Lenine - grande compositor

    Autor Mensagem
    AtalaBukas
    Membro Novato
    # abr/14


    Filho de José Geraldo e Dayse Pimentel, Lenine (assim chamado por conta de uma homenagem do pai socialista ao líder soviético) demonstrou interesse pela música ainda criança. Na época, seu objeto de desejo – o violão da irmã mais velha – era tocado clandestinamente, quando conseguia roubar a chave do armário onde ficava guardado o instrumento.
    Entre a missa com a mãe católica e as audições de discos com o pai, aos oito anos Lenine adquire o direito de optar sobre a programação dos domingos. Escolhe a música, que ia do folclore russo e Tchaikovsky a Dorival Caymmi e Jackson do Pandeiro. Aos 17 anos, fã do rock’n roll – de Zeppelin a Zapa passando pelo The Police – e já impactado pela sonoridade do Clube da Esquina, ingressou na faculdade de Engenharia Química. Na época, começa a arranhar suas primeiras composições.
    Aos 20 anos, tranca o curso e vai morar no Rio de Janeiro, dividindo a casa e o sonho de viver de música com outros amigos e também compositores. O grupo passa a viver em Botafogo, na chamada Casa 9, famosa por ter sido moradia de Luis Carlos Lacerda (Bigode), Jards Macalé e Sônia Braga. Depois, Lenine finalmente radicou-se na Urca, onde reside até hoje.
    No Rio, Lenine participa do festival MPB 81, promovido pela TV Globo. Em 1983, gravou com Lula Queiroga seu primeiro LP, Baque Solto (Polygram), a convite de Roberto Menescal. Neste período, também trabalha como violonista de Danilo Caymmi.
    Entre Baque Solto e seu segundo disco foram-se dez anos, período em que Lenine se estabelece como compositor e passa a fazer parte do movimento musical da cidade. Participa das rodas de samba do Cacique de Ramos, o primeiro espaço onde foi recebido de braços abertos no Rio, e compõe sambas para blocos cariocas como o “Simpatia é quase amor”, e em especial o “Suvaco de Cristo”.
    Em 1989, Elba Ramalho é a primeira a gravar “A Roda do Tempo”, de Lenine e Bráulio Tavares, no disco Popular Brasileira. Nesta época, Lenine começa a ser requisitado para compor trilhas sonoras de novelas e seriados. Em 1992, mais uma canção em parceria com Bráulio Tavares entra no repertório de Elba: “Miragem do Porto”, no disco Encanto.
    O mais importante disco de Lenine, segundo ele mesmo, foi lançado em 1993, em parceria com o percussionista Marcos Suzano. Produzido pelos dois e também por Denilson Campos, Olho de Peixe (Velas) os projetou para o mundo, com turnês pelos Estados Unidos, Europa e Ásia, em especial no Japão.
    Em 1997, Lenine lança seu primeiro álbum solo: O Dia em que Faremos Contato (BMG), produzido em parceria com Chico Neves e mixado no Real World Studio, o conceituado estúdio de Peter Gabriel, em Londres. O disco ganhou dois prêmio Sharp, nas categorias “Revelação” e “Melhor canção” com a “A Ponte”, de Lenine e Lula Queiroga.
    Em 1999, Lenine lança Na Pressão (BMG), que produziu ao lado de Tom Capone. Este trabalho ganhou o prêmio APCA de “Melhor álbum de música popular”, figurou na lista de melhores discos em vários países e vendeu mais de 40 mil cópias somente na França.
    A carreira internacional ganha impulso com novas turnês na Europa, Japão e Canadá e em especial na França, onde Lenine passa a realizar turnês anuais de muito sucesso. No ano de 2000, assina a direção musical do espetáculo Cambaio, com composições de Chico Buarque e Edu Lobo. Em 2002, lança seu quinto disco, Falange Canibal (BMG), novamente com Tom Capone. O CD contou com participações do Living Colour, da cantora americana Ani Di Franco, Eumir Deodato, Steve Turre e da Velha Guarda da Mangueira. Falange Canibal recebeu o Grammy Latino na categoria “Pop Contemporâneo Brasileiro”.
