O que está acontecendo com o rock? Está amolecendo?

Autor Mensagem
KalukaGuitar
Membro Novato
# nov/16


Antes de criticarem o título do tópico, tenho certeza que a abordagem é nova rsrsrs.

Esse ano várias bandas de rock lançaram CDs (em todas as vertentes). Eu confesso que não acompanho tantas, então pode ser que eu tenha uma visão parcial sobre o assunto. Por isso, resolvi criar esse tópico para fomentar a discussão, ouvir opiniões diferentes (muitas vezes divergentes kkkkk).

Esperei ansiosamente os novos trabalhos do Wolves At The Gate, Skillet, Avenged Sevenfold e o Alter Bridge. Queria ouvir coisas novas, ter aquela sensação sabe... "cheirinho de novo". O primeiro que saiu e ouvi foi o novo álbum do Skillet, Invencible. Gostei muito de alguns trabalhos anteriores, contudo esse novo CD me decepcionou. A banda é conhecida pelos efeitos eletrônicos exagerados nas músicas, em algumas músicas funcionaram bem, outras nem tanto. Outras canções soaram mais como rap do que rock. Essa procura por "inovar", "respirar novos ares", "experimentar" novos estilos quase sempre dá errado, como o CD Hail to the King 2013 do A7X. Agora com o novo baterista, que à principio parece ser mais técnico que o Arin, o som da banda conseguiu resgatar algumas peculiaridades que usaram com frequência nos albuns City of Evil (2005) e Avenged Sevenfold (2007), até hoje considerado o auge da banda. Mesmo assim, o som "chiclete" do CD não convenceu e nao agradou alguns fãs, mesmo com riffs pesados e agressividade no talo. Wolves at the Gate perdeu muito também de sua sonoridade marcante, como screams agressivos, palhetada tremolo e pedal duplo "comendo a terra". A proposta do novo CD Types and Shadows é soar mais como balada, calma e tranquila. Mesmo as músicas pesadas não agradam tanto quanto trabalhos anteriores. Oficina G3, depois do DDG Experiencie, lançou o CD Histórias e Bicicletas, abrindo mão dos riffs destruídores de tímpanos e buscando melodias mais suaves e "límpidas". E parece que a cada novo single a banda se aproxima muito mais das musicas congregacionais do que de rock 'n roll. O cd Last Hope do Alter Bridge não tive a oportunidade de ouvir.

Todas as bandas que citei acima são gospel, exceto o Avenged Sevenfold, por isso não posso afirmar se esse fenômeno é um padrão no rock como o todo. Mas o que leva bandas a trazerem abordagens tão "leves" depois de CDs tão expressivos? Não haveria problema se o nível das canções não decaísse tanto, todavia tenho impressão que decepciona demais. E porque bandas renomadas com som imortalizado e característico resolvem enveredar por caminhos que não possuem domínio, ou simplesmente destoam demais da personalidade da banda? Que duro dilema!

Casper
Veterano
# nov/16
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Caro KalukaGuitar:

O Rock morreu faz tempo.
No meu tempo era muito melhor.

"Insanidade é continuar fazendo sempre a
mesma coisa e esperar resultados diferentes".


Albert Einstein

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# nov/16
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Casper
Não exagere...
Tem muita coisa boa por aí...
Abç

Lelo Mig
Membro
# nov/16
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KalukaGuitar

Cara... aproveite seus 21 anos!

Porque o ruim de ter minha idade (entre tantas outras coisas ruins que a idade trás) é que, infelizmente, prá um cara de minha idade nenhuma dessas bandas por você citadas fez algo de novo...

Isso não quer dizer que não possam ou tenham feito coisas boas... mas de novo, com certeza, não foram capazes de fazer!

Casper
Veterano
# nov/16
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Caro Mauricio Luiz Bertola:

Claro, sempre existem pontos fora da reta,
muita gente injetando elementos interessantes
na música. Mas infelizmente tenho que dizer
que meu ponto de vista é bem parecido com
o do colega Lelo Mig, existe uma certa
estagnação no gênero.

