Meus tipos de acordes preferidos

Autor Mensagem
soruji
Veterano
# jun/12


Cada músico tem suas preferências. Uns usam acordes m7/9/11 no lugar dos menores, outros gostam de usar o nono grau num acorde maior, ou acordes 7M para aquele toque mais jazz, enfim, cada um tem sua preferência. E vocês, como gostam de montar os acordes? E por quê?

waltercruz
Veterano
# jun/12
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Olha, é uma pergunta muito interessante essa sua viu.

Eu diria que varia conforme o estilo e conforme a melodia. Particularmente, eu gosto do jeito pop de fazer música, e sempre que o estilo NÀO pede eu evito de adicionar colorido aos acordes. Talvez pareça uma heresia um tecladista falando isso, mas no geral eu sou da filosofia do menos é mais.

Agora, se o estilo permite, como por exemplo algo mais puxado para a música black, ou algo mais brasileiro, eu gosto do acorde menor com a nona na ponta, as vezes gosto da 11ª.

Tem uma sequência de acordes que eu gosto bastante, que seria um II-V-Im montado da seguinte forma, por exemplo, indo do F#m pro Em, seria:

F#m(b5) B7/9(#11) Em7/9

Puxa, seria mais fácil disponibilizar um áudio disso pra vcs verem como soa.. Enfm... É isso! hehehe

jaooo
Veterano
# jun/12
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B7, F, G, G#, G7, D
cima cima baixo baixo cima cima
e vai repetindo saokpsaokasko'

key_on_boards
Veterano
# jun/12
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Eu particularmente gosto bastante da sequência

C7M/9 : C#º : Em7 : D4/9

Fica bem smooth e cola muito bem com um rhodes ou clavi!

Shadad
Veterano
# jun/12 · Editado por: Shadad
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waltercruz

Particularmente, eu gosto do jeito pop de fazer música, e sempre que o estilo NÀO pede eu evito de adicionar colorido aos acordes.

Voce está certo! Sabemos que usar acordes tensos em músicas pop pode descaracterizar - e muito - a sonoridade característica do estilo. A minha escola é a jazzística e só eu sei o quanto sofro me segurando para não entronchar os acordes de estilos mais simples harmonicamente.

Mas o que eu acho interessante é que alguns produtores conseguem, em algumas músicas pop, utilizar as tensões em algumas músicas e não deixar a sonoridade "pesada". Vide algumas músicas que o Michael Jackson cantava e uma música que tive que aprender essa semana: Paradise (Coldplay).

Respondendo ao tópico, acho que a maneira como organizamos as notas do acorde (voicing) é tão importante quanto o próprio acorde ou sua qualidade sonora (maior, menor, diminuto ou dominante).

Particularmente, gosto de acordes com alterações de quintas e nonas construídos com sobreposições de quartas, tipo isso:

Mão esquerda: G# D G (G natural mesmo)
Mão direita: C F A#

Esse acorde seria um E7(b5, #5, b9, #9). Uma baixista deve tocar a nota mí, já que ela não está presente no voicing do piano.

soruji
Veterano
# jun/12
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Eu tenho esse grande problema também: tenho tendência em tornar as harmonias mais complexas, embora não possua todo conhecimento necessário para isso. Acho que acontece isso por eu ouvir muito soul, jazz, e gospel (o americano tem muito disso), o que acaba me influenciando. Não se trata de um mal, de fato, mas eu acho que tem muitas pessoas que se assustam por não ser algo tão previsível. E também tem a questão da banda, que se não estiver em sintonia com você, (ou você com eles), vai achar que você quer se aparecer. É muito difícil eu pegar uma música simples e não tentar colocar acordes mais "jazzy" nela.

WKBorges
Veterano
# jun/12
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Muito legal esse tópico!!!!!

Eu com conhecimento bem mais simples, com relação a harmonia, gosto muito de usar as sétimas maiores nos acordes, até mesmo nos arpegios, gosto muito te tocar a sétima maior e depois tocar a oitava, gosto muito disso, soa muito legal ao meu ouvido.

Deixa eu aproveitar, e tentar tirar uma dúvida ......
Já ouvir dizer que cada estilo de música tem seus acordes característicos, exemplos: o pop rock gospel usa muito as nonas, as sétimas menores, e tal...... O jazz usa muito as 11ª, as 13ª, e assim vai ....
É verdade isso ???? Se sim, por que ????