    Em 2004, Lenine é convidado pelo projeto “Carte Blanche”, na Cité de La Musique, em Paris, do qual, até então, apenas um brasileiro – Caetano Veloso – havia participado. A proposta do “Carte Blanche” é dar ao artista “carta branca” para produzir o espetáculo que desejar. Para seu show, Lenine convidou a artista cubana Yusa e o percussionista argentino Ramiro Musotto. A apresentação deu origem ao CD e DVD Lenine Incité (Casa 9/BMG), que ganhou dois prêmios Grammy Latino – como “Melhor CD de Música Contemporânea” e “Melhor Canção” com “Ninguém faz idéia”, de Lenine e Ivan Santos. O álbum recebeu também 4 Prêmios da Música Brasileira: “Melhor CD”, “Melhor Música”, “Melhor cantor” e “Melhor Cantor – Voto Popular”.
    Em 2005 Lenine produz o disco Segundo, de Maria Rita, e o álbum De Uns Tempos pra Cá, de Chico César. Em Paris, é uma das principais atrações musicais do “Ano do Brasil na França”, onde se apresentou no Teatro Zenith ao lado da Orquestra Nacional de Île de France e um coro de 1400 jovens franceses do ensino público, interpretando sua obra e clássicos brasileiros.
    Em 2006, lança Lenine Acústico MTV (Sony BMG), premiado com o Grammy Latino na categoria “Melhor CD Pop Contemporâneo”. Neste mesmo ano, é editada nos Estados Unidos a coletânea Lenine (Degrees Records). Em 2007 produz o CD Lonji, do cantor cabo-verdiano Tcheka, e cria a trilha sonora do espetáculo “Breu”, do Grupo Corpo.
    Em 2008, lança o CD e LP Labiata (Casa 9/Universal). O álbum foi lançado em 20 países, com mais uma turnê internacional em 2009, e a música “Martelo Bigorna” incluída na trilha sonora da novela Caminho das Índias (Rede Globo), foi premiada com o Grammy Latino na categoria “Melhor Canção Brasileira”. Neste mesmo ano é lançado no Festival do Rio o filme Continuação, do cineasta Rodrigo Pinto, que retrata todo o processo de criação e gravação do disco Labiata, inclusive a estreia do show no Olympia de Paris.
    No ano seguinte, em 2010, o artista lança o projeto Lenine.doc – Trilhas (Casa 9/ Universal), que reúne canções compostas para novelas, seriados, filmes, comerciais, espetáculos de teatro e dança. Uma nova turnê nacional e internacional se inicia.
    Em fevereiro de 2011, Lenine é convidado para produzir e dirigir o show de abertura do carnaval do Recife. O espetáculo, roteirizado por Bráulio Tavares, ganha o título de “Sob o Mesmo Céu” e reúne um time de estrelas da música brasileira: Céu, Elba Ramalho, Fernanda Takai, Isaar, Karina Buhr, Mariana Aydar, Maria Gadú, Marina Lima, Nena Queiroga, Pitty, Roberta Sá e Zélia Duncan.
    Em outubro de 2011, Lenine lança Chão (Casa 9/ Universal), seu décimo disco de carreira, produzido por Bruno Giorgi, JR Tostoi e por ele mesmo. O novo álbum – considerado pela crítica ousado e conceitual – é uma suíte de dez canções marcadas pelos sons de seu cotidiano, como o canto de um pássaro, o ruído de uma chaleira e barulho das cigarras no verão da Urca.
    Em março de 2012 inicia a turnê Chão, com direção de arte de Paulo Pederneiras, do Grupo Corpo, e que tem em cena apenas Lenine, Bruno Giorgi e JR.Tostoi. Usando o recurso da quadrifonia (o chamado surround), segundo Lenine, o show subverte o “ver-ouvir”, natural dos espetáculos de música, para o “ouvir-ver”. Nele o público é imerso numa espécie de experiência sensorial em que o som é o grande protagonista. Uma das turnês de maior sucesso da carreira de Lenine, Chão já passou por mais de 80 cidades no Brasil, além de França, Itália, Argentina, Chile e Uruguai. Chão segue na estrada até o final do ano de 2013.
    Em 2013, o cantautor celebra seus 30 anos de carreira. Na pauta, homenagens, documentários e 30 projetos especiais, como o reencontro com Marcos Suzano no show Olho de Peixe (abril, no Rio de Janeiro), a turnê europeia The Bridge (maio, agosto e outubro), com a Martin Fondse Orchestra, um show especial celebrando o disco Baque Solto (setembro, em Recife), além da turnê Concertos Chão e dos shows Lenine Solo. Ainda em 2013, a música “Se não for Amor, eu Cegue” (Chão) integra a trilha sonora da novela “Saramandaia” (Rede Globo) e Lenine assina a trilha sonora do novo espetáculo do Grupo Corpo. E “Isso é só o começo”.