Fazer algo bem feito exige dedicação, talento,
suor e paciência. Coisas raras, hoje em dia.

boblau
Veterano
# nov/16
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KalukaGuitar

vou tomar pedrada aqui....

Mas eu acho que este seu título remete ao nascimento do grunge....

Até o grunge, o Rock "competia" com o pop, jazz, disco, mpb, punk, rap, meio que cada um na sua, no seu meio, na sua tribo.

Depois do grunge, onde "qualquer nota" vendia, avacalhou tudo. Virou uma zona. Foi triste de ver esta deterioração.

Portanto na minha opinião, e haverá dela quem discorde, o grunge " amoleceu" mesmo, não só o Rock, mas todo o resto. Foi uma varrição completa da competência.

Aí veio a internet com sua pirataria mundial e descambou para o lado que não se vendia mais música e os caras bons desanimaram. Somente de poucos anos para cá é que se encontrou uma forma de se ganhar dinheiro com música na Internet, mas a briga foi enorme.

Antes da internet, vc tinha que ser muito bom, a banda tinha que ser muito boa para poder gravar alguma coisa e ser lançada. Tinha uma empresa no meio do seu sucesso. Hj com um investimento baixo, qualquer um pode ter o "seu canal". E no meio da divulgação de muito lixo, tem, no mesmo balaio, alguém de talento que não consegue se sobressair.

BrotherCrow
Membro Novato
# nov/16
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O rock está seguindo o caminho do jazz: vai perdendo relevância no mainstream, começa ser cada vez menos inovador na superfície, aos poucos vai virando "coisa de velho". Assim como no jazz, quem quiser se segurar no mainstream à força vai perder credibilidade e sumir aos poucos. Os verdadeiros inovadores vão lentamente soar cada vez menos como as bandas clássicas.

E aí a culpa é meio do público também: de um lado tem a juventude "rock wins" com uma idolatria sem cérebro das décadas passadas. Do outro lado tem o pessoal mais velho que só gosta das bandas antigas (quando gosta de alguma coisa nova, é porque remete às antigas, tipo Alabama Shakes). E não dá pra culpar esse pessoal, porque eles viveram uma época quando o rock tinha algo a dizer, como hoje acontece com o rap.

As bandas de rock ficam numa sinuca: fazem mais do mesmo pra agradar a molecada (que não entende a alma inovadora que o rock tinha no passado) e a velharada (que não tem saco pra assimilar coisas novas), ou tentam criar algo novo, correndo o risco de os fãs dizerem que "não é rock" ou que "eles se venderam"?

(explicitando o óbvio: nem todo velho tem a mente fechada, nem todo jovem é descerebrado, não estou generalizando)

Entra em um clipe de alguma banda de rock clássico no youtube: sempre vai ter um moleque dizendo que "isso sim é música, tenho 15 anos, nasci na década errada" e um monte de gente mais velha validando esse moleque, dizendo que ele tem bom gosto. Como se não gostar de Led Zeppelin fizesse você automaticamente gostar de Justin Bieber.

Enquanto isso, álbuns conceituais densos e inovadores surgem fora do rock: To Pimp a Butterfly do Kendrick Lamar, Divers da Joanna Newsom... e o rock segue se enterrando no passado.

d.u.n.h.a.
Veterano
# nov/16
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Rock morreu, e faz tempo.

Esse ano se eu ouvi meia dúzia de álbuns novos que gostei de rock foi muito.
Em compensação no rap, hip-hop tá saindo coisa boa sem parar - Aesop Rock, Kendrick Lamar, Action Bronson, Slug, Tech N9ne, Run the Jewels, Tyler the Creator, Chance the Rapper, Logic, Oddisee... enfim.

Se alguém aqui tá de saco cheio do rock sugiro que ouça uma música do Aesop Rock e leia a letra, o jogo tá num nível muito elevado. Daí vem outra coisa que sinto falta no rock - a competição. O bundamolismo tá em níveis assustadores, todo mundo é amiguinho, ninguém admite que compete com o outro, que quer lançar um trampo melhor que o outro. Já no cenário do rap, hip-hop e até do pop a competição força todos a se esforçarem. No rock não, lançam qualquer merda e todo mundo aplaude com medo de criar inimizades.