Valeu galera, um abraço!!!!!

soruji
Veterano
# jun/12
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Então, eu creio que, assim como você mesmo comentou, é uma característica do estilo. Cada estilo tem elementos que o caracterizam, mas isso não é uma regra. Por exemplo, quando eu penso em funky, penso diretamente em grooves de baixo. Quando penso em rock, penso em frases e distorções de guitarras, quando penso em black, penso na marcação do bumbo da bateria,quando penso em jazz, penso nos acordes complexos de piano.Mas não é regra. A harmonia é um dos elementos que também caracterizam um estilo assim como o rítmo.Acho que não tem um porquê, o estilo apenas foi concebido sob essas diretrizes: harmônicas, rítmicas, melódicas. Não sei se consegui me expressar muito bem.

soruji
Veterano
# jan/13
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Esse tópico merece um up.

Existe muita coisa sobre harmonia que sei que muita gente aqui do fórum gostaria de aprender.

Então, mãos à obra. rs

Artref
Veterano
# jan/13
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Eu gosto muito dos acordes típicos da música erudita, acho-os lindos demais. Por exemplo, o acorde de sexta napolitana, típico do barroco. Ou então os outros característicos do classicismo, bem como aqueles acordes pivô de modulação.

Em geral toda a hamornia da música erudita, do barroco até o romântico, com seu uso ponderado de dissonâncias.

Outro que eu gosto muito é a dominante como Dominante com 7ª e ª4, que eu prefiro de chamar de "Fá com Sol no baixo" ao invés do Sol com isso e aquilo, acho mais prático e condizente com nossa proposta de tecladista. Dominante basicona com sétima é algo que acho que enjoou, hahaha.

Mestre Duarte
Veterano
# jan/13
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Eu prefiro acordes sobrepostos, tipo: Dó com quinta no baixo para a mão esquerda e Mi menor com terça no baixo para a mão direita (mãos juntas na mesma gama). O que resulta em um C 7M.

E assim vai para todos os graus em suas respectivas tonalidades.

Mas não posso deixar de mencionar, até com certo tom de homenagem, da minha querida 9ª (que na verdade é por mim usada em formação de 2ª M). Ela se encaixa em quase tudo, e deixa tudo com gosto especial, é como se fosse uma Hellmann's.

tmurback
Veterano
# jan/13 · Editado por: tmurback
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eu gosto de power chords (1.ª, 2.ª e 5.ª) e sobrepô-los nos acordes... tipo, usar o power chord de C (dó, ré sol) em cima do acorde de F... os power chords são muito usados no pop/rock e são um artifício poderosíssimo nesse estilo, seja em arpejos, em solos ou mesmo pra fazer aquela textura densa com pads.

Jube
Veterano
# jan/13
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tmurback
Cara, concordo 100% com você, sobrepondo eles você consegue atingir vários climas diferentes, um artificio muito interessante.

Eu gosto de simplicidade assim como nosso amigo waltercruz, gosto deles simples ali, inverto bastante mas estão ali.

Leo Vaz
Veterano
# jan/13
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tmurback


Fale mais sobre esses powerchords. É uma técnica consolidada ou isso é empírico?

_BLACKMORE_
Veterano
# jan/13
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eu gosto de power chords (1.ª, 2.ª e 5.ª)

não é T, 3ª e 5ª .... C E G ??

Gosto de fazer os acordes que consigo fazer ... power chords e suas inversões .. e chega !!! :)

waltercruz
Veterano
# jan/13
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Gravei uma sequênciazinha básica mostrando o encadeamento que cito no meu primeiro post nessa thread.

https://soundcloud.com/walteraudio/cifraclub-chords-sequence

Greenwood
Veterano
# jan/13
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waltercruz

Finalmente, hein? :-)

Muito boa a sequencia... mas fiquei fanzaço mesmo foi da sua versão de Shine On... aí é a minha praia... total! Me conta aí o que vc usou... foi VSTs?

Vou deixar aqui o link pros Floydianos curtirem tb:
https://soundcloud.com/walteraudio/shine-on-crazy-diamond

Abração!

waltercruz
Veterano
# jan/13
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Greenwood
Sim, tudo VSTI... Nem lembro qual é esse de shine! hahaa Mas acho que é o ES2 do Mainstage/Logic, preciso dar uma olhada no concert aqui.

