Divagações sobre sintetizadores com silvG8

Autor Mensagem
Casper
Veterano
# out/14
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Vale uma reflexão sobre ser monofônico.
Olhe os instrumentos abaixo:

http://www.gcmstudio.com/imagesonly/carnegie_note.jpg

Vai perceber que a maioria é capaz de gerar uma nota de
cada vez, e mesmo alguns deles sendo capaz de gerar
mais de uma nota ao mesmo tempo, opera gerando
apenas uma nota de cada vez (exemplo - violino).

Um clarinete, por exemplo, gera um alcance de 40 notas
(um pouco mais que 3 oitavas) e gera uma nota de cada vez.
Nunca vi nenhum clarinetista preocupado com isso.

Meu sintetizador com maior alcance tem 10 oitavas de atuação
(11 se eu usar o sub-oscilador). Nas oitavas extremas deixa de ser
musical, mas o ponto é que tem mais alcance que o instrumento
de maior alcance (órgão de tubos). Acho interessante esse tipo
de liberdade em um instrumento musical.

silvG8
Veterano
# out/14
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Casper
Isso que você falou é realmente uma coisa interessante. Músicos de outros instrumentos não precisam de polifonia para expressarem sua musicalidade. Os atuais, em grande maioria, atuam como o vídeo que você postou no outro tópico: colocam as coisas para se tocarem sozinhas.

Eu estou bem acomodado com instrumentos monofônicos e gosto mais deles do que do resto.


Voltando um pouco sobre o que havia falado sobre portabilidade, essa semana dei um passo rumo a um setup mais simples, para usar quando viajar e etc. Adquiri um Keystation Mini 32. A idéia é usa-lo com o iPad e também com o Anushri para pequenas jams. Não sei se terei coragem, mas o Minitaur pode estar presente no futuro...

Explicando um pouco a portabilidade:
Optei por pegar um controlador extremamente portátil por caber dentro de uma mochila. Não terei a tocabilidade que teria com teclas normais, mas terei algo realmente pequeno e que permite alguma musicalidade. Pensei em um sintetizador portátil, mas não achei que valia a pena investir, considerando a quantidade de coisa que tenho.

O iPad funciona como sequencer MIDI e também como interface MIDI, fazendo a conexao do Keystation Mini com os módulos. Além disso, o iPad pode ser usado para pequenas gravações, que são muito fáceis de fazer se usar timbres internos, sendo também usado como um módulo.

Inicialmente o meu sintetizador portátil é o Anushri. Embora o Ambika seja também de fácil transporte, ele não é exatamente pequeno. No Anushri tenho um sintetizador analógico simples e uma drum machine legal. Adicionar um segundo modulo seria bom, por isso penso no Minitaur ou quem sabe um pequeno modular.

Faltou citar a interface Scarlett 2i2 e a UM-One MK 2, sendo uma de audio e outra MIDI-USB. Alguns cabos compactos e estou pronto!

A idéia de um setup portátil é muito boa pra quem vive pulando de casa em casa. Eu vivo indo pra casa dos outros, principalmente da namorada e carregar um monte de trambolho de um lado pro outro não é nem um pouco interessante. Com esse setup eu consigo enfiar tudo na mochila e carregar pra onde precisar. Vai facilitar muito a minha vida sem comprometer a tocabilidade.

Enfim, vim aqui compartilhar algo próprio mas digno de explicações. Valeu!!

silvG8
Veterano
# out/15
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Continuado com a ideia exposta anteriormente, volto a divagar sobre sintetizadores e sua utilidade na vida do músico.

Gostaria de abordar mais uma vez o assunto portabilidade. Havia me esquecido que já explorei o assunto anteriormente. Foi legal ver como a rotatividade de um setup vem sendo um ponto importante para mim. Com o espaço cada vez menor, instrumentos grandes estão ficando cada vez mais de fora das minhas ideias de aquisição.

