E quando a banda não te entende mais ? Desabafo para vocês que me entenderão

    Autor Mensagem
    J.Dionatan
    Veterano
    # jun/13


    Amigos, imaginem a seguinte situação. Você ficou muito tempo fora de uma banda e deixou esta banda sem teclado por anos. A banda ficou naquela de guitarras distorcidas (2), ou guitarras com wah wah, baixo e bateria. Aí chega você com seu teclado, coloca uns timbres de leads uns pads e parece que você não deveria estar ali.
    Eu acho que parte pode ser minha culpa, o P.A que estavamos usando mascarava muitas frequencias do teclado comparado com quando toco no meu cubo CM30, ou em outras P.A que já toquei. Mas eu acho que no fundo é que os ouvidos deles não estão mais aceitando outros timbres que não os da guitarra. E outro problema é o uso excessivo de guitas. Vejam bem, eu adoro guitarras sei da importância delas claro. Mas as vezes o silêncio é tão importante quanto o som e com o volume de 2 no máximo o teclado fica competindo e não contribuindo. Resumindo me senti inutil. Utilizei bastante orgão com rotary e tal mas outros timbres não consigo encaixar neste flerte de pop rock.

    E apenas vocês me entenderão...

    Berg Varela
    Veterano
    # jun/13 · Editado por: Berg Varela
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    J.Dionatan

    Se vc se achou inútil numa banda de pop rock,imagina por aqui um tecladista numa banda de forró atualmente.

    Antigamente as bandas de baile,o tecladista tinha que fazer os Metais,Sax,a parte dos teclados,agente era o maestro e o musico mais importante da banda.

    Aos 5 anos atras,teve uma moda de bandas de forró com bastantes timbre orquestrais,strings e e viagem de intro de piano,tipo Limão com Mel,Calcinha Preta,Banda LÍbanos,essa época era muito massa,pois o teclado tinha muito arranjo por fazer.

    Mas hoje as banda só tocam Vanerão Tipo Aviões do Forró,onde o sanfoneiro é o mais importante e as introduções são feitas quase todas com trio de metais,o tecladista só faz cama com slow strings,alguns pianos, e alguma intro perdida de LEAD,por aqui só dar FANTOM X/G e MOTIF XS/XF.

    Hoje para um tecladista se sentir útil,ele tem que tocar numa Banda de Baile(Casamento e 15 anos),Sertaneja sem ser universitária,Bandas de Axé e Swingueira,e Cover internacional dos clássicos,Bandas de Anos 60,Arranjadores ou Piano e Voz.

    Desculpe falar de forró,mas aqui só rola isso,fora esses nichos ai que eu falei,mas pra tecladista é muito pouco.

    JJJ
    Veterano
    # jun/13
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    Talvez leads e pads não "encaixem", mas e um piano? Quem sabe?...

    AC_TEC
    Veterano
    # jun/13
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    J. Dionatan:

    E aí, amigo? Como não é comigo, hehe, é fácil dar palpite. Mas é sério: aquela história de transformar problema em oportunidade. Como você já percebeu, às vezes MENOS é MAIS, e pode ser a chance de você se reinventar e, quem sabe, reinventar o teclado! Abraços

    J.Dionatan
    Veterano
    # jun/13
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    AC_TEC
    Justamente, não quero reclamar dos meus colegas, mais sim ver aonde posso melhorar. De fato como citou o JJJ o bom uso de pianos será um começo, mas tá dificil de deixar o piano legal sem que fique "brigando" com as guita..

    waltercruz
    Veterano
    # jun/13
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    J.Dionatan
    Eu entendo.

    Na verdade, assim, falando sério, mesmo. Coisas desse tipo, eu não to nem aceitando mais. A não ser que seja algo do tipo muito eu ficar de romário na frente do gol. Não quero saber de ensaio, nem de nada. Chegar, ligar, tocar, beber, receber, ir embora e tchau. :)

    fernando tecladista
    Veterano
    # jun/13 · Editado por: fernando tecladista
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    já toquei em bandas com duas guitarras e a briga é feia junto com teclado, tinha hora que casava e eu ligava o f***-** até que alguem chegava e falava "teclado ta baixo" então eu comentava "guitarra que tá alto"
    as vezes parece que você é mais percursionista do que tecladista, com todo respeito a percurssionista, mas é aquela chata de ouvir: faz alguma coisa ai no teclado, um pianinho, um padzinho pra encher a música

    outra coisa de banda tocar em barzinho é o aperto do palco e essa coisa de colocar o ampli atras do músico, então o guitarrista fica na frente com a bunda tampando o som, então já aumenta, junta isso com o fato de o ouvido não ficar na reta do ampli então aumenta mais, e o tecladista do lado do ampli, eu ouvia o som da guitarra bater na parede do fundo do bar e voltar

    banda com duas guitarras hoje eu pensaria duas vezes pra entrar
    só estando no aperto de grana e esta pagando bem

    entrei pra um esquema de casamento, cerimonia e festa, tocando tudo ao vivo
    cerimonia dá pra trabalhar timbres, dinamica, músicas boas, cada músico sabe respeitar o volume do outro, não tem bebado gritando "toca raul"
    a parte da festa tem as zicas de tocar esses arrochas, eu pensava em comprar um keytar (o que eu tocaria parado em um bar de palco apertado) então no lugar comprei uma sanfona, então até que dá pra curtir a bagunça, tem o lado melhor de tocar uns flashback 70 e 80 onde teclado aparece


    do mais agora sei porque gosto tanto de ouvir
    ELP "Emerson, Lake & Palmer"

    Synth-Men
    Veterano
    # jun/13 · Editado por: Synth-Men
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    Insônia é uma merda...

