e de modo temporário, remédios de uso contínuo tem que ser melhor avaliados para evitar estes tipos de efeitos colaterais.

    Se os remédios são de uso temporário tem que terminar o tratamento e não há muito o que fazer, se são de uso contínuo tem que observar os efeitos colaterais e buscar outras alternativas, buscando sempre o conhecimento em fontes seguras.

    E cada corpo é um organismo em particular, e respondem de forma diferente a um tratamento, de qualquer forma qualquer efeito colateral tem que ser observado com cuidado, as vezes é melhor trocar a medicação, mas isto só o médico é que pode aconselhar.

    luckneto
    Membro Novato
    # jul/17
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    El Musicista

    Boa tarde! Eu sou médico. Existe uma enormidade de patologias que podem alterar a percepção do som. Alguma agudas e de resolução relativamente rápida (resfriado, gripe, alergias etc...são as mais comuns) e outras mais crônicas e as vezes irreversíveis.

    O tempo para voltar ao normal varia de acordo com cada problema. O melhor é consultar um médico para identificar que problema é esse para assim trattar adequadamente e ter um prognóstico mais preciso.

    Por aqui não tem como ajudar muito mais que isso...

    Ismah
    Veterano
    # jul/17
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    Tecnicamente isso acontece o tempo todo, quando mais denso o meio, mais rápido o som viaja, logo existe um "shift up" na frequência emitida... E o inverso também...!

    No seu caso tu não está ouvindo as coisas com shitf down, no máximo está faltando agudos, e é o que foi dito... Efeitos colaterais, acontece!

    makumbator
    Moderador
    # jul/17 · Editado por: makumbator
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    Ismah



    No seu caso tu não está ouvindo as coisas com shitf down, no máximo está faltando agudos

    Como o médico acima comentou, há doenças e remédios que afetam a percepção do som, inclusive da sintonia de afinação, então nem sempre é questão de mudança da "equalização" sonora, mas podem ocorrer problemas de perda de percepção da frequência, sintomas de perceber desafinação entre dois sons que estão perfeitamente afinados, e há até condições graves de amusia (que pode causar perda de noção rítmica, tonal, timbrística, afinação, etc...).

    Em livros do saudoso médico (e também pesquisador da área de música e cérebro) Oliver Sacks há relatos de amusias graves em pacientes do pesquisador, inclusive músicos (o que torna tudo mais trágico).

    https://en.wikipedia.org/wiki/Amusia

    acabaramosnicks
    Membro Novato
    # jul/17
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    Mano, eu tomava uma penca de remédios tipo paroxetina, risperidona, levomepromazina, etc... Afinava a guita de ouvido à noite, tudo lindo. No dia seguinte de manhã, eu percebia que ela estava afinado um pouco acima, verificava no afinador e de fato estava acima. Benzodiazepina então, acho que todas afetam a percepção. Loratadina é um antialérgico leve, não acredito que altere muito. Prednisona é mais punk, mexe com hormonios, acho que pode afetar.

    Fazendo uma analogia, vc não escuta música de uma forma diferente depois que "toma umas"? Então... É tudo droga rsrsrs

    Ismah
    Veterano
    # jul/17
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    makumbator

    Eu não ninguém pra contestar um médico... MAS... Na real, amusia é uma coisa, quem já tocou bêbado e foi ouvir depois sabe bem o que é isso...

    Agora uma nota LÁ afinada em 440Hz, mas Você escuta esse mesmo LÁ numa frequência mais baixa (435Hz, por exemplo), subentendo que ele estaria escutando tudo numa frequência mais baixa do que é, e isso beira os limites da física...

    Quero dizer, amusia, é como o bêbado que não consegue ficar em pé... Mas creio que não é algo constante - o bêbado não pende para o mesmo lado sempre - assim como nosso colega relata o problema... Estou crente de que ele só não sabe expressar, aquilo que sente realmente.

    acabaramosnicks

    O seu caso faz mais sentido pela física: de manhã a temperatura é menor que a noite, logo a tensão tende a subir...

    makumbator
    Moderador
    # jul/17 · Editado por: makumbator
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    Ismah
    Quero dizer, amusia, é como o bêbado que não consegue ficar em pé... Mas creio que não é algo constante

    Não, é um problema médico grave, e pode ser constante (e até progressivo). Pode ser congênito ou adquirido durante a vida (certos acidentes com trauma na cabeça, por exemplo). Atinge uns 4 a 5% da população mundial (em graus variados). Obviamente não estou dizendo que o colega que postou tem necessariamente algum grau de amusia, mas também não dá pra falar que um problema neurológico grave que atinge algumas pessoas é como estar bêbado. A comparação é nonsense.

    subentendo que ele estaria escutando tudo numa frequência mais baixa do que é, e isso beira os limites da física...

