Cueca Music??

    Autor Mensagem
    maggie
    Veterana
    # set/03


    CUECA MUSIC

    Não tem mais meio termo: a onda agora entre os grupos de pagode e axé é ser o mais explícito possível - até na hora de batizar a banda. Já existe o Batom na Cueca, Calcinha Preta, Os Sungas...é um nome pior que o outro

    Lembra de "Seu delegado, prende o Tadeu, ele pegou minha irmã e...", ou de "Julieta-ta-ta, tá me chamando"? Os refrões maliciosos foram a sensação da música popular nos anos 80, mas pelo visto, fazer graça assim já não é suficiente para encher o caixa e pagar as contas. E Clemilda e Sandro Becker, donos dos hits 'Tadeu' e 'Julieta', pelo visto, já foram passados para trás. A nova onda do brega agora é a malícia explícita - nem que seja preciso apelar para um nome bizarro.

    A história parece engraçada, mas já há um bom número de bandas de pagode e axé pipocando com nomes sugestivos - e lotando shows por onde passam.

    Em São Paulo, o exemplo mais expressivo é a banda Batom na Cueca, na estrada há 7 anos e que acaba de lançar seu 3º CD. Achou o nome ridículo? Pois tem gente que não acha. O show deles (geralmente no Santa Aldeia e na Lombok, ambas na Vila Olímpia) está sempre lotado - e a mulherada grita e quer tocar nos seus "ídolos". A história chegou a tal ponto que a mãe de um dos componentes começou a fazer cuecas com marcas de batom para distribuir nas apresentações.

    O nome veio de uma história que quase arruinou o namoro de um dos integrantes. "Um de nós saiu na balada uma noite. No dia seguinte, a namorada encontrou uma marca de batom na cueca dele. Achamos a história engraçada e decidimos adotar o nome" conta Rodrigo, um dos componentes.

    No Nordeste, essa moda é mais comum, mas nem por isso menos bem-sucedida. O grupo de forró Calcinha Preta está nas paradas de sucesso das rádios desde 1993 e segue a mesma 'estratégia' dos garotos de São Paulo - atiram calcinhas pretas para a platéia e dançam de maneira provocante em 'clássicos' como 'Cobertor' e 'A Moçada É Só Filé'. Já estão no oitavo CD - um deles ganhou disco de ouro.

    Também do Nordeste, mais precisamente de Salvador, vem uma banda apadrinhada pelo 'É o Tchan': Os Sungas, que lotam shows na Bahia e prometem repetir o sucesso por aqui. No palco, 14 fortões que se conheceram na praia, onde faziam uma roda de pagode nos finais de tarde. Começaram de brincadeira - e depois resolveram levar a idéia do nome a sério.

    "Começamos assim, bem à vontade. E ficar à vontade aqui em Salvador é estar de sunga", conta Linoy, um dos integrantes. Mas nem sempre a sunga dura até o final do show: depois de rebolar bastante, alguns começam um strip-tease que muitas vezes acaba com as sungas voando em direção à platéia. "Não somos dançarinos. Fazemos uma performance, um número sensual."

    As 'sungas voadoras' acabam virando desculpa para as fãs mais ousadas se aproximarem, conta Linoy. "A gente dá de presente. E elas pedem pra gente assinar... advinha onde? É por isso que o pessoal da banda passa um tempão na academia. Tem que mostrar que é sarado, não tem jeito."

    Nem todas essas bandas, porém, estão na mesma categoria. Pelo menos isso é o que pensam fãs como Aline Kaminski. Loira, 22 anos, estudante de marketing, ela não perde um show do 'Batom', como chama carinhosamente o grupo de quem é fã número 1. Para ela ficar uma fera, é só dizer que Os Sungas e o Batom na Cueca são a mesma coisa.

    "O que Os Sungas fazem é samba duro, um pagode baiano, de coreografia. Já o axé do Batom na Cueca não usa cavaquinho e faz a galera levantar, pular, dançar e beijar", define a fã Aline. E a animação do axé da banda contagiou a garota de tal forma, que ela quer levar os caras até para a faculdade.

    "Comecei este ano a desenvolver um projeto sobre a vida deles. Vou usá-los como tema do meu trabalho de conclusão de curso."


    NORIOVAL MELLO JR.

    http://www.jt.estadao.com.br/editorias/2003/09/11/var031.html

    maggie
    Veterana
    # set/03
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    O_o

    LOW Fl
    Veterano
    # set/03
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    segue a mesma 'estratégia' dos garotos de São Paulo
    Esses caras do Batom na Cueca são daqui de Brasília, não? Só se forem outros. os daqui são tudo da mais alta estirpe de prayboy brasiliense.

    maggie
    Veterana
    # set/03
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    LOW Fl
    os daqui são tudo da mais alta estirpe de prayboy brasiliense.

    O_o [2]

    Tripa Seca
    Veterano
    # set/03
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    "Comecei este ano a desenvolver um projeto sobre a vida deles. Vou usá-los como tema do meu trabalho de conclusão de curso."

    e eu preocupado com o meu TCC...

    se eu fosse professor desta mina ela tava lascada.... hreehehe

    Ronin
    Veterano
    # set/03
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    No Nordeste este lance de "duplo sentido" é tradição local... na época era feita com certa sutileza e era até engraçado e interessante... exigia certa inferência do ouvinte e certa habilidade com as palavras por parte dos compositores...

    Depois a casa caiu, isto virou marketing... o duplo sentido se tornou um "único sentído explícito". Não exige, nem do compositor nem do ouvindo... o problema não é a tradição do duplo sentido, o problema é a falta de senso crítico das pessoas... quanto mais digerida e explícita for a letra, mais básica e óbvia a melodia... maior a chance de sucesso...

    ...é triste para os músicos, o mundo aonde arriscar é certeza de insucesso.

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