    J. Dionatan bom dia.

    Cara te compreendo. A pergunta que lhe faço é a seguinte:

    - O som da sua banda é realmente limpo e claro ? Pois geralmente o som do teclado sai mais limpo e claro que dos outros instrumentos, caso o som da banda seja embolado, qualquer coisa limpa para os outros integrantes da banda soa estranho, e consequentemente o tecladista passa a ser o alienígena da banda.

    Solos de leads, soam timbralmente como guitarras. Strings e Pads, feitos na mesma zona escalar da base da guitarra, pode deixar o som embolado, se o volume de cada instrumento não estiverem equalizados na medida ideal do ambiente ou capacidade do P.A.

    Mas, em qual caso os musicos da sua banda estão enquadrados:

    - Sabem regular a mesa, mas não o volume do instrumento e PA?
    - As duas guitarras fazem arranjos diferentes, mas na mesma altura escalar (duas guitarras, tocando arranjos, na mesma escala, há tendências de embolar o som)
    - As guitarras e baixos estão realmente afinadas, os músicos consultam um ao outro sobres suas respectivas afinações incluindo o baixista?
    - A bateria está devidamente regulada, não emitindo som de lata de banha?(Isto faz parecer que a bateria está certa e o mais claro e limpo errado, já que baixo, violão e guitarra, vão des-tonando ao longo da apresentação, combinando, com o som de lata-de-banha da bateria.
    - o baterista realmente marca no tempo certo? Costuma acelerar e des-acelerar? (isto faz com que os outros integrantes corram atras do compasso, aumentando o volume ou a intensidade do toque em seus instrumentos)
    - O tecladista participa da confecção dos arranjos?
    - Os arranjos são ensaiados ou emprovisados na hora?

    Quanto ao ego da galera da banda:

    - Ensaiam ou quem sabe faz ao vivo?
    - Aceitam bem criticas e sugestões?
    - Sabem realmente quando o som esta agradável ou desagradável ao publico quanto a equalização geral (volume dos instrumentos).
    - Estudam o ambiente, para otimizar a sonorização? Afinal, cada ambiente, quer seu volume.
    - Todo mundo quer fazer solo?
    - A banda tem líder? O cara conhece ao menos a essência dos instrumentos da banda e sabe onde encaixa-los, mesmo que tenha dificuldades?
    - O líder faz apenas o arranjo do instrumento dele e o restante que se vire?
    - Sabem a diferença entre participar e contribuir?

    Meu querido véi-de-guerra... Tire já esse peso de suas costas. Só tem isto tudo do básico do básico, para uma banda verificar problemas, faltas ou sobras.
    Talvez você esteja chateado, por que detectou problemas em sua banda que os outros ainda não viram ou ignoram.

    Se a sua banda não tem líder, tente ser o líder dela. Prove sem brigas ou estresses as suas teorias, baseadas nos fatores citados.

    Caso não tenha como ser o líder, contribua com sugestões e apontamentos.

    A realidade é que quem apenas participa de uma banda, não terá visão de melhoras efetivas(acham que a solução é uma guitarra nova e pronto...) mas quem contribui, age e espera os resultados. Caso não venham, partem para outra...

    Não fique triste e não sinta solidão no palco. Dá uma analisada antes.

    Abraços.

    tecladogospel
    Veterano
    # jun/13
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    J. Dionatan:

    Como você já percebeu, às vezes MENOS é MAIS, e pode ser a chance de você se reinventar e, quem sabe, reinventar o teclado! Abraços (2).

    Cara iniove na sua maneira de portar dentro da banda, inove nos timbres e nos arranjos, vc será tão primordial quanto às guita.

    Casper
    Veterano
    # jun/13
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    Caro J.Dionatan:

    Tem duas "soluções":

    1) Vá aos poucos induzindo um repertório onde o
    teclado seja insubstituível;

    2) Faça o balanceamento da equação. Quebre o
    braço de um dos guitarristas.

    AC_TEC
    Veterano
    # jun/13
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    fernando tecladista:
    Beleza, amigo? Também tô pensando seriamente nesse esquema de casamento. Tem altas vantagens mesmo...