Lelo Mig
Membro
# nov/16
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BrotherCrow

"...tenho 15 anos, nasci na década errada..."

Mais triste do que, vira e mexe, se pegar dizendo: "No meu tempo era melhor!"

...é ouvir: "No tempo do meu pai era melhor!"

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# nov/16
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Lelo Mig
Casper
Eu já há muito "desncanei" desse negócio de "novo"...
O que quero é ouvir música boa, tocada, composta com tesão!
Existe talento e dedicação por aí, seja ela de gente que faz algo inusitado ou "novo" ou da parte de quem faz... digamos... "releitura" (referência, etc). Talento não se mede por "sucesso"...
Mas, se esse fórum me ensinou alguma coisa (aprendi com os mais jovens daqui), é que o "mundo virtual", a inovação tecnológica tem vantagens e desvantagens, e uma das vantagens é que se pode tomar contato com um monte de coisa bacana, embora o resultado disso não seja mais o que aconteceu no mundo e na cultura dos anos 60, 70 e 80.

Adler3x3
Veterano
# nov/16 · Editado por: Adler3x3
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Ao meu ver é o modelo ocidental de produzir música que se esgotou, não só no Rock, mas bem dizer em quase todos os gêneros.

O bom e velho samba parece parado.
Mas será verdade esta afirmação?

Não dá para generalizar.

Atualmente eu escuto mais música independente, que ao meu ver tem mais liberdade e com isto mais criatividade.

Os tempos mudaram estamos no século XXI, e por conta das novas tecnologias, muita coisa mudou, o que era enviável tempos atrás agora é viável.
Mas o progresso é lento tem muita tecnologia que ainda não é viável economicamente falando.

Estamos passando por uma certa era de transição.

E as formas musicais tradicionais estão meio que empacadas, mas tem coisa nova sim, mas isto quase não é divulgado.

Hoje temos a possibilidade de saber escolher melhor, usando filtros, pois o excesso de informação e acesso a músicas, é bom por um lado, mas todo o excesso é prejudicial, mas a grande vantagem é que você pode escolher o que vai ouvir, e não o que a mídia impõe, e assim naturalmente você fica mais exigente, e não ouve qualquer porcaria, começou a escutar uma porcaria, já dá stop no player, você não tem que aguentar isto.

Agora cada gênero tem o seu auge, as motivações, o clima do ambiente social de sua época e muitos outros fatores.

O modelo anterior desde que surgiu o processo de gravações se esgotou, mas muito das políticas atuais ainda seguem o domínio das grandes mídias, que estão passando por maus momentos e estão se adaptando, e o poder mudando de mãos, mas sempre vai ter alguém querendo ter poder.

As grandes gravadoras tinham poder, hoje este poder esta na Apple e outras congeneres.

Lelo Mig
Membro
# nov/16
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Mauricio Luiz Bertola

Eu concordo com você... se não fosse assim, não ouviríamos mais música erudita. E olha, que há muita música clássica que não conheço e irá "soar como nova" prá mim quando eu ouvir. O mesmo ocorre com o "Rock e Pop" dos 60 e 70...

Apenas acho que a galera atribui ao rock, uma visão que não é do "rock", mas sim de uma época... os final dos 50, os 60 e início dos 70.

Tudo nesta década foi revolucionário... o Rock, o Pop, o Jazz, a MPB. Essa geração acreditava que mudaria o mundo através da arte... e juntamente com revoluções sócio/políticas/econômicas e tecnológica/industrial, somadas a cultura e comportamento, criou um ambiente que dificilmente se repetirá.

O rock foi um "ponto importante"... mas apenas uma engrenagem num mecanismo muito mais complexo.

Hoje os estadunienses elegeram Donald Trump......... isso revela muita coisa da atual "caretice e bundamolismo" geral do planeta.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# nov/16
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Lelo Mig
Concordo plenamente.
Minha posição pessoal (e é isso que vale aqui), é a exposta acima...
Já a posição como Cientista Social é um pouco diferente...
Abç

KalukaGuitar
Membro Novato
# nov/16
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Que discussão calorosa tivemos até aqui hein, não esperava tanto rsrs...