    Que mané limites da física. A percepção da altura é um processo complexo realizado pelo aparelho auditivo e pelo cérebro, e esse sistema fino está sujeito a uma série de problemas. Dizer isso é como afirmar que um surdo beira os limites da física por não escutar.

    entamoeba
    Membro Novato
    # jul/17
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    Se a gente percebesse a frequência, a objeção do Ismah faria sentido. Mas o que a gente percebe é o som.

    O que gerou confusão foi o exemplo dado pelo El Musicista, que usou uma unidade da física (hertz) para descrever uma sensação.

    O daltônico recebe a mesma frequência de luz que o não daltônico, mas vê diferente. A analogia é essa!

    El Musicista
    Veterano
    # jul/17
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    Raitista

    Eu também acho que deve ser a Prednisona, mas postei aqui para saber se alguém já passou por situação semelhante.

    Adler3x3

    Sim, esses medicamentos que estou tomando são temporários, acabo meu tratamento nesta semana. Acredito que após isso, essa coisa toda da desafinação que estou sentindo vai passar. Geralmente, tenho isso quando estou gripado ou resfriado que, logo que fico bom, essa "desafinação" vai embora junto com a enfermidade.

    luckneto

    Vou aguardar até o final do tratamento, um ou dois dias após, se esses sintomas persistirem, então procurarei novamente um médico para tratar especificamente sobre isso.

    Ismah
    No seu caso tu não está ouvindo as coisas com shitf down, no máximo está faltando agudos, e é o que foi dito... Efeitos colaterais, acontece!

    Não se trata de faltar agudos, se trata de uma desafinação mesmo. Para você ter uma ideia, quando eu toco um Dó maior no piano, eu sei o som que tem o Dó maior, portanto, eu sei o som que devo ouvir. No entanto, escuto quase um Si maior, entende?

    makumbator

    Conversando com alguns colegas, tive relatos de que inflamações no ouvido também podem causar isso que estou sentindo. Inclusive, um desses relatos trataram a respeito de uma pessoa que tudo o que ouvia em um dos ouvidos, ela ouvia uma 4ª justa abaixo!

    acabaramosnicks

    Sim, acho que é esse Prednisona mesmo, pois Loratadina já tomei em outras ocasiões e nunca me deu isso. Sem contar que o Prednisona também afetou todo o meu sistema gástrico (refluxo, queimações e muitos soluços!). Acho que terminando o tratamento com essa bodega (talvez eu até corte antes por causa disso), acho que volta ao normal.

    El Musicista
    Veterano
    # jul/17
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    Conversando com alguns outros colegas, eles me recomendaram que eu fizesse uma audiometria, que realizasse uma consulta com um fonoaudiólogo. Disseram que pode ser até mesmo rolha de cera no ouvido, que ao se acumular, altera o formato da cóclea e, consequentemente, a nossa percepção a respeito dos sons.

    Me disseram que qualquer pessoa tem isso em algum momento, a diferença é que, pelo fato de termos nossos ouvidos treinados, acabamos por perceber essa diferença nos sons quando elas acontecem.

    jprpfera
    Veterano
    # jul/17
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    O que já aconteceu comigo é ir à um show muito alto, e no outro dia ouvir todos os sons com uma frequência bem mais baixa, é horrível.
    Deve arregaçar todo sistema auditivo...

    Ismah
    Veterano
    # jul/17
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    makumbator

    Eu não fui nada claro, desculpe. Além disso, faltou um "não" na frase "amusia, NÃO é como o bêbado que não consegue ficar em pé...".
    Ao dizer " que não é constante " me referia a que não se aplica a todas as notas, e sim a algumas notas, e que hora parece desafinado hora não. Isso é o que embriaguez causa, e não necessariamente é o que amusia causa.

    :)

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