Ah, eu toco num Floyd Cover aqui em Brasília. Vale fazer uma propagandazinha básica né? :) http://ifloyd.com.br/

Greenwood
Veterano
# jan/13
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waltercruz

Putz!!! Próximo mês eu tô por aí a trabalho... vou entrar em contato contigo! Valeu!

tmurback
Veterano
# jan/13
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Leo Vaz
Olha, não tenho uma base teórica muito sólida sobre os power chords. Apenas li rapidamente ou ouvi falar sobre isso. Sei que é é uma técnica oriunda da guitarra, em que não se toca a 3.ª dos acordes, de modo que fica indefinido se o acorde é maior ou menor. É o contexto harmônico da música que dirá se o acorde é maior ou menor. Na guitarra, faz-se apenas com 1.ª e 5.ª ou 1.ª, 5.ª e 8.ª. No teclado, eu gosto de fazer 1.ª, 2.ª e 5.ª, ou seja, ponho a 9.ª pra trabalhar, o que dá uma sonoridade interessante - nem tudo que soa bem na guitarra, soa bem no teclado. Eu chamei isso de power chord, por ser a mais ou menos a mesma idéia, mas, tecnicamente, não sei se é o nome mais apropriado. Por exemplo, em cima do acorde de C cabem os seguintes power chords: C (dó, ré, sol), D (ré, mi, lá), E (mi, fá#, si), G (sol, lá, ré) e A (lá, si, mi). É lógico, tem que experimentar para ver qual mais se adequa ao som que se quer obter, principalmente em razão da função harmônica que esse C está exercendo. Alguns usam pra solar, arpejando cromaticamente, de tom em tom, de tom e meio em tom e meio... aí vai do gosto do freguês... Dá também pra fazer passagens, de um que soa mais "out" para um mais estático e confortável... Eu gosto para, no pop/rock, manter aquela conhecida sensação de que o acorde não mudou... Por exemplo, numa sequência de C - F - Am - F... eu simplesmente seguro com um pad ou órgão o power chord de C (dó, ré, sol)... É algo muito usado nesse estilo... o baixo e a guitarra mudam, mas o teclado não muda, dando a sensação de "pressão", como se costuma dizer... É legal também porque muitos pads têm atrasos, continuam soanado depois que vc solta as notas e o pedal... assim, se sobrar um pouco do acorde presente para o próximo compasso, não vai ter problema, aliás, só vai criar um som interessante. Essa estrutura existe, isso eu não tenho dúvidas... a questão é se o nome dela é realmente power chord. Abraço.

pliscki
Membro
# jan/13
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Sei que é é uma técnica oriunda da guitarra, em que não se toca a 3.ª dos acordes, de modo que fica indefinido se o acorde é maior ou menor

Até aonde eu sei isso se chama acorde suspenso.
Nos exemplos que tu deu seriam acordes suspensos com 2ª. Mas é mais comum a utilização da 4ª.
Geralmente esses acordes são representados assim, no caso do dó suspenso: Csus2 ou CSus4.

Alguém pode confirmar se é isso mesmo?

soruji
Veterano
# jan/13 · Editado por: soruji
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Creio que não exista a cifra sus2, ou se existe, é bem pouco utilizado. Até onde sei, um acorde suspenso é caracterizado pela substituição do 3º grau pelo 4º grau.

Aproveitando o post, outro tipo de acorde interessante são os Dominantes sus4. Esses acordes tem uma característica "enigmática",suspensa. Essa técnica foi amplamente difundida com o pianista McCoy Tyner.