Bom, nao vou marcar cada um pra responder mas vou me esforçar

Lelo Mig
Vou me esforçar para aproveitar meus 21 anos kkkkk. Mas não escuto somente modinhas não, tento escutar de tudo, do clássico ao popular, de Mozart à Pixanguinha kkkkkk

Eu citei essas bandas não pelo fato de terem apresentado algo "novo" ou "inovador". A minha crítica é que elas SEMPRE TENTAM apresentar algo "novo", "inovador", mudar o estilo completamente, geralmente para atender ao público modinha... e como sempre, falham. Perdem a característica sonora, perdem a agressividade...

Casper
Se o rock morreu faz tempo, o que eu posso fazer? kkkkkk Vou ter que me contentar com o que tem ae no mainstream? Vou ter que contentar com o som que, muitas vezes nem é o desejo da banda, mas é o desejo da produtora, dos empresários, do público modinha e etc? Triste ... snif snif


BrotherCrow
O que você disse é uma verdade que ninguém quer admitir. Mas o problema ao meu ver não é o rock se enterrar no passado (ou viver dele), e sim transformar-se nesse "conto-de-fadas rosado com céu de algodão doce" que tá se tornando. Como pode render-se por tao pouco? Como pode esquecer completamente de suas origens? Sei lá, eu preferiria tocar rock de verdade pra minha mãe e mais duas tiazinhas do que pra 300.000 jovens playboizinhos e patricinhas, que só querem mesmo fumar sua maconha kkkkkk (desculpem os insultos LEVES ok?)


Mauricio Luiz Bertola
Acho que é sempre proveitoso essa troca de idéias. O feedback é sempre compensador. Não sei porque demorei tanto tempo pra entrar pra essa familia FCC hahaha

Calime
Veterano
# nov/16 · Editado por: Calime
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Mauricio Luiz Bertola

Eu já há muito "desncanei" desse negócio de "novo"...
O que quero é ouvir música boa, tocada, composta com tesão!
Existe talento e dedicação por aí, seja ela de gente que faz algo inusitado ou "novo" ou da parte de quem faz... digamos... "releitura" (referência, etc). Talento não se mede por "sucesso"...


Meu total acordo em relação ao exposto. É mto chato e ranzinza ficar: "pô, som bom era o de antigamente.." . Fala sério...nunca a sentença: "quem vive de passado é museu" soou tão verdadeira. Houve uma época que eu estava ficando chato assim tbm, mas dps desencanei. Bora curtir a vida, e ouvir boa música.

The Man Who Sold The World
Veterano
# nov/16
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Calime
É mto chato e ranzinza ficar: "pô, som bom era o de antigamente.." "
o povo que fala isso nunca sequer sentou 5 minutos e ouviu uma banda nova, pesquisou bandas boas
fica só no achismo

Felipe Stathopoulos
Membro Novato
# nov/16
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Na boa, mas quem acha que o rock morreu é porque parou de escutar coisas novas...

Morreu coisíssima nenhuma. O que acontece é que a medida do sucesso é outra hoje, e mesmo este sucesso é tremendamente mais efêmero do que era há 20 anos atrás. Hoje uma banda estoura em 5 dias, e pode ser enterrada igualmente em 5 dias, por si mesma ou por outra melhor ainda.

O rock pode ter morrido para o mainstream, mas quem tá no underground e sabe onde procurar encontra coisas maravilhosas. Outro dia mesmo surgiu aqui um tópico de "stoner" que mostrou um monte de bandas novas uma melhor que a outra...

O que acontece é que temos uma visão hiperglamurosa do rock e do rockeiro como semideuses. Isso sim acabou, não existe mais. O "fazedor de rock" hoje é um cara comum com uma idéia genial na cabeça.

E dizer que o grunge é que "bundamolou" o rock é de uma injustiça absurda!