    http://www.lenine.com.br/bio/

    Bem, eu não sei vocês, mas para mim o Lenine é um dos grandes compositores contemporâneos do Brasil. Consegue fazer ótimas músicas, desde ritmos mais tradicionais, sem cair no motivo comum e na pieguice; ao mesmo tempo, inova com canções que quebram o padrão, misturando ritmos e feitos, criando uma sonoridade original, e se utilizando muito bem da semântica para escrever suas letras. O último trabalho dele, "Chão", pra mim é o exemplo do caminho que a música brasileira pode seguir no futuro.

    Cres
    Membro Novato
    # abr/14
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    Bom, ainda não parei mesmo pra escutar o trabalho dele com atenção, mas é comum alguém vir e falar muito bem do Lenine. Parece ser um artista bem criativo e que consegue atingir diversos públicos

    gpeddino
    Veterano
    # abr/14 · Editado por: gpeddino
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    Sou fã do Lenine desde o Acústico MTV (uma obra-prima de arranjos e composição). Em 2012, assisti ao show do disco "Chão" e fiquei embasbacado. SImplesmente o melhor show nacional que assisti até hoje. Consegue mesclar música regional com elementos eletrônicos e música concreta sem soar pedante - pelo contrário, soando acessível e inteligente. Sem contar que conheci o cara no backstage: pura humildade e simpatia.

    AtalaBukas
    Membro Novato
    # abr/14
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    gpeddino
    Gostaria de poder apreciar um dia um show dele. Pois é, quando vi ele interpretando "Chão"', no Altas Horas, fiquei com a mesma sensação, é um som novo, ao mesmo tempo acessível e sem ser pretensioso. Umas canção que mostra o caldeirão de influências e misturas dele é essa:



    cafe_com_leite
    Veterano
    # abr/14
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    Fazia tempo que eu tava pensando em criar um tópico pra esse cara. É incrível como ele consegue mesclar música nordestina com música eletrônica, alguns elementos de jazz e até rock. Os ritmos e as harmônias que ele bola são totalmente a cara dele, um artista de personalidade com certeza. Sem contar nas letras muito criativas e com um vocabulário admiravel, passando pela crítica social, por canções românticas lindíssimas e canções de crises existenciais como O Silêncio das Estrelas.

    Calime
    Veterano
    # abr/14
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    Como contribuição ressalto o melhor album dele (em minha opinião), o Olho de Peixe, cd o qual foi todo gravado somente por ele o grande mestre virtuose da percussão Marcos Suzano, dois gênios interagindo nessa obra magnifica - aula de arranjo, tecnica, feeling, composição e qualidade;



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