Mês passado sobrou uma grana considerável e resolvi esbanjar um pouco comprando algumas coisinhas. Forma elas: Volca Bass, Volca Sample e Arturia Microbrute. Inicialmente, o Volca Bass seria o Beats, mas não gostava nem um pouco da sonoridade de alguns dos componentes desta drum machine e acabei trocando. O Volca Bass me parecia o melhor sintetizador, bem como o Sample a melhor drum machine. O Arturia iria controlar alguns outros brinquedos via CV (Anushri principalmente).

No momento, tenho apenas o Volca Bass em mãos, que é excelente como sintetizador em geral, não somente nos graves. Tem inclusive um review específico aqui no fórum. O Arturia chegou, mas veio com um problema e estou esperando a troca por outro pequeno sintetizador. Assim que chegar faço uma nova abordagem aqui.

O que venho percebendo, é que um setup portátil, pra quem não gosta de se arriscar em levar as coisas de um canto pro outro, é uma excelente alternativa. Fica fácil plugar tudo e começar a se divertir. Complicando o setup,complica a vida do músico.

De forma resumida, meu setup portátil fica da seguinte forma:
- Mixer 6 canais Yamaha
- Volca Bass com sequencias de sintetizador
- Volca Sample com a parte rítmica e complementação dos sintetizadores
- Sintetizador analógico pequeno
- Keystation Mini + iPad + interface MIDI/Áudio
- Algum módulo adicional pequeno, se necessário

Com esse setup acima, coloco tudo dentro de uma única bolsas consigo produzir a música que eu precisar sem grandes dificuldades. Se, por exemplo, usar um Ambika como módulo adicional, tenho ainda um quase polifonico analogico, tendo um estúdio completo nas minhas mãos. Alguns dos itens, como o Keystation Mini, podem até ser omitidos se o objetivo for apenas gravar,basta usar o sintetizador como controlador.

O mágico disso tudo, é ver que poderia substituir com um único equipamento, que parece ser "a menina dos meus olhos" há algum tempo. O Elektron Analog Four é capaz de produzir um ambiente similar quase que individualmente. É um instrumento incrível que acho que vale a pena procurar alguma coisa. No YouTube, o MrDataline faz algumas coisas bem especiais.

Enfim.... é isso.

Casper
Veterano
# nov/15
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Caro silvG8:

Eu não consigo ter um setup portátil. Ou melhor,
se for para apenas levar uma coisa para a ilha,
eu me viro bem com um Roland PMA-5.
Mas para transportar as coisas, ficou inviável.
Muito fio. Muita entrada e saída. Muito MIDI.

Vou ter que adquirir isso:

http://www.motu.com/products/midi/xpressxt_usb

porque senão tudo ficará mais complicado do que
já é hoje. Acho que o senhor deve ter o mesmo problema.

Synth-Men
Veterano
# nov/15
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Prezados.

silvG8
Casper


Estou tentando diminuir cada vez mais os equipamentos, em números e tamanho.

Era muito dependente de computador, mas a chance de comprar um gravador digital (8 ou 6 pistas), já está chegando nos 70%. Quando chegar nos 80%, tomo uma decisão.

Quero me livrar do computador, para gravar. Para editar tudo bem, mas gravar já está ficou cansativo. Passou da hora de separar as coisas.

Para não ficar conectando e desconectando cabos, vai rolar também um mix de 6 a 10 canais, para ficar tudo um pouco mais organizado.

Quando chegar alguém com seus instrumentos, indico plugar em algum canal da mixer e pronto. Evita aquele cruzamento de cabo, tirar um instrumento e conecta outros.

Um gravador digital não pesa mais que 1,5KG e posso levar para qualquer lugar. Me assusta o indivíduo que quer me mostrar uma musica e leva o seu "Landau 75" de 88 teclas, 6 duzias de synths 5/8 e 200m de cabos. Prefiro ir até ele com o gravador digital e uns 02 ou 03 cabos de 1,5m, uma UCA 222 e um notebook. Tudo em uma bolsa somente.