Sejamos honestos: quando o grunge surgiu o rock (ao menos no mainstream) estava um LIXO: poser, mecânico, sem alma, sem inspiração, sem nada da fúria essencial do rock, e comandado por uma máfia de meia dúzia de gravadoras controladas por burocratas engravatados que mandavam mais que as bandas! O artista tinha sua imaginação limitada por um bando de pilantras que entendiam tudo de negócios, mas p. nenhuma de arte.

O grunge não apenas renovou os ares como enterrou, junto com o Napster, as velhas gravadoras e o velho modo de se fazer e distribuir rock´n roll, de quebra jogando na lata do lixo todas aquelas bandas poser estilo "Poison" e outras porcarias do gênero...

Hoje, ao contrário, uma banda para se manter na crista da onda tem que ser melhor SEMPRE: não basta fazer uma canção boa ou um álbum bom: tem que ser boa sempre, ser original porém inovar na medida certa, etc. Se manter eternamente trabalhando, sem parar.

O conselho que dou é: vão pro underground e parem de mimimi! :)

Rsrsrsrs...

Abçs

brunohardrocker
Veterano
# nov/16
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Eu gostaria de ouvir algo velho, não novo.

Velho como o Led Zeppelin, com os recursos que temos hoje.

KalukaGuitar
Membro Novato
# nov/16
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brunohardrocker

Vc quer VINTAGE entao kkkkkk
É essa palavra que usam pra definir algo novo com roupagem velha

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# nov/16
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Calime
Pois é... Eu ouço desde Cartola à Bach, e de Led Zeppelin/Purple/Sabbath até Jess and the Ancient Ones...
O passado era legal (nesse aspecto)? Era. Mas o presente é o que temos; e o futuro o que fazemos...
Abç

KalukaGuitar
Membro Novato
# nov/16
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Felipe Stathopoulos
Cara, concordo muito com vc. Conheço bandas do Underground que não adiantaria nada citar nomes porque não possuem seu trabalho reconhecido. Acho que o sucesso sobe a cabeça dessas bandas do mainstream, por isso elas acabam cedendo e modificando seu som pra agradar a maioria e conquistar um publico muito maior, que muitas vezes nem são adeptos ao rock e seus gêneros mais pesados. Pra ser sincero, nem sei o nome de todas, conheço só por ouvir na minha cidade.

Caike_bend
Veterano
# nov/16
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Bicho, esse papo de que o rock morreu e tal, não me entra. O Rock está no lugar dele, aonde ele sempre esteve e sempre estará: Undergound. À margem. Se você for se aprofundar no meio das bandas desconhecidas, acha muito mais coisas bem feitas. Digo isso porque essa galera, geralmente, não tem rabo preso, e ousa mais.

Obviamente, hoje em dia, CRIAR algo 100% NOVO é quase que impossível. Mas saber misturar todas essas influências e referências e fazer algo bom, é algo louvável. E difícil.

brunohardrocker
Veterano
# nov/16 · Editado por: brunohardrocker
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A galera fala de pesquisar e encontrar.

Ok.

Mas creio que há um sentimento de viuvez da galera que não exatamente quer encontrar bandas novas, mas sim, que o estilo esteja no auge, tocando nas paradas e determine o clima da cultura. Pode ser isso que essa galera está procurando e que não irá mais encontrar.

É diferente você descobrir o The Wolfmother hoje, ouvir e achar legalzinho, de você descobrir o Deep Purple nos anos 70/80 e saber que pode descer ali no bailinho para curtir o som com todo mundo.

Lelo Mig
Membro
# nov/16 · Editado por: Lelo Mig
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brunohardrocker

Quando eu, Mauricio Luiz Bertola, e mais alguns gatos pingados de nossa geração, aqui presentes, falamos dos anos 60 e 70, a galera confunde um pouco as coisas...

Acha que estamos de chinelão de couro, flor nos cabelos, de óculos redondo, e fumando um baseado ao som de Jefferson Airplane... metade cabeludo, metade careca. Que não temos computador nem smartphone e falamos "podiscrê" e "jóia".