    Synth-Men:
    Bingo, cara. Ontem tive de sair às pressas, mas ia escrever justamente sobre isso que vc falou, sobre os arranjos em geral, sobre onde estão as duas guitarras, e sobre todo mundo tocar na mesma oitava e tal. Fica um power-block sonoro na mesma frequência estreita que é um saco...
    Enfim, você é bem experiente com banda, e deu a receita toda pra QUALQUER BANDA, não só pra dele, nesse texto! Inclusive a parte da terapia de casal geral, kkk... Legal mesmo.

    Casper:
    Ótimas sugestões, ambas. Afinal, acidentes acontecem, kkk...

    Um grande abraço a essa galera ilária aqui do fórum, kkk...

    O Guimesmo
    Veterano
    # jun/13
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    Quem parece ter passado por algo parecido é o ex tecladista do Rosa de Saron. Tinha várias músicas que o cara nem tocava por não ter espaço para o teclado. Eu acho isso um pouco absurdo mas, dava pra ver ele parado no palco. Verdade é que os outros caras são parte da banda e ele parecia ser "só" o tecladista. Mas a situação me seria um tanto deprimente.

    waltercruz
    Veterano
    # jun/13
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    Lembrando agora, já toquei numa banda (participações) que era bem grande… guitarra, violão, percussão, 2 tecladistas. As vezes, não tinha mesmo o que fazer. Era a hora de descer, tomar uma água. De boa.

    _BLACKMORE_
    Veterano
    # jun/13
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    imaginem a seguinte situação
    diga ...

    Você ficou muito tempo fora de uma banda e deixou esta banda sem teclado por anos.
    ok ...

    A banda ficou naquela de guitarras distorcidas (2), ou guitarras com wah wah, baixo e bateria.
    justo, não tem teclado por anos o pessoal tem que se virar com o que tem

    Aí chega você com seu teclado, coloca uns timbres de leads uns pads e parece que você não deveria estar ali.
    não é para menos ... os caras não sabem mais o que é tocar com um tecladista ... esqueceram e se não derem um sinal de que precisam de um tecladista é melhor vc não estar mesmo ali, senão logo logo até a amizade deles vc perde, claro se já teve antes.

    J.Dionatan
    Veterano
    # jun/13
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    Synth-Men
    Cara, adorei tuas considerações, e acertou em praticamente tudo rsrs

    Casper
    guitarras podem sofrer acidentes.... kkkk

    O Guimesmo
    Rosa é um exemplo típico, acho que a banda caiu numa sonaridade similar. Sou fã desta banda também, mas tem pouquíssimo lugar para teclas aí. (menos na versão acústica que é totalmente nossa rsrs)


    _BLACKMORE_
    se não derem um sinal de que precisam de um tecladista é melhor vc não estar mesmo ali
    Tristes conclusões, mas vou tentar evitar este nível.

    Esta semana reprogramei o meu teclado a fim de encaixar melhor. Parto do princípio que a mudança tem que começar por mim. Mas as questões levantadas pelo Synth-Men são pertinentes. Falta alguém que fique de fora para organizar a bagaça, as pessoas não estão se ouvindo e isto não é bom em nenhum grupo.

    mano_a_mano
    Veterano
    # fev/16 · Editado por: mano_a_mano
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    Desculpem-me pela baita desenterrada, mas gostei do tópico e acho legal compartilhar uma experiência.
    Lá em 1999, ainda nos meus 15 para 16 anos, fui convidado para um grupo chamado Central Samba, daqui de Canoas-RS. Não sei de onde o pessoal ouviu falar de mim. Eu ainda estava no ensino médio na época e foi lá no colégio que recebi o convite.
    Naquele tempo eu tinha um singelíssimo Yamaha PSR-620, e fui com ele ao primeiro ensaio. Tudo certo, o clima tava legal, não era bem o que eu curtia (pagode dos anos 90), mas foi um dos meus primeiros trabalhos de qualquer forma. Aí chegou o primeiro show - a propósito, a primeira vez que toquei na noite - e fomos lá fazer a estréia. Era uma casa noturna com pistas de boliche (sim, precisei de autorização, já que eu ainda era menor de idade).
    Assim que começou o show, estava tudo bem, com todos os instrumentos perfeitamente audíveis, mas uns quinze minutos depois... cadê o teclado? Eu tocava, tocava e tocava, e não ouvia nada, ou quase nada. Então descobri que alguém pediu ao operador da mesa de som para baixar o volume do teclado - e então entendi que ali não era meu lugar.
    Após aquela noite, falei com o pessoal e pedi para sair. Ficaram todos tristes pela minha decisão, mas não adianta, quando um tecladista vê que não tem espaço numa determinada banda, o melhor é cair fora. Fiz isso na minha adolescência e ainda tenho esse princípio até hoje.
    Pouco mais de um ano depois, eu estava participando de um espetáculo que envolvia música, dança e teatro. Foi efetivamente meu começo profissional. Ali sim fui essencial ao trabalho, pude mostrar por que eu estava lá, fiz o melhor que pude. Se eu continuasse no antigo grupo, o que eu faria hoje?
    Moral da história: quando a banda te trata como um forasteiro, é melhor sair dela.

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