Ainda mais que agora estou munido de um Iphone e um Ipad (por enquanto somente apps gratuitos, não comprei nenhum). Falta o kit-camera e um mini controlador, que ao invés de compra-lo algum tempo atrás, comprei uma escaleta. Agora me resta soprar e soprar até comprar um mini controlador.

A portabilidade da música é uma realidade ativa e em grande velocidade.

Nunca consegui ser totalmente portátil, mas sim otimizar espaço, peso, selecionar tamanhos. Por mais minis e micros que nós utilizemos, sempre há algo de tamanho indesejável para carregarmos ou maior que o esperado.

silvG8
Veterano
# nov/15
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Casper
Então, até que não sofro tanto do mesmo problema. O motivo é simples: não costumo usar todos os meus instrumentos simultaneamente. Se fosse pra deixar tudo ligado sempre, seria uma dificuldade enorme.

No meu caso, quando penso em algo portátil, penso no mínimo de conexões possíveis, até mesmo porque cabos bons custam caro e são uma coisa a mais pra carregar. A minha ideia de setup portátil é algo que dê pra carregar em uma única bolsa...

Synth-Men
Já cheguei a considerar um gravador digital algumas vezes. Facilitaria muito a minha vida, porque a dependência de um computador realmente é limitante. Um outro problema é que está chegando a hora de substituir meu computador, e não está nada fácil aceitar dar o que estão pedindo nos computadores Apple aqui no Brasil.

Diminuir em número e tamanho é algo que gostaria fazer, mas o que acontece é que com equipamentos de nicho, como os que uso, eu quase tenho que dar o instrumento pros outros pra conseguir vender. Ofereci meu Prophet 08 duas vezes por um valor irrisório de 5500 a vista pra vender rápido e apareceu um ou dois curiosos querendo ainda colocar outros instrumentos na jogada. Não é algo que estou disposto a fazer, ainda mais quando o dinheiro não é o que mais me interessa na negociação, e sim a possibilidade de adquirir outro instrumento no negócio. A mesma dificuldade existe pra outros instrumentos que tenho (Moog Little e Sub, NE4).

Assim sendo, decidi que a partir de agora, sempre que quiser alguma coisa, adquirir no formato módulo, e quando desejar muito um instrumento diferente, terei que vender algo que tenho no momento. A exceção disso, estaria o próximo sintetizador analógico de tamanho pequeno para usar com o setup portátil que comentei acima.

Depois continuo com novas ideias...

silvG8
Veterano
# nov/15
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Continuando aqui com algumas coisas. Dessa vez, o bom e velho digital versus analógico. Esse final de semana tive oportunidade de usar bem superficialmente o instrumento que seria a epítome da síntese digital. Nada mais, nada menos que o Vírus TI2 em seu formato Darkstar.

Tenho que admitir poder do bicho. É realmente singular, principalmente quando comparado a outros digitais, chegando bem próximo do som analogico. O que faltou, foi apenas um tiquinho de graves e definição nos agudos. Entendo que está é a parte complicada na hora de emular os analógicos.

Sem delongar muito sobre o instrumento em si, o que deu pra constatar é que muitas vezes é muito mais simples usar um digital para gravações. O TI2 por exemplo se conecta tão facilmente aos DAW que chega a ser cômico. Um único cabo USB resolve tudo, tanto áudio quanto MIDI, que pode ser enviado a cada um dos canais. Ajuda muito...

Pretendo comentar mais sobre o instrumento, pois terei oportunidade de usá-lo outras vezes (é do meu cunhado). Assim espero pelo menos...

Quanto a aproximação, acho que fica realmente no que falei. Os graves e agudissimos do analógico são difíceis de replicar. Ainda assim, diria quero Vírus TI2 faz um trabalho muito bom, mesmo usando muito pouco. Além dele, usei ainda mais brevemente um Virus B no mesmo dia, e aparentemente a qualidade é a mesma. Como não foi no fone de ouvido, prefiro tecer comentários mais precisos no futuro. Em termos práticos, passaria batido em uma gravação tranquilamente...

Valeu!

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