Não existe mais isso... as pessoas, nós, assim como os mais jovens de hoje, acompanham o seu tempo, e se atualizam. Procuram ser antenadas, temos filhos jovens, precisamos dialogar com eles... meu filho, por exemplo, esta numa fase de curtir música eletrônica.

O que é difícil para a galera, que não viveu aqueles tempos, entender é o impacto causado.

Não importa se Deep Purple é melhor ou pior que The Wolfmother, por exemplo. Não é a comparação com relação a qualidade. Até porque é relativo e sempre haverá quem goste mais de um do que de outro.

Mas, quando Machine Head foi lançado... foi como uma bomba atômica!

Isso aconteceu, não porque o DP é a melhor banda sobre a face da terra. Mas, porque lançou um grande álbum, revolucionário, na época certa.

É como ganhar na loteria...

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# nov/16
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Lelo Mig
Pô bicho! Eu falo pódiscrê! até hoje!
Kkkkkk......
Você está coberto de razão...
Abç

brunohardrocker
Veterano
# nov/16 · Editado por: brunohardrocker
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Lelo Mig

Concordo. Vejo que existe mesmo esse sentimento, de que a geração presente, mesmo com todo o acesso, sente falta de um tempo onde esse som não era apenas para apreciação, mas para vivenciamento. Onde aquilo bomba na mídia e em todos os lugares e influencia a geração.

Mas creio que isso não vai mais rolar com o rock, a menos que surja um novo movimento, atrelado ao seu tempo.

Ismah
Veterano
# nov/16 · Editado por: Ismah
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Um outro jovem se metendo no meio...

Do ponto de vista de uma banda de rock: o rock morreu, no brasil e em vários lugares!

E morreu, por vários motivos...

- A gente tá se lascando pra achar casas pra tocar
- Quando acha, o repertório esperado é (praticamente) sempre o mesmo de algumas décadas
- Quem vai é meia dúzia de gato pingado fã da banda, e clientes da casa
- Praticamente ninguém vem curtir rock, quer saber o que vai rolar, se arriscando a ouvir algo pela primeira vez*
- E muitas vezes o cachê é choradinho, porque não movimenta o lado financeiro da casa

* http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/08/1324962-estudo-mostra-q ue-maioria-das-pessoas-escuta-sempre-as-mesmas-musicas.shtml

Eu trabalho numa banda de "velhacos", e o depoimento deles é sincero, e se reflete na realidade...

Rock, não rende grana para a casa. A juventude, quando vem, vem pra gastar o mínimo possível, e se divertir muito. Tanto que se multiplicam casas com som mecânico: baixo custo, muita diversão.

Estávamos falando no retrasado sábado (29/11), na volta do show, como todos são da paz hoje em dia... Todos são amigos, ninguém quer briga...
No depoimento de minha mãe (53), do vocalista (39) e do guitarrista (44), era tudo meio que em gangues de amigos, bastava alguém te olhar atravessado, pra briga estar armada... Se isso é bom ou mau ainda não sei dizer rs

Também entra na receita que o país vive um período políticamente correto, onde não há pecadores, todos se amam... Já o rock sempre foi um tanto quanto rebelde, direto e revolucionário, apontando dedos na cara...

Na prática, hoje o brasileiro prefere viver e falar de "farra, pinga e foguete", a se preocupar com os problemas sociais, pessoais etc...

acabaramosnicks
Membro Novato
# nov/16
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No outro dia o cara postou sobre a banda dele aqui no forum, chamada Black River's flow. A banda é muito boa. Eu não acho que o rock tenha morrido, só não é popular igual antes, e isso é normal. E como é de se esperar em qualquer tipo de público, a maior parte das pessoas não pensa muito, não quer saber de coisa nova, se contenta com qualquer bosta, etc... se vc achou que estava salvo disso só pq curte rock, está enganado

ogner
Veterano
# nov/16
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brunohardrocker
de ouvir algo velho, não novo.

Velho como o Led Zeppelin, com os recursos que temos

Rival Sons

KalukaGuitar
Membro Novato
# nov/16
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acabaramosnicks

O popular é essas merdinhas que cantam no MultiShow ao vivo... Lamentavel

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