Uma forma fácil de formar esse acorde é utilizando um intervalo de 4J na mão esquerda, enquanto usamos uma sobreposição a esse acorde, um tom abaixo, exemplificando:

C - F (mão esquerda) + Acorde Bb na mão direita (Bb - D - F) = C7sus4
D - G (mão esquerda) + Acorde C na mão direita (C - E - G) = D7sus4

Fonte: http://www.turicollura.com/#/videos/237/dominantes-sus4-parte-1.html

waltercruz
Veterano
# jan/13
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Talvez, aquilo que o tmurback e o pliscki estejam se referindo possa ser mais relacionado com clusters. Talvez :)

Tem um acorde muito bonito, que são os acordes que o Bill Evans usa para acompanhar o Miles na música So What, do Kind of Blue. A abertura é tão característica que ficou conhecido como So What voicings ou So What chords.

http://en.wikipedia.org/wiki/So_What_chord

tmurback
Veterano
# jan/13
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waltercruz
Não é cluster não... Eu dei uma pesquisada... Vi como "power chord" mesmo e também como suspenso "sus2" que o colega falou acima. Outra característica interessante dessa estrutura é serem coringas... ou seja, dão certo numa série de acordes.

Shadad
Veterano
# jan/13
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tmurback

eu gosto de power chords (1.ª, 2.ª e 5.ª)


Amigo, Essa formção de acordes que voce citou não deve ser chamada de power chord. O power chord é formado exclusivamento por tônica(s) e quinta(s), se entrar outra nota no meio o acorde deixa de ser power.

Teoricamente, os power chords nem deveriam ser chamados de acordes, já que para ser considerado acorde ele deveria conter 3 notas diferentes.


soruji

Creio que não exista a cifra sus2, ou se existe, é bem pouco utilizado.

Existe sim o acorde sus2 e ele é bastante utilizado no sistema de cifragem norte-americano. Esse acorde nada mais é do que um acorde onde a 2ª (ou 9ª) toma o lugar da terça (que deve ser omitida). Esse acorde é mais usado com uma função ornamental.

tmurback
waltercruz

Esses acordes de So Wat não são clusters, suspensos ou power chords. São quartais (montados com intervalos de quartas sobrepostas). Apesar do intervalo entre as duas notas mais agudas ser de terça menor, ainda assim esse acorde é considerado quartal, já que os intervalos entra as 4 primeiras notas (da mais grave para a mais aguda) são quartais.

tmurback
Veterano
# jan/13
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Shadad
Olha, véi, como eu falei acima, dei uma pesquisada na net, e vi chamarem de "power chord", mas eu acho que o mais correto é esse "sus2" mesmo, pois o "power chord" original, da guitara, é tônica e quinta. Valeu aê.

Jube
Veterano
# jan/13
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tmurback
Rapaz, na minha educação power chord é exatamente como Shadad descreveu e power chord e sus2 são coisas bem diferentes. A guitarra usa bastante esses bicordes, mas não é técnica exclusiva da guita não.

waltercruz
Veterano
# jan/13
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Shadad
:)

Eu gosto muito da sonoridade desses acordes do So What, mas fica até desonesto colocar aqui como um dos preferidos, porque eu raramento toco alguma coisa que tenha a ver com eles.



Boa a colocação sobre os sus2.

Shadad
Veterano
# jan/13 · Editado por: Shadad
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waltercruz

Uma coisa interessante no piano de So What é que ele não começa no acorde cifrado (Dm) e sim em um acorde um tom acima (Em).

http://eusmcguitar.files.wordpress.com/2011/07/so-what-lead-sheet.png

O piano toca, da nota mais grave para a mais aguda:

Em7(11)
Mão esquerda :E A
Mão direita: D G B

As notas desse acorde formam um Em7(11), mas o baixo da música continua no Dm.

Depois de ficar 1½ tempo nesse acorde, o piano relaxa a harmonia e finalmente vai para o Dm7(11), executando a mesma estrutura do Em7(11) tocado anteriormente, só que um tom abaixo:

Dm7(11)
Mão esquerda : D G
Mão direita: C F A

Depois a música sobe ½ tom, vai para Ebm, mas a mesma idéia se repete.

Trocando em miúdos, o arranjo pianístico dessa música faz questão de ressaltar que o Dm é dórico, já que o Em7(11) contém todas as tensões caracteristicas do modo D dórico: a 6ª(B), a 11(G) e a 9ª (E). Enfim, é modal jazz.

Utilizo muito esse tema com os meus alunos pois é um música na qual é fácil improvisar, por ter poucos acordes e por que não existe "notas a se evitar" quando se usa o modo dórico sobre um acorde homônimo.

waltercruz
Veterano
# jan/13 · Editado por: waltercruz
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'É lindo' (Caetano Veloso, sobre o modo dórico)

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